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História Imaculada - Capítulo IV


Escrita por: Gaby_Uchiha_

Notas do Autor


BEM-VINDOOOOSSSS!!!! Como prometido, EU VOLTEEEEIIII!!!
Meus lindos, vocês me matam de doçura com todos os seus comentários! Obrigada à todos pelo apoio que estão me dando, como eu bem já disse, essa temática não é a que eu estou mais acostumada a fazer, mas estou me divertindo em escrever Imaculada *---* fico muito feliz em ver várias pessoas gostando da história!
Muito obrigada à todos que favoritaram, comentaram ou começaram a acompanhar essa história ^^ e claro... muito obrigada à todos que estão recomendando a história para os seus amigos ou até mesmo em grupos de fanfics. Sim, galera, posso não passear muito nesses grupos, mas tenho informantes ( ͡° ͜ʖ ͡°) heheheh e eu soube que houve essa recomendação no grupo fanfics SasuSaku e até de outras formas. Muito obrigada de coração e é para vocês seus lindos que eu dedico o capítulo de hoje *---*

Divirtam-se...

Capítulo 5 - Capítulo IV


"Aconteceu. A primavera veio e se foi como a realização do meu casamento, mas principalmente, como o meu amado cavaleiro que partiu para terras que eu desconhecia. Não havia mais volta, no entanto, meu tolo coração ainda guardava esperanças de que algum dia eu talvez o reencontrasse"

 Por uma lady

 

 

A mulher admirou mais uma vez seus traços em frente ao espelho desgastado pelo tempo, tendo a certeza de que sua cara roupa, joias e penteado, se mantinham em perfeito estado. Imaculado. Tão diferente do recinto decadente em que se encontrava; cheio de infiltrações e ácaros transitando pelos lençóis puídos da cama. O cheiro de mofo era insuportável, mas os anos frequentando esporadicamente lugares como aquele lhe davam costume para suportar tais condições.

– A senhora deveria permanecer mais tempo em repouso antes de fazer algum esforço – comunicou a velha senhora tão corcunda e de crateras marcadas em seu rosto, mostrando ao mundo a idade e o descaso dos seus cuidados com a saúde.

Os olhos castanhos avermelhados a olharam com descaso através do reflexo do espelho, pouco se importando com as preocupações daquela velha senhora.

– Como se eu não fosse acostumada à tais sessões.

– Vejo inúmeras mulheres mal aguentando a primeira vez, sofrendo sob os efeitos da retirada do concepto por vários dias. Sofrendo do mal que doenças lhe infligem.

– Mulheres fracas e residentes de subúrbios como esse – foi mordaz ao se voltar com raiva para a senhora de voz tão frágil. – Não sou igual a elas que mal aguentam uma sessão. Já fiz várias, já me acostumei. Não me importo com a opinião de uma senhora como você que retira gravidezes indesejadas apenas para alimentar seus vícios – destilou o veneno enquanto colocava as mãos na cintura. – Em nada significam suas palavras para mim.

– Menina Karin, só me preocupo com a senhorita. Sempre me preocupei. O que a senhorita e o seu primo fazem – a boca desdentada de Chiyo entortou com a memória do belo rapaz, o qual ela só nutria repugnância – é errado. Muito errado. Se descobrirem...

– Em primeiro lugar, – ergueu um dedo no ar calando a senhora tão mais baixa que si – você perdeu o direito de me chamar de "menina Karin" assim que deixou de ser a minha ama de leite; hoje você é apenas a mulher que tira essas coisas de dentro de mim, e você deveria agradecer por eu ser uma cliente tão frequente que paga bem pelos seus serviços, bancando-a de forma tão generosa, diferente das migalhas que essas outras mulheres lhe dão e que você aceita no desespero para conseguir um pouco mais de ópio.

"Em segundo lugar, ninguém nunca irá descobrir, pois você é a única que sabe e caso alguém descubra, saiba que a desmembrarei sem piedade ou receio. Você pode não deter um belo relógio de bolso, mas não me importarei com essa trivialidade, ficando satisfeita em apenas tirar um lixo como você desse mundo – mostrou seu sorriso sádico em conjunto aos olhos flamejantes que mostravam perigo. – Por isso, se eu fosse você, manter-me-ia calada ao invés de se intrometer em assuntos que não lhe dizem o respeito. – Karin agarrou o pequeno saco de moedas antes jogar sem cuidado sobre o criado-mudo, fazendo com que muitas moedas rolassem pelo chão de madeira desgastada. – Está aqui suas moedas que você tanto preza. Vá! Entupa-se de drogas e quando me for necessário, a buscarei mais uma vez para fazer o serviço pela qual ainda me é necessária – encerrada sua fala, Karin não esperou por uma resposta, apenas contornou a senhora de ossos protuberantes, partindo daquele apartamento do subúrbio de Londres."

Chiyo suspirou cansada. Abaixando-se de maneira humilhante para alcançar as moedas brilhantes que sua menina havia jogado com tanto descaso.

Ela ainda se recordava de quando Karin era um pequeno e indefeso bebê amamentando em seus seios, já que a sua senhora não poderia produzir leite suficiente para nutrir aquela pequena dádiva que chegava ao mundo encantando a todos com a sua beleza e inocência. Se recordava perfeitamente de Naruto, tão pequeno, próximo a si, observando enquanto Karin era alimentada.

Ela achava aquele menino lindo. Detentor de uma beleza digna de um príncipe. A beleza herdada de seus pais.

