História Inadequado, mas irresistível (Harry Potter) - Entre desavenças e desejos

As meninas logo voltaram ao dormitório da Grifinória. Gina estava animada para mostrar todas as roupas, e os acessórios que havia comprado. Hermione mantinha um sorriso no rosto, que a amiga logo percebeu.

— O que aconteceu? — ela perguntou, curiosa. 

— Nada, Gina. Venha, vamos, quero te mostrar o vestido. 

O dormitório estava vazio, era quase a hora do jantar, então todas as outras garotas deveriam estar no salão principal. Não estavam com fome, então decidiram ficar para abrir os pacotes. 

Gina havia comprado coisas que Hermione nunca vira na vida. De acessórios de cabelo até lingeries sexys. 

— Mas o que é isso? — Hermione pegou uma calcinha em que a parte de trás era tão fina, que se perguntou se aquilo não se partia quando se vestia. 

— AH, isso é pra você! — a ruiva sorriu. E entregou a parte de cima, que era da mesma cor, preto fosco com algumas rendas. Hermione olhou aquilo abismada, nunca que ia vestir uma coisa daquelas. Mas agradeceu, e jogou em cima da cama, ansiosa para ver mais coisas. 

Gina mostrou tudo que havia comprado, roupas, sapatos, tiaras, jóias. A outra a olhava com entusiasmo. Já havia se passado algum tempo quando ela acabou de desembrulhar o último pacote. Então foi a vez de Hermione mostrar seu vestido. 

— Espera! — Gina exclamou. — Você vai vestir? 

— Claro... — Respondeu sem entender muito a cara de espanto da amiga. 

— Vou te esperar lá fora. Quero ver só quando estiver vestida. Ok? 

Então saiu. Hermione deu de ombros e foi até o banheiro. Deu um pouco de trabalho de botar toda aquela roupa, mas em alguns minutos estava olhando para o espelho, admirada com a própria imagem. Por um minuto esqueceu de tudo. Não havia mais Severo Snape a tratando mal, nem problemas externos. Pela primeira vez a algum tempo se sentia fabulosa. Chamou a amiga que estava do lado de fora. 

— Que demora, hein. Já estava... — Gina abriu a boca e a olhou dos pés à cabeça. — Pelas barbas de Merlin, Hermione, você está... 

— Maravilhosa. — ela completou. 

— Ficou fantástica. — a amiga deu voltas em torno dela, observando cada ângulo, então pegou a varinha. — Vejamos... — começou ela. — Precisa de uns pequenos ajustes, nada demais. Fique quietinha, certo? 

Hermione obedeceu. Confiava nela, Gina era muito inteligente e boa no que fazia. 

Com alguns acenos de varinha, o vestido ficou mais que perfeito no corpo cheio de curvas da bela Grifinória. Suspirou ao se olhar novamente no espelho. 

— Snape vai pirar. — A ruiva deu uma risadinha. Hermione riu por dentro. 

~ SS / HG ~

Na manhã seguinte, Hogwarts estava apinhada de gente. Os alunos de Beauxbatons e Durmstrang ocupavam o salão principal, junto com o resto dos alunos de Hogwarts. Naquele dia haveria aulas coletivas, em que alguns dos alunos selecionados das academias visitantes, iriam assistir com os veteranos das 4 casas. 

Haveria aula de poções com Snape, o que deixou a maioria dos alunos animados, já que não seria uma aula comum. 

Hermione seguiu junto com Rony e Harry até as masmorras. Snape já esperava entediado na sala. 

— Sentem-se. — ordenou. Os alunos da Grifinória e Sonserina já estavam em seus assentos, quando a porta se abriu, revelando quatro bruxos. Entre eles estavam Victor Krum com seu habitual uniforme, um cara um tanto magricela em comparação com o restante da Durmstrang, uma veela loira de olhos azuis, de uma estatura mais baixa, e a garota chamada Chanel Oberlin.  

— Désculpérr... Porrrféssor... Estamos aqui parra assitirr a sua aula, se não se importe... — A garota mais nova falou. Seu sotaque francês encheu a sala. Snape olhou para eles e fez gesto para que se sentassem em uma das mesas que estavam desocupadas. 

