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História Imaculada - Prólogo


Escrita por: Gaby_Uchiha_

Notas do Autor


FELIZ ANIVERSÁRIO HITSATUKEEEEE!!!

Oxiiii... Hoje é o niver da minha beta linda e maravilhosa que sempre aguenta os meus erros bizarros de português e que sempre é a primeira a ler as minhas fics ;D Por isso, não poderia ser diferente. Ela merece uma fic só para si por ser essa pessoa tão especial!
Obrigada Hitsatuke! Obrigada por tudo! Continue sendo essa pessoa maravilhosa, porque eu sei que você conquistará muito sucesso pela frente!

Hoje é o seu aniversário, e há meses você está me cobrando uma fic. Bom, eu não sou nenhum King da vida, mas resolvi tentar fazer uma fic com as suas características. Aviso logo que não é NaruSaku, até porque, assim que você ler, você vai entender que o Naruto não é o tipo de se relacionar heheheh mesmo assim, eu tentei e aqui estou eu trazendo uma fic tendo como os principais: Naruto, Sakura e Sasuke ^^

É algo bem fora da minha zona de conforto e isso é só o começo. Sei que você vai querer arrancar a minha cabeça com esse início kkkk mas saiba que ele é preciso para mostrar os "métodos" hahaha

À todos que estão chegando à Imaculada, meus mais sinceros "Bem-Vindos". Espero que estejam prontos para mais essa viagem, agora explorando a vida abastada e até mesmo de necessidades, rodeada de invejas e inovações de Londres de 1880!

Sim galera! Pela primeira vez, depois de muitos "Gaby, faz uma fic de época!", eu apareço com uma desse estilo hahahah
A princípio, eu não tinha a intenção de postar, mas como eu ainda estou na metade da história (estou escrevendo essa história há meses), não consegui terminar a tempo seu presente de aniversário que eu mandaria por e-mail Hit, por isso, por meio do Nyah e SS, eu a presenteio!

Divirtam-se e sejam muito bem-vindos à Imaculada...

OBS: Prestem muita atenção a todas as citações (que são de minha autoria - eu que criei essa personagem; não é de nenhum livro não) e que estão denominadas com o pseudônimo de "Por uma lady"

*Long fic de 12 capítulos: 10 capítulos + prólogo e epílogo.

*Personagens pertencentes à Masashi Kishimoto.

*Imagem encontrada no pinterest, eu apenas editei um pouquinho.

*Fic também postada na minha conta do Nyah!

*Enredo totalmente meu!

*Fic sem casais pré-definido, mas tudo pode acontecer ( ͡° ͜ʖ ͡°)

Capítulo 1 - Prólogo


"A primeira vez em que o vi, eu caminhava pelas campinas verdejantes de Sophieshire. Era verão, o sol à pino mostrava seu resplendor, enquanto no horizonte, um cavaleiro, sobre seu imaculado alazão, erguia minimamente sua cartola em uma respeitosa mesura"

 Por uma lady

 

 

Paris, 1880

 

As baixas lamúrias, ressoando pelo ambiente mal iluminado, despertaram gradativamente o homem nu enrolado sobre os lençóis gastos.

Os azuis, de um brilho intenso e hipnótico para os não acostumados a admirá-los, piscaram três vezes, em um lento ritual, ao passo que o dono das grandes esferas azuis, localizava o paradeiro de tão baixa lamúria.

O homem supriu uma vontade de suspirar assim que viu a mulher, antes nua ao seu lado, agora entre lençóis, ajoelhada e pedindo perdão à uma imagem de Nossa Senhora iluminada apenas por uma tênue chama de uma vela recém acesa.

– O pecado da carne agora faz parte do meu corpo... – conseguiu traduzir do latim, assim que se inclinou silenciosamente em direção à mulher de pele tão branca quanto a neve, mas de longos cabelos negros em tons azulados. – Perdão! Perdão! Perdão! – A mulher implorou com mais fervor.

