Beatrice e Christina chegaram no restaurante "Agliocce Risturante" em poucos minutos, estavam especialmente nervosas com a chegada do novo chefe.
Will Samuelson.
Era ele o novo chefe, o que estava sentado impaciente em uma das cadeiras do restaurante.
- Will?
- Oh mi bela Beatrice - o homem sorriu ao se levantar, falando com seu sotaque italiano.
- Prazer Will, sou Christina - a menina sorriu.
De cara já tinha visto algo diferente no novo chefe. Além de lindo ele era totalmente beijavel. E ela não se importaria de experimentar seus lábios mais tarde.
- Oh si si - sorriu e apertou a mão da morena.
Porém sua atenção estava presa demais a loira de olhos castanhos/verdes. Pegou na mão de Beatrice e beijou a mesma algumas vezes.
Ele poderia estar sendo gentil como todo o povo de seu país, mas quem esteve presente naquela cena percebeu um pouco mais de intenção ali.
- Sei bella come migliaia di rose - O homem falou em sua língua oficial e sorriu ladino para a garota.
- O que ele tá falando? - Christina enrugou a testa.
- Ele disse que eu sou bela como milhares de rosas - a menina falou e sorriu pequeno.
- Nossa - a morena suspirou - Isso é.. Nossa.
- Grazie , mi dispiace per il ritardo - Beatrice falou enquanto tentava tirar as palavras do fundo das aulas de Italiano que fez quando pequena.
A garota tinha se desculpado por ter se atrasado. O homem sorriu e balançou a cabeça.
- No tem nada minha cara - sorriu.
Christina sorriu ainda mais. Estava começando a se apaixonar pelo sotaque carregado do homem. Era como se aquela voz entrasse por seus ouvidos e a causasse arrepios. Isso era estranho e ela se sentia catar ainda mais.
- Vou úteis mostrar a cozinha - Beatrice falou pegando no braço do homem o levando até a cozinha depois de ligar o som em que tocava Luciano Pavarotti.
Uma dos cantores que a mãe de Beatrice mais admirava, e que a filha desde pequena roubou o gosta da mãe pra si.
Por ela ficaria horas e mais horas ouvindo opera e suspirando com as histórias por trás de cada voz.
- É maravilhosa amor e mio - sorriu dando beijinhos nas bochechas de Beatrice - Vamos começar - falou pegando um avental e indo lavar as mãos.
Beatrice já conhecia Will, suas viagens para Paris com sua mãe rendiam horas conversando com Will e rindo sobre coisas idiotas. E o sonho era sempre o mesmo: Conseguir montar o restaurante de sua mãe em Florença, onde tudo começou.
Então ficaram ali cortando os legumes, as folhas, preparando as massas.
Se perguntasse a Beatrice se ela se cansaria disso alguma vez. Ela responderia que não. E que estaria atrasada para fazer seu famoso Zabaglione.
Correu para atender a dois casais que chegaram, já estava de noite e talvez hoje teria mais gente do que nas outras noites.
Era assim desde que sua mãe se foi. Um fracasso. A comida não era à mesa. Beatrice tentava, porém jamais seria sua mãe. Ela tinha um toque especial, era diferente. Apesar de que a comida de Beatrice fosse a melhor que já comeu, não era o mesmo que de sua mãe.
- Boa noite - sorriu e acompanhou os casais as suas respectivas mesas.
E a noite foi somente isso, dois ou três casais, uma ou duas pessoas que foram para comer sozinhos. E nada a mais.
Will chegou perto de Beatrice o suficiente para ela poder sentir seu cheiro forte de um perfume que ela desconhecia.
- Me desculpe Bea, mais Will precisa de clientes. Não posso cozinhar para três ou quatro pessoas. Preciso de uma platéia mi cara - suspirou e passou o polegar na bochecha rosada de Beatrice que sorriu fraco - Esse lugar é lindo, mas perdeu o brilho mi amore
- Eu.. - suspirou - Vou tentar fazer mudanças - sorriu brevemente e se despediu de Will que saiu juntamente com ela.
Beatrice entrou na pequena porta ao lado do restaurante e subiu a escada, entrou em seu pequeno apartamento e se jogou no sofá, puxou um caderno em que tinha todas suas anotações, rendimentos do restaurante, prejuízos. Ela precisava ver como estavam os números.
Cada vez caindo mais.
Ela suspirou e fechou os olhos se ajeitando sobre o sofá, respirou fundo e sentiu seu corpo mole e fraco e logo ela já se encontrava em um sono profundo o suficiente para ela dormir por anos.
***
" Então eu estava ali novamente sentada num banco em frente ao parque. Tinha a mesma cabana de flores, mas a vendedora não estava lá.
Na verdade não havia ninguém.
Ninguém no parque. Ninguém andando.
Olhei para trás e vi a fonte em que joguei aquela moeda mais cedo, andei até a mesma e sorri ao ver que a fonte ligou. Saia água pela estátua e moedas brilhavam no fundo dela.
- Olá? - levantei minha cabeça ao ouvir uma voz grave vindo do outro lado da fonte.
- Oi? - falei baixo e andei até encontrar o dono da voz.
Um homem que eu nunca tinha visto antes. Ou pelo menos eu achava não ter visto. Ele me encarou confuso e coçou a nuca.
- Não tem mais ninguém aqui?
A confusão parecia estar bem clara para nos dois. Estranho sonhar com alguém que nunca viu? E como!
- Ninguém. Só nos dois - falei e soltei um risinho.
Me sentei na beirada da fonte e passei a mão sobre a água. Percebi que ele estava me olhando, o encarei de volta.
- O que foi?
- Eu tenho a impressão de já ter te visto é estranho - ele falou e se sentou perto de mim.
- É eu também - sorri pequeno e mordi o lábio inferior
- Como se chama? - me perguntou e eu sorri.
- Por que quer saber? Isso é só um sonho não? Fantasia.
- E por que não saber? - sorriu torto.
Fiquei em silêncio por breves segundos e sorri de lado.
- Me chame de Tris
- Apelido? Ok Tris - sorriu
- E o seu nome?
- Quatro - falou e olhou para a fonte
O encarei confusa.
- Quatro não é um nome - ri
- Você me disse seu apelido. Então eu disse o meu - riu e então senti nossas mãos se encostarem.
Olhei para ele e senti algo me puxando, tudo ficou branco e alguém estava me puxando de volta"
Beatrice abriu os olhos e encarou os lados confusa.
- Que.. - balançou a cabeça sem entender e suspirou.
Levantou do sofá e andou zumbimente até a cama se jogando na mesma.
Pensou no homem que tinha visto no sonho. Estranho. Fechou os olhos e tentou dormir, virou pro lado, virou pro outro, virou de bruços.
E não conseguiu dormir mais.
Era uma maldição. Aquele rosto não saia de sua memória é ela se sentia cansada, porém acordada demais para conseguir dormir.
Em sua mente ela só pensava em quem poderia ser "Quatro"..
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.