A aula se passou absurdamente rápido. Snape não tirou pontos da Grifinória, nem foi tão ácido como normalmente era. Os alunos criaram a poção do Desejo Momentâneo, que faz a pessoa ficar atraída por outra, mas em pouco tempo. Chanel Oberlin chamava Snape de 5 a 5 minutos, o que deixou Hermione um tanto irritada. 

No fim da aula, todos os alunos saíram, menos a meia veela, e Snape. Hermione usou o pretexto de colher as sementes de Bétulas para ficar vendo as ações da loira. 

Snape estava limpando a mesa onde estava o caldeirão de Neville quando ela chegou por suas costas.

— Professor — murmurou ela.

— Sim?...

— Chanel Oberlin. - apressou-se em se apresentar. 

— Senhorita Oberlin, o que deseja? 

— Pode me chamar de Chanel, professor. 

Snape não respondeu. Olhou-a. 

— Bem, estive pensando, sua aula foi maravilhosa, mas fiquei com algumas dúvidas. Você não poderia tirá-las comigo hoje à noite? — Hermione parou de colher o restante das sementes e ponderou, ela estava sendo sensual? 

Hermione estremeceu de raiva por dentro. Aquela garota estava dando em cima de Snape? Deixou cair a pena e o pote de tinta, fazendo um barulho na sala. Que pela primeira vez, os dois notaram a presença da garota. 

— O que ainda está fazendo na sala, senhorita Granger? — Ele perguntou, a garota loira ao seu lado, deu um sorrisinho cínico para Hermione. 

— Já estou i-indo. — Gaguejou. 

Snape deve ter percebido que ela ouvira toda a conversa, pois quando ela ia saindo da sala, ele respondeu para a meia veela. 

— Eu adoraria. As 20 então? 

Hermione não ouviu mais nada, a não ser o estrondo que a porta da sala de poções fez, ao ela fechar com tamanha raiva. Seu sangue ferveu com a idéia, Snape com aquela garota sozinhos. Não se sabia o que iria acontecer.  

— Mione, por que demorou tanto? — Rony falou. — Você está tremendo.  

— Estava pegando sementes na sala do Snape. Isso não é nada, só estou com um pouco de frio. — ela cortou o assunto, de forma a evitar várias outras perguntas. 

— O Victor estava procurando você. — exclamou Harry. 

— Victor?! O quê... 

Mas ela foi logo interrompida. Alguém batera de leve em seu ombro. Victor Krum estava atrás dela, com uma capa preta farfalhando. Sua barba estava a fazer, e Hermione achou que nunca o vira tão lindo na vida. Piscou os olhos para voltar a realidade. Por um minuto até esquecera que Snape existia. 

— Podemos conversar a sós? — Ele olhou de Harry para Rony. — Se não for incomodar o momento. 

— Ah não, claro que não. — ela apressou-se em dizer. — Vamos dar uma volta. Meninos, encontro você na biblioteca daqui a uma hora, certo?! 

Os garotos concordaram e seguiram até o salão principal. Victor andava lado a lado com ela. 

— Está um dia lindo, não acha? — Ele começou a puxar assunto, Hermione deu de ombros, para ela não estava sendo um dos melhores dias. Mas depois fez que sim com a cabeça para não ser inconveniente, tirando o fato de estar com ciúmes de Snape, ele estava certo. Estava um belo dia. 

— Sabe, Hermioni-ni. — isso fez com que ela desse um sorriso. No seu 4° ano, ele tinha dificuldade em chamá-la pelo seu nome, e sempre a chamava assim. — Estava pensando, você já tem companhia para ir ao baile? 

Aquilo pegou Hermione de surpresa. Já tinha roupa, sapatos, mas não sabia se iria com alguém no baile, Harry e Gina iriam juntos. Rony iria com outra aluna da Grifinória, já ela... 

— Para falar a verdade, não. 

— O que você acha de ir comigo? — Ele perguntou. 

— Victor, é que... — ela procurou palavras para não mágoa-lo, a verdade é que ela não queria ir mais o Búlgaro. Não que ela não se sentisse atraída por ele, muito pelo contrário, mas isso significaria que eles dois ficariam a noite inteira juntos. Vistos pelos holofotes novamente. 

Ela já ia abrir a boca para falar quando ouviu duas vozes vindo pelos corredores. Que logo reconheceu como Chanel e o professor Snape. 

