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História I Will Never Give Up On You - Flashback (history of Candice - first escape)


Escrita por: Nanda_rodrigues

Capítulo 35 - Flashback (history of Candice - first escape)


Três meses e três semanas antes...

Em meio as arvores e ao frio extremo, eu me encontro. Com os pés descalços, sujos de lama, machucados por conta dos galhos que perfura minha pele a cada pisada violenta em que dou, e com algumas folhas grudadas os enfeitando. Não só o meu pé dói e sim meu corpo inteiro, sinto meus pulmões queimarem implorando por ar, eu quero parar mas se eu o fizer posso não sair viva disso. Ouço um tiro e me desespero. “Eles me viram”, penso comigo. Eu já tinha ouvido de Erick que essa propriedade é completamente isolada, tendo assim quilômetros e quilômetros de terra até a real entrada. O ferimento nas minhas costas arde, o ar em meus pulmões já não existem mais, meus pés já nem podem mais ser considerados machucados, mas eu não me importo. Parar eu não pararia. Prefiro morrer tentando do que morrer sem tentar.   

Um galho de uma árvore fura minha bochecha quando eu passo correndo sem o ver. Um liquido gélido e avermelhado começa a escorrer do ferimento. Não tenho tempo de verificar o quão grave era, pois no mesmo instante ouço um grito. Um grito de um homem. Um homem que grita várias e várias vezes meu nome. Não são meros gritos, são gritos carregados de ódio e diversão. Não sei como pode ser tão sádico esse homem. Como pode se divertir ao perseguir uma pessoa traumatizada, cansada, ferida, violada e infeliz? E aqui se encontra outro questionamento que não faz nenhum sentido e muito menos tem uma resposta aplausível. Eu já cheguei a conclusão de que a mente humana é um labirinto, aonde só conseguimos ver o que tem em nossa mente, das outras pessoas é apenas enigmas indecifráveis.

Lágrimas rolam pelo meu rosto quando tropeço em uma pedra e caio de bruços no chão. Minhas mãos se enterram na terra úmida, e o sentimento de derrota me domina. Não aguento mais, meu corpo não suporta mais. Me sinto uma fracassada, nadei tanto para morrer na praia. Ainda tento me reerguer e continuar, mas é em vão. Aqui é o meu limite. Me dou o luxo de respirar um pouco antes de encarar o que viria a seguir. Não demorou muito para que dois pares de olhos me encarassem furiosos. Os dois homens se aproximaram de mim com rapidez, reconheci um de expressão marrenta, alto, forte, moreno e com olhos negros como a noite. Ele era o capanga que vigiava meu quarto e me trazia água e comida. Todos o chamavam de Draco (inclusive Joseph), mas com o tempo acabei descobrindo que seu verdadeiro nome é Frank. Homem a qual eu tinha desdém, a julgar que sempre que me olhava a malícia e o desejo lhe estampava o rosto, no entanto era muito leal a Joseph para tentar algo.

-E a caçada termina... – Frank diz com animação.

Em um rápido movimento ele joga a arma nas folhagens ao seu lado e olha para o outro homem, gordo, de cabelos grisalhos e de barba média. Me irritei mais ainda, pois sabia que ambos conversavam sem pronunciar nenhuma palavra, o que só complicava as coisas pois não sabia o que eles iriam fazer comigo ou o que eles queriam. O que eles querem? Essa é a pergunta mais tosca que eu mesma poderia me fazer. São homens da mesma categoria de Joseph, eles só querem uma coisa, eles só veem uma coisa em sua frente.

Meus olhos abrem e fecham diversas vezes me preparando psicologicamente para o que eles estão preste a fazer. Eu mais me engano ao tentar pensar que aquilo não estava se repetindo novamente, do que realmente preparo o meu psicológico. E é nessa que percebo o quanto minto para mim. Mentir ou fingir que nada esta e/ou irá acontecer foi um dom que adquiri com o tempo, devo admitir que foi mais uma das lições de Persia.

-Você é realmente bonita... – diz o outro homem fitando meu colo e percorrendo todo o meu corpo com seu olhar.

Passo as mãos pelo meu vestido branco curto, de decote espetaculoso e todo rendado, tentando inutilmente não mostrar demais meu corpo. Não dá certo, claro. Eu odeio esse vestido, ele me deixa mais imunda do que já me sinto. Claro que tinha que ser um presente de Joseph.

