História If Jade died? - Capítulo 23

"Hoje passou pela minha cabeça, essa opção. Suicídio.

Eu moro em um prédio alto. Não nessa casa onde moro com Jade, mas onde morava antes.

Eu imaginei a morte perfeita..."

Lendo aquela parte do diário deu para notar o quanto Jade estava e afundando em depressão, e eu, não notei.

"Estaria chovendo e eu estaria na varanda, onde tem uma enorme janela com a vista para rua movimentada por carros. Lana del Rey estaria tocando em meu DVD e eu estaria ali, parada, olhando os carros passando e a chuva caindo. Algumas lágrimas estariam querendo sair, mas eu não queria estragar o momento.

Agora é a hora.

Tiraria meus sapatos e subiria na única parte que me deixaria segura para não cair da varanda.

Respiro fundo.

Me inclino para frente e vou caindo.

Nesse momento eu quero voltar. Grito, desesperada, lembrando de tudo o que poderia ter vivido ao lado de Perrie, mas segundos antes disso eu lembro. Perrie não me quer. Então paro, e deixo toda essa dor interna que eu sinto virar uma dor intensa e forte de todos os meus ossos se esmagando no céu. Minha visão para, juntamente com minha respiração e por fim, meu coração.

Essa seria a minha morte perfeita."

Eu sentia tanta raiva por isso.

Ela achava que eu não me importava, que eu não ligava, mas era a coisa mais importante para mim.

Eu me irritava por saber o quão egoísta eu fui.

Enquanto Jade se afundava em depressão, eu estava lá, viajando e me divertindo.

E se ela planejou tudo mesmo?

Ela poderia ter se cansado de tudo, mas não tinha coragem para fazer aquilo, então, ela contratou alguém.

A pergunta é: precisava ser na minha frente?

A resposta é: sim! Precisava.

Eu merecia ver, eu merecia saber e sentir tudo.

Tudo foi planejado. Tudo.

Todas as noites em que Jade ficava brava ou mesmo as noites em que ela ficava lá, comigo, eu pensava que estava fazendo tudo isso para o bem dela. Eu pensava que estava fazendo o certo, mas não, não estava.

Eu fiz tudo por completo egoísmo e luxuria.

Eu só queria chorar e gritar, mas escutei batidas em minha porta.

Escondi o diário de Jade embaixo do sofá. Respirei fundo e contei até 3.

Vamos lá, seja forte.

Então, caminhei até a porta e a abri.

- Liza! - exclamei, surpresa com a aparição dela ali. Nunca fomos realmente próximas e ela bater na minha porta do nada é estranho.

Sei que ela já me vendeu drogas, mas eu paguei e os remédios foram de graça, bom pelo o que eu me lembro eram.

- Oi - ela estava meio nervosa. A razão? Não faço a mínima ideia.

- Tudo bem?

- Sim, eu só... Só queria, ver se você sabe, está bem. Depois que eu te dei aqueles remédios eu me senti tão culpada e... Não sei.

- Eu estou bem, obrigada. - tentei dar meu melhor sorriso para acalma-la, mas o máximo que saiu foi um sorriso amarelo e forçado.

- Sei que nós não somos próximas nem nada, mas caso precisar de alguém - ela levantou a mão e sorriu. Seus cachos estavam caindo perfeitamente em seu rosto por conta do vento. Seus dentes eram alinhados e brancos e ela tinha uma covinha no lado esquerdo do rosto. Ela realmente, era muito bonita. - Eu estou aqui.

Eu vi sinceridade naquilo. Mesmo.

Não aguentei e comecei a chorar ali mesmo. Quando eu estava indo de encontro ao chão, mãos femininas me seguraram e me guiaram até o sofá, onde eu pude chorar em seu ombro.

Chorei, por horas e horas.

Lhe contei tudo, tudinho e pela primeira vez não fui julgada.

Ela disse que me ajudaria, em tudo.

Que falaria com detetives e que faria o máximo para me ajudar.

Seus dedos limpavam lágrimas que caiam de meus olhos e afastavam cabelos que ficavam presos em meu rosto por conta das lágrimas.

Ela me disse que sabia o que estava passando e que queria me ver bem.

Deus. Como eu estava precisando disso.

- P, eu também era assim. Não se sinta culpada. Você não faz ideia de quanta merda eu já fiz na minha vida. - Suas mãos faziam um cafuné gostoso em meus cabelos que eu não penteava a semanas.

- Você já fez sua namorada entrar em depressão?

- Não, mas já fiz elas quererem me matar. - ela disse aquilo em um tom tão animado que me fez rir. - Tudo vai fica bem, Ok?

- Ela morreu mesmo. - falar aquilo em voz alta doía.

- Muito provavelmente sim, mas, eu vou continuar aqui. - Eu pude sentir seus olhos fitando meu rosto.

Foi tão bom.

Fazia eu me lembrar de Jade.

Obviamente, não era tão bom quanto, mas lembrava.

Acabei adormecendo e tento sonhos bons, pela primeira vez, sem drogas ou coisa do tipo.

Apenas sonhos bons.

A noite toda.

Céus como eu precisava disso e não sabia.

Mas eu estava com os meus sentimentos ainda confusos e agora mais ainda.

Será que se, Jade não voltar, Liza poderá tomar o lugar dela?