Naruto podia ver os nós brancos dos dedos delicados e a água cristalina deslizando calmamente pelas bochechas rosadas daquela noviça.

– Arrepende-se, Hinata? – Indagou, controlando o seu tom de voz para um levemente afetado, ao mesmo tempo que sua falange detinha o curso de uma lágrima.

Hinata arfou com a surpresa, arregalando os olhos perolados para o homem sentado ao seu lado, mirando-a com ternura e preocupação.

Ela olhou novamente para aquela pilha de lençóis encardidos, meros receptáculos de ácaros, onde há poucas horas, ela estava deitada, reprimindo a dor com uma forte mordida em seu lábio inferior.

– Perdão, eu não queria acordá-lo...

– Shhh – ele chiou, calando-a com um suave toque no lábio trêmulo da menina. – Eu apenas quero a resposta sobre o meu questionamento, minha adorada Hinata – explicou com ternura, exibindo um sorriso fraco, ao mesmo tempo que deslizava uma mecha para trás da sua orelha. – Arrepende-se?

– Não! – Ela se apressou a negar com fervor, apenas pela mera possibilidade de ver uma sombra de dor em meio aquele mar azul. – Não! Não! Eu não me arrependo.

– Então por que pedir perdão?

– O que nós fizemos... – engoliu em seco, encolhendo-se ainda mais enquanto a água cristalina voltava a transbordar – é pecado – lamuriou em um murmúrio.

– Hinata – o homem sorriu com docilidade, tentando ser cauteloso com o andar daquela conversa. Tudo o que ele precisava era a satisfação e felicidade da sua companheira. Não conseguiria esse feito em meio ao mar de lágrimas. Por isso, com cuidado, pôs uma mão sobre o ombro nu e trêmulo da mulher, enquanto com a outra, pegou um cantil com um chá pré-preparado para aquele momento. – Nunca se esqueça. Agora a senhorita não está mais sozinha – ofereceu um dos sorrisos meigos pelos quais Hinata havia se apaixonado.

Aquela promessa e o cuidado daquele homem que dizia que a amava, acalentaram o coração temeroso da jovem e por isso, com um breve agradecimento silencioso, ela aceitou o chá.

A bebida, apesar de amarga, tinha um leve caráter doce. Viciante. Levando-a a beber algumas doses a mais do que o necessário, mesmo assim, Naruto não a repreendeu; apenas a observou com um sorriso gentil exposto em sua face bonita, digna de um nobre.

– Obrigada – agradeceu com timidez, devolvendo-lhe o cantil. Sentindo-se mais calma devido ao chá.

– Sente-se melhor? – Perguntou, ousando pôr a outra sobre o ombro da menina. Toque esse que não foi questionado, na verdade, foi visto como bem-vindo. Detentor de um cuidado que ela muito prezava. – Seu bem-estar é o que mais importa para mim agora e daqui em diante.

Ela sorriu agradecida, sentindo-se cada vez mais abençoada pelos cuidados que aquele homem tão gentil e bondoso lhe prestava.

Mesmo assim, a dualidade da benção e do pecado a consumia por dentro.

– Naruto. O que... o que fizemos...

– Você acha que foi errado? – Perguntou com cuidado.

– Eu sei que não foi o mais correto a se fazer, mas...

– Mas você não está arrependida – completou-a, dando um sorriso levemente aliviado, enquanto a mesma confirmava com um breve aceno envergonhado.

– O que eu devo fazer? – Pediu como uma súplica.

– Venha, Hinata – disse com gentileza, trazendo-a de encontro ao seu corpo.

A mulher, apesar de receosa em se aproximar do homem nu – que cobria sua virilha apenas com um fino lençol – ansiava por estar em meio aqueles braços fortes e determinados que a acolhiam com cuidado e ternura. Por isso, lentamente se aproximou, aceitando o pedido silencioso dele para que se sentasse de costas para si, entre as longas pernas masculinas que se esticavam ao seu lado.

