História Imagine Baekhyun -Dois Mundos, Um Amor - O Frio e o Calor

-------(S/N) POV’S ON-----

  Acordo triste, por conta da notícia que havia recebido noite passada, mas tento procurar pensamentos que me animem, por exemplo: hoje é o último dia de aula! Já estamos em dezembro e meu feriado preferido está chegando!

  O que será que dou de presente para Baekhyun? Não pode ser algo muito grande, já que não vou contar com a ajuda de meu pai para comprá-lo. O que me lembra de que talvez eu não possa ver Baekhyun na véspera e nem no próprio Natal, já que Alois e sua família sempre o comemoram aqui conosco.

  Fiquei tão dispersa em meus pensamentos que nem percebi que já estava arrumada e que as criadas estavam quase me arrastando para dentro da carruagem. Corro até a carruagem, tentando recuperar o tempo perdido.

  Chego à escola e vejo que estão todos muito unidos, exceto eu. Vê-los assim me deixa feliz, de qualquer modo. Sorrio de canto, quase imperceptível.

  -Alunos, hoje vocês vão decorar uma caixinha de Natal, e dar para alguém especial na vida de vocês, como familiares. –A professora de artes entrega caixinhas de madeira para cada um de nós. Ótimo! Vou ter um presente para Baekhyun, e nem precisei pensar muito.

  Pego tinta e começo a colorir a tampa, usando a cor verde, que depois de conhecer Baekhyun, teve um significado especial e engraçado para mim. Faço ainda na tampa, algumas nuvens, representando o céu verde que eu queria ver aquele dia com o garoto misterioso que apareceu em meu jardim.

  Viro a caixinha e passo a pintar seu lado direito de laranja. Depois de seco, faço no mesmo lado, xícaras, uma coroa, e uma roupinha de empregada, representando o dia que eu fui serva por um dia de Baekhyun.

  O lado esquerdo, faço de preto. Depois, faço uma vela e alguns vagalumes, como lembrança da noite que fez meu coração quase pular para fora.

  O lado maior, da frente, pinto de azul e desenho as asas de Baekhyun. No outro lado maior, de trás, faço o quarto do papai e minuciosamente, eu e o garoto deitados na cama. Representando o dia em que vi suas asas pela primeira vez e quando dormimos juntos. Aqueles dois dias foram os mais divertidos da minha vida. Lembro-me de Baekhyun reclamando por cair de bunda no banheiro e solto uma risada.

  Embaixo da caixa, deixo o marrom da madeira e apenas faço dois braços de mãos dadas. Um deles estava com uma manga longa rosa e o outro estava com uma manga longa feita de fios grossos e verdes, com algumas folhas. “Será que Baekhyun vai entender a referência?”. 

  -(S/N), está tudo bem? –Ouço a professora de artes perguntar em tom preocupado enquanto olha para meu rosto.

  O que tem meu rosto? Passo a mão e percebo que o mesmo está úmido. Estou chorando novamente? Poxa, (S/N), logo na escola? Abaixo minha cabeça, encostando-a na mesa e escondendo-a com meus braços. A professora passa a mão em minhas costas. Ouço os cochichos de meus colegas de classe, mas não ligo.

  Eu só estava me fazendo de forte, tentando enganar a mim mesma. Estou com tanto medo de ficar longe de Baekhyun. Ele é tudo pra mim. É a única pessoa que amo em todo esse país. Pode parecer exagero, mas ele é meu tudo.

  A aula passa rápido, e eu estava apressada para voltar e ver Baekhyun. Chego ao castelo e deixo tudo no quarto. Vou até o jardim de uniforme, sem almoçar, dando a desculpa de que comi hoje no intervalo da escola.

  -(S/N)! Olha o que eu trouxe enquanto você estava fora! –Baekhyun vai até o fundo do jardim buscar algo –Rudolph, a rena do nariz preto! –Ele abre os braços e faz barulhos estranhos com a boca.

  -Onde você conseguiu isso, Baekhyun? –Pergunto surpresa.

  -Eu fui pra essa floresta de araucárias que fica do lado do palácio, tinham várias, mas essa era gordinha e sofria bullying, então, como uma pessoa de bom coração, a trouxe pra cá. –Dizia, sem perceber que a rena estava mordendo sua manga da “blusa” -Saia demônio! –Baekhyun se assusta com a rena e saí de perto da mesma.

  -Que fofa! Mas não é cruel prender ele aqui? –Pergunto, preocupada com “Rudolph”.

  -Seu jardim é imenso, (S/N). Ele leva até a floresta de araucárias, eu apenas trouxe Rudolph para esse lado, você não sabia? –Baekhyun me explica, acariciando a rena.

  -Eu tenho medo de ir para aquelas bandas. –Digo, também passando a mão na rena.

  -(S/N), você viu como as ruas estão bonitas por causa do Natal? –Baekhyun desvia seu olhar para mim, sorrindo.

  -Não, eu não vi... Você saiu do jardim? –Pergunto preocupada, pois não quero que Baekfish seja pego pelas pescadoras de vestido curto da rua. Só um pouco de ciúmes.

  -Não, mas dá pra ver por aqui, vêm comigo. –Ele envolve sua mão esquerda na minha e me puxa, fazendo-me arrepiar por seu toque repentino.

   Ele me leva para tal floresta de araucárias que disse, que a propósito é bem escura e assustadora. Vamos pela beirada, chegando a uma parte em do muro em que há um pequeno buraco, no qual dá para ver pedaços da rua. A casa da frente está maravilhosa, imagino como as outras devem estar. Agora entendo a excitação de Baekhyun.

