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História I Need You - Percabeth - Capítulo 28


Escrita por: RahCampos

Capítulo 28 - Capítulo 28


POV Percy

Ah, Annabeth... É incrível o quão estúpido e imaturo eu fico perto de você. Mal havia lhe visto e já conversávamos como se fossemos velhos amigos, como se ela não tivesse nenhuma mágoa de mim. Quase acreditei nesta mentira.

Não resisti a lhe beijar, minha cara. Quem, em sã consciência negaria um beijo seu? Acho que ninguém na Terra. Eu sou humano, afinal. Cometo meus erros. Mas, posso garantir que lhe beijar nunca será um erro, e sim, uma honra, da qual eu teria muito prazer em cumprir para toda a eternidade.

Ontem... Ah, ontem foi um dos melhores dias da minha vida após algum tempo. Ter você falando comigo de novo foi... Tão bom.

Pela primeira vez desde que tive que terminar com você, dormi bem, ou o melhor possível, já que ainda não tinha você a meu lado quando fui dormir. Porém, eu juro que você e eu ficaremos juntos.

Mas hoje era outro dia. Eu sabia perfeitamente que não a veria hoje, já que não haviam aulas. Era um típico domingo. A maioria dos alunos deveria estar dormindo agora, mas cá estou eu, acordado, pensando no que fazer quanto a nós.

- Ei, Percy. Acorda! - chama Malcolm.

- O que? - pergunto.

- Rachel nos chamou. Disse que queria sair ou coisa parecida. - suspirou. - E nos mandou ir junto.

- Mandou, é? - sorrio. A ruiva era engraçada por achar que me mandava. - Bem, pergunte a ela aonde vamos. E então, e só então, eu verifico se minha agenda está livre.

- Cara, você é chato. - resmunga. Depois de voltar a digitar a mensagem no celular, deve ter sido prontamente respondido, já que logo me respondeu. - Shopping ou ir para o centro da cidade. Ela disse que quer ir para qualquer lugar, menos ficar aqui.

- Tive uma ideia. - sorrio malicioso. - Ela não disse que precisava de todos nós, não é?

- Não. - respondeu. - Por quê?

- Octavian. - digo, e ele sorri perverso. - Eu falo com ele rapidamente. Ele não vai negar um pedido da crush.

- Desde quando usamos gírias de garotas? - indaga.

- Desde sempre, querido. - faço uma voz fina. Ele gargalha, e eu o acompanho. - Agora, aos planos. Diga a Rachel que estamos indo, e para ela se arrumar. Falarei com Octavian enquanto isso.

Rapidamente colocamos o plano em prática. Peguei meu celular tão rapidamente quanto o Pace começou a escrever. Logo, já havia iniciado uma conversa com o loiro.

"Percy, o que você quer?", questionou. Opa, acho que fui descoberto.

"Eu quero que você e Rachel parem com essa coisa de ficarem perto um do outro e não dizerem o que sentem. Chame ela para sair, idiota.", desabafo. Ser direto é tão bom, cara.

"Não vou chamá-la para um encontro!", diz. Reviro os olhos.

"Ela quer sair, aproveite. Diga que também estava enjoado. Invente! Dê seu jeito.", começo.

"Mesmo assim. Com que carro?", perguntou. Agora sim estávamos chegando a algum lugar. Ele começou a considerar minha ideia.

"Com o meu. Você vai lá, a leva no shopping, ficam juntos conversando... Aí, conta pra ela o que sente."

"Ela não gosta de mim.", afirma. "Ela gosta de você."

Era só o que me faltava. Falta de confiança em si mesmo. Se alguém me contasse, eu nunca acreditaria.

"Eu não faço o tipo dela. E antes que você venha com teorias malucas, ela própria me disse."

"Ainda tem vários outros garotos por quem ela pode se interessar.", argumenta.

Octavian, eu vou te matar.

"ELA NÃO SENTOU AO LADO DELES! SENTOU DO SEU!"