Ela tremeu com o sutil contato que o peito quente e de poucos pelos louros, fez com o lençol que a cobria.

– Entendo o seu receio – ouviu a voz que ela tanto amava, ressoar baixo para si, enquanto o homem tirava delicadamente os fios do seu cabelo e colocava sobre o seu ombro esquerdo. – Ainda não casamos. Isso é contra os dogmas da Igreja – ela sentiu o pesar na voz do homem e ressentiu-se por aquilo. Não queria que ele sofresse. – Mas o único culpado aqui sou eu, Hinata. Sou eu quem devo pedir humildemente perdão para você, por ainda não ter lhe dado um casamento digno; mas como bem sabes, eu sou um mero carpinteiro do convento. Agora que fugimos em nome do nosso amor, tudo se tornou mais difícil para nós dois. Sei que fui egoísta. Não deveria ter lhe tirado o lar sob essas condições...

– Não diga isso! – A voz fina da mulher saiu alta. – É pelo nosso amor. Não me importo com as dificuldades que passaremos. Se eu estiver ao seu lado, meu amado Naruto, por mim está tudo bem.

– Você me perdoa apesar de tudo?

– Não é digno da minha parte dar perdão há alguém que não precisa de tal. Você me deu amor, sorrisos e alegria. Eu quem devo agradecê-lo e pedir perdão por duvidar se isso era o certo a ser feito – olhou-o por cima do ombro, sentindo a felicidade inflar dentro do seu peito ao ver a alegria naqueles olhos azuis.

– Hinata...

– Creio que Deus sabe da intensidade do nosso amor e me questiono... não deve ser tão errado ter escolhido o amor, já que era isso o que a madre superiora sempre dizia que deveria prevalecer – deu um sorriso gentil. – O amor.

Os braços fortes da pele quente e bronzeada a envolveram com propriedade.

Hinata se assustou no início, mas no fim, apreciou aquele choque que percorria na sua coluna por estar tão próxima a Naruto, dando-lhe a certeza de que não queria estar em outro lugar que não fosse nos braços daquele homem, com a respiração calma dele acariciando sua nuca.

– Doeu? – A voz dele com tom preocupado alcançou os seus tímpanos, fazendo suas maçãs ganharem o tom rosado por compreender a que ele se referia.

Apesar do constrangimento de se lembrar das cenas da noite anterior quando se entregou pela primeira vez ao homem que amava, ela respondeu em um fio de voz:

– Sim. Dói muito.

– A primeira vez é assim – ele acariciou o braço arrepiado dela. – Apenas a primeira – enquanto ele sussurrava, ela sentiu seus braços serem abertos. Ela entendeu o que aconteceria e só aquela ideia fazia seu coração bater acelerado.

Ao mesmo tempo em que ela temia; ela desejava.

Por isso, a noviça permitiu que seus braços fossem abertos, fazendo com que o tecido fino que a cobria, deslizasse, parando em sua cintura. Revelando os seios fartos de linhas verdes tão evidentes e uma aréola rosada intumescida.

Apenas o frio do lugar, em contraste com o calor da pele masculina que agora encostava à sua, fazia aquela reação acontecer e sua respiração acelerar.

Sua mão direita foi levada até próximo ao seu rosto, onde, por cima do seu ombro, Naruto beijou com delicadeza cada ponta dos dedos de unhas curtas e nunca cuidadas.

A cada novo toque, ela tinha certeza das suas escolhas...

– Naruto – ela suspirou, encostando-se ainda mais naquele peito quente de batidas calmas, enquanto deixava sua cabeça cair sobre o ombro largo, aproveitando os beijos suaves que ele depositava em seu pescoço.

Isso era o pecado? O amor era o pecado?

Perguntou-se enquanto fechava os olhos para o mundo, sentindo o pano que cobria sua intimidade, ser aberto, deixando todo o seu corpo nu exposto aos olhos daquele homem e em contato com o frio que assolava aquela cabana abandonada no meio da floresta, aos redores de Paris.

