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História Imagine Baekhyun -Dois Mundos, Um Amor - Dançando Nas Estrelas


Escrita por: Juryiika

Notas do Autor


Esse é o último capítulo. Aproveitem.

Capítulo 18 - Dançando Nas Estrelas


Fanfic / Fanfiction Imagine Baekhyun -Dois Mundos, Um Amor - Dançando Nas Estrelas

  De repente, ouço um barulho que eu já conheço. Barulho de uma arma. Aperto firme o braço do garoto que estava envolvido em meu corpo, que me abraça ainda mais forte, também assustado.

  -(S/N)... –Baekhyun me solta – A Otávia, (S/N). Será que ela foi atingida?–Viro-me para o lado de Baekhyun, sendo capaz de ver seus olhos cheios de lágrimas que teimavam em cair.

  Baekhyun sai da cama apressado, sendo seguido por mim, que corro preocupada atrás do garoto. Ele abre a porta com dificuldade e corre para o lugar de onde vinham os barulhos. Rudolph, que estava por perto, corre atrás de nós, enquanto nos repreende por estarmos correndo em direção aos barulhos de tiro. Logo, deixamos Rudolph para trás.

  Quando finalmente alcanço Baekhyun, o agarro pela manga de sua blusa, para que parasse de correr. Ainda bem, porque exatamente nessa hora, guardas passavam a algumas árvores a frente, nos procurando. Os guardas saíram e Baekhyun continuava paralisado. Ele estava tão congelado ao ponto de que eu não conseguia sentir um músculo dele se mexendo. Os guardas passaram reto e Baekhyun continuava naquela mesma posição.

  -Baek, está tudo bem? –Sussurro baixo em seu ouvido, com medo de que os guardas voltem e nos peguem.

  Baekhyun caminha devagar por meio as árvores e agacha. A sua frente estava Otávia. Ela deu a vida por nós. Nós nos conhecemos por pouco tempo, mas eu gostava bastante dela. Baekhyun tem vínculos muito grandes com os animais, ele está sofrendo muito mais do que eu.

  -(S/N), nossa filha! A Otávia era como um sinal de vitória, sempre que eu olhava para ela, lembrava-me de nossas performances e de nossos fãs. Além de que ela era um amor. Ela merece todas as nossas lágrimas. Otávia arriscou sua vida por pessoas que ela nem conhecia direito! Você tem ideia do que é isso, (S/N)? Amor não é algo que apenas humanos sentem, mesmo os animais sentem isso, talvez até com mais intensidade que alguns humanos. –Baekhyun já estava aos soluços e seu rosto ensopado.

  Agacho-me ao seu lado e passo a mão em suas costas como um consolo. Apesar de tudo que já passamos e tudo que Baekhyun fez por mim, eu não sei como acalmá-lo. Ele sempre me faz parar de chorar. Baek sabe exatamente como me acalmar e me deixar feliz nos piores momentos. Sinto-me... Inútil. Eu nunca fiz nada de bom na vida do Baekhyun, na verdade, eu só atrapalhei-o. Eu tirei tudo dele, nunca parei para pensar nisso. Ele se empenha em me compensar por ter saído do castelo, mas será que eu me empenho o bastante para compensar a magia perdida? Eu só gostaria de fazer algo por ele.

  -Baekhyun, vamos voltar. –Puxo seu braço.

   -Como assim, (S/N)? Ela é nossa filha, ela morreu por nós. –Baekhyun se solta de meus braços - Vamos pelo menos colocar uma florzinha aqui. –Baekhyun pega uma pequena flor amarela que estava por perto e coloca sob o corpo de Otávia.

  Baekhyun continua agachado. Ele está rezando. Agacho-me ao seu lado e passo a rezar por Otávia. Essa égua foi realmente incrível. Otávia, não se preocupe, não me esquecerei de você.

  -Baek, o que posso fazer por você? –Pergunto encostando minha cabeça no ombro de Baekhyun.

  -(S/N), sinceramente, não faça nada. Você estar ao meu lado é o suficiente. –Ele levanta seu rosto inchado e leva sua mão até minha cabeça – Desculpe, eu sei que a morte faz parte do ciclo natural de vida, meu coração só demora um pouco para aceitar... Bom, vou seguir em frente sorrindo, porque Otávia fez isso para prezar nossa felicidade. –Ele sorri fraco em meio às lágrimas.

  -Nós vamos seguir em frente juntos, não se preocupe Baek. –Aperto as bochechas vermelhas de Baekhyun – Meu Baekfish.

