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História Índigo ao Carmim - Uma História de Sonic - Reencontros


Escrita por: UmbraTutz

Notas do Autor


Terminando esse capitulo de madrugada de insônia, espero que gostem!
Grande Abraço

UmbraTutz

Capítulo 12 - Reencontros


- Há quanto tempo vocês estão aqui? – Maria estava sentada com as demais crianças ao redor da fogueira que haviam improvisado. Seu quarto estava exatamente como se lembrava, exceto pela grande bagunça presente no ambiente devido às circunstancias atuais.

- Faz algum tempo, não sei direito o quanto... Depois que você foi embora, as coisas começaram a dar muito errado. – Colin estava sentado ao lado de Maria, parecia tranquilo apesar de sempre esboçar um sorriso ao ver Maria. A deformidade em seu rosto era localizada na bochecha direta, indo desde seu maxilar até a região próxima ao olho. Ela fazia com que toda a área que ocupasse se tornasse cheia de buracos e feridas, além de fazer com que toda a pelagem caísse. Além disso, parecia que a sua enorme orelha de coelho esquerda havia sido decepada ao meio. – Mas é tão bom te ver aqui, eu senti muito a sua falta, sabe? Eu realmente ficava lembrando de voc... Oh, você está incomodado com meus ferimentos, não é? Me desculpa...

- Não, não, jamais! Eu também senti, eu passei por muita coisa... Mas como você conseguiu essas feridas? O que aconteceu com sua orelha? – disse Maria, o receio havia afastado o coelho roxo de perto da ouriça, mas ela havia se reaproximado dele sem hesitar. – Eu não tenho medo de você, Colin.

 

Isso fez Colin sorrir. O único problema era que, a cada vez que ele fazia isso mais parecia uma caveira viva, pois algumas das feriadas havia destruído os tecidos do rosto, tornando possível ver parte da fileira de dentes e algumas partes dos ossos do seu rosto. Ainda assim, a ouriça não recuava.

A ouriça agora recuperava as memórias e se lembrava que ele e ela eram bastante próximos um do outro. Durante todo o tempo que Maria esteve naquele local, ele era a única criança que brincava com ela e também era o seu único amigo ali. Eles, muitas vezes, se escondiam em algumas das salas para poder passar o tempo conversando a sós. Era única pessoa que podia confiar, além da sua madrinha...

 

- O que aconteceu aqui, Colin?

- Bom, depois que você saiu, todos estavam loucos procurando por você. Estavam ocupados demais com isso e acabaram se esquecendo de nós. – Colin tossiu um pouco tampando a boca com sua mão, observou em seguida que havia um pouco de sangue ali. Olhou para Maria, que parecia assustada, e sorriu. – Não se preocupe, isso está acontecendo com todos nós à meses e nunca morremos... Enfim, continuando, foi em um dia desses que um dos meninos começou a passar mal, como acontecia com alguns cientistas. Mas era algo estranho, o braço dele começou a apodrecer e começou aos poucos a perder os poderes. Foi então que levaram ele para longe, não sei se levaram-no para outra porta, mas nunca mais o vimos.

 

Maria se recordava que toda criança ali tinha uma habilidade especial e que sempre havia um médico para cuidar do que chamavam de “controle de poderes”. Quer dizer, todos menos ela, que nunca tinha demonstrado nenhum poder, pelo menos não até aquele dia.

 

- Então, mais ou menos dois dias depois outras três crianças começaram a se sentirem doentes e assim foi com mais cinco. Todo mundo estava assustado, nós começamos a dormir juntos com medo de que algo ruim acontecesse. Até que um dia, as sirenes de emergência começaram a tocar logo na hora de acordar, nós achamos que era só um treinamento, mas subitamente Diana...

- Ela está viva?! – Maria perguntou entusiasmada. – Onde ela está?

-Eu... eu não sei. Só sei que ela estava mais doente do que antes e apareceu de repente naquele dia nos mandando ir direto para seu quarto.

- Porque para cá?