Ela reprimiu a vergonha de se encolher e se esconder, permanecendo completamente parada, confiando no que Naruto faria a seguir.

O seu lençol e o dele foram jogados para o lado deixando os dois corpos nus, iluminados apenas por aquela parca chama.

Naruto colou seu corpo ao de Hinata, fazendo a mulher expressar um pequeno arfar surpreso por sentir a carne quente de encontro com as suas nádegas.

– Confie em mim – ele sussurrou ao pé do seu ouvido.

Ela queria gritar que confiava nele com a sua vida, mas tinha medo das palavras não saírem coerentes porque sua respiração estava acelerada, enquanto seu corpo tremia em nervosismo.

– Você sentirá prazer. É isso o que eu quero que você sinta – ele ronronou em seu ouvido ao mesmo tempo que a mão grande e quente deslizava pela barriga lisa da noviça parando apenas quando sentiu a superfície molhada na ponta do seu dedo médio.

Hinata abriu os olhos surpresos com a ideia dele está tocando naquele lugar, mas antes que ela pudesse repreendê-lo, a fricção delicada aqueceu seu corpo.

Ela soltou um arfar surpreso, olhando sempre para o teto, enquanto suas mãos se agarravam nas coxas masculinas tentando conseguir suporte.

O vai-e-vem em seu clitóris fazia a morena se dividir entre o desejo de tirá-lo dali e a súplica para que ele fizesse mais daquilo.

Porém, sua racionalidade a deixou, quando o seu corpo a traiu, movimentando sua pélvis rumo ao dedo.

Naruto sabia muito bem o que aquele movimento quase imperceptível, em conjunto com os dedos dos pés que se contraiam, significava.

Por isso, olhando os fartos peitos balançarem suavemente, ele deslizou o dedo indicador e médio entre os grandes e pequenos lábios daquela mulher.

Estava quente e úmido. Os pelos pubianos negros roçavam seus outros dedos.

Hinata arqueou o peito, por isso, com propriedade, Naruto segurou seu seio esquerdo, prendendo-a contra si, enquanto seus dois dedos entravam na cavidade rompida há poucas horas.

Sua mão se prendeu como uma concha sobre a virilha da mulher, enquanto começava, para a surpresa dela, o vai-e-vem rítmico dos dedos.

Era lento no início, mas com o tempo, se tornou rápido e vigoroso, fazendo barulhos audíveis dos dedos indo de encontro com a cavidade cada vez mais úmida.

Ela acharia aquele som grotesco e alto demais se o ouvisse de fora, mas naquele momento, Hinata só queria que aquilo durasse para sempre, sem se importar com a vulgaridade dos seus seios exposto estarem saltando com fervor, sendo apalpados e apertados pelo homem que ela tanto amava.

Ela não se importava do seu quadril estar se movendo por si próprio, para frente e para trás, fazendo o pedido que sua boca não fazia, ao mesmo tempo que suas nádegas provocavam a estimulação do pênis do rapaz.

Ela não se importava, apenas queria o amor dele.

Antes mesmo que pudesse reclamar da mudança repentina, ela sentiu-se deitada sobre aquele colchão improvisado de lençóis sujos.

Suas pernas foram dobradas e colocadas sobre os ombros do rapaz.

Ela ia perguntar o que estava acontecendo, mas ao invés de uma palavra, um arfar cortou a sua garganta, pois uma língua travessa deslizava pela sua entrada e chupava o seu ponto de maior prazer.

Naruto a chupou com vontade, ouvindo a respiração mais entrecortada da sua companheira.

Ele tinha um objetivo e tinha que alcançá-lo.

Por isso, esticou seus braços sem parar com o que fazia, segurando cada seio com uma, começando a massageá-los.

Hinata não sabia o que acontecia direito, mas cobriu as mãos dele com as suas, forçando-o a apertá-los mais.