-Obrigada. – sussurro, mas só Frank ouve. Automaticamente sua feição muda da água para o vinho, trazendo assim em seu rosto um pequeno sorriso transparente.

-Ande logo com isso. – diz Frank fazendo meu corpo se estremecer.

Senti o homem (no qual ainda não sabia seu nome), puxar meus calcanhares e abrir minhas pernas. Me encontrei então deitada de costas na terra úmida, tendo apenas como visão boa o céu estrelado. E naquele momento me permiti sair de mim, ao começar cada estrela do céu. Isso pode parecer louco aos olhos de qualquer um, mas era um meio de não pensar no que estava acontecendo (por mais que fosse quase impossível). Eu não iria lutar, era inútil. Todas as vezes que eu tentei acabei ainda mais machucada. Feridas não só fisicamente como no meu coração. Por um momento desejei amar alguém como a quantidade de estrelas no céu. Cento e trinta, cento e quarenta, cento e cinquenta, cento e sei lá mais quanto... Ser perdida nas contagens de “porquê” ama-lo e que esse alguém me ame na mesma proporção do céu. Que seja sem limites, a ponto de largar tudo por mim. Eu desejo isso para a minha vida. Eu desejo isso do fundo da minha alma. Desejo chegar o dia em que irei fazer realmente AMOR com aquele que me ame e sentir prazer com isso, que na medida das estrelas do céu seja minha dedicação e que pelo menos por algum tempo possa ser realmente feliz.     

Mãos grossas e ásperas apertaram meus seios com força, por dentro de meu vestido, enquanto mais uma estocada me fazia arrepiar. O vento passa zunindo por mim, levando consigo meus pensamentos. Lágrimas rolam pelo meu rosto silenciosamente, e morrem junto de meus cabelos desgrenhados em meio as folhas secas. Tudo ilusão de minha parte o papo de amor do tamanho do céu e mágico como as estrelas. A verdade é que estão mortas para mim, e continuam mortas em meio a luz do dia. Somente a escuridão vem vivendo em mim ultimamente, assim como essa noite, com a diferença que não á nenhuma estrela que possa me iluminar. Tudo que predomina em mim se tornou um motivo de sofrimento maior. Vivo no luto das estrelas, que antes eram intensas em meu ser, mas hoje em dia são tão apagas quanto uma lâmpada queimada.

O homem se satisfez e me obrigou a encara-lo. Em seus olhos vi claramente diversão, desprezo e satisfação. Definitivamente ninguém naquele lugar não se preocupa ou se importa comigo para saber como eu me sinto. O homem aperta meu maxilar com força e encosta seus lábios ressecados nos meus. Naquele momento desejei intensamente morrer. Mas a vida seria boa demais se hoje e agora eu partisse para um lugar desconhecido. Com certeza ela seria boa demais.

Frank o puxou para trás e assisto o homem reclamar. Continuei ali, estirada no chão, mas diferente de minutos atrás agora não encarava mais as estrelas, e sim os dois homens que discutiam. Como ainda não sei o nome daquele que acabou de me fazer sua, decido nomea-lo de Thanos, quem sabe um dia algum Capitão Marvel venha e o derrote. Depois da breve troca de “elogios”, Frank segurou com força meus calcanhares e como se vivêssemos na época das cavernas ele começou a me arrastar. Naquele momento mais do que nunca eu me senti um nada, um completo e verdadeiro nada. Durante o percurso, bati diversas vezes em algumas pedras e com certeza meu vestido estava sujo de lama.

Somente uma hora depois, Frank tomou a decência de me por em seus ombros sem dizer nada. Ainda estou fora de mim, como se estivesse assistindo e não vivendo aquele pesadelo. A floresta se tornou distante quando entramos na casa grande, suspirei pesado ao saber que tinha retornado a casa de terror.

-Encontraram ela amor. – diz Persia em um fio de decepção e sorri.

Logo depois me jogam no chão de um cômodo que eu nunca havia entrado antes. Esse cômodo (diferente dos outros) era grande e perfeitamente arrumado. Só então percebi que se tratava da suíte da pessoa que eu mais desprezo e odeio na minha vida, Joseph.