Usei as letras maiúsculas para ver se ele finalmente caia em si. Acho que funcionou, já que ele entrou no quarto sem nem bater a porta.

- Chave, agora. - ordena. Em poucos minutos, ele já estava arrumado. A jogo para ele.

- Ei, Oc. - chamo-o. - Não estrague tudo. Rachel não é garota pra ser só mais uma.

- É. - concorda Malcolm. - Faça algo de estúpido com ela e todos nós vamos atrás de você.

- Não vão precisar. - assegura. - Eu mesmo farei algo comigo mesmo. Nunca me perdoaria caso fizesse algo de ruim a ela.

- Bom saber. - sorrio de canto. Ele assente, saindo em seguida.

Mesmo com tão pouco tempo, Rachel havia virado uma amiga importante para mim. Até mais do que isso, uma irmã. E como irmão mais velho, devo protegê-la.

Até mesmo de um amigo, e principalmente quando esse amigo é Octavian.

- E o que nós faremos enquanto isso? - questiona.

- Você provavelmente vai tentar falar com Reyna. - sorrio, vendo a face do loiro a minha frente ruborizar e seus olhos se arregalarem. - Ah, acertei! E olha que eu só estava chutando.

- Como? - pergunta.

- Vi vocês ontem. Os olhares, a dança, o beijo na testa dela... Preciso continuar?

- Não. - suspira. - Mas, e você e a Chase?

- Sua tentativa de mudar de assunto já responde minha pergunta, antes mesmo que eu a faça. - rio.

- Conte, Percy. - pede. - O que houve?

- Eu a beijei. - bufo. - Não resisti e a beijei. Saí logo em seguida, logo após perceber que a havia confundido. Estava tudo perfeito! Eu estava conversando com ela, mas... Ela falou de Ethan Nakamura.

- Ethan? - indaga, confuso.

- Ele a chamou para sair, e ela aceitou. - resmungo. - Não sei quando nem onde, só sei que preciso impedir. Octavian e Rachel disseram coisas horríveis sobre isso e Annabeth ignorou. Ela não é assim.

- E agora você vai querer quebrar a cara dele. - adivinha.

- Estou me controlando para isso. - confesso. - E além do mais, não sei quem é.

- Eu sei. - diz. O fito, confuso. - Não bata nele. Prove que é melhor que ele, e só faça com que Annabeth veja quem ele realmente é.

- Você é um ótimo estrategista. - falo. Ele dá de ombros.

- Tenho uma condição. - adverte. - Leve-me junto de Chris, Sherman e Mark. Ele não é tão fácil de lidar assim.

- É algo que eu preciso fazer sozinho. - murmuro.

- Então, não vai. - replica.

- Cara, você é um chato. - resmungo. Ele ri.

- Creio que isso signifique um "sim". - adivinha.

- Vamos logo. - digo. - Chame os garotos e me diga onde nos encontramos. Estarei lá.

- É claro, capitão. - concorda.

(...)

- Ethan! - cumprimento, assim que o garoto entra na sala. Escolhemos o ginásio de natação, que no domingo fica vazio. Sherman e Mark empurraram o garoto para dentro enquanto Chris estava escondido, filmando.

Malcolm estava a meu lado caso eu me exaltasse de alguém forma.

- Percy Jackson. O mais novo fantoche de Drew. - ironiza.

- Por que quer sair com Annabeth? - o ignoro.

- Ela está solteira e... - sorri. Um sorriso malicioso. - A pergunta deveria ser: Por que não?

- Annabeth Chase não é garota para só ficar. - advirto. - E acho que você não quer um relacionamento sério.

- Não, não quero. - concorda. Seu semblante permanecia o mesmo: Malicioso. Ele queria me provocar, isso já estava claro.

- O que quer com ela? - pergunto.

- Você sabe, ou pelo menos... - hesita. - Já deveria ter suspeitado.

- Quer usá-la e depois jogá-la fora. - bufo. - Seu filho da mãe...