  -Pena que não podemos enterrá-la, é grande demais... –Baekhyun se levanta devagar – E agora?... O que faremos? Vamos viver dentro daquela árvore para sempre?

  -Ah, vamos. Desde que eu esteja com você, aquela árvore é como um palácio pra mim. –Sorrio e pego na mão de Baekhyun – Vamos voltar para a árvore. Claro, vamos nos banhar antes, não sei se percebeu, mas esquecemos desse detalhe. –Mudo o rumo da conversa.

  Nós vamos para a árvore, buscamos a escova de dentes e a de cabelo e fomos para um lago ali perto, onde nos banhamos.

  No caminho de volta para nossa “casa”, que no caso iríamos pedir emprestada para sempre, Baekhyun andava cabisbaixo.

  -Baek, eu gostei muito de carinho na barriga, você tinha razão sobre ser bom. –Falo tentando animá-lo.

  -É claro que estava bom, eu que acariciei. –Ele me abraça de lado.

  -Se você quiser eu faço em você também. Podemos revezar.

  Baekhyun riu. Mas logo os risos foram cessando.

  -(S/N), sei que isso não vem ao caso, mas como nossos filhos irão caber naquela árvore?

  -Tem razão... Vamos apenas voltar para o plano original de fugir da França e comprar uma casa. Teremos de avisar Rudolph. Aliás, acabamos deixando-o para trás. –Solto um riso nervoso.

  -Ele vai ficar nervoso, mas foi por uma boa causa, espero que ele reconheça. –Baekhyun olha para o céu na tentativa clara de segurar suas lágrimas.

  -Eu reconheço. –Rudolph aparece de repente em meio as árvores – Vocês sonham alto demais, por enquanto, fiquem aqui. Não é como se seus filhos fossem nascer de um dia para o outro.

  -Hm... Devo admitir que tem razão, Rena Falante. -Baekhyun zomba com um sorriso irônico.

  Ou Baekhyun esquece rápido das coisas, ou está apenas tentando fazer com que não nos preocupemos com ele. Meio impossível, porque seu rosto inchado e seus olhos vermelhos entregavam sua tristeza, o que tornava difícil não sentir dó.

  -Vão dormir, crianças. Vocês não crescem mesmo. Ou mais precisamente, Baekhyun. –Rudolph empurra Baekhyun e eu com a cabeça para dentro da árvore.

  Nem percebi a chegada da noite.

  Baekhyun fecha a porta antes que eu possa acender uma vela, deixando-nos em uma escuridão assustadora. Vou apalpando as paredes, a fim de reconhecer os locais da árvore. Chego até o botão que Rudolph usava para abrir o armário e piso, abrindo a porta. Pergunto-me como ele faz essas coisas... Será que tem que ser inteligente para usar magia? Decorar alguma coisa? Não, acho que não, já que Baekhyun também foi mágico.

  Acendo uma vela com dificuldade e coloco-a em um pires. Sou surpreendida por Baekhyun já deitado na cama. Deve ter ido muito cautelosamente. Baek afasta o corpo para um lado, dando-me espaço. Deito-me do lado dele, admirando novamente seu rosto. O garoto sorria sereno, seus olhos me passavam segurança, como se nada estivesse acontecendo lá fora, sem mortes, sem ruindades, sem meu pai, sem minha mãe, sem Alois, sem Royse. Éramos apenas eu, ele, uma vela e uma árvore.

  -(S/N), obrigado. Eu te amo. –Ele murmura enquanto sorri timidamente.

  -Pelo que está agradecendo, Baek?

  -Por ter largado tudo por mim.

  -Com você não foi diferente, não é? Sente falta das asas de pomba? –Agarro uma das mãos de Baekhyun e levo-a para perto de meu rosto, apenas para me sentir mais próxima dele.

  -Nem um pouco, acredita? Eu sinto como se minha única magia fosse você. –Ele desata nossas mãos e passa a acariciar meu rosto.

  Eu só queria ter palavras para definir Baekhyun. Ele é radiante. Ele é minha força. Ele me faz sorrir, mesmo quando está triste. Por que, entre tantas pessoas, entre tantas fadas magníficas, eu fui a escolhida?

  Estou com tanta vergonha, por quê? Nem sei como respondê-lo.

  -Boa noite, (S/N). Durma calmamente e não se preocupe com nada, apenas aproveite cada segundo.

  Baekhyun aproxima seu rosto do meu, encostando nossos lábios de leve, como se esperasse algo. Levo minha cabeça e cesso a pouca distância que havia entre nós, finalmente iniciando o beijo. Baekhyun era doce, mas não um doce enjoativo, um viciante. Depois de pouco tempo o beijo se desfaz, seguido por um sorriso de nós dois. Nossas trocas de olhares eram como se disséssemos com todas as letras “eu te amo, fique ao meu lado”.

