História Imagine Baekhyun -Dois Mundos, Um Amor - Brigas e Calmarias

-------(S/N) POV’S ON------

  Acordo 8 horas da manhã, já que estou de férias e, como sempre, as criadas me arrumam. Hoje, em especial, pedi para deixarem meu cabelo solto. “Será que Baekhyun vai perceber?”. Solto uma risada fraca ao pensar que estou fazendo isso para ganhar a atenção de um garoto.

  Pego a maior mala que tem no meu quarto e lá coloco dois travesseiros e duas das mais grossas e quentes cobertas. Perigoso sentirem falta? Perigoso. Mas ultimamente tenho arriscado mais, já que minha liberdade está próxima de acabar. Como nada mais cabia na mala, pego uma mochila e coloco meus materiais de pintura e desenho, que logo enche também. Coloco a mochila nas costas e seguro a mala com a mão esquerda. Com minha mão direita livre, pego cinco dos meus livros preferidos e vou, com dificuldade, até meu jardim.

  Já na porta do jardim, acabo caindo e derrubando tudo na neve.

  -(S/N), pra que tanta coisa? Vai fugir comigo? –Bem que eu queria, Baekhyun. –Nem carregar coisas você não carrega direito. –Ele derrete um pouco da neve em um canto do jardim e coloca minhas coisas nesse canto, molhando-as um pouco, exceto os travesseiros e cobertas, que estavam em minhas costas.

  -Baek, faz uma rede pra mim. –Faço um biquinho, mania que peguei do próprio Baekhyun.

  -Já chega mandando, né? Menina aproveitadora. –Ele revira os olhos, põe a mão em uma das árvores e cria uma rede pra mim.

  -Obrigado, te amo. –Falo com voz de bebê.

  -O que você trouxe de bom? –Ele começa a mexer em minha mochila – Oba! Vamos desenhar. –Baekhyun vira a mochila e derruba tudo no chão, animado como uma criança.

  Sento-me na minha rede e deixo minha mala na mesma.

  -(S/N), olha só o que eu aprendi enquanto você não estava. –Ele coloca sua mão na neve e dela sai um tronco que faz algumas curvas, tornando-se uma mesa.

  -Parabéns, Baekhyun. –Falo desinteressada, colocando as coisas que ele havia jogado no chão acima da mesa.

  -Nossa, (S/N), sua chata. –Ele infla as bochechas, ficando mais fofo do que já é – Você prefere o Alois que eu. –Ele morde minha bochecha e eu dou um tapa na cabeça dele.

  -Como assim? Eu odeio o Alois, você é meu Baekfish. –O puxo para um abraço fazendo cafuné em sua cabeça – Então para de ser Baekpiranha e nunca mais me morda, eu não gosto, vai ficar com cheiro de bafo depois. –Ele sai de meu abraço violentamente.

  -Tá me chamando de bafudo? –Baekhyun cruza os braços, indignado. –Saiba que minha boca é muito mais perfumada do que muitos perfumes da princesinha, tá?

  -Tá me chamando de fedida? –Falo, indignada. –Você nunca me cheirou pra saber.

  -Dá pra sentir de longe, querida. –Ele dá um sorriso sarcástico.

  -Digo o mesmo do seu bafo. Nem escova de dente tem. –Respondo rindo.

  -Fadas não tem bafo, nossas bocas foram diagnosticadas como as mais cheirosas da natureza. –Ele pega meu braço e me prende contra uma árvore e deixa seu rosto extremamente próximo do meu, fazendo-me corar. Baekhyun abre a boca e a deixa próxima de meu nariz. Minha vontade agora é de espirrar e soltar um catarro na boca desse menino abusado. –Viu como é cheirosa? –Ele fala com dificuldade.

  -Hm, nada mal. Agora retire o que disse dos meus perfumes. –O empurro e falo autoritária.

  -Não. –Ele fica parado na minha frente, com o semblante sério e braços cruzados. –Sou orgulhoso demais pra retirar o que eu disse.

  Mas que menino abusado...

  -Então vou levar tudo de volta para o palácio. –Vou colocando minhas tintas e materiais dentro da mochila, emburrada.

  -Desculpe, você é mais cheirosa do que todas as flores que eu já vi. –Ele se agacha e beija minha mão, fazendo-me sorrir.

