Eu não conseguia suportar aquele sentimento. Eu sabia que precisava dela.
Regina.
Era exatamente esse nome que me dava forças, que fazia meus olhos brilharem em meio aquela escuridão. E mesmo depois de ser tomada pelas trevas, preciso continuar lutando contra elas a cada minuto. Consigo senti-las descendo sobre minha garganta e se espalhando até não sobrar nenhuma luz, nenhuma esperança de salvação.
Mas eu preciso acreditar.
Acreditar que ela vai me salvar, acreditar que ela não tinha me perdido e que eu não tinha perdido a mim mesma.
Naquele momento, olhando para ela, suspirei em desespero:
''Me salve.''
Emma Swan - Capitúlo 1
Eu andava pela casa, as madeiras rangiam conforme afundava meus pés em desespero.
No momento, meus pensamentos se concentravam em Henry. Gostaria de falar com ele, o abraçar, me explicar, mas só de lembrar como o magoei, ou em todas as formas que eu ainda poderia magoa-lo, fazia meu estômago revirar. Por que não conseguia parar de agir assim? Não sabia quem eu era, ou quem as trevas tinham me tornado. Tudo o que eu sabia era que precisava do meu filho ao meu lado.
Peguei uma garrafa de bourbon e enchi o copo quando a campainha tocou, me fazendo caminhar até a porta, porém girarando a maçaneta com cautela. Quando abri, eu encontrei eles. Aqueles olhos.
-Regina -comprimento com a cabeça.
-Olá, Emma.
Regina empurra a porta, forçando sua entrada. Me lança um olhar ressentido e caminha até a sala.
-Então, assumo que queira conversar -disse como deboche.
-Sim, eu quero conversar, Sra. Swan. Sobre o Henry, e sobre você. -diz, de forma ríspida.
Sobre mim. Por que aquilo aterrorizava? Talvez porque eu sabia que Regina era a única que realmente me conhecia.
-Ele está confuso. E com medo.
-Eu sei -abaixei a cabeça -mas...
Aqueles olhos negros me encarando.
-E eu sei que ele não quer perder outra mãe para as Trevas. -Regina continuou -Eu já estive lá, Emma, e entendo o quanto a escuridão pode machucar. Machucar a nós mesmos e quem amamos...
-Eu... -pigarreei- essa sou eu agora.
-Não, você não é. Pode continuar mentindo para todos, até para você mesma, mas você não pode mentir para mim.
Ela arrancou o copo de bebida da minha mão, aquele que eu segurava com firmeza. Eu senti seu toque, aquele toque que não sentia a anos. Porque ela tinha esse efeito em mim?
-Eu não estou mentindo para você -disse baixo.
-Pare de negar! -ela explodiu- Isso não é apenas sobre você. Seu filho precisa da mãe, Emma. O nosso filho. E eu preciso te salvar porque eu... preciso de você também.
Aquelas palavras fizeram o tempo parar. Meu coração estava acelerado. Cada vez que fechava meus olhos, a imagem das Trevas envolvendo Regina me fazia tremer. Naquele momento, tudo me disse que não podia deixa-la passar por aquilo novamente. Aliás, por quem estou fazendo tudo isso?
-Eu tenho que lutar contra minhas trevas também. Todos os dias, para que aquela escuridão não volte de novo, e eu só consigo quando você está lá me puxar de volta a superfície -ela concluiu num suspiro.
As lágrimas eram claras nos olhos de Regina, estava sofrendo tanto quanto eu.
-Regina... -olhei pra ela e suspirei.
-Eu sei que você consegue.
Ela me olhou nos olhos e saiu. Eu vi ela indo embora, sem olhar para trás. Porém, desejando que ela virasse.
Tudo era tão confuso. Mas ao seu lado conseguia respirar, sem a necessidade de uma máscara, porque ela me conhecia, e isso bastava.
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