  Ele me abraça contra seu corpo e fecha os olhos, como se experimentasse a melhor das sensações. Tiro meu braço, antes encolhido entre nossos corpos, e o levo até seu braço, acariciando-o.

 Conforme Baekhyun vai pegando no sono, sua respiração vai ficando mais calma.

  Por que eu, mesmo com sono, demoro tanto para dormir? Odeio isso! Dizem que isso acontece quando há algo para ser resolvido ou feito. Ah! Vou fazer carinho na barriga de Baekhyun. Será uma boa ideia? Ele está dormindo, não quero incomodá-lo. Mas ele diz que gosta tanto...

  Cautelosamente, vou abaixando minha mão até a barra da blusa de Baekhyun, passando minha mão pela extensão de sua barriga, mas sem tirar sua camisa. Sinto a definição da barriga de Baekhyun, que é bem “musculoso”.

  Solto uma risada baixa por conta de me pegar com esses pensamentos. Era inevitável.

  Em meio as minhas carícias, percebo Baekhyun sorrindo, ainda com olhos fechados.

  -(S/N)... Você é demais. –O garoto, ainda com os olhos fechados, leva sua mão até minha nuca, fazendo-me cafuné.

  Isso é tão típico. Nunca gostei de cafuné. Apesar de que eu mesma fazia cafuné em mim, porque queria saber o que era aquilo que tanto falavam bem nos livros, não gostava. Mas pelo simples fato de ser ele, está tudo perfeito, como se cafuné fosse a melhor coisa da minha vida.

  -Não deve ser tão bom quanto o da sua mãe ou o que você me fez ontem, mas o que vale é a intenção. –Digo preocupada.

  -Quando eu digo que você faz mágica, não estou mentindo. –Ele ri, ainda com os olhos cerrados.

  Meus olhos começam a se fechar aos poucos, mas continuo empenhada em confortar Baekhyun com meu carinho.

  De repente, sou virada brutalmente para o lado por Baekhyun, que me abraça forte, de uma forma que me prende.

  -Durma, meu bem  - Baek beija meu pescoço tão levemente que, se não fosse por sua respiração forte, passaria despercebido.

  Depois de poucos minutos, adormeço aos braços do garoto, que estava com seus pesados braços me envolvendo, como na noite anterior.

 

No dia seguinte...

  Essa é uma das raras vezes que acordo sem “ajuda” de ninguém ou um barulho ensurdecedor. Abri meus olhos, mas Baekhyun continua dormindo. Prefiro não incomodá-lo, então fico parada, sem mover um músculo.

 

----------Baekhyun POV’S--------------

    Acordo ainda abraçado em (S/N). Dou uma checada e percebo que seus olhos estão abertos, ela está sorridente e radiante, como sempre. Ela vai ficar muito mais animada quando eu mostrar  o que preparei! Tudo bem que contei com a ajuda de Rudolph, mas isso não importa no momento, porque eu fiz a maior parte sozinho, Rudolph só me ensinou a técnica. Nunca fui tão bom em artes, mas me superei.

  Há duas noites, no dia que fiz carinho em (S/N), sai escondido depois que ela dormiu, claro, cauteloso como um rato, ou como uma barata... Bem, um desses animais cautelosos que andam nas casas durante a noite. Falei ao Rudolph meu plano e ele me ensinou o básico de artes. Fiz em uma árvore grossa que há aqui perto um desenho feito de canivete de mim e da minha eterna princesinha juntos. Tive que usar um espelho para me desenhar, o rosto de (S/N) eu já tinha gravado na cabeça, então não foi problema. Só demorei em fazer a mim mesmo, o resto foi rápido (é difícil fazer algo tão perfeito quanto eu). Sinto como se tivesse virado um artista da noite para o dia, mas de acordo com a Rena Falante, tudo que é feito com amor fica bem feito, o que explica minha maravilhosa existência. O incrível é que consegui voltar a mesma posição que estava antes na cama, aposto que (S/N) nem percebeu.

  Graças a Deus o Rudolph tem magia, literalmente. Ele usou uma barreira mágica para que o desenho fosse coberto, assim como fez com a nossa “casa”.

  Ela vai ficar muito orgulhosa de mim, tenho certeza.

-----------(S/N) POV’S------------

  Baekhyun acorda e me encara sorrindo. Ele é tão fofo, quero apertá-lo, mas deixo isso para depois, por enquanto, vou apenas aproveitar a visão.