- Pelo que ouvi falar, você fazia o mesmo. - argumenta. - Não pode me criticar sendo que fez o mesmo com a loira.

- Não foi o que aconteceu. - replico. - Eu a amei, ainda a amo e sempre amarei.

- Mentiu tanto para os outros que acabou caindo em sua própria mentira. Impressionante, senhor Jackson. - ri de escárnio.

- A questão é que está apenas a usando. Pronto, já temos sua confissão, senhor Nakamura. - intervém Malcolm. E era por isso que o Pace estava ali.

- Confissão? - ri, desta vez nervoso.

- Sim, Ethan. - afirma Chris, saindo das sombras. - Annabeth verá isso, e duvido que ela vá querer sair com você depois disso.

- Eu acredito que ela nem queira sair, e apenas te usou. - sorrio. - Queria ver o que eu sentiria, queria saber qual iria ser a minha reação.

- Não ligo se apenas fui um instrumento. - diz.

- Chris, por favor, envie o vídeo para Annabeth. - peço.

- Aonde você vai, chefe? - questiona Sherman.

- Não sei ao certo. Só sei que, se eu ficar aqui, farei algo bem impróprio.

- Cuidamos de tudo, chefe. - assegura Mark.

- Parem de me chamar de chefe, por favor. - imploro. - Isso é muito estranho.

- Se conseguir nos ajudar como Octavian falou, vamos ter que retribuir de alguma forma. - explica. - Estaremos te devendo uma... Chefe.

- Malcolm, me ajuda. - peço.

- Não olha pra mim, estou com eles... - hesita, sorrindo em seguida. - Capitão.

- Ah, Deus me dê forças para não bater em vocês. - resmungo, saindo do quarto.

Annabeth...

Onde eu ficaria caso estivesse de ressaca? Essa é simples, no meu quarto. Então seria impossível dar a desculpa de que eu estava apenas passando por aí em pleno dormitório feminino caso Drew me pegue no flagra.

No caso, eu não posso falar com a Chase no momento. Terei que esperar um evento público. Mas que tipo de evento público ocorre no domingo?!

Ótimo, defini meu objetivo para hoje: Atrair Annabeth para perto de mim sem que Drew possa interferir.

 

POV Annabeth

Álcool nunca mais. Sempre me lembrem disso, por favor. Não tive só uma simples dor de cabeça ou uma simples vontade de ficar no escuro.

Foi tudo quase ou ao mesmo tempo.

Dores de cabeça fortes, sensibilidade a qualquer tipo de luz e ao som, náusea, sede intensa e por fim, mas não menos importante, tontura. Só para que tenham uma simples ideia do que eu estou passando, eu mal podia e ainda mal posso levantar da minha própria cama.

Quando Piper acordou, foi pior. A morena deu um ataque de risos tão grande que aumentou consideravelmente minha dor de cabeça. E não parou por aí, já que ela resolveu contar para as meninas e todas vieram me visitar e fazer piadinhas.

Por sorte, Rachel não contou nada a elas até agora, e se não contou, duvido que conte agora. É bom saber que posso contar com a ruiva em situações que requerem discrição.

E por falar na ruiva, quem diria que eu iria me lembrar da confissão dela? Octavian. O Octavian. O cara chato e babaca da escola, que sempre pareceu amar a Drew e fazer tudo que ela manda. Quem diria que ele poderia se apaixonar?

Bem, contando que eu namorei por quase um ano letivo inteiro com um badboy, que acabou se revelando um romântico, não a muito do que falar.

- Ei, senhorita irresponsável, vamos andando. - chama Pipes. - Hora de levantar.

- Piper, eu estou péssima. - tento persuadi-la, mesmo sabendo que será em vão. Quando a McLean quer algo, ela consegue.

- Eu já te dei analgésicos. - argumenta. - Você mesma pegou mais um. E isso é só cansaço, ou como você prefere chamar, fadiga.

- Mas hoje é domingo! - resmungo.

- Nem se fosse o apocalipse eu te deixaria ficar nessa cama. - replica. - Agora, vem. Precisa andar e eu preciso sair com Jason.