Naruto sorriu de canto, sentindo o quadril se movimentar em sua direção e as pernas se contorcerem nas suas costas.

Ela estava quente e úmida.

Seu colo estava vermelho e sua pele molhada pelo suor.

Ela estava quase lá. Chegando no que ele tanto queria.

O tempo estava acabando, por isso, ele se ergueu, derrubando aquelas coxas grossas para os lençóis.

Ele via o olhar nublado dela sobre as bochechas tão vermelhas.

Sua tez brilhava de tanto suor, enquanto aqueles longos cabelos negros de tom azulado tão raro, espalhavam-se como um arco ao redor do rosto dela e aquilo o excitou.

Um grunhido saiu de sua boca, enquanto ele afastava ainda mais os joelhos dela, deixando a vulva vermelha, brilhante e quente, tão exposta a si.

Naruto segurou o seu próprio pênis e se masturbou em frente aos olhos femininos.

Ele ainda não estava totalmente ereto e ela notou isso, por isso, sem vergonha, levou as duas mãos pequenas para ele, pedindo por aquilo.

Naruto não disse nada, apenas se inclinou sobre o corpo dela e permitiu que ela o envolvesse.

Hinata achou a estrutura estranha. Tinha uma pele móvel, um pouco engelhada, mas era dura, grande e quente; de veias protuberantes e uma cabeça grande e avermelhada com um pequeno orifício de onde saia um líquido viscoso.

Ela nunca havia visto aquilo, na noite passada se assustara com a ideia de aquilo entrar em si, mas agora queria conhecê-lo, tocá-lo e dar à Naruto tudo o que ele tinha lhe dado até ali, por isso, ela o masturbou com força.

Ela era desengonçada, mas Naruto relevou, já que aquela era a primeira vez que a noviça fazia aquilo.

– Está bom – forçou um sorriso gentil, enquanto tirava as mãos delas de si e adentrava naquela cavidade quente e molhada que se contraía ao redor do seu pênis. Uma cavidade inexplorada até poucas horas atrás, mas aqueles mares, ele já havia desbravado e agora, com a facilidade de não haver aquele hímen para atrapalhá-lo, Naruto navega com mais familiaridade, dando à Hinata, um prazer que ela nunca imaginaria.

Ele era forte e rápido nos golpes, deixando-a sem ar, ainda mais pelas mãos grandes que seguravam seu quadril para o golpe ser mais vigoroso.

A boca dele explorou a pele exposta.

Ela sentia seu corpo em chamas e seu interior se contrair ritmicamente, terminando numa sensação que a entorpeceu e a fez arfar alto.

Era o seu clímax. Soube de imediato o loiro que via som seriedade o olhar nublado e sem foco.

O gozo de Hinata lubrificou ainda mais suas investidas que não pararam apesar dela estar extremamente sensível, mas era isso o que ele queria. Sentir aquelas fortes contrações ao redor de si, enquanto os olhos dela se fechavam pela última vez...

Sendo levada... para a morte.

Os movimentos dele foram desacelerando, antes que ele saísse lentamente da mulher e ejaculasse de encontro àqueles lençóis tão puídos.

Ela estava inconsciente, mas ele não se importou.

Sua técnica mais uma vez foi excelente, mesmo assim, nenhum sorriso satisfeito era esboçado em seu rosto, apenas uma expressão vazia que verificava se ela ainda estava quente o suficiente.

Ele não precisava verificar o pulso, sabia que os batimentos ainda estava ali, cada vez mais fracos, tudo em reação ao veneno que ele havia oferecido a ela antes do coito.

Naruto apenas se limitou a pegá-la no colo e se erguer daquele quarto escuro, frio e decrépito.

Não se importou com a sua nudez ou com a de sua companheira, apenas empurrou a porta da saída, ouvindo o alto som das trincas enferrujadas.

O cheiro de mofo e podridão estava por todo o lugar.

