Tobias abriu os olhos devagar e mexeu-se um pouco no sofá apertado.
Lembrou que havia chegado no hotel um pouco tarde e que sua noiva estava nervosa, não queria saber das conversinhas dele.
Os dois haviam brigado mas uma vez por coisas bobas. Marlene não estava tão necessariamente feliz com o lugar que decidiram passar suas "férias antes casório".
Ela queria algo como, Paris, Nova York, Grécia. Agora Florença? Uma cidadizinha que nunca havia ouvido falar antes? Onde jamais nenhuma de suas amigas havia pisado? Era o fim.
Tobias havia escolhido Florença por um simples motivo: Tris. Mesmo depois dos sonhos, ele apreciou o lugar e tomou amor pelo mesmo, por sua história e por sua beleza.
O homem levantou e andou até o banheiro, fez suas necessidades, tomou um banho longo e saiu enrolado em uma toalha.
Marlene dormia na cama, ele pegou algumas roupas e as colocou, pegou um cartão e uma caneta.
"Volto antes do almoço
T"
Deixou em cima do criado mudo e saiu do quarto de hotel, andou um pouco pela cidade.
Apreciava a beleza do lugar e como era romântica. Tobias se perguntava o que estava fazendo, por que não acordou a noiva para que juntos andassem na cidade, tirassem fotos juntos, dessem beijos a frente das pontes mais lindas.
Mas ele sabia a resposta e só apenas não queria aceitar.
Não queria aceitar que só estava sozinho pois queria ver Tris novamente, ver seu sorriso, pegar em sua mão.
Balançou a cabeça e continuou andando pelas ruas, avistou uma pequena padaria, entrou na mesma e pediu um café juntamente com pão de queijo.
Sentou na mesa do lado de fora e reparou no lugar, haviam vários restaurantes, lojas e muitas pessoas.
Quando a garçonete trouxe seu pedido resolveu perguntar qual era o melhor restaurante que ele poderia ir.
- Prior's. A inauguração não foi a muito tempo e todos os turistas amam, e é realmente muito bom. Fica no final da rua.
- É romântico?
A mulher sorriu.
- Com certeza. Estamos em Florença. - sorriu e entrou novamente.
O homem bebeu seu café e comeu seu pão de queijo observando as pessoas, quando acabou, pagou e voltou andando até o hotel.
Pode ouvir o choramingar da mulher dentro do quarto.
- Marlene?
- Toby não faz isso - falou correndo até o homem e o abraçando.
- O que foi?
- Não me deixe mais sozinha. Me desculpe por ser tão chata as vezes.
- Não é culpa sua. - deu de ombros.
Já estava acostumado com tantas brigas sem sentidos e iguais e tinham o mesmo fim.
- O que foi fazer?
- Só fui ver mais sã cidade, e adivinhe? Vamos sair hoje a noite.
- Pra onde?
- Um restaurante. Falam muito bem de lá.
- Oh então acho que vai ser legal - sorriu e deu um pequeno Beijo no homem.
Ele sorriu e acompanhou a mulher com o olhar. Ela entrou no banheiro, ele sentou na cama e ligou a TV, passou algum tempo assistindo alguma série que não sabia o nome até Marlene sair do banheiro.
Ela tinha os cabelos presos e estava enrolada em uma toalha branca.
Trocou - se rapidamente e soltou os cabelos estavam presos em um coque.
- Vamos almoçar? - a menina sorriu.
- Sim - ele sorriu
Enquanto os dois almoçaram em algum restaurante caro que Marlene havia escolhido, Beatrice andava de um lado pro outro em seu apartamento pensando em como seria em enfim ter um renomado crítico em seu restaurante. Ela não sabia o que vestir ou como agir, a garota estava em perpétuo pânico.
- Ok, sou eu ou você tá pirada? - ouviu a voz de Chris vindo da porta.
- Como?
- Não está pensando em ir com esse farrapo né? - Beatrice concordou com a cabeça parando finalmente de andar.
O vestido não era à coisa mais linda do mundo, mas também não era horroroso. Tinha mangas compridas e era preto.
- Você tem que manerar no preto amiga. - riu - Vamos ver.. Sabe eu vi uma coisa que acho que ficaria legal em você. Vamos comprar algumas coisas, desde que chegou aqui saiu quantas vezes?
- Eu saio todos os dias.
- Não pro restaurante sua anta acéfala. - Beatrice gargalhou, sentia Saudades das idiotices da amiga - Sair pra comprar, se divertir?
- Eu me divirto vendo um filminho e indo pro restaurante.
A morena levo as mãos a cintura e encarou a de cabelos loiros.
- Não diga que eu preciso de um ho..
- Ok então você precisa de rola. Meu Deus já faz quantos anos que você não fica com alguém de verdade? Beatrice, esse é o lugar dos sonhos, é só você arrumar o cara dos sonhos.
A loira riu e balançou a cabeça.
- Talvez eu tenha encontrado. - Chris sorriu animada - Mas ele já tem outra.
- Olha, eu vou dar um concelho - a morena se aproximou da amiga - Se você quer algo faça acontecer. Agora vamos comprar aquele vestido lacrador que eu vi naquela lojinha da qual eu não sei o nome. - riram.
