Emma Swan
Me encontrava em uma gruta úmida. Suas gotas caiam e emitiam um barulho de eco enquanto examinava o lugar. Embora tudo estivesse escuro e distante, conseguia ver os milhares de espelhos que me rodeavam. Avancei, tentando entender o que estava acontecendo. Meus passos faziam barulho, misturados com as gotas, me fazendo arrepiar.
O ar estava frio, e o lugar abafado, tornando minha respiração pesada e sufocante. Quando olhei para baixo, foi então que percebi, minha roupa se transformara em um longo vestido marrom, rasgado e velho. Me lembrava bastante do que usei na Floresta Encantada, o que não me agradava, visto que trazia lembranças doloridas onde me encontrava sem saída.
Assim que levantei a cabeça, ouvi uma voz me chamando. Uma voz distante e sonolenta, que parecia aumentar a cada minuto. Enquanto me chamava, automaticamente me puxava para a escuridão junto a ela. Minha cabeça não funcionava direito, e a voz rouca penetrava em meus pensamentos, passando os milhares cenários de minha infância solitária, como órfã sem ter ninguém a me apegar.
Antes que pudesse raciocinar, um clarão surgiu, forte e amarelo, irradiando todo o lugar e quase me deixando cega. Tudo ficou quieto por um minuto, e eu tentava desesperadamente voltar a enxergar. Levei as mãos até os olhos, os esfregando em busca de uma solução. Quando finalmente me recuperei, olhei aos lados de forma desesperadora, tentando achar a fonte de toda aquela luz, mas acabei me deparando com todos os espelhos anteriores quebrados ao meu redor.
Emma...
Me virei com tudo para trás, desesperada para achar o dono da voz. Me deparei com uma figura familiar. Uma mulher, com longos cabelos escuros, e uma pele que brilhava sobre a escuridão. Os olhos, escuros como a alma, capazes de perfurar seus segredos mais profundos. Usava um capuz e longas vestes pretas, seus braços cobertos de marcas, se apresentando definitivamente como um ser das trevas.
Me arrepiei com sua presença, dando um passo para trás.
-Quem é você? -perguntei, em um tom alto e claro. Não demonstraria minha intimidação.
A mulher se aproximou de mim, lentamente, me amedrontando a cada passo, olhando em meus olhos de forma fria, porém com um toque de satisfação. Levantou sua mão e acariciou meu rosto, de forma ríspida.
-Eu sou muitas coisas, minha querida. - sussurrando em meu ouvido. -Eu sou a voz em sua cabeça, e os poderes das Trevas dentro de você.
Um grito silencioso escapou da minha garganta quando dei um tapa em sua mão, para ela se afastar. Levantei o vestido e corri, o mais rápido que conseguia, desejando o fim daquele lugar. Não parecia me mover, sendo engolida por um corredor escuro e um amontoado de espelhos por todos os lados. O pânico tomava conta dos meus pulmões e já não conseguia respirar.
Até que a ouvi rir. Uma risada dolorosa, porém dura.
Quando tudo ficou em silêncio, a mulher desapareceu, me levando com ela.
Quatro da manhã.
O despertador tocou.
Acordei em um pulo, com suor escorrendo do meu rosto. Minha garganta doía por conta da respiração forte e pesada. Algo dentro do meu peito me sufocava, como um pressentimento. Medo? Em uma hora dessas, desejei não estar sozinha, porém me lembrei de como fui estúpida o suficiente para afastar todo mundo de mim.
-Foi apenas um sonho - repeti várias vezes para mim mesma. Mas eu sabia que não era. Com suas palavras martelando em minha cabeça, tinha certeza que era um aviso. Algo de ruim iria acontecer, e não teria escapatória.
Peguei meu celular, e disquei seu número. Minhas mãos tremiam segurando o aparelho enquanto a chamada tocava.
Engoli em seco.
-Oi, sou eu. Precisamos conversar.
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