História SwanQueen: My Way Back to You - Just Come Home

  Emma Swan    

Uma lágrima escorreu pela minha bochecha, assim que saí da casa da prefeita. Limpei o rosto, delicadamente e tentei espantar o sentimento de solidão para longe. Mas ao mesmo tempo me encontrava confusa. Digo, ela me disse antes. Ela disse que precisava de mim também, porém quando retribuo, recebo de volta um silêncio?                                              

Talvez eu imaginei tudo aquilo. Talvez não fosse real para ela como era para mim, ou ela não se sentia da mesma forma, e acabei interpretando tudo errado. Mas agora estava claro. A conversa, tudo o que ela disse, foi tudo pelo Henry. Ele precisa das duas mães e ela sabe disso. Nada mais. Contudo, mesmo depois do ocorrido, não desejava retirar o que disse, porque era profundamente verdade, e talvez ela precisava saber disso, e eu precisava dizer.

Me distrai com a garrafa de whisky, e disquei o número de Henry para tentar, da forma mais sincera possível, pedir que se encontrasse comigo. A idéia de receber um não me amedrontada bastante, mas estava disposta a correr o risco.

3:47 PM. Sentava no banco da praça balançando as pernas com ansiedade. Sentia tanta sua falta.

Enquanto Henry não chegava, me permiti relembrar do passado. A cena do seu nascimento ainda corria forte em minhas memórias, quando segurei sua mãozinha, o peguei no colo e o vi sendo tirado de mim. Nada me causa maior arrependimento do que o dia em que o deixei ir. Mas milagrosamente, o seu rostinho voltou pra mim no momento em que ele bateu na minha porta.

''Meu nome é Henry, e eu sou seu filho.''

Lembro de pensar que tudo iria desmoronar, ou que o estragaria do mesmo modo que pensava que meus pais tinham feito comigo. Sendo deixada em uma estrada, rejeitada por milhares de famílias e sendo traída pelo meu primeiro amor? Não existia possibilidade de conseguir criar um filho sozinha, porque no final das contas, isso costumava ser tudo o que eu era. Sozinha. No fundo eu sabia que ele merecia alguém muito melhor do que eu. Porém, olhando para trás, sinto que perdi muita coisa. Seus primeiros passos, suas primeiras palavras, seus primeiros sonhos. Aquilo conseguia me machucar mais do que qualquer coisa, mesmo tendo conhecimento da criação maravilhosa que ele recebeu de Regina. Agora, depois de anos, meu coração se alegrava do homem que tinha se tornado.

Só de pensar que poderia estar perdendo ele de novo fazia meu estômago revirar como nunca.

Depois de alguns minutos, vi uma figura familiar se aproximando. Mesmo cachecol de sempre, porém de cara fechada. Só a sua embaçada silhueta já alegrou cada parte dentro de mim, e pela primeira vez, conseguia sentir esperança novamente.

-Oi. -disse ele, quando se aproximou o suficiente. Parecia tímido, porém indeciso se devia me ouvir ou não.

-Ei, garoto... -sorri, e o abracei forte, como se a saudade fosse impossível de superar. -Como você está?

-Estou bem... -seu olhar era preocupado, hesitou por um minuto mas perguntou -E você?

-Você está aqui, então não poderia estar melhor. -disse, ainda sorrindo.

Henry abaixou a cabeça e começou a brincar com os próprios dedos, como quem não sabe o que falar. Todo esse silêncio me matava, ele nunca ficava quieto assim, e saber que tudo isso era minha culpa machucava demais.

-Henry...preciso te dizer uma coisa. -segurei uma de suas mãos, olhando para ele -E te peço que por favor, me escute. Eu sei que você está magoado e assustado com tudo isso, e que não quer passar por nada disso novamente, mas preciso que saiba que eu ainda sou sua mãe. Nenhuma força das trevas tem o poder de mudar isso. Nunca. 

Ele ouvia atentamente, prestando atenção para ver se estava falando a verdade. 

-Sabe, -continuei -deixar você foi a coisa mais difícil que já tive que fazer -lágrimas começavam a aparecer -e eu nunca vou voltar a fazer isso, porque você é meu filho e não conseguiria te perder novamente. E vou continuar lutando por você, sempre.

Olhava para ele, esperando alguma reação, desesperada por sua resposta.

-Posso te fazer uma pergunta? -disse apenas.

-Sim, claro -respondi, me recuperando.

-Ainda existe esperança? 

Abaixei minha cabeça. Não era exatamente o que estava esperando. Imaginava o que se passava pela sua cabeça, em um minuto tendo uma Salvadora como mãe, aquela que devolveria todos os finais felizes, e em outro uma Senhora das Trevas. Isso costumava me perturbar também. Sentia falta de quem eu era, principalmente da parte onde meu filho estava comigo.

-Eu não sei, Henry -respondi, sinceramente. -Mas te ver aqui hoje me deu esperança, algo que não sinto a muito tempo.

Ele pensou no que eu disse por alguns minutos, olhou em volta, levantou a cabeça e me encarou. Pensei que tudo estaria perdido aí, mas ele fez algo que me surpreendeu ainda mais. Algo que no fundo não merecia. Henry envolveu seus braços ao meu redor, e me abraçou com força, mas tão forte que jogou meu corpo para trás. O envolvi em um abraço apertado, acariciando seus cabelos com as mãos, tentando conter o sorriso que parecia não sair do meu rosto.

-Senti sua falta, mãe.