Naquela época, ela mal poderia imaginar no que aquelas crianças, as quais ela cuidou com tanto carinho, se tornariam. Porém, sua maior dor era ver Karin se tornar aquela pessoa. Se lembrava da menina curiosa, travessa e gentil que um dia ela foi, tão diferente da manipuladora que apenas a procurava para realizar o aborto de seus conceptos sem nenhum remorso em realizar tal ato.

A lágrima solitária e cristalina rolou pelas maçãs ossudas que um dia foram bonitas, demonstrando, em silêncio, toda a dor que aquela senhora carregava dentro do seu peito e em suas memórias.

 

Do lado de fora, Karin alcançava as calçadas movimentada e cheia de suburbanos, tão diferentes de si.

Melhorou a postura e ergueu o queixo, deixando à mostra o pequeno sorriso malicioso e perigoso que sempre destoava de seus lábios, ao mesmo tempo que seus pequenos pés adornados por finos sapatos feito por medida, desbravavam aquele calçamento irregular, atraindo todos os olhares masculinos e até mesmo femininos por onde quer que passava.

Não respondeu às cantadas que recebia. Por mais que fosse incrivelmente tentador, os homens conseguiam sentir o perigo emanando dos olhos castanhos sempre que um ousava dar um passo em sua direção.

Karin era tentadora, atraía os homens, porém só aqueles que ela permitia tocavam nela. Quando um ousava atravessar aquela barreira, o caminho da morte era certo.

Ela dobrou em um beco estreito, passando sem preocupações por um grupo de jovens operários que logo voltaram os olhares maliciosos em sua direção.

Um assoviou, outro disse alguma obscenidade, e um, mais jovem, se declarou, mas ela não se importou, apenas continuou a dobrar pelos estreitos becos que seriam perigosos para uma dama qualquer, porém, não para uma dama como a viúva do Baronete Hozuki.

Por fim, os passos graciosos pararam admirando a grande porta de madeira fechada de onde gritos e sons grotesco de aposta ecoavam por trás.

– Gosta de apostas, docinho? – Um homem corpulento e braços fortes à mostra ofereceu um sorriso com um charuto entre os dentes podres e um canino de ouro.

– Já tenho o meu campeão – falou com segurança, movendo a mão pequena em direção à porta fechada. – Só preciso entrar para apreciar minha aposta vencer mais uma vez.

O homem riu da língua da mulher, deliciando-se com a visão do belo colo rosado à mostra pelo vestido vinho e pelos inúmeros colares de pérolas.

– Já que é assim, docinho – o homem disse ordenando com um movimento das mãos para que os jovens com roupas simples e boinas abrissem a porta para a senhora. – Divirta-se, minha senhora, caso seu campeão a desaponte, sabe onde me encontrar – fez o movimento de erguer uma cartola imaginária sobre a careca.

– Se um dia o meu campeão me desapontar, guardarei a lembrança do senhor – ofertou as palavras antes de ser açoitada pelo zunido mais intenso dos sons que vinham do longo corredor escuro que a porta revelava.

Com um leve assentir, ela se despediu, entrando com segurança naquele espaço de paredes cruas de reboco e terra batida, onde ratos atravessavam em busca de comida através de seus úmidos focinhos.

O som ia aumentando gradativamente até que se tornou insuportável. No entanto, Karin não se importou com a intensidade dos impropérios que rasgavam a gargantas daqueles suburbanos em direção aos dois homens que estavam se encarando dentro do ringue improvisado por estacas de madeira.

O sorriso de Karin se revelou largo assim que a imagem da costa larga, nua e suada entrou em seu campo de visão. Ela era capaz de ver o brilho trêmulo que aquelas gotículas de suor faziam em conjunto à luz parca das inúmeras lamparinas, fazendo o corpo forte e imaculado parecer em chamas, febril e bronzeado. Tentador ao toque e totalmente chamativo àquelas mulheres suburbanas que também se encontravam ali, deleitando-se com a rara visão de um belo homem em meio aqueles patifes.

Essa constatação só fez seu sorriso mordaz aumentar quando ela se apoiou sobre o parapeito que a separava do ringue. Que a separava do homem de cabelos dourados, expressão dura e também dono dos olhos azuis mais analíticos que conhecia.

Naruto não demonstrava nenhuma emoção, apenas permanecia com a postura ereta, enquanto caminhava calmamente de punhos fechados, rondando sua presa desengonçada, a qual tentava mostrar intimidação com os punhos erguidos, mas nada daquelas trivialidades abatia aquele detentor de terras.

Todos, por maiores que fossem, nunca impregnavam medo em Naruto. Ele era intocável. Inalcançável. Todos se amedrontavam diante do homem tão seguro de si, perdendo a coragem no decorrer das lutas ilegais daquele clube de luta na periferia da Londres vitoriana.

O corte no supercílio do loiro não era motivo para o oponente se orgulhar, todos sabiam que ele havia permitido e agora preparava a emboscada como uma raposa traiçoeira.

Três passos.

Apenas três passos separou a tensão entre os oponentes de um bruto Naruto que imobilizava com habilidade o seu oponente de encontro ao chão de terra batida para o delírio dos apostadores que ansiavam pela sua vitória.

Karin, da mesma forma, gargalhou alto, agraciando-se com a visão do seu tão estimado e perigoso primo deferindo incontáveis golpes em direção ao corpo que tentava se defender inutilmente.

A vitória estava garantida e a inconsciência era sua única saída para que ele parasse. No entanto, enquanto Naruto não via o rosto tão machucado adormecer, ele continuava golpeando.

Os socos machucavam suas grandes e calejadas mãos, porém, ele não demonstrava dor, ao contrário do seu oponente que implorava pela misericórdia que ele não oferecia.