  -(S/N), vamos dar uma saída? Quero te mostrar uma coisa... –Baek se levanta em um pulo.

  -Que tal tomarmos banho primeiro? –Pergunto arqueando a sobrancelha.

  -Não... Depois a gente toma! –Ele diz com uma voz manhosa.

  -Pelo menos os dentes, Baekhyun!

  -Hm... Tudo bem, então vamos logo. –Ele me puxa pelo braço para fora da árvore.

  No caminho para o lago, Baekhyun não parava de me olhar com o mais largo dos sorrisos. Mesmo enquanto escovamos os dentes ele não tirou os olhos de mim.

  Parece que o dia será bom.

  -(S/N), –Baek fala meu nome devagar com uma voz manhosa - está pronta para surpresa?

  -Se eu soubesse o que é, talvez estivesse.

  -Se você me dissesse que tem uma surpresa pra mim, eu me sentiria animado... –Pela primeira vez ao dia, Baekhyun diminui o sorriso, mas não por completo.

  Será que minhas palavras foram duras? Era uma brincadeira, pensei que entenderia.

  -Eu estava brincando, claro que estou animada, mas por dentro.

  Ele apenas sorriu para mim, com o mesmo brilho de antes.

  Baekhyun se importa com a minha opinião... Vou criar uma nota mental “nunca diga nada que possa magoar o pequeno Baek”. Na verdade, já disse muitas coisas, mas ele nunca se importou tanto. Amor deixa as pessoas sensíveis, que cruel.

  -Aliás, Baek, tem uma coisa que eu queria perguntar faz um tempo... E seus pais? Não sente saudades?

  -Eu sempre sinto saudades deles, (S/N)...

  -Um dia nós podemos visitá-los? Eu quero conhecer os criadores dessa perfeição. –Brinco - Humanos podem entrar no mundo das fadas? E onde fica?

  -Nem eu nem você podemos vê-los, (S/N). –Ele sorri com dificuldade – Eles já se foram. E não, humanos não podem ir ao Exoplanet.

  -Meus pêsames, eu não queria te chatear... –Falo arrependida – Mas enfim, é um planeta?

  -Não, na verdade, está mais para dimensão. Não sei quem foi o louco que criou o nome. –Ele volta a sorrir – E sobre meus pais, não se preocupe, já faz muito tempo, já estou bem melhor em relação a isso.

  Estava curiosa sobre o motivo da morte dos dois, mas não queria chatear Baekhyun, então resolvi deixar o assunto pra lá.

  -Estou curiosa para ver o que preparou... –Falo olhando para meus pés enquanto andávamos.

  Ele não disse nada, apenas me puxou para seu lado e continuamos a caminhar. Em uma parte do caminho ele fecha meus olhos. Não questiono, apenas continuo andando, sendo guiada pelo corpo de Baekhyun que estava logo atrás de mim.

  -Chegamos, mas continue com os olhos fechados. –Ele diz e sai de trás de mim, descobrindo meus olhos.

  Obedeço e fico com os olhos fechados. Não faço ideia de onde estamos.

  -Pode abrir.

  Baekhyun está bem na minha frente, não faço ideia do que quer mostrar. Dou uma inclinada pra ver se encontro alguma coisa e sim, encontrei. É um desenho lindo de mim e do Baekhyun. Perfeito.  É feito em uma árvore. Está retratada uma cena em que Baekhyun beija minha testa muito fofamente. Poderia ficar o dia inteiro olhando pra isso.

  -Baek, isso é... –Sou abraçada repentinamente por Baekhyun.

  De repente, é como se tudo ficasse em câmera lenta. O abraço de Baekhyun fica apertado e atrás da árvore há dois homens armados. Foi um abraço de dor. Passo a mão por suas costas encharcadas de sangue. Ele cai. Meu coração está acelerado e meus olhos marejados. Não hesito em chorar. Agacho ao lado do corpo de Baekhyun e tento pensar racionalmente no que fazer. Não dá, o desespero não deixa.

  -Vamos princesa, o príncipe Alois mandou levarmos você viva. –Um guarda agarra meus braços, esse guarda era Amiles.

  -Me solte! –Me mexo contra os braços do guarda que conheço faz tempo.

  Ele me arrasta, então pego a arma em seu bolso e aponto para ele. Contra uma das pessoas que me protegeu a vida inteira. Desculpe.

   De repente, sinto uma dor insuportável na minha barriga e caio ao lado de Baekhyun, que está tentando, com muita dificuldade, abrir os olhos enquanto sorri levemente.

  -Por que fez isso?! –Amiles grita.

