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História In Purple Eyes - Epílogo


Escrita por: Kitty-Batsky

Notas do Autor


Então... pronto, aqui está o epílogo!
AHHHH, EU TERMINEI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Sabia que um dia isto ia acontecer! Que eu ia chegar lá (ok, aquele hiato de dois anos causou-me algumas dúvidas quanto a isso XD).
Estou com uma vontade de... abrir uma garrafa de vodka do Dubai e celebrar. Mas, como é quase meia noite, acho melhor não kkk ^ ^`
E eu também deveria ter estudado Matemática hoje e adivinhem? Pois é, ardeu! Mas pronto, vida segue! Há sempre o dia amanhã, é o que dizem!
E evidentemente que eu morreria se eu não escrevesse o epílogo logo.
E também me surgiram ideias bem definidas de como vou escrever o epílogo da segunda temporada (Sim, eu sei que ainda falta muito até chegar lá, obrigada pela chamada de atenção)

Bom, adiante, eu espero realmente que vocês tenham gostado da história!
Obrigada por terem-me acompanhado até aqui. Foi uma honra ter-vos como leitores!
Obrigada pelos mais de 350 favoritos e pelos quase 1000 comentários (na verdade, se for a somar os comentários que existem agora e os das pessoas que excluíram as contas ou que, infelizmente, foram banidas, acho que até supero esse número, mas não é oficial, portanto...).
Agradeço tanto a uns como a outros. Os comentários, mesmo os que foram apagados, estão todos no meu coração.
Ah, e obrigada também aos leitores fantasminhas, se os há. Eu até curto de vocês, por terem-me aturado em silêncio! XD <3
Ia esquecendo, muito obrigada pelos fanarts, pela capa para a fic, pelo vídeo, enfim, pelos presentes que fizeram para homenagear IPE!

Ok, agora que acabou a gayzisse, podem ler o capítulo! E aposto que vocês não esperavam um epílogo... escrito pela Rosimere! É isso mesmo que vocês leram! Rosimere, a Bruxa!

P.s: A pintura é de joachim-von-sandrart, pintor famoso

Capítulo 50 - Epílogo


Fanfic / Fanfiction In Purple Eyes - Epílogo

Não é de meu costume temer, todavia, quando penso na profecia, enregelam-se-me os meus ossos de velha. Dizem, alguns dos meus conterrâneos, diz-se, nas bocas do povo mundano, que uma profecia tem sempre que ser cumprida, que ela é imparável. Eu nunca acreditei nisso, nunca quis acreditar nisso, e, agora, tenho as minhas dúvidas. Tudo está a acontecer. Fiz o que estava ao meu alcance para que não houvesse uma via de a profecia ser cumprida, tapei todas as brechas, tomei todas as precauções. E, contudo, apesar de ter anos de experiência, fui enganada pelo destino.

Vigiei Cristaly durante toda a sua infância. Aquela anómala, indisciplinada criança, via-se mesmo que tinha que ser a tal. Tocada por uma paixão por monstros irracional, vital como o sangue que corria nas suas veias, essa paixão que ela não conseguia, não poderia, controlar.  

Prendi-a na aldeia, fugiu-me. E, então, foi quando eu cometi o meu mais gravíssimo erro. Confiei em Herobrine, quando ele mesmo, e as suas acções, estão condicionadas pela profecia. Dei-lhe os meios para se salvar, mas ele, com estes, despoletou os acontecimentos que o levarão à ruína. E que, inevitavelmente, me farão cair em desgraça. E, aliás, esta já começou. Eu poderia ter ficado em Rarecraft, tenho a certeza que ninguém ia atrever-se a acusar-me de coisa alguma. A morte do rei, a intrujice, as falsas acusações de bruxaria, tudo iria aterrar nas costas do falecido caçador de bruxas. Contudo, quem foi que o trouxe para a capital? Eu mesma, Rosimere. O povo nunca mais me teria a mesma estima de outrora. Ademais, com a vinda do novo rei e do bispo, seria empurrada até atingir uma posição na qual a minha palavra não valeria mais que a de uma madre comum.

Fiz eu bem em vir alojar-me no castelo de Herobrine. Em Rarecraft já não possuo qualquer influência, mas aqui, no covil do Deus do Inferno, sou temida até mesmo, em segredo, pelo próprio. É hilariante, devo confessar, não me coíbo de colocá-lo em situações constrangedoras. Devo-lhe muito, é verdade, deu-me os terrenos, os poderes, ingredientes raros, mas penso que nunca serei capaz, sequer, de tolerá-lo. É algo na personalidade dele, na sua insanidade, no seu ego gigantesco, algo que me irrita.

“Ah, que jumento… pensar que a minha decadência e a dele estão coladas uma à outra…” Pensava, enquanto percorria os corredores do castelo em direcção à sala do trono, onde Herobrine me esperava. Havia-lhe dito que tínhamos assuntos para discutir, então, marcara-me uma audiência. Outrora houve um passado em que eu e ele conversávamos como dois iguais. Não nos achávamos iguais, nutríamos um pelo outro grande desprezo, mas tratávamo-nos como se o fôssemos. Agora, que possuía um castelo e que se auto-intitulara Deus, é que Herobrine andava para aqui e para acolá com as cortesias.