O eco da risada melodiosa da sua prima tomou sua atenção assim que o seu oponente caiu desacordado. A plateia foi ao delírio, mas ele não se importou, apenas ergueu seu rosto suado em direção à ruiva que o aplaudia com fervor, destoando dos seres simples ao seu redor.

Karin pulava extasiada, ainda mais pela visão daquele homem de tronco tão definido, erguendo-se com segurança antes de caminhar a passos firmes em sua direção.

Ele não demonstrava nenhum sentimento em seu semblante duro, apenas se limitou a pular com segurança o cercado do clube de luta, pousando com firmeza sobre as botas adornadas pela poeira daquele lugar.

A mulher, com as mãos unidas, mordeu o lábio inferior enquanto estudava o corpo do seu primo. Quase um metro e noventa de puro músculo e imponência.

– O que faz aqui, Karin? – Foi direto, estreitando os olhos enquanto jogava os fios dourados que grudavam em sua testa, para trás.

Sim. Ele tinha os traços de um príncipe, porém, a audácia de um vilão.

– Hoje eu fui à casa da tonta senhorita Yamanaka – contou em meio ao deboche, rebaixando os trejeitos daquela moça de puro interesse e inveja, enquanto soltava fofocas e segredos das outras damas com facilidade.

– Diga-me algo interessante – falou frio, pondo as mãos grandes no quadril, exaltando ainda mais os seus braços de veias protuberantes exaltadas pelos músculos.

– Ela me disse algo interessante que muito irá lhe interessar – disse com segundas intenções, estalando a língua contra os dentes em deleite.

Naruto não precisou de mais palavras, entendeu o que ela queria. Por isso, sem delicadeza ou delongas, agarrou o pulso delicado da mulher antes de caminhar à passos firmes para fora daquele lugar, nem ao menos desviando o olhar para o garoto que jogava sua camisa para si. Apenas continuou a caminhada firme, arrastando uma risonha Karin por uma mão e com a outra apertando o tecido da sua camisa.

Saiu daquele clube de luta sob o olhar curioso dos homens que guardavam aquele lugar, mas ele não se importou, apenas continuou caminhando com segurança por aqueles becos estreitos rumo à algum lugar apropriado.

Assim que ele alcançou uma calçada movimentada, os suspiros surpresos das mulheres logo ecoaram, acompanhando-o pelo olhar até que adentrasse com pressa em um albergue qualquer de quinta.

Não houve palavras, apenas duas moedas jogadas para o jovem recepcionista antes que o próprio loiro agarrasse uma das chaves expostas no mural.

Karin apenas o seguia com o sorriso prepotente instaurado em seu belo rosto, sabendo muito bem o que ocorreria quando passassem pela simples porta do quarto que haviam alugado.

Por isso, sem delongas ou palavras ditas, Naruto a empurrou com força contra a porta assim que passaram por ela.

A mulher perdeu o fôlego, mas antes que o recuperasse, seu corpo foi prensado pelo grande corpo masculino que roubava seus belos lábios pintados de carmim para si. Sem doçura ou carinho. Apenas de maneira crua e visceral. Da forma mais baixa e animal que poderia se imaginar.

Sem sentimentos.

E Karin apreciou quando a mão masculina rompeu todos os seus cordões com um forte puxar.

As pérolas. Imaculadas pérolas. Quicavam no chão enquanto a mulher se entregava ao prazer que seu primo lhe ofertava com a boca marcando seu doce pescoço alvo ou com as mãos buscando o fecho do seu vestido caro.

 

✵✵✵

 

Ela se admirou mais uma vez durante aquele dia.

Estava mais uma vez diante de um espelho gasto, porém, de aparência melhor do que o anterior. Também estava nua diante dele, deixando a mostra seus seios medianos de aureolas rosadas, mas principalmente, deixando à mostra o pescoço marcado.

Tinha ciência de que o pó de arroz esconderia quando fosse útil, entretanto, naquele momento, ela só queria apreciar seu corpo recentemente marcado em conjunto ao cabelo em caos, denunciando os puxões que havia recebido e que desalinharam seu penteado tão bem elaborado.

Aquela visão lhe tirou um sorriso cálido enquanto seus olhos se fechavam, lembrando-se de quando foi posta de quatro e uma das grandes mãos segurou suas madeixas enquanto a outra mantinha o seu vantajoso quadril no lugar, ao mesmo tempo que a pelve masculina ia de encontro à sua, tirando-a altos arfares quando o pênis de tamanho considerável do seu primo invadia sua cavidade úmida, já tão explorada por ele há tantos anos.

– Seria um momento ideal para lhe tirar a vida – a voz masculina e fria vinda detrás de si, fez a mulher reabrir os olhos, encontrando o reflexo do seu primo deitado desleixadamente sobre a cama daquele albergue.

Apesar das palavras perigosas em sua direção, a segurança não a deixou, apenas mostrou um sorriso zombeteiro para o reflexo do homem inexpressivo antes de o observar por cima do ombro, vendo o corpo dele nu em meio aos lençóis desarrumados. Apenas sua pelve estava coberta e sua cabeça pendia em sua direção.

– Se acha que me satisfaço com tão pouco como aquelas "virgenzinhas" com quem você perde tempo, está muito enganado amado primo.

– Vejo a satisfação estampada em seu rosto – foi sucinto, observando quando a mulher nua se erguia em desafio e caminhava com pose até a borda da sua cama antes de retirar o fino lençol de si com um forte puxão.

Não a repreendeu, nem reclamou. Nudez era banal em seus pensamentos e em suas vítimas, eram a imagem perfeita de alguém imaculado.