 -Qualquer um que veja ela morta com uma arma na mão pensará que é suicídio, apenas finja que é, e o rei da Itália acreditará. –Amis rebate.

Nunca vi os gêmeos Amis e Amiles brigarem, essa talvez seja a primeira e última vez.

 -Mas a princesa era um doce! Por que faria isso com ela? –O som da voz de Amiles vai ficando baixa e minha visão vai embaçando.

 -Eu te amo, (S/N). –Sinto a mão fria de Baekhyun pousando pesadamente sobre a minha.

  Reconheço o esforço que precisou fazer apenas por aquele simples gesto. Mesmo que esse seja nosso fim, meu coração continuará parado nesse lugar e nesse tempo. Byun Baekhyun é meu eterno Peter Pan.

--------Narrador----------

    Assim como todos os seres quando morrem, (S/N) e Baekhyun seriam levados para Twenty-Four Soul. Eles olhavam confusos para seus corpos caídos no chão, mortos. Olharam para si e perceberam que estavam sem ferimentos e suas roupas eram brancas e novas. Seus pés foram levemente flutuando para o céu, devagar. (S/N) e Baekhyun passaram por todo percurso de mãos dadas, apreciando a vista que tinham da Terra conforme iam subindo. Muitas perguntas passavam pela cabeça dos dois, mas nenhum deles ousava dizê-las, como se o momento pudesse acabar com um mínimo movimento ou palavra. Eles finalmente pararam, em um lugar além da Terra, mais precisamente, perto da Nebulosa de Hélix, ou “Olho de Deus”, como alguns chamam.

  -Não pude protegê-los, me desculpem por não estar por perto quando precisaram. –Rudolph aparece andando em uma trilha de estrelas.

  -De onde você veio? –(S/N) pergunta, sentando-se na invisível energia que os sustentavam ali.

  -Perdi minha função na Terra, agora posso voltar para meu lugar de origem.

  -Mas você não disse que tinha uma família de renas? –Baekhyun questiona enquanto senta ao lado de (S/N).

  -Sim, tenho, mas eles me hospedaram apenas pelos anos em que a (S/N) esteve viva naquele lugar. Sempre a acompanho em todas as vidas, e quando ela morre, tenho algumas horas para ficar com a minha família enquanto (S/N) fica na Twenty-Four Soul.

  -O que é esse tal de Twenty-Four Soul? –A garota pergunta enquanto coça a cabeça.

  -Esse lugar onde estão. Com uma visão perfeita da Terra e da Nebulosa de Hélix. As pessoas ficam aqui sozinhas e tem vinte e quatro horas para organizar as ideias e refletir sobre tudo que aconteceu enquanto esteve viva. As últimas horas sendo quem você é. –Rudolph anda de um lado para o outro, impaciente – Essas são minhas últimas horas como rena.

  -Uma última pergunta: –Baekhyun levanta a mão –Se a pessoa fica sozinha, por que eu e (S/N) estamos aqui juntos?

  -Isso eu também não sei. Nunca aconteceu nada parecido com o caso de vocês... Talvez seja um desejo de Hélix. Podem apostar que virarão lendas entre os anjos. –Rudolph caminha na trilha de estrelas que aparecia conforme ele pisava.

  O anjo se vai, deixando apenas (S/N) e Baekhyun.

  -Quantas horas acha que já passou? –(S/N) pergunta enquanto faz cachinhos no próprio cabelo usando a mão livre.

  -Não faço ideia. Se Rudolph não tivesse enrolado tanto com aquela falação teríamos mais tempo. –Ele apoia o rosto na mão e o cotovelo na perna.

  -Mas ele esclareceu muitas dúvidas.

 -De que adianta esclarecer dúvidas nossas depois que morremos, sendo que não lembraremos de nada disso? –Baekhyun deita a cabeça no ombro de (S/N) com uma expressão séria.

  As palavras fizeram efeito na garota. E como fizeram. (S/N) estava se segurando para não chorar. Ela aperta a mão de Baekhyun com força para tentar conter as lágrimas.

  -Ah, minha amora, não fica assim não, nos vemos na próxima. –Ele se posiciona a frente dela, passando a mão em suas bochechas vermelhas por conta da vontade de chorar.

  -Amora? –Ela pergunta confusa e com um sorriso quase imperceptível nos lábios.

 -Primeiro: amora é minha fruta preferida. Segundo: Amora é o feminino de amor. –Baekhyun olha de canto para (S/N), que estava rindo.

  Baekhyun poderia fazer de tudo para que (S/N) sorrisse, até o mais tosco jogo de palavras. Os dois sabiam ler um ao outro assim como as pessoas liam o mais simples dos livros.