- Ah, que legal. - murmuro. - Vou virar vela. Estou tão feliz!

- Então fique com Thalia ou as meninas. - começa. - Vá procurar Rachel ou Reyna, brigue com Drew ou Percy, sei lá! Você pode fazer tudo, menos ficar nessa cama.

- Lembra onde Brooke deixou meus presentes? - questiono.

- Annabeth... - tenta avisar.

- Eu preciso abrir. - a corto. - Eu preciso saber o que ele me deu e isso está me matando.

- Você é tão curiosa. - ri. - Na sua mala.

- Vai logo pro seu encontro! - exclamo. Ela ri, saindo em seguida.

Assim que me levanto, a tontura volta, porém passa tão rápido quanto. Ah, que bom! Está passando!

Fui em direção ao armário que fora dividido entre Piper e eu. Metade para mim, metade para Pipes. A mala estava logo à frente, já que era grande.

Obviamente, eu já havia aberto meus presentes, menos os de uma pessoa: Percy. Simplesmente não consegui, ou não tive vontade ou não me sentia preparada.

Só sei que ontem, ao reunir todos os resquícios de minha coragem, fiz uma burrada. Então pensei: "Por que não fazer mais uma burrada? Não tenho nada a perder.", e aqui estou. Prestes a abrir o presente que meu ex-namorado levou tanto tempo para me dar.

Assim que a abri, fechei os olhos. Foi um puro instinto. Mas então, abri.

- Filho da mãe. Como pode ser tão fofo e tão idiota depois? - disparo, assim que focalizo o presente.

Ele sabia que eu era simplesmente viciada e fanática por Harry Potter e pela Corvinal. E, cara, isso era caro! E ele podia gastar com o que quisesse, mas decidiu gastar comigo.

Isso não prova que ele era um insensível. Muito pelo contrário. Demonstra que ele se importava, e muito, comigo. Então porque, em sã consciência, ele terminaria comigo de uma hora para outra? Ainda mais no meu aniversário?

Saber disso não me deixou aliviada, nem feliz, nem qualquer sentimento positivo. Me deixou com raiva. Espera... Raiva.

Brooke... O que foi que Brooke disse naquele dia, no dia da competição?

"Vai estar cega de raiva que nem se lembrará das promessas dele. Só se lembrará que ele lhe traiu, e não vai querer vê-lo. Não confiará nele, não fará nada."

"Confie em mim. Só... Lembre-se disso. Prometa."

As memórias começaram a voltar e se repetiam em minha mente.

"Que eu não vou... Terminar? Nunca.".

Percy... A promessa. Meus medos sobre ele me deixar...

"Ameaçou Damon. Descobriu sobre nossa primeira vez, e ameaçou detalhar isso para toda a escola, a menos que...".

Brooke. A história se repete.

"Um ponto fraco. Um segredo. Algo que podemos usar contra ela."

O segredo! Mas é claro! Ela daria tudo para descobrir quem é a mãe dela.

"Exato. Mas não agora. Ela pode ficar com mais raiva. Então precisamos usar na hora certa."

Filha da mãe. Percy... Sempre tão idiota.

- Annie! - chama Piper. Viro-me para ela. - Annie...

- O que? - murmuro. Minha voz saíra meio embargada, até meio fraca. Mal vi que estava chorando.

- Você estava em outro planeta. - comenta Jason. - Tudo bem?

- Tudo. - suspiro. - Ontem foi um dia difícil, estou meio cansada.

- É claro. Eu soube do que aprontou, mocinha. - fala, acusador. Soltei uma risada, totalmente involuntária.

Era incrível o quão fácil Jason me fazia rir. Eu o amava por isso, desde sempre. Ele, assim como Luke, sempre foi muito superprotetor comigo e com Thalia. E olha que ele era o irmão caçula.

- Quer companhia? - pergunta a morena.