No entanto, sua prima não pensava da mesma forma que si e ele sabia que a luxúria que faltava nele, havia de sobra nela, principalmente quando ela o contemplava por inteiro.

– Só não a mato agora porque seu pescoço está marcado e porque sua informação me é importante – falou como se estivesse dizendo "bom dia".

O canto dos lábios de Karin se ergueram com aquela declaração tão característica do seu verdadeiro primo, diferente da casca falsa que ele vestia diante das moças que ele sempre conquistava com palavras dóceis e um toque de desejo por parte delas.

– Como eu bem já disse, ainda não estou satisfeita – foi petulante enquanto sentava sobre a virilha do homem mais velho que si.

A cama de molas rangeu com o novo peso e isso a fez rir ainda mais quando repetiu o movimento de maneira sedutora, brincando com o corpo do rapaz. Cavalgando-o. Querendo estimulá-lo enquanto a cama rangia mais e mais e ela tinha plena ciência de que os vizinhos os escutavam através daquelas paredes tão finas.

Como tão bem já haviam escutado mais cedo...

– Diga o que você tinha para me dizer, Karin – ele exigiu sem alterar a voz ou a expressão para a mulher que fazia movimentos sedutores sobre a sua intimidade.

– Hmm – ela gemeu baixo enquanto se inclinava e depositava um beijo molhado na altura do peitoral dele. – Ela me contou sobre a vida da Miss Sakura, do Barão e do Comendador Uchiha.

– Algo que eu ainda não saiba? – Questionou.

– Hoje o Barão de Louborn e o Comendador de Northville farão uma programação interessante – ela arfou sentindo o volume surgindo diante da sua intimidade ainda excitada com as lembranças da sua última consumação.

Naruto segurou com força o quadril de Karin antes de girá-la, mudando de posição na cama para a alegria dela que apreciou a visão dele sobre si.

– Que tipo de programação, Karin?

– Do tipo que homens participam e que você deveria também participar para se aproximar do paizinho da sua mais nova "virgenzinha" – respondeu com o queixo erguido e sorriso presunçoso, vendo a expressão inalterada do seu primo, porém sabia que a mente dele maquinava a todo fervor. No entanto, como todas às vezes, ele não compartilhou seus pensamentos consigo.

Ela até se questionaria sobre o que perpassaria pela mente doentia dele, mas esse questionamento perdeu a importância quando os lábios grossos e masculinos voltaram a capturar os seus e ela se aproveitou para contornar os ombros largos com seus finos braços, colando o grande corpo masculino de encontro ao seu febril.

Fazia tempo que eles não duelavam em uma cama. Tempo demais para ela. Tempo insignificante para ele.

Por isso, ela aproveitaria para sucumbir ao prazer enquanto o dia permitisse, até que ele tivesse que partir em busca do encontro com o Barão de Louborn e do Comendador Sasuke Uchiha.

Ela sucumbiria ao pecado que eles tanto nutriam por anos.

Sem amor. Sem promessas. Sem ilusões. Apenas o ato carnal.

 

✵✵✵

 

– Ela era linda, não achas? – A voz do Barão ressoou detrás da moça que logo se prontificou a se voltar ao pai e lhe ofertar um doce sorriso.

– Sim. Mamãe era muito linda. Infelizmente não pude conhecê-la – lamentou-se com o olhar baixo em direção ao grande retrato que admirava antes da chegada do seu pai ao recinto.

– Uma grande lástima – a voz sempre imponente e alegre do senhor, tornou-se baixa e nostálgica ao pôr a mão sobre o ombro da sua menina e admirar o retrato da sua bela e falecida esposa.

A Baronesa Mebuki era uma mulher bondosa, fina, não tão prendada quanto sua filha, porém de beleza comparável, principalmente pelos seus grandes e brilhantes olhos verdes idênticos aos da sua única filha.

– Tenho plena ciência de que vocês duas se dariam muito bem e ela se orgulharia muito pela filha que tem. Seja onde minha falecida esposa esteja, e tenho certeza de que está nos observando ao lado do Nosso Bom Senhor, sei que ela está orgulhosa por você, Sakura.

– Fico feliz em escutar tais palavras, meu pai – ela agradeceu de maneira polida, abraçando o pequeno livro de capa de couro tão gasta que carregava nos braços.

– Lendo de novo, minha filha – ele observou o objeto lembrando-se como sua menina era uma leitora voraz, sempre carregando um livro pela casa quando Tsunade não a prendia no treinamento de algum instrumento musical até que julgasse o talento de Sakura exemplo da perfeição.

– Senhora Tsunade após a bronca por descobrir que não aceitei de prontidão o pedido de casamento do Comendador, se reclusou na cozinha ordenando os empregados com as tarefas. Resolvi aproveitar o tempo para pôr minhas leituras em dia – comentou com serenidade, mesmo assim, a risada destoou do mais velho.

– Ah! Tsunade ficou revoltadíssima com a notícia. Fiquei em cativeiro em meu próprio escritório por uma longa hora enquanto escutava daquela mulher que a culpa de sua leviandade era por causa da liberdade que a dou. Até mesmo recebi uma repreensão por não ter entregado sua mão quando o Comendador pediu a mim.

– Perdão pelo incômodo, papai. Não era a minha intenção causar tal alvoroço em nossa residência – foi sincera, culpando-se pelos últimos ocorridos.