  -Baekhyun, não quero deixar todas as minhas conquistas para trás. Não quero deixar  você para trás. –(S/N) é puxada para um abraço caloroso do garoto, que estava com lágrimas nos olhos, mas segurava, pois queria acalmar (S/N).

 -(S/N), esse pode ser o fim do “nós”, mas ele existiu. Não importa quanto tempo passe, o que aconteceu não será apagado. Por mais que não nos lembremos, Rudolph carregará essa história com ele. Cada momento que passei com você e as sensações que senti, sou grato por tudo isso. Passou, mas aconteceu. Sou grato pelo agora, sou grato por estar com você nesse final. –Baekhyun levou a mão até a bochecha de (S/N), limpando suas lágrimas.

  -E o que vamos fazer com nossas últimas horas de consciência? –(S/N) deita a cabeça na perna de Baekhyun enquanto olha para seu rosto sereno.

  -Vamos conversar sobre como seria o nosso futuro? O nome dos nossos filhos? –Baekhyun sorri para a garota deitada – Eu consigo imaginar o rosto dos quatro, com traços meus e traços seus, perfeitos.

  -Que tal... Molle e Otávia? Uma homenagem.

  -Os garotos chamarão Rudolph e Baekhyun Filho. –Ele coloca o dedo na ponta do nariz de (S/N).

  -Baekhyun Filho? Que nome tosco, Baek! Não pode ser...  Osvaldo?

  -O nome do coelho demoníaco? Pior ainda! –Ele leva a mão à testa – Quer ter um filho malvado?

  -Um filho travesso, não seria legal? Já imagino nós dois correndo atrás dele “Osvaldo, não corra! Você vai cair!”. Aí você tropeça e depois fico cuidando de você e da criança. –Ela solta uma risada de deboche.

  -Por que eu sou o que tropeça? Você que está sempre cheia de machucados!

  -Porque você... Hm... Ah, porque sim.

  -Mudando de assunto, os nossos encontros, como seriam? Imagine que demais podermos sair juntos sem nos esconder. –Um sorriso tranquilo aparece no rosto de Baekhyun.

  -Com certeza, se dependesse de mim, seriam em musicais e peças de teatro. Em dias que não tivéssemos dinheiro sobrando para ir a um desses, uma caminhada na rua durante a noite com vagalumes iluminando o caminho cairia bem.

  -Eu prefiro uma cavalgada com nossos filhos. Otávia ficaria feliz, ela iria gostar de cavalos. -Os olhos de Baekhyun ficam marejados os se lembrar da égua.

  -Imagine como eles ficariam impressionados com a nossa história de vida... Uma princesa que encontrou uma fada no jardim. Não acreditariam. –(S/N) olha para cima, para as estrelas, lembrando-se das aventuras que viveu com Baekhyun – Nem eu acredito ainda, é como se tudo isso fosse um sonho. –Ela vira para o garoto e acaricia seu rosto.

  -Eu sei que sou bonito demais pra ser real, mas fazer o quê? –Ele passa a mão em seus cabelos.

  -Realmente. –(S/N) revira os olhos.

  -Quem diria que eu ia me apaixonar por aquela princesinha mimada que chegou chorando no jardim, parecia uma jaca madura que caiu do pé.

  -Quem diria que eu me apaixonaria por uma fada pomposa que tem medo de coelhos.

  -Eu não tenho medo de coelhos, o Osvaldo que era horrível. –Baekhyun bate na testa de (S/N).

  Um silêncio pairou pelo local. Ambos procuravam palavras ou ideias do que fazer em suas últimas horas juntos.

  -(S/N), eu estava pensando, não é melhor dormirmos? Porque se dormirmos agora, teremos energia para nos despedirmos. –Ele sorri fraco.

  -Ah não! Se for assim, devemos comer para não passar fome depois! –Ela levanta do colo de Baekhyun.

  -Pense (S/N), caso nós realmente sintamos fome, não há como prevenir, porque aqui não tem comida. Agora, se sentimos sono, tem como prevenir dormindo. –Baekhyun puxa (S/N) de volta para o “chão”.

  -Faz um pouco de sentido. –Ela deita virada para cima, admirando a Nebulosa de Hélix.

  Baekhyun se deita ao seu lado.

-(S/N), vai querer carinho na barriga?

-Vamos fazer uma troca justa? Eu faço em você e você faz em mim. –(S/N) vira para Baekhyun, sorrindo – Mas tem um problema... Eu estou de vestido.

  -Não tem problema, você estava de vestido quando eu fiz carinho em você naquele dia na árvore.