Nego, com um sorriso de agradecimento, indo em direção ao banheiro. Assim que coloco uma roupa bem mais apropriada para sair do que um pijama, saio do quarto.

- Annabeth! - ouço o Grace me chamar, mas o ignoro. Precisava ficar sozinha.

Vou em direção aos corredores dos quartos femininos, meio sem direção. Estava tão distraída que nem vi quando esbarrei em alguém.

Ah, não... Um déjà-vu. Era tudo o que eu não precisava encontrar, junto de quem eu não queria encontrar.

- Cuidado, capitã. - ri Rachel. Perseu, que estava a seu lado, ainda me encarava, segurando meu antebraço para que eu não caísse.

- Já pode me soltar. - resmungo. O garoto assim o faz, meio atordoado.

- Percy... - começa a ruiva. - Se ela te vir aqui...

- Sei o que acontece. - rosna o garoto. Sua voz foi fria, porém ainda me olhava, estudando-me. - Tome cuidado, Chase.

- Ei, casal. - chama Octavian. Não soube dizer se ele falava de mim e Percy, ou de Percy e Rachel. - Temos que ir. Pelo que Reyna falou comigo, Drew já estava vindo.

Drew... Ah, ela ia se ver comigo. Ela vai se arrepender de ter se metido no meu caminho.

- Vão na frente, casal. - zomba o moreno a minha frente. Rachel imediatamente cora, olhando para Octavian. Infelizmente não pude ver a reação dele.

- Percy... - adverte o loiro. - Drew não...

- Dane-se Drew! - exclama, fazendo com que eu dê um pulo. - Ela não sabe de tudo.

- Do que está falando? - perguntam.

- De nada. - suspira, chegando mais perto de mim. - Vem comigo, Chase.  

- Não. - replico.

- Você não tem escolha. - sorri.

- Então não foi um pedido, como eu já suspeitava. - bufo. - Foi uma ordem. Novidades, Jackson. Você não manda em mim.

- Acredite, minha querida, nunca foi minha intenção querer mandar em você. - diz. - Agora, vem.

- Eu não sou sua querida. - resmungo. - E eu recitei "A Seleção".

- Como quiser. - assente. - Mas, veremos se daqui a algumas horas, quando eu lhe explicar tudo, ainda não voltará a ser minha.

E me puxa, sem dizer adeus a Octavian e Rachel. Olhei para trás, e vi que os dois se encaravam temerosos, com medo do que pudesse acontecer.

- O que está fazendo, idiota? - indago.

- Te levando para um lugar que ninguém conhece. - responde simplesmente, arrastando-me para a parte do dormitório masculino.

- Perseu! - repreende Chris Rodriguez. - Ficou louco de pegá-la?

- Chris, agora não. - replica. - Me dê cobertura.

- Chamarei a distração perfeita. - avisa, indo em direção ao refeitório, gritando em seguida. - Você é louco.

Finalmente, chegamos ao quarto de Percy. Malcolm Pace estava deitado na cama que era de Leo, lendo um livro.

- Oi, Malcolm. - cumprimento. O garoto se assusta assim que me vê. Qual é o problema de todo mundo hoje? Virei assombração?

- Annabeth, o que faz aqui? - pergunta.

- No momento, sendo sequestrada por ele. - aponto para Percy, que buscava a chave de seu carro. O garoto também havia pego um casaco que possuía capuz.

Ah, que legal! Estou me sentindo naqueles filmes de espiões, onde não podemos ser descobertos. Exceto pela parte de eu estar sendo "sequestrada". 

- Exato. - confirma o Jackson. - Tchau, Malcolm.

- Ei, a gente não ia... - começa.

- Depois, Malcolm. Eu prometo que te ajudo, mas depois. - assegura. - No momento, eu preciso tentar salvar meu relacionamento.

- Você não tem um. - replico, virando-me para o loiro. - Foi bom te ver, Pace.

Ele acena para mim, e logo saímos.

- Coloque. - ordena. Pego o casaco de suas mãos, o colocando. Puxo o capuz, e cubro meu rosto. - Melhor.