– Não se culpe, minha menina. Tudo o que eu desejo é que você seja feliz e em nada me agradaria ir visitar minha filha em sua residência e descobrir que minhas escolhas para o seu marido a fez infeliz. Por isso, independente da sua escolha, e sei que bons pretendentes não lhe faltam, eu serei feliz se você estiver feliz. Claro que como seu bom pai, terei uma franca conversa com o seu escolhido, deixando claro que ele terá muitos inimigos caso não lhe faça tão feliz como tanto mereces – brincou, tirando risadas da menina.

– Ah, papai...

– Mesmo assim, não posso negar em dizer que fiquei muitíssimo feliz ao saber que a senhorita está pensando na proposta do Comendador. É um bom homem. Sério demais devo admitir, e característica essa que pensei a princípio que não apreciaria, porém, com o tempo, pude ver as virtudes do rapaz e sua maneira silenciosa é apenas um traço da sua personalidade reservada. Pude também descobrir que é um prestativo rapaz.

– Decerto, papai.

As batidas na porta interromperam a conversa pai e filha antes que ambos pudessem admirar a entrada do Comendador na tão conhecida sala de leitura da residência do Barão.

– Interrompo? – Questionou com polidez após a mesura diante dos anfitriões.

– Oh! Sem formalidades, Comendador. Sabe que já é de casa. Sempre é bem-vindo a se juntar em nossa conversa.

– Fico feliz em saber sobre sua estima, Barão – ofertou um dos seus raros sorrisos de canto antes de desviar seu olhar para a menina que se mantinha em silêncio sempre com um breve sorriso estampado em seus finos lábios. – Como vai, Miss Sakura? – Fez uma breve mesura dedicado a ela, notando com satisfação a presença do colar da sua família ao redor do pescoço feminino.

– Muito bem, Comendador. E o senhor?

– De igual forma.

Ela assentiu alargando um pouco o sorriso antes de dançar o olhar sobre os dois homens.

– Meu pai me informou que os senhores sairão para se divertir essa noite. Por favor, Comendador, certifique-se de que meu amado pai não exagere. Ele anda se descuidando muito da sua saúde nos últimos tempos. Preocupa-me tal descuido – exclamou ao jovem Comendador que assentiu de acordo.

– Dou a minha palavra de que presarei pela saúde do seu pai em seu nome, Miss Sakura – sorriu para a jovem que mostrava uma face satisfeita devido a sua promessa.

– Ah, jovens – exasperou o mais velho em meio à uma risada. – Não se preocupem com esse velho. Nada mais rejuvenescedor do que uma agradável noite entre amigos – riu mais uma vez pondo as mãos sobre a protuberante barriga.

– São apenas cuidados, amado pai – explicou a mais nova, ofertando um sorriso ao pai. – Mesmo assim, desejo que sua noite seja maravilhosa.

– Obrigada, meu anjo – agradeceu beijando a mão da própria filha antes de caminharem para fora da residência entre comentários entusiasmados do Barão sobre mais uma noite em um Clube de Cavalheiros na West End.

Sasuke permaneceu em silêncio, privando-se à poucas palavras e aproveitando a oportunidade para se despedir com um beijo cálido na mão desnuda de Sakura antes que entrasse na carruagem para acompanhar o Barão para a noite de jogos e conversas entre homens.

O sorriso que ela sempre lhe ofertava, era um enigma. Ao mesmo tempo que achava que estava avançando, encontrava a dúvida se aquele seu pensamento era verídico ou obra da sua mente fantasiosa.

– As mulheres são confusas, não é meu jovem? – O Barão comentou notando o silêncio do Comendador após uma pergunta qualquer.

Sasuke sabia que ele se referia à filha, por isso, apenas se limitou a dizer antes de observar as ruas arborizadas de Londres:

– Elas são sim, Barão.

 

✵✵✵

 

Assim que chegaram ao imponente prédio do Clube de Cavalheiros à qual faziam parte, não tardaram a entrar no imenso salão já cheio de exímios exemplares da alta sociedade londrina.

Por mais que não fosse a White's, o clube fundado pelo Duque Willians tinha grande fama, principalmente entre os homens do ramo industrial e do comércio.

Entre jogos e apostas, conversas baratas e até mesmo fúteis, muitos acordos comerciais já haviam sido fechados entre si; até mesmo foi em uma mesa como aquelas que o Barão de Louborn decidiu construir sua própria Indústria Têxtil, a qual cada dia crescia mais em nome e em respeito.

Esse universo dos Clubes de Cavalheiros encantava o Barão, que era um assíduo frequentador, sempre esbanjando seu bom humor e oratória entre os homens que tão bem o conheciam; amava tanto aquele lugar, que o considerava sua segunda casa, além de não ter perdido tempo em trazer o Comendador – assim que a intimidade das conversas o permitiu – para o seu clube, até mesmo tornando-o um membro.

Sasuke, por outro lado, não tinha uma visão tão romântica de tal lugar, mas admitia que era um lugar apropriado para se relaxar. As grandes colunas que adornavam o amplo salão de tapete vermelho – onde no centro, um pequeno palco com uma banda tocava uma música animada com os instrumentos de corda – alojavam um ambiente perfeito para se socializar e até mesmo estabelecer boas relações, considerando-o melhor do que em um baile, pois ali não haviam jovens moças balançando seus leques, com o claro intuito de chamar sua atenção – a atenção de um jovem solteiro dono de expressivas posses e um título de honra.

– Oh, veja ali, Comendador. O senhor Yamanaka nos chama para se juntar a ele – comentou com empolgação, já caminhando para a mesa onde o pai de Ino se erguia para receber os amigos com uma mesura.

– Pensei que não viria mais, Barão! – Exclamou o banqueiro após as formalidades.