  -É diferente, estava escuro.

  -Mas a vela estava iluminando tudo, eu não estava cego.

  -Você está insinuando que olhou para o meu corpo, Byun Baekhyun? –Ela dá um peteleco na testa do garoto.

  -Eu não disse isso, (S/N). Eu nunca faria isso, você sabe. Eu só estou dizendo que tinha chance de isso acontecer, mas você não reclamou.

  -Ah, eu estava com sono, a culpa não é minha!

  -Eu sempre falo para você ter cuidado com os homens, (S/N). –Ele dá um beijo na testa da menina – Tente não esquecer isso na próxima vida, tudo bem? Você é meu neném. Se não quiser deixar que eu faça carinho em você, não precisa.

  -Eu deixo Baek... Eu confio em você. Mas você tem que ficar de olhos fechados! –Ela faz biquinho.

  Baekhyun fecha os olhos e (S/N) pega a mão dele, levando-a cuidadosamente até sua barriga, tendo certeza de que Baekhyun não estaria com os olhos abertos. No começo fez cócegas, como sempre, mas depois ela se acostumou. (S/N) levou sua mão até a barra da blusa de Baekhyun, adentrando-a cuidadosamente, e começa as carícias. Baekhyun sorri ao sentir o carinho da menina.

  (S/N) é a primeira a cair no sono, seguida por Baekhyun, que dá uma espiada no rosto sereno de (S/N) antes de finalmente dormir.

[...]

 -(S/N), acorde (S/N)! Vamos aproveitar! –Baekhyun balança a garota freneticamente.

 -Pronto, já estou acordada! Pare Baek! –Ela afasta os braços de Baekhyun, se levantando.

 -Restam três horas. –Apenas a voz de Rudolph ecoa pelo local, deixando (S/N) e Baekhyun confusos enquanto procuram pelo anjo.

  -Baekhyun, quer dançar? –(S/N) estica a mão para Baekhyun convidando-o para uma dança.

  -Não era eu que deveria convidar-te?  -Ele diz, já aceitando o pedido de (S/N).

  -Aqui de nada valem as normas trivais da Terra ou do Exoplanet. –(S/N) sorri ainda parada em posição de valsa com Baekhyun.

  -Qual música nós dançaremos?

  -Qualquer uma que você cantar eu gostarei.

  -Tudo bem então. Vou cantar “Angel”, acho que você vai amar. –Ele encosta sua testa na de (S/N) deixando seus olhos alinhados com os dela.

  Conforme Baekhyun cantava, eles seguiam o ritmo da música com movimentos leves. Baekhyun segurava (S/N) delicadamente, como se ela pudesse quebrar ou fugir de seus braços. (S/N), por sua vez, apreciava Baekhyun, não perdendo em nenhum segundo o foco em seus olhos ternos, que se tornaram seu refúgio, seu jardim secreto.

  Naquele momento, (S/N) não se importava se estava dançando mal ou se estava mal vestida. Tanto quanto Baekhyun não se importava se estava desafinado ou se tinha errado a letra. Cada momento parecia certo, perfeito. Mesmo os erros um do outro pareciam lindos.

  -Baekhyun, eu te amo. –Ela fala baixinho para não atrapalhar a canção – Não precisa responder, apenas continue cantando. Eu só quero que saiba e não se esqueça.

  Os dois dançaram várias músicas. Não paravam, não conversavam. Seus olhares já transmitiam tudo.

  -Restam apenas quatro minutos. –Novamente a voz de Rudolph ecoa pelo salão, atrapalhando a música.

  (S/N) e Baekhyun fingiram não se importar. Mas eles se importavam. Os olhos de ambos estavam marejados, mas eles escondiam isso com sorrisos ternos. Seus sorrisos não eram uma máscara para dor, e sim um remédio para tentar curar um ao outro.

  -Para nossa última música, cantarei For You. –Ele fala com dificuldade por canta da imensa vontade de chorar.

  (S/N) puxa Baekhyun para um beijo antes mesmo que ele começasse a cantar. Ela levou sua mão até a nuca do garoto, acariciando-o carinhosamente enquanto entrelaçava os dedos em meio aos seus macios e lisos fios.

  Assim que Baekhyun começou a cantar, ele não aguentou. Ainda com a testa colada na de (S/N), ele deixa as lágrimas caírem livremente. A canção era interrompida por inúmeros soluços de Baekhyun, mas nem ele quanto (S/N) se importavam com isso. Para ela, qualquer coisa vinda dele era incrível.