-Esses homens fizeram algo para você? – ouço a voz grossa e sombrosa no quarto. Olhei para a frente e pude ver Joseph sentado em sua cama segurando um cassetete. Ao seu lado ainda tive a bela visão de uma arma perfeitamente alinhada. – Não esta ouvindo? Me responda loira insolente. Eles lhe fizeram algo? Pois não consigo ver motivo que te levasse a fugir, considerando que eu lhe dou de tudo. Comida, roupa limpa, minha mulher para ser sua amiga, prazer e cama quente para dormir. – ele finaliza se levantando e me fitando. Seus olhos ardem em ódio.

No quarto se encontram ao todo, cinco pessoas. Persia que agora havia acabado de fechar a porta e se escorar nela, Frank e Thanos que permaneciam ao meu lado e Joseph que estava na minha frente segurando com firmeza seu cassetete.

-Amor, não acho que bater nela seja algo necessário. – diz Persia tentando livrar minha pele – Se ela fez o que fez, foi talvez para extravasar tudo o que sente. Você poderia a ajudar com isso, talvez um saco de pancada? – ela sugere.

-Quieta! Eu faço com ela o que eu bem entender, ouviu amor? – ele cospe as palavras em tom irônico. Ele passa a mão direita sobre o meu cabelo, fica mais de cinco minutos em silencio até abrir um grande sorriso. –Frank que tal ajudarmos ela a manifestar o motivo de ter fugido? – ele diz e com a ajuda de Frank me levanto, sou obrigada a me apoiar nele por ainda me sentir fraca. Ainda confusa sobre o que viria a seguir vejo Joseph estender o cassetete em minha direção me fazendo o pegar. Em seguida ele pega Thanos e segura seus braços para trás – Você vai me demonstrar o que sente ou eu vou demonstrar o que sinto quebrando cada parte do seu corpo. – ele diz e pausa dando uma gargalhada doentia – Isso não te deixa nostálgica baby?

-Absolutamente! Talvez eu te quebre inteirinho querido. – ela diz de forma divertida fazendo com que Joseph gargalhasse mais ainda. Um calafrio percorre todo o meu  corpo naquele instante.

-Você tem sua chance baby, vai ficar viva por mais um dia ou... – Frank não precisou completar a frase. Com impulso ergui o cassetete e o apertei forte em minhas mãos.

Enxerguei em Thanos todos os meus problemas e sofrimentos. Em segundos todos os rostos de todas as pessoas que já me fizeram algum mal ou me fizeram fazer algo que eu não queria se fundiram no rosto dele. Em seu olhar encontrei todos os olhares de julgamento que um dia já foram me lançado, e em sua boca pude ouvir todas as atrocidades que alguém um dia já me disse. Ignorei os gritos, pedidos e tentativas de fuga do homem. O barulho em minha mente continuava. Respirei fundo. Senti cheiro de vingança. Tomei posição e vinguei-me. Acertei com força a cabeça de Thanos e de novo, novamente e efetivamente com mais vontade. Chorei amargurada ao sentir respingo de sangue em meu rosto. Mas, que mal há em me livrar um pouco de tudo que me amargura? Qual é o problema de fazer Thanos pagar por todo o problema que me causaram? Afinal, ele também é parte desses problemas. Fora que essa é a chance de eu mostrar a Joseph que poderei valer algo ainda viva. Creio que não posso ficar esperando meu Capitão Marvel vir me salvar e sim devo ser o meu herói. Joseph é macabro, e prova disso foi quando ele se divertiu ao dizer para esposa o quão é divertido praticar e presenciar algum ato de violência. E eu sou tão errada em descontar tudo o que fizeram comigo? Talvez sim. No meio disso tudo eu vivo em algo que faz parte de um completo céu nublado aonde as estrelas são mortas e a esperança de uma luz é desejável. Eu quero viver, mesmo que seja dessa forma... Pois um dia Candice Accola irá sambar em cada pessoa que lhe fez mal. Exclusivamente de Joseph Morgan.

Não declares que as estrelas estão mortas só porque o céu está nublado.

                                    Provérbio árabe.      


Notas Finais


E ai o que acharam dessa tentativa de fuga? Pesada não é mesmo? Comentem dizendo o que acharam e proximo capítulo eu irei dar continuação ao flashback e talvez iremos descobrir o que Candice fez exatamente com Frank.

Ps. Qualquer atraso com os capítulos deixo adiantado que é consequência da minha escola e do curso. Final de ano vocês sabem que as coisas ficam cada vez mais complicada, então não me odeiem. Bjs amo vocês e até a próxima. <3 <3


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