– Não faltaria à uma noite do Clube nem por fortunas, meu bom amigo – gargalhou sendo acompanhado, ao mesmo tempo que se acomodava na acolchoada cadeira. – O que vai ser hoje? Cartas? – Observou a quantidade de cartas e fichas sobre a mesa de tecido felpudo verde.

– Ah, meu bom amigo. Hoje estou com vontade de apostar. Que tal um jogo de duplas?

– E quem seria sua companhia? Espero que dessa vez você escolha bem sua companhia e dê um pouco mais de trabalho para mim e para o Comendador – falou rindo, olhando de canto para o sério Comendador que era um ótimo jogador e seu companheiro nas apostas quando não era só observador e o Barão fazia parceria com o banqueiro.

– Então pode ficar tranquilo. Tenho um parceiro à altura dos nossos jogos essa noite – esbanjou antes de ingerir um pouco do seu espumante.

– E quem seria? – Perguntou curioso o industrial.

– Creio que o senhor Yamanaka esteja se referindo a mim, Barão – a voz masculina, jovem e sorridente, tomou total atenção de Sasuke, que voltou subitamente os olhos negros confusos ao azuis que dividiam a atenção entre ele e o Barão.

– Veja só quem temos aqui!? – Exaltou o Barão feliz, erguendo-se para apertar a mão do rapaz com força. – Sr. Uzumaki, não sabia que o senhor era membro do nosso clube!

– Por mais que não tenha muito tempo para desfrutar dos prazeres de Londres, gosto de manter minha filiação com os clubes daqui. Não sabe qual foi a minha surpresa ao chegar e me encontrar com o senhor Yamanaka esta noite, ainda mais me informando que os senhores também viriam – explicou sentando-se em seu lugar, antes de fazer uma mesura rápida para Sasuke. – Como vai, Comendador?

– Muito bem – respondeu com outra mesura, porém, sem o entusiasmo que Naruto mostrava aos mais velhos.

Ele não apreciava a presença do loiro ali. Não conseguia acreditar em sua má sorte do loiro fazer parte do mesmo clube que eles.

Naruto, por outro lado, sentia os olhos ferinos do Comendador sobre si. Sabia que por mais que não dissessem nada, eram como inimigos puxando uma mesma corda para lados opostos. O loiro, por mais que não tivesse sentimentos, estava achando interessante a presença de alguém audacioso como o Comendador, que parecia não ceder aos encantos de ter um bom amigo como ele.

O Comendador era diferente e tornava tudo mais interessante naquele jogo que Naruto tramava. Por mais que seus objetivos demorassem mais a ser concluídos pela presença de tal homem, no final, o prazer de dar o xeque-mate seria maior do que das outras vezes.

– Bom, já que nossas duplas estão formadas. O que estamos esperando para começarmos? – O banqueiro inqueriu já distribuindo as fichas e cartas sobre a mesa.

O Barão, correspondia com um largo sorriso ao amigo, enquanto os mais jovens sustentavam um olhar sério cheio de significados que não eram compreendidos ou percebido pelos seus companheiros.

Foi assim que a partida começou e transcorreu, até o momento que o Barão perguntou:

– E como anda a senhora Yamanaka e sua filha, meu amigo?

– Estão muito bem. Aliás, senhor Uzumaki, soube que a Baronetesa esteve na minha residência visitando minha esposa e filha, hoje – comentou lançando um olhar de canto sobre um sorriso satisfeito para o loiro que apenas correspondeu com um largo sorriso, jogando uma carta sobre a mesa.

– Ah, minha prima adora fazer visitas. Por onde passamos ela faz rapidamente amigas. Ela adora conversar, às vezes me sinto culpado por não ter uma esposa para fazer companhia à minha amada prima em minha residência. Muitas vezes sou eu o seu único ouvinte! – Comentou sabendo muito bem que era ouvido atentamente pelo Comendador de olhos fixos e analíticos sobre as cartas.

– Há coisas que só podem ser ditas e entendidas pelas mulheres. Compreendo muito bem sua situação, senhor Uzumaki. Veja a minha situação, sou pai solteiro de uma menina, a minha grande sorte que minha Sakura tem uma ama sempre presente e amigas como a senhorita e a senhora Yamanaka! – Exclamou o Barão.

– Ah, mas é agradável conversar com as nossas companhias também. Creio que o senhor compartilha de igual pensamento que o meu? – Jogou sua primeira indireta.

– Mas é claro! Amo ter a presença da minha filha ao meu lado. São agradáveis suas conversas. O Comendador sabe bem do que eu digo.

– Sim – Sasuke se prontificou a anunciar, direcionando o olhar para o loiro que mantinha o sorriso para si. – São muito agradáveis as conversas com Miss Sakura, ainda mais quando elas são tão frequentes.

– Concordo com você, Comendador. As conversas com Miss Sakura, são encantadoras. Espero poder apreciá-las mais vezes – respondeu, não se abalando pela fala anterior do moreno. – Aliás, Barão, preciso lhe dizer que o senhor tem uma agradabilíssima residência – dirigiu-se ao Barão, mas sabia que a sobrancelha de Sasuke havia se erguido um pouco em confusão.

– Ah, fico feliz que minha residência aqui em Londres tenha-o agradado tanto, por mais que eu prefira as instalações de Louborn – foi polido. – Soube também que o senhor foi até a minha residência em busca de notícias da minha filha!

Aquilo foi ultrajante para Sasuke que estreitou o olhar.

– Sim. Perdoe-me pelo mal jeito de aparecer em uma hora inoportuna. Estava de passagem e quis verificar se Miss Sakura havia melhorado desde o último baile.