Musgo e fungos espalhavam-se por todas as paredes daquela casa, hoje, depois de tantos anos de abandono, sem cor e cheio de infiltrações; até mesmo uma parte da mata adentrava rasteira pela porta da sala.

Empurrou outra porta, adentrando em um local totalmente diferente do primeiro.

O lugar ainda tinha resquícios de fungos pelas paredes e fissuras ameaçando a segurança daquele lugar, porém, o quarto estava iluminado por diversas lamparinas; as paredes, o chão e o teto estavam cobertos por lençóis brancos e limpos, deixando-o dentro de caixa de pano semi-estéril.

Ele não queria que nenhuma sujeira interferisse na sua "arte".

Sem pensar duas vezes, ele depositou o corpo da mulher dentro da banheira do centro.

Ele havia preparado aquele cenário por longos dias e agora, finalmente teria o que tanto tinha desejado desde a primeira vez em que viu aquela mulher de estranhos olhos perolados.

Sabia que ela tinha algo de especial e sua intuição não falhou quando suas investigações confirmaram suas suspeitas, levando adiante todo aquele plano orquestrado.

Naruto refletia sobre isso enquanto usava os sais de banho e produtos importados de um boticário da Genebra.

A fragrância era o que ele chamava de ideal para os seus planos e com isso, ele continuou lavando e escovando cada parte daquele corpo feminino imaculado.

Tinha tido cuidado para não deixar nenhuma marca em seu corpo durante as noites de sexo, era isso o que ele sempre fazia.

Seria ideal não precisar daquilo para conseguir o que ele tanto almejava, mas como o ritual, depois de tantas falhas, resultaram na conclusão de que sim, ele precisava fazer exatamente aquilo da forma que havia feito, e a prova foi a visão do corpo brilhante e bem cuidado dentro daquela banheira.

Ele pegou mais algumas fragrâncias e começou a cuidar dos longos cabelos com uma delicadeza e meticulosidade que daria inveja a qualquer senhora que desejasse aqueles serviços.

Os fios deslizavam entre seus dedos e algo inflava dentro do seu peito durante esse processo e ele mais uma vez se perguntava se isso era o prazer que os homens diziam que tinham quando chegavam ao ápice nas camas das prostitutas; mas, para Naruto, não havia prazer no sexo, nem em nada que ele fizesse. O mais próximo desse sentimento que já sentira, era durante aqueles momentos de antecipação para o "gran finale".

Ele emergiu totalmente o corpo na água, vendo todas as substâncias utilizadas nela, boiarem na água.

Ele a tirou da banheira e a carregou para uma grande mesa de madeira, deixando todo o seu corpo em posição anatômica.

Seu pulso estava quase parando...

Naruto pegou uma lâmina afiada e começou a depilar todo o seu corpo, deixando-o liso e impecável.

Por último, depois de todos os pelos, ele chegou aos cabelos e em um impulso, umedeceu os lábios enquanto a lâmina perfeita para o ofício deslizava pela superfície com precisão, após amarrar os fios.

Os fios se soltavam e se depositavam sobre a madeira fria com muita proeza. No fim, a cabeça estava brilhante e sem nenhum fio de cabelo; todos haviam sido tirados e agora eram amarrados com cuidado pelo homem nu.

Seus olhos azuis estavam vidrados naqueles fios tão macios e brilhantes. Aquilo era o seu prêmio, o seu legado; a única coisa que ele levaria daquele crime.

O corpo jazia sem vida, mesmo assim, ele se focava no ofício de enrolar os fios com a fina seda, antes de finalmente trancá-los dentro da mala que ele levaria com tanta destreza pela viagem que faria a partir dali.

Ele observou a mala fechada, guardando o seu novo tesouro, antes de ser acordado pela abertura abrupta, botando em xeque, a resistência das ferragens tão envelhecidas da porta.

O homem não se assustou com a intromissão, já sabia quem seria o intruso.

– Oh. Então é essa mocinha que lhe deu tanto trabalho, amado primo? – A mulher de roupas simples em tom vinho e branco, porém, sujas de sangue, comentou de forma casual, observando os traços da jovem morta.