  -Perdoado. –Digo, ainda sorrindo.

  Baekhyun pega as coisas da minha mão e vai arrumando-as na mesa com pressa. Enquanto ele arruma a mesa, tiro as cobertas e travesseiros da minha mesa e arrumo as duas redes como uma cama. Baekhyun fica com duas cobertas, já que eu havia trazido uma fina para ele em umas das noites que o visitei.

  -Obrigado, (S/N), eu tenho estado com muito frio esses dias. –Baek fala sincero, me olhando nos olhos.

  Baekhyun agacha e coloca novamente sua mão sobre a neve, fazendo banquinhos de madeira para nós. Sentamos e pegamos uma folha. Eu e Baekhyun nos olhamos, procurando uma ideia de o que fazer naqueles papéis.

  -Que tal desenharmos um ao outro? –Dou uma ideia, pois realmente gosto de desenhar rostos.

  -Hm, pode ser. – Concorda, indiferente.

  Desenho cuidadosamente, sem olhá-lo muito, apenas usando as lembranças que tenho de seu rosto.

  -Terminei. –Baekhyun termina antes de mim. Ele levanta seu desenho, que parecia o de uma criança de seis anos de idade. –Olha, essa é você. –Ele aponta para uma bonequinha com roupa de empregada – Esse sou eu. – Ele aponta para um garoto que estava de mãos dadas “comigo”, que estava com uma roupa de rei –Essa é a semente que você cuspiu –Baekhyun mostra um pontinho perto da bonequinha – E esse troféu é o prêmio que eu vou ganhar futuramente de melhor fada - O garoto aponta para uma taça amarela maior que os dois bonequinhos da folha –É para que você nunca se esqueça de mim –Ele me entrega o desenho, dando um clima estranho de despedida.

  -Que lindo, Baek, muito obrigada. –Pego o desenho, feliz por ter ganhado um presente de Baekhyun, por mais feio que esteja. –Eu ainda não acabei o meu desenho, enquanto isso,vá lendo um dos livros que eu trouxe.

  -Hm, ok. Faz eu bem lindão, tá? –Ele sai da mesa, pega um dos livros, e começa a ler em sua rede –“Sonho de Uma Noite de Verão”... Até seria mais excitante, se não fosse inverno. –Ele escolhe meu livro preferido, um romance de Shakespeare.

  Logo, termino meu desenho. Fiz Baekhyun do tórax para cima.

  -Legalzinho, (S/N). Se quiser eu te ensino a desenhar depois. –Baekhyun se exibe, fazendo-me rir, como sempre. –Obrigado. –Ele pega meu desenho e encaixa em um dos galhos de uma árvore, deixando-o pendurado ali.

  Pego um dos meus livros, deito-me e começo a ler, assim como fazia Baekhyun. Chego rápido ao final, diferente do Baek, que ainda estava na sexta página. Na última página de meu livro, é descrita a ação da moça deitando-se no peito de seu amado e sentindo-se protegida. “Parece ser bom”, desvio meu olhar para Baekhyun, que estava com os olhos cerrados, entretido com a história que estava lendo.

 -Baek, me deixa deitar com você? –Peço. Não iria pedir diretamente para deitar-me no peito dele, é constrangedor.

  -Por que, (S/N)? Eu não fiz essa rede pra você? –Questiona confuso – Está lendo um livro de terror?

  -É que... Eu quero fazer igual eu li no livro. –Falo timidamente.

  -O que você viu no livro, (S/N)? –Baekhyun pergunta, contraindo seus lábios e arqueando sua sobrancelha.

  Não respondo, apenas deito-me do lado de Baekhyun, deixando meu livro no chão nevado, ao lado da rede do mesmo.

  -(S/N), se você me falar, eu te ajudo. –Ele fala, sorrindo.

  Continuo sem dizer uma palavra. Enterro meu rosto na lacuna entre o peitoral e o braço de Baekhyun, perto de sua axila. Meu rosto deve estar sendo marcado pelos cipós da roupa do maior, que estão machucando minhas bochechas, por estarem pressionadas aos mesmos.