– Oh! Não se preocupe meu jovem. Fico feliz em saber que ainda existam jovens preocupados com o bem-estar dos outros.

– A saúde de uma pessoa é um bem a ser preservado – a sentença tirou uma alta gargalhada do Barão.

– Pelos Céus! Comendador, senhor Yamaka, vejam! Encontrei uma alma semelhante à da minha filha – riu mais uma vez. – E eu que acreditava que só ela se preocupava tanto com esse tipo de coisa – tomou mais um pouco do champanhe, tentando se acalmar antes de explicar ao amigo de longa data. – Ah, meu bom amigo, creio que a minha demora foi devido às preocupações exageradas da minha filha com a minha velha saúde.

– Mulheres, sempre se preocupando conosco – disse alto o banqueiro. – O que seríamos sem elas!?

– Pobres homens descuidados, presumo eu – respondeu risonho, antes de dividir seu olhar entre os mais jovens. – Sabem meus caros, um dia, e eu espero que seja logo, vocês dividirão seus leitos com suas esposas. Aguardem, suas saídas de casa para clube ou afazerem se tornaram mais demoradas que o de costume, porém, mais agradáveis devido às preocupações femininas – voltou o olhar para o amigo. – Tal ideia me parte o coração em pensar que perderei a preocupação da minha menina para um gentleman.

– Tenho certeza que Miss Sakura não pararia de se preocupar com a saúde do senhor por mais que vivesse em outra residência, Barão – observou o Comendador. – Até mesmo posso acrescentar que seu genro seria um tolo se não se preocupasse com o homem que lhe permitiu a felicidade de um casamento ao lado da esposa.

– Devo ressaltar que apoio a boa opinião do Comendador – disse convicto Naruto, chamando a atenção de Sasuke.

– Ah meu bom Comendador e senhor Uzumaki. Ouça a voz da experiência! Assim que nos casamos, não há algo que nos fascine e chame mais atenção do que o rosto de nossas belas esposas. É um sentimento estranho acordar todos os dias e olhar para o lado e a ver ali, tão sublime, ao mesmo tempo que nos lembramos que temos um laço forte prendendo-nos a ela até a morte. Acredite, meus jovens, com a presença tão ilustre de tal moça que nos desvia até mesmo de nossas obrigações comerciais, é insignificante o espaço de preocupação aos nossos sogros que sobra em nossos pensamentos. Não é, senhor Yamanaka?

– Exatamente, Barão – concordou o outro.

– Após a opinião tendo embasamento a voz da experiência, creio que eu e o Comendador ficamos de mãos atadas – comentou com humor, retirando risadas dos mais velhos. – Até mesmo senti mais vontade de desposar uma jovem ao ouvir seu breve relato.

– Oh, o senhor procura uma esposa, senhor Uzumaki? – Perguntou curioso o homem de longos cabelos loiros que analisava as jogadas.

– Há uma idade em que chegamos que a sociedade nos alerta que já está na hora do grande passo. Imagino como deve ser opressor para as jovens se para nós homens já é dessa forma.

– E como! – O Barão iniciou. – Ter uma filha moça em idade de se casar me dá clara ideia do quanto é opressor para nossas jovens, inclusive nos requisitos. Olho para a minha Sakura e vejo como é belo ela ter tantas prendas e falar fluentemente várias línguas ao mesmo tempo que é graciosa, creio que nós homens somos poucos cobrados em comparação às nossas mulheres.

– Sim – concordou o banqueiro. – Sempre quando olho para a minha esposa e filha, tenho mais certeza que a beleza da arte das prendas é algo que só as mulheres podem ter. Enquanto nos resta a responsabilidade de dizer se tal rapaz é digno ou não da sua filha.

– Creio então que sou ainda mais inútil, senhor Yamanaka – brincou o industrial em altas risadas. – Nem ao menos disso posso desfrutar!

Inoichi apenas acompanhou o amigo, sabendo muito bem da situação do amigo, Naruto, porém, aproveitou a deixa:

– Como assim, Barão?

– Ah meu jovem. Minha filha é a dona do próprio coração. É ela quem decidirá a quem ele vai pertencer e não esse velho à sua frente.

A sobrancelha loira sobressaltou com aquela novidade que ajudaria muito em seus planos, compreendendo mais o porquê de Sakura ainda não ser noiva do Comendador, afinal, um jovem como aquele era o desejo de qualquer pai.

Desviou os olhos azuis para os negros e viu desconfiança neles.

Ele sorriu com aquela afronta, lembrando-se claramente de quando ele havia dito que ela era comprometida, mesmo sendo uma inverdade.

O Comendador queria estabelecer seu território e não gostava de infiltradores.

– Uma visão muito avançada o senhor tem – comentou, voltando-se ao Barão. – Deve ser complicado para Miss Sakura ter que se preocupar com todas as prendas e avaliar ao mesmo tempo os seus admiradores. Além de crer que são muitos!

– Ah, são mesmo! Lembro-me perfeitamente de quando a apresentei para a sociedade. Logo após o primeiro baile já havia jovens declamando poemas na frente da nossa residência – riu extasiado. – Mesmo assim, confio no discernimento da minha filha. Ela já negou vários por julgar como paixões esporádicas por parte dos jovens. Para a minha filha, mais vale uma instigante conversa do que um rosto bonito – disse orgulhoso.

Aquela nova informação fez sua mente maquinar como nunca. Olhando de canto para o Comendador, estabeleceu as virtudes que ele tinha sobre o outro.