- Não tenho certeza, talvez porque fosse grande para caber todos nós e tinha um banheiro próprio. Mas ela nos mandou trancar a porta e não sair daqui até ela voltar com ajuda. – Colin respirou fundo e coçou um pouco a cabeça. – Mas isso nunca aconteceu. O dia inteiro escutamos as sirenes tocarem, pessoas correndo e gritando, armas sendo disparadas e algumas batidas desesperadas na porta. Às vezes, dava para ouvir alguém gritando “Não deixe isso me pegar! ” ou “Não me deixem pra trás”...

“Quando as sirenes pararam de tocar, o silêncio perdurou, mas ainda assim nós não saímos até o anoitecer. Foi quando tomamos coragem para sair e ver o que havia acontecido do lado de fora do quarto. Foi horrível, muitas pessoas mortas e sangue espalhado pelo chão. Ficamos vagando pelos corredores por alguns minutos em busca de ajuda – novamente Colin teve uma crise de tosse, saindo ainda mais sangue do que antes. – Foi... então que vimos uma das crianças que haviam sido levadas estava vagando os corredores. A chamamos para entrar, mas ela disse que não podia porque os médicos haviam lhe dado muitos remédios e em breve ficaria como as outras crianças doentes e mataria todos nós, como fizeram com os adultos... Mais tarde descobrimos que aquelas coisas que você viu hoje, eram as crianças que foram levadas. Não sei como elas viraram monstros daquele jeito... ”

 

Maria ficou extremamente assustada com a história e não demorou a raciocinar que Shadow e Sonic poderiam ter o mesmo azar de topar com aquele monstro ou qualquer um dos outros que pareciam existir por lá.

 

 

- Eu tive que cuidar dos menores, tivemos que nos esconder por muito tempo e toda vez que íamos ao refeitório tentar pegar comida, tínhamos que nos esconder dos monstros. E logo ficamos sem luz e acabamos tendo que vagar no escuro, muito fracos para correr ou nos defender, como se não bastasse, nós acabamos ficando doentes como os outros e resultou nisso. – disse Colin apontado para as suas feriadas e orelha, bem como diversas outras crianças com deformidades terríveis. Maria só pensava que ele parecia ter ficado sozinho esse tempo todo e agora sentia que ele precisava de apoio neste momento. – E além de tudo, nós também perdemos nossos poderes. Quando os monstros nos achavam, nem todos conseguiam escapar...

- Entendo... – respondeu Maria

- Mas chega de falar disso, estou feliz que esteja aqui. Bom, mas estamos aqui não é? Nós 8, quero te apresentar os demais... Essa aqui é Katelyn; esse é Joel, muito astuto alias...

 

Maria foi ouvindo a apresentação de cada um e cumprimentando-os, mas não se concentrava nenhum pouco nisso, estava com muito medo de Shadow e Sonic acabarem em uma grande enrascada por causa dela. Não demorou para que o coelho notasse que ela estava muito distraída e alheia, então se aproximou da ouriça e perguntou:

 

- Masutākī? O que houve?

- Eu... estou preocupada com Shadow e Sonic. – Maria respirou e se afastou um pouco de Colin, sua mão estava apertada sobre o peito e olhava fixamente para a porta, na esperança de que eles aparecessem em algum momento.

- Quem são eles?

- Bem, aquele falcão que costumava a ficar por aqui me perseguiu até um outro mundo, mesmo conseguindo me esconder por algum tempo ele acabou me achando. Mas Sonic e Shadow me resgataram, cuidaram de mim, me hospedaram na casa deles... – disse Maria

- Eles são um casal, então? – Colin interrompeu a Ouriça.

- São.

- Então eles são tipo... seus pais?

- Não, eles não são meus pais, Colin. – disse Maria, apesar de que sabia que no fundo ela desejava isso.

- Wow, não precisa ficar nervosa. – disse Colin, que agora se levantava para ajudar uma das crianças que estava tendo dificuldades de alcançar a pia para tomar água. – Sabe o que é estranho? Eu não acharia esquisito você ter uma família, você sempre foi diferente da gente e era a preferida da Madrinha. Nunca adoeceu e, pelo que me lembre, eu te conheci quando eu tinha 10 dias de vela e desde então você passou de uma criança miúda para alguém que já tem quase a minha altura.