Naruto entortou a boca para as mãos sujas de sangue da mulher; respingos do líquido carmim estavam salpicados pelo rosto, porém, apesar do caos em que ela estava, nada tirava a beleza dos cabelos tão vermelhos como o sangue que pulsava em suas veias.

A língua brincou entre os lábios, enquanto ele se aproximava por trás da sua prima com o claro intuito de tocar aqueles cabelos que ele tanto tinha vontade de tê-los para si.

No entanto, antes que sua mão tocasse no primeiro fio, Karin se virou, segurando o pulso do primo.

– Algo o perturbas, meu tão estimado primo? – O quanto ela tinha de bela, tinha de sarcasmo em seus lábios pintados de um vermelho perfeito.

Naruto olhou para o seu pulso sendo manchado pelo sangue de alguma vítima de sua prima com tédio, antes de erguer o olhar firme, com o intuito de mirar os castanhos avermelhados dela.

– Um dia, será seu corpo a dar os últimos suspiros de vida em minha cama, amada prima – a voz saiu baixa e perigosa, mas não intimidou a tão provocante mulher que seduzia com um estalar de dedos as suas vítimas.

– Sinto em lhe dizer, querido – sorriu com malícia e loucura no olhar, ao mesmo tempo que mirava de cima abaixo o corpo tão bem feito e nu do seu primo. Não era a primeira vez que o via assim, já que seu amado primo nunca perdia tempo com banalidades de se vestir antes de tirar os cabelos das suas vítimas.

Ela deu um passo sugestivo em sua direção, sentindo a fragrância dele pelo ar, antes de deslizar as mãos sujas pelo braço forte dele, traçando linhas rubras até alcançar o seu rosto duro e frio.

Ele era alto e forte, mas aquilo não a intimidava de prender-se em seu pescoço, enquanto balbuciava com deboche:

– Mas serei eu a pessoa que desmembrará seu corpo e ficará com aquele lindo relógio de bolso suíço que você herdou do tio Minato.

Naruto não se intimidou, muito menos afastou a mulher suja de sangue de si. Apenas permaneceu com a postura ereta até que ela se satisfizesse de provocá-lo e terminar sua breve visita com um beijo estalado em sua bochecha direita.

Karin tinha métodos que para o loiro eram bárbaras e nada sofisticadas.

Ela seduzia os homens ou detentores de relógios de bolsos que ela quisesse em sua coleção, às vezes chegando até a casar com os seus alvos, para depois matá-los com brutalidade; terminando com desmembramentos sanguinários que manchavam as paredes do recinto, enquanto ela cantava uma cantiga de ninar. A música da morte...

Esses eram os primos Uzumaki.

Sendo parceiros e também inimigos durante as longas viagens que eles faziam pelas terras europeias ou até mesmo orientais, onde ceifavam mais e mais vítimas de seus jogos e desejos.

Por fim, Naruto se voltou para o corpo de Hinata, sabendo que tinha uma última tarefa a cumprir...

 

✵✵✵

 

Londres, 1880

 

– Oh, finalmente modernidade e progresso! – Exclamou teatralmente Karin, sorrindo abertamente para as ruas movimentadas de carruagens de todos os tipos e classes sociais.

A viagem de Paris à Londres levava tempo, mas para aquela mulher, tudo valia o esforço de voltar ao seu berço original.

As roupas, antes sujas de sangue, agora tinham sido trocadas para o vestido da última moda londrina, revelando o seu verdadeiro poderio de rendas e seu título de viúva de um Baronete.

Naruto achava extravagante a maneira que sua prima se portava, mas apenas fingiu cordialidade para os rapazes menores de idade que carregavam suas malas e depositavam com cuidado sobre a carruagem da sua família.

Ele era um homem de posses. O único herdeiro de Minato.

Era reconhecido pela sua beleza e cordialidade por onde passava, apesar de não ter título de nobreza ou de honra como sua prima tinha.