Naruto era um ótimo orador, poderia envolver Sakura com conversas de todos os teores, diferente de Sasuke que era mais recluso.

Aquela ideia fez surgir um sorriso de canto em seu rosto e ele sabia que aquela risada seria entendida perfeitamente pelo moreno que apenas estreitou os olhos.

– Sua filha é muito sábia tendo tal pensamento, Barão – comentou contente, sem desviar o olhar de Sasuke, antes de depositar sua última carta na mesa e dizer: – Venci!

Os três homens se surpreenderam com a vitória inesperada de Naruto.

– Pelo visto temos um exímio jogador entre nós! – Exclamou animado o Barão.

– Gosto de jogos, Barão – sorriu prepotente, acrescentando em pensamentos:

E eu sempre venço no final.

 

✵✵✵

 

Durante o decorrer da noite, o teor alcoólico preenchia as veias dos senhores. As conversas antes contidas, agora estavam repletas de risadas e piadas.

Naruto resolveu transitar um pouco, conhecer o local onde o clube do Duque Willians se alojava.

Haviam homens de todas as idades, até mesmo jovens ricos de outras cidades se hospedavam por um tempo nos quartos do andar superior antes de acharem uma residência para tomar posse.

Enquanto transitava pelo segundo andar, admirando o tapete vermelho e as iluminarias de cristais, ele sentiu passos se aproximando de si.

– Estava me perguntando quanto tempo mais demoraria para que ficássemos à sós – comentou antes de se voltar lentamente para o Comendador de porte imponente e rosto duro, onde seus olhos flamejantes se alojavam.

– Audacioso seu jogo de se aproximar do Barão – foi direto.

– Não foi exatamente isso o que você fez ao chegar em Londres? – Falou com um sorriso debochado. – Acho que eu também posso ousar de tal estratégia, por mais que, diferente de você, eu tenha levado menos tempo para perceber que a decisão final é de Miss Sakura.

– Não se trata apenas de Miss Sakura. Não se trata apenas de conquistar a moça. Ela tem uma vida, amigos.

– Eu sei. Por isso, não se preocupe Comendador, pois no dia em que Miss Sakura se decidir e caso ela me escolha, tratarei todos ao seu redor com igual estima.

– Tem mesmo a pretensão de continuar com esse jogo tolo? – Estreitou o olhar.

– E por que eu não continuaria? – Abriu os braços. – Por sua causa? Por você ser filho de um Conde e eu não ter nem um título de honra? Ora, Comendador, não se preocupe. Os nobres discutem em me ofertar um título pela importância e tradição da minha família se isso o aflige.

– Um título de Baronete, presumo – disse com um sorriso de canto. – Miss Sakura pode ter muito mais do que isso ao meu lado e nós dois sabemos disso. Está sendo egoísta ao pensar em si antes dela. É essa estima que você tem por uma senhorita que você conheceu há poucos dias?

– Nós dois sabemos e ela também sabe, mas pelo visto isso não é importante para a jovem – balançou a mão com descaso no ar. – E sobre a minha estima tão recente, devo dizer que o senhor foi semelhante a mim.

Sasuke deu um passo à frente, sabia que o loiro não se intimidava, mas ele também não.

– Admito que no início possa ter sido apenas apreciação da sua beleza, mas eu tive tempo para ver a profundidade de tal casca. Diferente do senhor.

– Então que o tempo venha ao meu favor – sorriu de canto.

– Não sei se haverá tempo suficiente para o senhor compreender o que eu digo.

– Isto é uma tentativa de me intimidar, Comendador? – Naruto estreitou os olhos, sorrindo sem humor, enquanto seus pés aproximavam-no do moreno inalterado. Aquele jogo estava ficando mais interessante. – Saiba que não sou movido por intimidação.

– Muito menos eu, senhor Uzumaki – disse frio, antes de se retirar. – Apenas vim lhe dar esse lembrete – voltou as costas para o loiro, antes de iniciar os passos para fora daquele corredor.

– Pode não ser facilmente intimidado, mas é inseguro, pois se deu ao trabalho de vim até aqui me informar sobre seus interesses – aquilo fez os passos de Sasuke pararem e os olhos negros o fitarem por cima do ombro. – Devo supor que tal insegurança tem a ver com o fato de estar conseguindo adentrar em território que o senhor tanto preza. Tem a ver com a senhorita Sakura e seus interesses.

– É o que veremos, senhor Uzumaki – se limitou a dizer em meio à um estreitar de olhos, antes de voltar a caminhar com segurança.

– É o que veremos, Comendador Uchiha – Naruto sussurrou, deixando toda sua máscara cair enquanto seus olhos ainda estavam fixos na costa larga e segura do outro homem. Do homem que ousava desafiá-lo, deixando tudo mais interessante aos seus olhos.


Notas Finais


Hmmmm... Clube de Luta e Clube de Cavalheiros *---* ai como eu amo Londres Vitoriana e suas características *----* hahahah
O capítulo de hoje foi feito para mostrar um pouco mais sobre os primos Naruto e Karin. Vocês sabem que eu não gosto de dar tudo de bandeja, eu conto o passado por partes ^^ e digamos que ainda falta muita coisa para ser contado sobre o passado desses dois hahaha mas hoje eu dei uma amostra deles *---*
Espero que tenham gostado!
Obrigada à todos que leram. Tenham um lindo domingo e até a próxima!

[NOVA FIC POSTADA][SONG][SASUSAKU]:

Sacerdotisa: https://spiritfanfics.com/historia/sacerdotisa-6863860
[One][OST de Scarlet Heart][Romance, UA, Japão Feudal][Livre]


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