- Para onde vamos? - questiono.

- Montauk. Minha mãe tem um chalé lá. - responde.

- E por que seria seguro? - questiono novamente.

- Porque ninguém conhece. Eu fui lá muito pouco. E, além do mais, é meio... Longe da civilização. - explica.

- Sem Wi-Fi?! - pergunto, incrédula.

- Quer que Drew ferre as nossas vidas, ou quer que eu te conte a verdade? - pergunta retoricamente.

- Que ela te ameaçou? Isso eu já sei. - replico. Ele me olha espantado.

- V-você... - gagueja. - Como?

- Brooke me contou o que houve com ela, e eu me lembrei de certas coisas. - dou de ombros.

- Estou devendo a ela. - sorri, e pega a maçã do bolso do casaco. Há quanto tempo isso estava aí?

- Ei. - reclamo, quando ele volta a andar. - Você sabe que eu amo maçãs.

- Então pegue. - diz, jogando ela para mim. A pego com facilidade.

Curiosamente, lembro-me de um fato histórico. Maldita memória. Maldita fixação em história antiga. Muito obrigada, pai.

Já que comecei a me lembrar disso, continuemos... Grécia Antiga, um costume da Grécia Antiga... Um pedido era feito sem nenhuma palavra. Apenas com uma... Maçã. Se a garota a pegava, o pedido era dado como aceito.

Maldito reflexo involuntário. Maldito Percy Jackson.

- Loira, é só uma maçã. Não precisa corar por isso. - ri o garoto.

- Apenas lembrei-me de algo. - digo, o que o faz erguer os olhos, esperando uma explicação. - Nada importante.

- Ok. - suspirou, vendo que eu não queria falar sobre isso.

Mal percebi quando já estávamos dentro do carro. Percy já havia começado a dirigir rumo a Montauk.

- Já pedi o endereço a minha mãe e o coloquei no GPS. - murmura. - Quer perguntar algo?

- Octavian falou que você e Rachel eram um casal. - falo, tentando descobrir algo.

- Isso não é uma pergunta. - bufa.

- Você entendeu. - replico.

- Ele queria descobrir se ela... - começa. - Ele gosta dela.

- Não fez nenhum sentido. - resmungo.

- Ele queria ver como ela se comportava. Ver se ela havia gostado. - recomeça. - Ela não entendeu.

- Achei que Octavian fosse um babaca. - murmuro.

- Ele é. - concorda, rindo. - Tentou me arrastar para uma balada.

- Quantas horas de viagem? - questiono.

- Quase três horas. - responde.

- Quando aconteceu? - pergunto.

- Quando eu estava falando com mamãe. Você estava com os meninos. - diz. - Pareceu muito com PLL.

- Não me diga que ela...

- Sim, ela colocou uma abreviação. A mais estúpida possível, por sinal. "DT". - fala, revirando os olhos. Ele pega seu celular, o estendendo para mim. O pego, e procuro as tais mensagens.

Lá estavam. Espera aí, o que? Ela é louca. E também muito idiota por sinal.

- Eu vou matá-la. - resmungo.

- Brooke já está na fila. - sorri. - É bom te ter perto de mim de novo.

- É, é bom. - concordo, mordendo o lábio.

- Não faça isso. - pede. - É excitante.

- Parei! - exclamo, sorrindo. Ele ri, acariciando minha mão. - Senti sua falta.

- Desculpe pelas coisas que lhe disse. - muda de assunto. - Não deveria ter feito isso.

- Você não tinha escolha. - suspiro.

- Eu tinha, mas iria te fazer mal. - bufa. - Ela ameaçou você, Annabeth! Se fosse somente a mim, eu nem hesitaria em não cumprir as ordens dela. Mas você...

- Eu? - o incentivo, quando vejo que ele não continuaria.

Antes que ele responda, paramos por conta de um sinal vermelho.

- Você é meu ponto fraco. - completa, beijando-me em seguida.

