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História I'll Take The Breath Out Of You - Epílogo


Escrita por: VickSaturn

Notas do Autor


Imagens - Canto superior esquerdo: "O Casamento de Mary Russell"
Canto inferior esquerdo: "A Aprendiz de Apicultor ou Na Segregação da Rainha - Vigésima Edição de Aniversário"
À direita: primeira edição de "A Aprendiz de Apicultor"

Capítulo 23 - Epílogo


Fanfic / Fanfiction I'll Take The Breath Out Of You - Epílogo


Dez minutos, só mais dez minutos.
Mas esse pensamento não diminuiu minha ansiedade e não me fez tirar os olhos do relógio de couro de Sherlock em minhas mãos nem me fez sair do meu esconderijo na banheira. E só estava demorando daquela forma porque eu estava esperando. Se eu estivesse me ocupando durante esses minutos excruciantes eles provavelmente já teriam se passado.
Depois de cinco meses casada eu achei que nada mudaria. De fato, para mim tudo estava da mesma forma. Eu ainda ajudava meu marido e John com os casos, às vezes tirava o dia para ajudar a Sra. Hudson, ou saia com Mary que anunciou um mês depois do meu casamento que estava grávida do segundo bebê.
Minha rotina basicamente continuou a mesma até algumas semanas atrás, mas não pensei que fosse grande coisa. Achei que dormir mais que o habitual tinha sido inteiramente escolha minha, assim como o súbito vicio no caldo de legumes da Sra. Hudson, ou o fato de ter dito que não aguentava mais comer sushi para Mary certa vez.
— Mas foi você quem pediu.
Ela disse confusa.
— Eu sei e eu devia ter pensado melhor. Eu já comi tanto sushi essa semana que nem aguento mais sentir o cheiro.
Eu não via sushi a mais de uma semana, mas o cheiro que aquele estava exalando ofendeu meus pulmões e me deixou enjoada o bastante para ir embora. Pensando nisso agora, estava claro que ela tinha contado a John o ocorrido e John fofoqueiro contou a Sherlock. Sherlock, meu marido, que havia saído cedo naquela manhã, voltado com um “presente” e em seguida saiu de novo. Ele sabia a que horas eu acordava para tomar café aos sábados então era evidente que eu veria aquilo de qualquer modo. Uma sacolinha sem indicação de onde era com um pequeno bilhete preso a ela que dizia:

“Sai para comprar leite, volto antes de o resultado sair. Eu te amo. SH”. 