“E que gostos duvidosos tem…” Depreciei, tentando evitar que o meu olhar recaísse sobre os quadros espalhados pelas paredes. Havia alguns com a largura de uma Jibóia, retratando guerras violentas, onde homens a cair dos cavalos, feridos, mostravam as suas tripas. Outros, mais pequenos, como numa sucessão de fotografias a preto e branco, mostravam seres a serem torturados, homens, mulheres, crianças e animais. A maioria das pinturas, porém, era demasiado abstracta para que pudesse ser entendida. Num, que me chamou a atenção, batia um coração mirrado. Era ilusão de óptica, certamente, causada pelo contraste de um vermelho vivo e outro escuro, mas realmente parecia que o quadro se estava a mexer. E havia um líquido escarlate a jorrar por detrás do quadro, escorrendo pela parede.

Novamente percebi-me a abanar a cabeça de um lado para o outro, repudiando a expressão artística da mente daquele homem. O que tem de belo na bestialidade, nos banhos de sangue, nos pedaços de corpo espalhados num chão escorregadio de fluídos?

Claro que, como mestre de poções, muitas vezes tenho que contactar com ingredientes nos quais certas pessoas não seriam capazes de tocar, mas não sinto o mesmo nojo, o mesmo despeito. É que os vejo como meros objectos que devem ser tratados de modo a se poderem ser aproveitadas as suas propriedades, não como brinquedinhos para saciar fantasias mórbidas. Os miolos de porco estão enfrascados hermeticamente, e a artéria hepática dissecada e esticada dentro de uma caixa. Eu realmente uso-os, não sapateio em cima deles em êxtase.

Terminei de percorrer o corredor. O longo tapete vermelho que parece a língua de um dragão, quente e húmido, devido ao clima do Inferno, desemboca nos portões da sala do trono. Quando os guardas abriram os portões, para me deixarem entrar, vi Herobrine sentado no seu trono, muito pensativo e carrancudo. Já adivinhava que eu tinha vindo para lhe dar uma descompostura.

- Bruxa, que queres dizer-me? Convocaste uma audiência, espero que o assunto seja do meu interesse. – Cumprimentou-me, prepotentemente.

Caminhei, num passinho lento, encurvada, até estar apenas a dez passos do seu estrado. Aí parei e estiquei as costas cansadas da idade, fazendo os ossos estalarem. Soltei um resmungo de apreciação, em parte devido ao prazer do movimento, o resto devido a ter irritado Herobrine, que se impacientava. Ergueu uma sobrancelha, em descrença, mas não se atreveu a comentar nada.

- Vim dar-te conselhos! – Anunciei, por fim. – Acerca daquele nosso probleminha… - A última palavra enlacei-a com troça. Herobrine relanceou um olhar para o portão fechado, ciente de tinha dois guardas do outro lado, que poderiam estar naquele momento a tentar ouvir a conversa, com as orelhas encostadas à grande fechadura. Soube que não os pouparia. Mandaria executá-los assim que eu me retirasse da sala.

- Não há qualquer problema! – Replicou, soturnamente. – Apesar da humana ter feito progressos na obtenção da paz entre monstros e os da sua espécie, cedo ou tarde todos os seus esforços se reduzirão a pó. E, como já várias vezes creio ter mencionado na tua frente, mesmo que ela consiga essa paz, o que me impede de os arrasar a todos? Sabes que tenho meios de o fazer! Minecraft está sobre a palma da minha mão.

- Rapta-a! – Cortei o seu discursinho, nada impressionada. – Traz Cristaly Denally para o castelo e enclausura-a, isola-a de todos, especialmente daqueles que não são da sua espécie. – Só isso. Só isso para nos salvar. Como ele não conseguia entender?

- Não gosto do teu tom de voz, bruxa! – Sibilou, inclinando-se e fuzilando-me com os seus olhos sem pupilas. – É como se me estivesses a dar ordens, e não advertências. – Cruzou os braços, ergueu o queixo. – E do que adiantaria raptar a humana? Ela já espalhou a sua semente, todos a conhecem. O seu súbito desaparecimento apenas a tornaria, aos olhos dos outros, uma mártir, uma santa, que veio, cumpriu a sua missão, e que no ar se desvaneceu. Já me deste conselhos melhores… - Zombou.

- Sim, conselhos esses que não seguiste! – Tive vontade de lhe cuspir para os pés, mas contive-me. Mesmo precisando de mim, era possível que Herobrine me quisesse castigar se ousasse tanto. – Não entendo até hoje o que passou pela tua cabeça. Porque não seguiste o plano que te dei? Porque não transformaste Cristaly numa fera irracional, submetendo-a ao teu controle? Porque não mataste o Enderman quando ele a quis salvar?

As faces de Herobrine ficaram rubras, não porque ele estivesse com vergonha, antes porque recordava algo que lhe trazia grande deleite.