Sentir seus lábios nos meus de novo foi atordoante. Sua boca estava com um gostinho de menta. Talvez uma bala. Iríamos parar apenas quando nosso oxigênio fizesse falta pelo visto, mas fomos interrompidos por uma buzina de carro.

O sinal estava verde. Percy se separou de mim constrangido, e voltou a dirigir. Ficamos em um silêncio constrangedor. E quando eu digo constrangedor, é porque foi muito constrangedor.

Tamanho foi o silêncio que, como sempre acontece, eu dormi. Apenas ouvi uma risada. A risada de Percy, obviamente.

(...)

- Annie. - chamou uma voz. Não pude reconhecê-la, já que estava sonolenta. - Ei, loira. Acorde.

- Quem... - começo, abrindo os olhos. Melhor dizer que eu estava tentando abrir os olhos. - Onde...

- Já chegamos a Montauk. - anuncia, segurando a risada. - Você dormiu na metade da viagem.

- Percy? - sussurro, focalizando finalmente a quem pertencia a voz "misteriosa". Só havíamos nós no carro, e eu não falei nada, então... Era óbvio que era Percy quem falava comigo.

Ah, como eu sou lerda às vezes.

- É. - fala, com um sorriso de canto. - Vamos, Chase.

- Tem certeza que Drew não achará esse lugar? - o ignoro.

- Tenho. Ninguém vem aqui há muito tempo. - afirma, com convicção. - A última vez... Eu era uma criança.

- Da idade de Tyson? - pergunto.

- Não. Menor que Tyson, provavelmente. Não me lembro de muito daqui. - suspira.

- Então, como se lembra? - indago.

- Algumas memórias da minha infância, ou quase todas, ocorreram aqui. - explica. - Meus pais juntos, todos os dois brincando comigo, Brooke e Damon já quase que adolescentes e brigando muito...

- Espera... Então você é...

- Nova-iorquino? - ri. - É. Fui pra Miami depois que meus pais se separaram, junto com minha mãe e Tyson. Na época, ele era só um bebê. Ainda me lembro de quando o vi pela primeira vez.

- Nos braços de seu pai ou sua mãe. - chuto. Ele nega, mas dá um sorriso torto. Tal sorriso parecia muito com uma careta.

- Meu pai traiu minha mãe, e aí surgiu Tyson. - conta, fechando os olhos em seguida. - Por causa disso, eles se separaram.

- Mas...

- Ela cuidou dele, já que meu pai não podia. - responde, antes mesmo que eu faça a pergunta. - "Responsabilidades com a empresa." ou "Um segundo escândalo seria pior do que o que houve quando Brooke nasceu.".

- Acho que descobri o porquê de você ter hesitado tanto quanto a empresa. - brinco, tentando fazê-lo rir. Acho que deu certo.

- Ele renegou o próprio filho. - diz, com amargura. - Renegou a Brooke. Agora, olhe só quem vai assumir.

- Brooke é assim tão perfeita por causa dele então. - resmungo.

- É. - sorri. - Ela sempre quis provar que ele cometeu um erro, e conseguiu. De rebelde a santa, e a rebelde de novo.

- Que bom que te fiz sorrir, mas... Eu realmente quero saber de tudo, detalhadamente.

- É claro. - assente. - Vem comigo.

- Você pegou a chave? - questiono, assim que saímos do carro.

- Não precisei. - replica, subindo os três degraus do chalé, típicos em casas antigas do país. Logo que vê, puxa uma pequena estátua para o lado, revelando a chave. - É, precisávamos mudar isso de lugar.

- Jura? - ironizo. O moreno me ignora, abrindo a porta.

O sigo e entramos na casa. Percy rapidamente fecha a porta e me faz sentar no sofá mais próximo.

- Ela mandou essas mensagens. - começa a contar, tudo novamente. - Eu fiquei estático. Ela praticamente me obrigou, e depois... Você não entendeu no começo, e eu quase comecei a entrar em desespero.