- Vamos antes que você arranque minha cabeça.
- É você me irrita as vezes.
- Olha não é por que você tá noiva que você pode achar que tem o direito sobre mim..
- Cala a boquinha jão - Chris sorriu e começou a andar pra sala. - Mexe esse popozão pra cá. Sabe que esses meses vão ser agitados né?
As duas desciam as escadas.
- Com o que?
- Meu casamento.
- Mais o noivado foi tipo ontem.
- Não vou esperar mais 4 anos amiga. Desculpa mais eu quero filhos. - Beatrice riu e encarou a amiga - Ok eu não quero mas estou ficando velha.
- Você é mais nova que eu gracinha.
- Você já é uma senhora - Beatrice fez uma careta. - Mais uma senhora gostosa. - riu.
Beatrice revirou os olhos e sorriu da idiotice da amiga.
As duas estavam andando na rua entretidas com varias de suas conversas. Quando chegaram na loja, Beatrice entendeu que sua amiga estava certa sobre o vestido, ela era o mais lindo e combinava perfeitamente com o momento.
Já era mais tarde, ela estava devidamente pronta, seus cabelos escovados, e seu vestido cinza de ceda que iam até seus pés estavam perfeitamente adequados a menina que com um sorriso poderia fazer qualquer um presente ali em seu restaurante sorrir também. Todos estavam muito animados, um critico bastante famoso na área de comidas italianas estaria nessa noite e isso assustava ela de certo modo.
O homem estava sendo servido devidamente, o lugar estava lindo iluminado por pequenas luzes penduradas no teto que era pintado de cores escuras, era como olhar as estrelas.
Quando conheceu este lugar e o decidiu comprar para ser seu restaurante a primeira coisa em sua cabeça foi fazer algo com que as pessoas se sintam confortáveis, que seja romântico. Ela teria tido uma pequena viagem quando estava deitada em seu jardim olhando as estrelas uma vez, ela achou que aquilo fosse único e lembrava pessoas importantes de sua vida, cada estrela como se fosse um momento capitado.
Justamente assim com o teto. Cada luz ou "estrela" capitando um momento importante de cada pessoa que já teria passado por ali.
Tobias podia sentir o ar bom daquele lugar, o lembrava de alguns sonhos que teve pelo tempo que passou. Ele lembrava de andar com Tris por lugares diferentes sob as estrelas, elas eram as unicas que sabiam sobre eles, era como um segredo que elas guardavam.
- Lugar bonito - Marlene comentou.
- Sim.
-Apesar de eu achar essas luzes um pouco demais, quer dizer vim pra comer ou pra ficar olhando um teto com luzes?
Tobias a encarou por alguns segundos, ele não entendia o por que estar com uma pessoa tão sem graça e sem cabeça como ela.
Posso dizer que o jantar passou de agradável a terrível a cada vez que ela pretendia abrir a boca para falar algo. Mas ele viu algo, na verdade alguém que o fez o sorrir.
- Ei eu quero falar com a dona. - falou para o garçom que passou por si.
- Algum problema com a comida? - perguntou.
- Eu só preciso falar - deu um sorriso pequeno.
Marlene havia ido ate o banheiro alegando que retocaria a maquiagem para que pudessem ir.
- O senhor esta com algum problema com a comida? - Ouviu a voz e sorriu.
- A sim, eu só queria dizer que é a melhor comida que eu ja provei. - comentou e viu o sorisso doce da mulher crescer.
- É bom saber que gostou.
- Eu já estava de saida. - levantou, agora era possivel ver o quando os dois estavam mais proximos. - Mas gostaria de levar uma sobremessa.
Beatrice sorriu e concordou com a cabeça.
- Poderia provar os biscoitos com sorvete, são marvilhosos. - falou.
- Provaria qualquer coisa que falasse. - o homem acompanhou a mulher.
- Já que é a primeira vez do senhor aqui, gostaria de lhe mostrar algo. É para os visitantes. - sorriu.
Eles caminharam até um canto externo onde existia uma prateleira de pedras na parede, com milhares de folhas enroladas com um pequeno tecido fino azul marinho.
- O que eu deveria escrever? - perguntou.
- Um desejo. - Beatrice se virou para o homem e sorriu.
Ele concordou com a cabeça e mordeu o lábio. A menina deu lhe uma caneta, então ele escreveu algo em dois papéis, ela decidiu por não olhar então observou qualquer outro lugar.
Tobias escreveu apenas uma palavra em um papel o colocando sobre tantos outros, já o segundo papel ele segurou firme sem que Beatrice visse.
- Pronto.
- Acho que sua noiva a aguarda senhor.
- Ficarei por só mais alguns dias. - falou baixo tendo a atenção dela pra si.
O foco dela estava tanto no homem que Beatrice não percebeu o papel sendo colocado entre suas planilhas que estavam dentro da pasta que segurava.
Ele sorriu e andou na direção da loira entendiada, pagou a conta e saiu do restaurante rapidamente.
Agora ele entendia o por que das estrelas, cada desejo ali colocado. Ela não havia o esquecido em todos os anos, de nenhuma forma.
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