- Seria um crime impedir o que estava a suceder. Nunca vi algo tão belo. A forma como Endermans torturam os pobres humanos, devorando-lhes a alma, é de uma crueldade inimaginável. E a situação em si, o facto de eles gostarem um do outro, pincelou a atrocidade com cores de tragédia. É mais do que posso expressar em palavras. Ademais, nunca acreditei que o Enderman fosse capaz de se controlar. Pensei que mataria a jovem.

Apeteceu-me esbofetear as faces daquele homem mimado.

- Admites então que estavas conformado em deixar Cristaly morrer, a protagonista da profecia que te condena, para que pudesse reencarnar em qualquer lugar incerto? Por um capricho?

- Não tenho medo! – Mentiu. Ah, entendo, fez o que fez por capricho e porque me queria provar que era superior a qualquer vaticínio que sobre ele era formulado.

- Deverias tê-lo! – Repreendi. – Mas, agora, deixemos estes assuntos para outra ocasião. Que te impede de raptares Cristaly, neste preciso momento?

Herobrine reagiu de forma estranha. Semicerrou os olhos e contorceu-se no seu trono, com um semblante sério.

- Não vejo o como isso poderá impedir a concretização da profecia. Explica-te!

Quis dizer-lhe. Quis explicar-lhe sobre o que era a profecia, desvendar os seus segredos e duplos sentidos. Mas, ainda mal essa intenção se tinha instalado na minha mente, de imediato senti a língua a colar-se ao céu da boca. Não conseguia pronunciar uma só palavra.

Malditos sejam a ordem dos bruxos, que, no início dos tempos, criou este tipo de regras. Bruxos podem profetizar, mas nada mais são autorizados a revelar para além do que lhes é dito pelo destino, nas palavras dele. E o Destino pode ser bastante traiçoeiro. Creio que a regra foi implantada para que não pudéssemos influenciar as pessoas com as nossas opiniões, que também podem estar erradas. Contudo, sei que não estou errada. Suspirei, e a minha língua descolou-se.

- Nada posso dizer, bem sabes!

O problema era que Herobrine não confiava em mim. Ele não confiava em ninguém. Não ia acatar o meu conselho, porque não o compreendia. Ele deu-me poderes, que não chegam a igualar os seus, e receia que, um dia, eu vá querer usurpar o seu trono e obter as regalias místicas de que ele usufrui. E, apesar de admitir que a ideia é tentadora, de facto não o estou a tentar enganar. Um dia, no futuro, quem sabe… mas, e ele deveria saber disto, quero que a profecia se cumpra tanto quanto ele o deseja. Ou seja, ambos queremos estilhaçar em mil pedacinhos o maldito poeminha que o Destino cantarolou nos nossos ouvidos.

- Como sei que não estás a tentar enganar-me, bruxa? Queres a minha ruína?

- Oh, não, ó poderoso Deus! – Mais valia a minha língua ter-se colado ao céu da boca novamente, assim não teria dito semelhante frase desatinada. Paguei-as caro, Herobrine não me quis ouvir mais. Os seus olhos luminosos relampejaram, elevou a voz para o volume de um berro, e ordenou que eu saísse da sala.

- Velha imunda, não quero mais conversas contigo! – Ainda resmungou, quando eu me comecei a afastar, primeiro às arrecuas, depois num passinho já menos calmo do que empregara ao entrar.

Apesar de ainda assustada (já fui chicoteada várias vezes, não seria primeira vez que Herobrine me puniria fisicamente) fui capaz de cantarolar pelo corredor afora. Uma canção de embalar, simples, e que toda a gente conhecia. Era o máximo que podia fazer para tentar que Herobrine compreendesse.


Notas Finais


Ah, a sensação do dever (quase) cumprido :3
Aproveitem agora para dizer nos comentários tudo o que não tenham dito antes! Não terão outra oportunidade (mentira, terão sim, não fiquem assustados XD... eu vou voltar)

Ok, recordando como serão as coisas a partir de agora:
- Vou escrever uma "ponte" entre a primeira e a segunda temporada, uma shortfic de uns três capítulos. Essa fanfic será +18 porque terá hentai. CONTUDO, esse hentai será somente um capítulo, os outros dois tenho a certeza que vocês todos quererão ler.
- Quando eu postar a shortfic, anunciarei aqui, num aviso, que apagarei de imediato, será só para vocês ficarem notificados. Quando virem essa notificação, saberão que eu postei a shortfic. Ela chamar-se-á ou "Diamond" ou "How Endermans show Love", se quiserem até podem dizer qual o título que gostam mais aqui nos comentários. Depois, na altura, basta procurarem-na no meu perfil, não vai ser difícil de encontrar.
- A segunda temporada vai passar-se quatro anos depois desta. Ela vai chamar-se "I Found My Destiny"
Got it? "In Purple Eyes" "I Found My Destiny"?
Esqueçam -.- Só chamem de IPE 2

Love you all! <3

A "ponte": https://www.spiritfanfiction.com/historia/how-endermans-show-love-11789874


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