  No último trecho da música, seus corpos começaram a desparecer, de baixo para cima, transformando-se em um pó brilhante, que mais se parecia com pequenas estrelas sumindo em meio à galáxia. “Eu te amo, (S/N)” essa foi a última frase que (S/N) ouviu antes de desaparecer por completo junto de Baekhyun.

[...]

----------(S/N) POV’S-----------

  Graças a Deus fui convidada para a festa de aniversário da SM. Eu não gosto de festas, mas a noite em casa estava extremamente entediante. O pessoal da produção está aqui, e há muitos ídolos também. Até ele. Ah... Byun Baekhyun, meu bias. Ele é tão lindo e fofo, nem acredito que estou vendo-o de perto. Bem, não exatamente de perto, contando que ele está do outro lado da pista de dança, que eu nem cheguei perto.

  Nunca fotografei o EXO, mas já tive chance de fotografar as meninas fofas do Red Velvet e os garotos lindos do NCT. Provavelmente, se eu fosse fotografar Baekhyun, teria uma parada cardíaca.

  Eu gostaria de estar com as outras meninas da produção, elas devem estar falando sobre os ídolos. Pena que elas não gostam de mim, queria saber o motivo. Pode ser porque elas têm inveja da atenção que recebo por ser estrangeira. Ou porque sou chata mesmo.

  Sento-me em uma mesa redonda, sozinha. Ainda bem que trouxe meu lápis, borracha e papel. Começo a desenhar Baekhyun. Gosto de desenhá-lo com asas brancas, como as de anjo. Afinal, ele é praticamente um anjo mesmo, tanto voz, quanto aparência e personalidade, eu acho.

  Foco-me completamente em meu desenho, atenta aos detalhes. Não suporto imperfeições vindas de mim, ainda mais quando estou desenhando Baekhyun.

  -Ei, por que está sozinha? –Ouço uma voz familiar e o barulho da cadeira sendo arrastada.

  Levanto minha cabeça para checar quem é. Era ele. O próprio Byun Baekhyun. Ele é tão perfeito de perto. Minhas mãos estão suando e meu coração batendo forte. Meus ombros estão tensos, mas tento parecer bem.

  -Eu n-não sei... –Argh! Que tipo de resposta besta é essa, (S/N)?

  -Quem é você? Acho que já nos vimos em algum lugar. –Ele coloca os braços na mesa, ansioso por minha resposta.

  -Meu nome é (S/N), eu sou brasileira e virei uma das fotógrafas da SM. Acho difícil nós termos nos encontrado, eu nunca fotografei o EXO antes. –Respondo tensa.

  Ele desvia o olhar para meu desenho, escondido abaixo de meus braços. Baekhyun puxa-o e o olha impressionado. Pego rapidamente de sua mão, com vergonha.

  -Não fique assim, está tão lindo quanto o verdadeiro. –Ele faz uma pose, convencido – Já que você está sozinha, converse comigo. Eu fiquei com pena de vê-la solitária. Do que mais você - Baekhyun é interrompido por Taeyeon, que o puxa pelo braço.

  -Precisamos ir gravar a dança juntos, Baekhyun! –Ela leva-o para a pista, que está lotada de câmeras e luzes, bem diferente da última vez que a olhei.

  Baekhyun dá uma última olhada para mim antes de se virar e ir até a pista.

------Narrador------

  (S/N) ficou horas esperando Baekhyun. Naquele meio tempo, ela adicionou adereços e detalhes ao desenho, finalizando-o.

  Depois de um tempo, (S/N) resolveu ir embora. Não queria parecer uma pobre coitada esperando o ídolo que está dançando com outra garota. “Ele já deve ter esquecido”.

  (S/N) esquece seu desenho acima da mesa. Deixando-o ali, exposto. Ninguém se importou em tirá-lo de lá, estavam todos ocupados dançando.

  Assim que Baekhyun termina a gravação, vai correndo até a mesa onde estava (S/N). Ele olha decepcionado, percebendo que a garota já havia ido embora. Curioso, Baekhyun pega o desenho, prestando especial atenção na fofa assinatura da garota ao canto da folha, com uma coroa ao lado.

  -(S/N)... Eu já ouvi esse nome em algum lugar. –Baekhyun sussurra para si mesmo, com os olhos marejados. O motivo? Nem ele sabia.

 

FIM.


Notas Finais


Se você leu esse treco todo, me acompanhou até aqui e ainda tem a paciência de ler as notas finais, obrigado. Eu só consegui graças ao apoio de cada um de vocês. Amo muito todos vocês! <3 Espero que o final não tenha ficado chato.

PS: MaluBaek, obrigado por se preocupar comigo.

Qualquer erro avisem, beijos!


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