— Você é genial. — ela falava, enquanto Snape dava ordens a alguns alunos do primeiro ano para que parassem de fazer feitiços  pelos corredores. 

— Nos vemos mais tarde. — então ela piscou para ele. 

Os olhos negros do professor se encontram com aqueles castanhos cor de mel, e dele para os de Victor Krum. 

Hermione então voltou sua atenção para Victor, que os olhava sem entender nada. O semblante de raiva da Grifinória logo se transformou em um misto de satisfação e deboche. 

— Eu adoraria. 

Victor Krum deu um beijo no rosto dela e saiu. Snape fechou o punho e foi até ela. 

— Detenção, Granger. Não é permitido flertar nos corredores. 

— Então porque não dá detenção a meia veela também? Já que estavam fazendo a mesma coisa! 

— Não permito que fale assim comigo, garota. Sou seu professor, não um dos seus amigos cabeça-oca. Ou você está querendo sair direto de Hogwarts para um cargo um tanto vergonhoso, logo você... — Ele zombou. 

— Quer saber? Isso não importa mais! 

— Ah, não? — Ele arqueou uma sobrancelha. 

— Você está me dando detenção apenas porque está com ciúmes! O que o professor Dumbledore acharia disso? Logo você!? - retrucou. 

— Você está me ameaçando? — Ele cuspiu as palavras. — Você não sabe quem eu sou, Granger. Segue em frente, conta para ele, que eu terei o prazer de mostrar que eu nunca, nem na minha pior vida, me apaixonaria por você. 

Ele deu as costas. E saiu. 

Hermione ainda sentia o peso das palavras dele, mas não, não. Ele sentia algo sim. Tentou não pensar em nada enquanto seguia para a biblioteca. 

~ SS ~ 

Maldita Granger! 

Snape bufou de raiva. Agora se sentia pior do que nunca. Havia falado mal com ela, e sabia que ela não o perdoaria. Achava que não. 

Seus pensamentos em fazer ciúmes a ela, com aquela meia veela haviam ido de esgoto abaixo. Mas já havia combinado em fazê-la companhia, e não poderia voltar atrás. 

Seu rosto ficou vermelho ao pensar naquela maldita Grifinória com o Búlgaro, não sentia tanto ciúmes assim desde que conhecera Lílian. 

E se fosse ele? O mandante de Voldemort? 

Amaldiçoou-se enquanto seguia até o salão principal para falar com Hermione. Teria que ficar próximo a ela até ele sair de lá. Iria protegê-la. 

— Granger? — finalmente encontrou-a na biblioteca, estava virada lendo um livro, na presença do Potter e do Weasley. — Venha, preciso falar com você. 

Ela fechou o livro, e deixou na mesa. Snape seguiu até o corredor seguinte e verificou se havia algum aluno e então com um aceno da varinha, lançou um Abaffiato. Ela não disse nada, apenas o encarou. 

— Eu revoguei a sua detenção. 

— hmm... 

— E também não queria dizer o que disse a você. — Ele tentava procurar palavras. Após alguns minutos de um silêncio sepulcral, ele a encarou. 

— Não vai dizer nada? 

— Não. 

— Sua Grifinória irritante, vim até aqui para me redimir e você me trata assim? 

— Se veio até aqui para me ofender, então é melhor dar meia volta. Ainda estou magoada. 

— Se está esperando um pedido de desculpas, então saiba que... — ela virou as costas para ir embora. — Espere. 

— Sim? — ela esperou. 

— Por Merlin, Granger... Desculpe-me. —  ela deu uma gargalhada. — Mas que infernos! Do que você está rindo? 

— Já está perdoado. Só estava me aproveitando da situação. — ela continuava rindo. 

— Sua... 

— Desculpa, mas eu precisava ver sua cara me pedindo desculpas. Ok, parei. — Snape estava a olhando, ela parou de rir e ficou séria. 

— Vou ensinar a você a não se aproveitar da minha boa vontade. 

E com um puxão pela cintura dela, seus corpos se encontraram. Uma de suas mãos foram até a nuca da garota, que se arrepiou com o toque. Seus olhos se encontraram, e então ele chapou-lhe um beijo na boca.