  -Brilhante! –Digo, ainda admirando a casa da frente.

  -Só não é mais brilhante que eu. –Baek joga cabelo imaginário para trás.

  -Vamos voltar agora, aqui é assustador. –Digo, já ficando com medo daquela mata fechada e fria.

  -Ok, me siga. –Baekhyun vai à minha frente, abrindo o caminho.

  Paro um minuto para observar uma rena que havia chegado perto de mim. Nesse tempo, já me perco de Baekhyun, o que me faz ficar nervosa, onde ele está? Onde eu estou? Começo a correr na direção que estava andando antes, e acabo caindo, fazendo a casquinha do ralado que tenho na perna direita cair. Rasgo um pedaço de meu uniforme e amarro no local sangrando para tentar parar um pouco com o sangramento. Depois de um tempo andando e gritando pelo nome de Baekhyun, minhas pernas começam a ficarem roxas por conta do frio e do tecido do vestido escolar que foi rasgado. “Que saudades das mãos quentes de Baekhyun”. Penso, assoprando minhas mãos com meu bafo quentinho.

  Sento-me na raiz árvore e começo a chorar. “Era só o que me faltava!”. Minhas lágrimas começam congelar em meu rosto, fazendo-me virar praticamente uma árvore viva. “Desse jeito vou morrer de frio”, esse era mais um dos pensamentos que não saía de minha cabeça.  Levanto-me com dificuldade e volto a andar. De repente, ouço um barulho do meu lado e quando olho, não há nada, apenas uma árvore. Fico um tempo olhando para a árvore, que tinha um formato parecido com o de um rosto humano assustador, se parecia com Alois.

  -(S/N)! (S/N)! –Ouço meu nome ser chamado por aquela doce voz, fazendo-me sentir boas sensações, apesar de tudo.

  -Baek! –O apelido do maior saiu fraco e rouco por conta de minha garganta, que em uma hora dessas, já estava ferrada por conta do frio e de meus gritos.

  Ele veio correndo em minha direção. Seu rosto, assim como o corpo, estava cheio de cortes e sua boca roxa por conta do frio. Mesmo assim, ele sorriu ao me ver, dando-me um frio abraço, mas com o coração quente. O garoto não diz nada, apenas me pega no colo e com dificuldade, leva-me até o jardim.

  -Vou fazer uma fogueira pra gente, o que acha? Talvez um caminho de pedras também, ia ficar bonito. –Baekhyun dá sugestões para mudarmos o visual do jardim.

  -Boa ideia! –Falo entre as batidas que meus dentes davam de frio.

  Baekhyun coloca suas mãos no chão, que agora estava coberto de neve. Por incrível que pareça, nada acontece.

  -Ué, o que aconteceu? –Pergunto, olhando para Baekhyun.

  -Talvez seja por causa do frio, ou eu estou doente. –Ele fala calmo, mas consigo sentir a insegurança estampada em seu rosto.

  -As fadas perdem sua magia quando estão doentes? –Indago, arqueando a sobrancelha.

  -Sim, ou se quebramos algum regulamento, o que eu nunca fiz. –Ele diz, sentando em sua rede de cipós e colocando a mão no queixo.

  Pego os gravetos secos das árvores e começo a fazer uma fogueira por mim mesma. Tiro a caixinha de fósforos que uso na aula de culinária e termino a fogueira. Baekhyun vêm correndo para perto da fogueira, pegando duas das várias grandes folhas que ele originalmente usa como travesseiro para nos sentarmos.

    -Baek, você já se apaixonou, ou já namorou? –Pergunto, desviando meu olhar que antes estava na fogueira para Baekhyun.

  -Sim. –Ele responde seco, sem nem olhar para mim.

  -Quem? –Levo a folha em que estou sentada para mais perto de Baekhyun.

  -Uma fada. A rainha das rainhas das fadas. –Ele diz, jogando mais um graveto na fogueira-Antes que você me pergunte, as fadas são divididas em vários grupos, uns tem rei, como o meu, e outros tem rainha. Taeyeon, que é o nome dela, é a fada que comanda as fadas rainhas, como uma deusa.

  -Hm. Ela era mais legal que eu? –Pergunto, tentando despertar um sentimento, nem que seja pequeno, no garoto.

  -Ninguém é mais legal que você. –Ele sorri e bagunça meus cabelos – Só eu, claro.

  -Já está ficando tarde, vou indo, se cuida Baekfish, está muito frio. Boa noite! –Digo com um sorriso impossível de disfarçar por conta do que o garoto tinha acabado de me falar.

  -Boa noite, senhora cuspidora de sementes. –Ele se despede rindo. “Poxa, ele ainda lembra-se daquela cena?”

  Vou para o palácio,  entro em meu quarto e finjo dormir, esperando as empregadas e todos da casa abaixarem a guarda e dormirem. Pego meus papéis que guardei na gaveta da penteadeira, nos quais eu sigo escrevendo meus sentimentos por Baekhyun, que ocupam cada vez mais folhas e mais espaço em meu coração.

  Hoje, vou fazer de um jeito diferente, em vez de ficar aqui escrevendo, vou escrever no jardim, enquanto Baekhyun dorme. Pego uma caneta e um caderno para apoiar as folhas e vou até o jardim secreto. O garoto dormia como um anjo, rendendo mais e mais palavras para minha redação de declaração. Hoje adicionei 20 páginas. Volto para meu quarto e grampeio as 20 páginas às outras que eu já havia escrito na última noite. Deito e durmo, dessa vez calma, lembrando de que ninguém é mais legal que eu, apenas Baekhyun.