— “Resultado”? Que resultado?
Perguntei para a cozinha vazia. Dificilmente era um recado para John, pois ele raramente vinha nos visitar nos fins de semana e o “eu te amo” soaria estranho tanto para ele quanto para a Sra. Hudson, então também não era para ela. Só sobrava eu. Uma espiada dentro da sacola quase me provocou uma arritmia cardíaca. Aquilo definitivamente era para mim. Vinte minutos cada um. Aparentemente Sherlock não ficaria satisfeito com apenas um, mas até que fazia algum sentido, afinal, qual era a probabilidade de três testes darem o mesmo resultado e estarem errados?
Faltando três minutos ouvi a porta da frente se fechar, passos inconfundíveis se moverem pelo apartamento, outra porta se fechar. Ele realmente voltou antes do resultado. Respira e inspira você já viu corpos abertos com coisas nojentas dentro e não desmaiou então não tem porque fazer isso agora. Tentei me esconder dos testes, e admito: talvez não tenha sido a opção mais inteligente, mas foi a única que me acalmou um pouco. Eu os tinha colocado em cima da tampa da privada fechada, entrei na banheira e fechei a cortina para me impedir de espiar. Espiar só me deixaria mais nervosa. O pior era o turbilhão de sentimentos que estavam me deixando maluca e só de pensar que aquilo poderia ser mais um sinal que aqueles palitos podiam mostrar um sinal de “positivo” me dava vontade de gritar.
Como eu lidaria com isso? Como Sherlock estava lidando com essa possiblidade? Por que eu estava tão nervosa afinal? Qual era a pior coisa que poderia acontecer? As batidas na porta me sobressaltaram e eu ofeguei apertando o relógio ao peito.
— Russ?
Limpei minha garganta.
— Um minuto.
Obriguei-me a não olhar nenhum resultado até me virar para abrir a porta.  Respirei fundo e tentei estampar uma expressão de tranquilidade no rosto. Ele estava encostado na parede à frente, lembro-me perfeitamente que a serenidade dele me fez sentir um pouco de raiva. Como ele conseguia manter aquela compostura toda com tanta facilidade? Respira e inspira. Lembrei a mim mesma.
— Oi.
— Oi.
— Como está se sentindo?
Eu hesitei.
— Bem...
Ele juntou as mãos embaixo do queixo, me analisou, depois apontou para minha pessoa com os indicadores sem desgrudar as mãos.
— Isso significa que está em pânico.
Ele deduziu.
— Isso significa que estou em pânico.
Afirmei. Ele assentiu lenta e calmamente.
— E qual é o resultado?
— Não faço ideia, eu nem olhei ainda.
Novamente ele balançou a cabeça.
— Quer que eu veja?
Puxei a respiração com um ruído e quando ele deu um passo em minha direção eu o olhei nos olhos.
— Quero saber de você primeiro.
Aquela pausa, aqueles olhos que me vasculharam de cima abaixo como se procurasse pistas de quem eu era, era como se ele estivesse me vendo novamente pela primeira vez. Como se estivesse prestes a me deduzir.
— Você esta dormindo mais que o normal e se cansando com facilidade. Semana passada, no caminho para casa depois de um caso, você cochilou no taxi. Seu apetite aumentou e mudou também, tanto que fez careta para um pedaço de bacon semana passada e teve o episódio óbvio do sushi na casa da Mary que John me contou, mas acho que dessa você já sabia.
— Não me lembro do bacon.
— Você deu uma mordida e deixou o resto de lado, depois foi ao banheiro imediatamente para escovar os dentes e foi estranho porque você gosta de Bacon. E tem os seios.
Comentou olhando para eles pelo robe.
— O que tem meus seios?
— Extremamente sensíveis. Se eu estiver certo, você provavelmente esta na quinta, talvez sexta semana, mas não tenho certeza então...
Foi demais pra mim e, como a pia estava mais perto, foi ali mesmo que despejei qualquer vestígio de comida que ingeri. Sherlock segurou meu cabelo e senti sua mão e meu ombro me amparando.
— Respire.
Esperei meu estomago parar de doer e minha respiração se normalizar. Lavei a boca e depois me sentei sobre a tampa da privada. Fitei meu marido, que estava com os palitos em mãos, esperando.
— Então...?
Ele tirou os olhos dos testes para me dar a resposta.
— Positivo.
— Os três?
Ele assentiu. O silêncio ali estava carregado de incertezas.
— Você não parece feliz.
Comentou se ajoelhando perto de meus pés.
— Você está?
Ele deu de ombros com um sorriso.
— Por que não estaria?
Assenti, mas ainda tinha alguma coisa que não estava fazendo sentido.
— Eu só não entendo como aconteceu.
— Bem, tudo começa com duas pessoas...
Ele começou conseguindo arrancar uma risada minha.
— Eu sei disso, idiota.
— Então não tem mistério.
— Eu quero dizer que alguma coisa deu... Errado, entende? — Ele não respondeu e eu continuei. — Mais de seis anos com o mesmo método e isso nunca aconteceu, por que agora? Anticoncepcional e camisinha dias antes do dia fértil começar, às vezes uma, duas semanas antes. O aplicativo também nunca errou e não faz sentido porque, de acordo com ele, meu período fértil só começaria no... — Os lábios de Sherlock estavam cerrados, minha voz terminou a frase de forma automática em um tom mais baixo — mês que vem. — Lambi os lábios. — Sherlock, você mexeu no meu aplicativo?
A pergunta saiu em um tom suave, sem implicações. Sherlock abaixou a cabeça parecendo culpado.
— Em uma coisa ou outra. Posso ter desligado alguns avisos importantes, mudado algumas datas, provavelmente reconfigurei todos os dados nele. Agora percebo que foi completamente egoísta da minha parte não ter dito nada, não ter conversado com você. Acho que é porque eu não queria tentar ter um bebê, eu não queria passar pela parte de tentar porque quando o casal tenta surge à expectativa e as coisas costumam dar errado. Não queria tentar só pra ficar pensando se deu certo e esperar mais pra confirmar depois. Eu não queria que você ficasse nessa expectativa porque eu não sabia se daria certo ainda mais por conta do que houve com a sua pélvis. Então eu pensei em fazer isso à “moda antiga”: sem saber se aconteceria ou quando aconteceria ou se daria certo. Então eu peguei seu celular e...
Segurei o rosto de Sherlock com as mãos e interrompendo seu monólogo.
— Cale a boca por um instante. — Pedi. Aparentemente eu não estava lidando bem com “informações em massa”. Continue respirando fundo.  Não é fim do mundo. Ele está aqui, deixando claro que é isso que ele quer e não é como se você estivesse sozinha, então para de agir como uma adolescente grávida. Já mais calma perguntei: — Por quê?
— Acho que cheguei à conclusão de que vou gostar de um ser humano que terá um pouco de nós dois.
Respirei fundo inclinando-me para perto dele.
— Eu realmente gostaria que você tivesse me dito e, apesar de ser surpreendente saber que você queira ser pai, eu teria compreendido. Pode sim ter sido um pouco egoísta, mas eu entendo porque você fez o que fez, mas nunca mais faça isso novamente, tudo bem?
Ele assentiu. Novamente ficamos em silêncio por alguns segundos, apenas pensando. Suspirei.
— Informação demais para um dia?
Sugeriu Sherlock e eu balancei a cabeça em concordância.
— E ainda nem é meio-dia.
— Que tal um banho para relaxar, um café saudável e reforçado, uma massagem depois?
Sorri.
— Está tentando me bajular, Holmes?
Ele sorriu.
— Pode ser que sim.

Levantei-me e Sherlock envolveu minha cintura colando nossos corpos em um abraço apertado.


Notas Finais


VickSaturn


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