---------Baekhyun POV’S ON---------

  Não estou entendendo nada. (S/N) tem problema na cabeça e não foi diagnosticada, só pode. Vou dar uma olhada no livro, vai que entendo o que ela está querendo. Pego o livro que está ao lado da rede, (S/N) nem percebe, já que está com o rosto escondido. Aqui, achei onde ela parou. Leio um pedaço da página.

  Ah! Agora faz sentido! Ela só queria deitar no meu peito! Por que essa boba não disse antes?

  -(S/N), você nunca deitou no peito de alguém? –Pergunto, julgando pelas ações da pequena.

  -Não. –A resposta sai abafada, já que ela continua com o rosto enterrado entre meu peito e meu braço.

  -Por que não me disse que você só queria deitar no meu peito? –Falo rindo da atitude de (S/N).

  Ela não responde e vira seu rosto para mim, que está vermelhinho por conta dos cipós que espremeram o mesmo. Passo a mão em seu rosto, sentindo as marcas que foram feitas pela minha roupa no rosto de (S/N), que me olha nos olhos atentamente, sem dizer uma única palavra.

----------(S/N) POV’S ON-----------

  Eu estou com tanta vergonha de falar com Baekhyun, então fico apenas o encarando. Sua grande mão em meu rosto faz o mesmo ficar quente.

  Baek segura delicadamente minha cabeça e coloca minha bochecha encostada em seu peito. Ah! Então era assim que estava no livro! Continuo desconfortável por conta dos cipós, mas tento não demonstrar, em gratidão a gentileza do garoto. Inclino minha cabeça para cima e olho para Baekhyun, que me observa com um olhar um tanto triste, ou com pena. Ele fecha os olhos e sinto os cipós que estavam em minha bochecha saírem devagar, entrelaçando-se na rede. Minha bochecha fica confortável contra pele do maior.

  Começo a sentir vergonha por estar deitada no peito nu do garoto, fazendo meu rosto esquentar e minhas bochechas ficarem avermelhadas, percebendo isso, Baekhyun nos cobre com a coberta mais grossa. Ele olha pra mim e sorri, me abraçando com o braço que estou deitada, fazendo-me arrepiar e meu coração bater cada vez mais rápido e descompassado. Baek sobe sua mão até minha nuca, acariciando a mesma. Está tudo tão bom, tão calmo, apesar de minha timidez. Consigo sentir sua respiração calma e seus batimentos do coração, que soam como música.

  -Você ficou linda assim, com cabelo solto. –Baekhyun quebra o silêncio que havia no espaço. “Ele notou”. Sorrio pelo elogio. –Vou cantar uma canção, pra você ficar mais relaxada, o nome é “Don’t Go”, por mais que você não entenda, por ser na linguagem das fadas, espero que aproveite a melodia. –Ele começa a cantar, acompanhado pelas cigarras do jardim, que dão um ritmo a música. Está tudo tão mágico, assim como ele.

  Fico quieta, apenas apreciando isso tudo, que mais parece um sonho. Baekhyun leva sua mão livre até minha mão esquerda, entrelaçando nossos dedos. Sua mão é tão macia... Fecho meus olhos, a fim de aproveitar as sensações que o cenário trazia, e acabo dormindo.

  Depois de um longo tempo sou acordada por Baekhyun. Meu rosto deve estar inchado, mas não ligo.

  -(S/N), está na hora de voltar para o palácio, antes que comecem a se preocupar. –Baekhyun fala sorrindo, tão lindinho. –Boa noite. –Ele se despede de mim.

  Guardo as tintas e materiais. Pego meu travesseiro e coberta, que havia trazido apenas para ficar confortável e os guardo na mala. Pego tudo com muita dificuldade e vou até o castelo. No caminho até meu quarto, encontro meu pai. “Vale a pena tentar”.

  -Pai, deixe-me dormir no quintal hoje? –Peço com uma voz doce.

  -Não. –Ele responde frio.

  -Por favor. –Faço voz de bebê.

  -Não é não, (S/N). –Ele fala em um tom bravo.

  -Se você deixar, eu faço mais dois cursos extras ano que vem. –Retruco sorrindo.

  -Tá bom. –Ele sai.

  Eu vou dormir com Baekhyun pela segunda vez! Eu até daria pulinhos agora, mas as criadas achariam que estou ficando maluca. Dou a volta e vou voltando até o jardim. Quero ver a cara de surpreso que o Baek vai estar.