- E se isso acontecesse, eu iria desconfiar. - completo a frase para ele. Ele assente, ajoelhando-se na frente do sofá. - Por isso estava com a cabeça baixa. E eu pensei que era por causa de não ter coragem para me encarar.

- Mas era. Se eu olhasse pra você, eu perderia meu foco, e isso custaria... - suspira, antes de prosseguir. -Tudo. Não podia arriscar que alguém visse isso. Principalmente alguém da imprensa.

- Por causa de Brooke? - indago.

- Por sua causa. - corrige. - Todos iriam ficar de piadinha e você seria, de longe, a mais prejudicada. Brooke logo descobriu e tentou te convencer, eu suponho.

- Ela me contou a história dela. Até conheci a irmã de Drew, Silena e o namorado dela. - conto.

- A garota que fez com que Drew soubesse disso. - resmunga Percy. - A que vimos no casamento.

- Sim, ela. Mas, não foi bem assim. - replico. - Silena tinha um diário da época do colegial, e um dia, quando ela e Drew estavam revirando o sótão em busca de algo, a Tanaka derrubou uma caixa, fazendo o diário ficar aberto em uma página, onde estava escrito tudo isso...

- Ok, Annie, já entendi. - corta-me, com um pequeno sorriso de canto. - Sempre fala demais.

- Quando te dei a liberdade de me chamar de Annie? - pergunto, soando irritada.

- Ah, é que... Sabe... Eu... Nós... - gagueja. Rio do garoto, e ele olha para mim, irritado. - Está zombando de mim?

- Sim, estou. - rebato, com um sorrisinho. Jackson semicerra os olhos, e sua expressão fica fria. - O que está...

- Não tem medo de mim? - questiona. Sua cabeça tombara para o lado, o deixando fofo.

- Não mesmo. - respondo. - Você é fofo, porque eu teria medo de você?

- Deveria. - sorri malicioso. - Eu posso ser bem malvado às vezes.

- Ah, tá. - ironizo. - Não faria isso comigo.

- Certeza disso? - indaga.

- Você é tão superprotetor comigo que não faz sentido tentar me machucar. - argumento.

- Odeio quando tem razão, Sabidinha. - resmunga.

- Eu sempre tenho razão, Cabeça de Alga. - replico.

- Droga! Lá se foi a minha chance de flerte. - finge uma irritação. Ah, não. Cara de cachorro abandonado não! Tarde demais.

- Perseu... - murmuro, revirando os olhos. - Pare de ser infantil.

- A culpa é sua. - replica. - Eu queria trazer as coisas pro lado romântico de novo, e aí você ativou o modo estraga-prazeres.

- Mudemos de assunto, por favor. - digo. - Você me mandou aquele vídeo?

- Não exatamente. - sorri. - Chris Rodriguez enviou.

- Tinha a sua voz no vídeo. - acuso.

- Correto, eu estava lá. - assume. - Saí de lá antes que fizesse uma besteira.

- É o que eu mais estou fazendo agora. - resmungo. Ele ri.

- Eu adorei sua versão bêbada. - gargalha.

- Por quê?

- Ela me provocou. - explica, aproximando-se novamente. Ah, não. A cara de provocação não. - Acho que eu deveria fazer o mesmo, não?

- Não. - nego veementemente.

- Sim. - replica. - Você quer, Chase. Você me quer.

- E é oficial: Você está louco. - murmuro.

- Mesmo? Então olhe nos meus olhos e me diga que não me quer, aqui e agora? - desafia-me.

- Não dá. - sussurro. Ele esta perto demais, ele sempre está perto demais quando eu estou prestes a fazer uma burrada.

- E por que não? - pergunta, sorrindo provocador.

- Por que... Eu... Quero. - digo, pausadamente. Ele sorri de orelha a orelha antes de me puxar para outro beijo.

- Sabia que não resistiria a mim. - ri.

- Cale a boca, Jackson. - ordeno.

- Sim, senhora. - afirma. - Já estamos juntos?

- Depois eu decido isso.

- Tudo o que quiser, my love. - rosna.



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