Ele retirou o relógio de prata que Karin tanto cobiçava e notou que chegaria ao entardecer na sua casa de campo, não lhe dando oportunidade para admirar sua coleção sob a luz natural quando chegasse.

O homem suspirou e deu algumas moedas aos ajudantes que agradeceram pela generosidade do senhor.

Naruto sorriu para eles e adentrou na carruagem após oferecer sua mão para a prima.

O transporte sacudia e o barulho intenso da metrópole era irritante, mas o loiro se fechava em seu mundo, segurando sempre com força a mala que continha os cabelos daquela noviça, a qual ele devolveu ao convento, deixando-a deitada nua sobre a sua cama, apenas com um girassol entre os dedos cruzados sobre o peito. Como uma Virgem Maria. Imaculada.

Devolver o corpo era a última etapa do processo da sua arte, restando apenas os finos e diferentes cabelos como lembrança daquela época. Como lembrança daquela pessoa que antes detinha tais fios.

Os fios, para Naruto, eram o símbolo. O retrato do que um dia foi aquela pessoa.

Sempre que olhava para um, se recordava dos sorrisos, dos olhares, das promessas feitas.

Os fios eram os detentores da essência daquela mulher. O único telespectador de todo o horror.

No entanto, enquanto divagava, algo lhe chamou a atenção, como se o próprio vento o incitasse àquele encontro do acaso, pois, transitando entre os exemplares de árvores trazidas de todas as partes do mundo, estava uma mulher em finos trajes de tonalidades pasteis.

Era jovem e de estatura mediana.

Ele não soube definir o que era, mas sentiu necessidade de continuar observando além das vidraças da carruagem em movimento.

A mulher, porém, inerte ao olhar observador do loiro, continuou a passear e conversar com sua companhia; um homem alto de aparência autoritária, queixo quadrado, porém com leves traços orientes, principalmente pelos seus cabelos negros sob a cartola alta e olhos tão escuros como um ônix.

O traje dos dois era elegante, esbanjando o porte de rendas que tinham, mas Naruto não se importava com rendas, apenas queria descobrir quem era aquela mulher de roupas elegantes, à qual escondia parte de seu rosto com um belo chapéu.

O loiro já ia desistir de ver qualquer coisa sobre aquele acessório, mas, por sorte, ou não tanta sorte assim da garota, um vento forte varreu as folhas caídas daquela praça arborizada, levando junto o chapéu da jovem para a surpresa dos dois e até mesmo da dama de companhia que se apressou a tentar buscá-lo enquanto era levado para longe.

No entanto, nada importava mais, porque Naruto já havia visto tudo e aquilo só atiçou seu desejo de possuir aqueles cabelos. Possuir aquela essência de caráter angelical. De caráter imaculado.

Seus olhos estavam vidrados na janela e por mais que a carruagem virasse para o caminho ao contrário da praça, a imagem dos cabelos cor de rosa sendo acariciado pelo vento forte ainda continuava viva em sua memória.

Rosa? Pensou estar enlouquecendo.

A sua imaginação fértil já o fazia sentir a textura dos finos fios deslizando entre seus dedos.

Existe um cabelo cor de rosa. Rio internamente, sabendo que aquela era sua mais nova ambição.

Seu novo alvo.


Notas Finais


Ufa! Chegamos ao final do prólogo hahahaha
Loucura? Doidice? "O que ser isso Gaby-chan?" hahahaha
Eu avisei que era algo que é novo para mim, mas, estou me esforçando hahahah Já tenho 5 capítulos prontos e tenho a intenção de não demorar muito com as atualizações!
Obrigada à todos que leram e até a próxima pessoal ;P

Mais uma vez:

FELIZ ANIVERSÁRIO HITSATUKE!!!!

Agradeço Mirys e LeLeLiMa por me ajudarem com essa história, tanto com avaliação de tema e capa para a fic! Obrigada meus anjos!


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