- O que quer dizer com isso? Ah! E o certo é “10 anos”. – respondeu Maria a altura, sentiu um certo deboche vindo de Colin

- Como?

- Shadow e Sonic me explicaram, quando fazemos um dia de vela, completamos um ano de vida a mais.

- Ah, não foi o que a Madrinha disse. Enfim, o que eu quero dizer é que, para uma criança de 8 “anos” - disse Colin, levantando e abaixando os dedos indicadores de cada mão. – Você sempre foi muito madura e diferente de nós, só estou dizendo isso...

 

Maria começou a chorar, estava muito abalada. Não era pelo comentário de Colin, mas por imaginar que ela havia botado em perigo a única família que tinha e talvez nunca mais tivesse outra oportunidade de revê-los. Sim, eles eram sim seus pais, ela tinha certeza disso agora. “Além disso, tudo o que aconteceu podia ter sido se não fosse por minha causa, eles teriam tratado corretamente as crianças doentes” pensou a ouriça, mesmo sabendo que isso não era uma verdade.

 

-Me desculpe, não queria soar rude. Eu acho que ando muito cansado, só isso...

- Não é sua... ick ... culpa, Colin. -disse Maria, tentava para de soluçar para que pudesse falar. – Fui eu quem decidiu vir para cá; fui eu quem abri o portal e fugi para cá querendo procurar por vocês; fui eu quem os preocupou e os fez me seguir até este lugar... E agora? Meus pais estão lá fora, em perigo com aquelas coisas do lado de fora.

 

Colin se aproximou aos poucos de Maria apoiou a mão nos seus ombros de forma que ela pudesse olhar diretamente para os seus olhos.

 

- Eu vou lá fora com você, Masutākī. E nós vamos acha-los!

 

Querendo ajuda-la e anima-la, o coelho roxo permaneceu na posição que estava a fim de passar o maior apoio moral possível. Esperou que ela parasse de chorar um pouco e, no momento que ela o olhou de volta, sorriu. Teve receio em mostrar seu rosto deformado, mas Maria respondeu com um sorriso tão convidativo quanto o dele.

 

- Eu gosto quando você sorri, me faz sentir motivado! -  Colin, porém começou a se calar e fechar o rosto. – Se eu ainda tivesse meus poderes, seria tão mais fácil...

- É ISSO! Colin você é um gênio! – Maria disse abraçando-o tão forte que o coelho quase ficou sem ar.

 

Logo, após tê-lo abraçado. Ela se direcionou para a porta de saída, respirou um pouco até que criasse coragem para abrir a porta, mas foi impedida por Colin.

 

-Você não está pensando em abrir essa porta, está? Você sabe o que tem lá fora, não estamos prontos para sair agora...

 

Maria segurou a mão de Colin com as suas, deu leves sacudidas e falou:

 

- Confie em mim, mais cedo eu vi que eu consegui derrubar aquela criatura, o mesmo aconteceu quando meu pai tentou me impedir de vir aqui...

- Espere você tem poderes? Você usou eles contra um de seus pais?

- Sim..  mas isso não importa agora. – disse Maria, passava um olhar bastante determinado em seu rosto. - De qualquer forma eu estou vendo que vocês não vão durar aqui, os recursos estão acabando e em breve terão que sair novamente e aquelas criaturas não vão sossegar enquanto devorarem cada um de nós.

 

Colin parou por algum tempo para compreender e processar a informação. Definitivamente, era algo muito arriscado o que Maria estava sugerindo, mas poderia ser a única chance dele e das crianças saírem de lá. Talvez fosse algo que deveriam arriscar, respirou fundo e dirigiu a palavra à Maria.

 

- Qual o plano?

- Bem... primeiro precisamos dos meus pais aqui, não vamos ter tempo de fugir e procura-los pelos corredores imensos daqui. Então, só tem um jeito... vou chama-los até aqui. -  nesse momento Maria abriu a porta, do corredor.

 

Porém antes que pudesse sair para o lado de fora, foi parada por Colin que lhe entregava uma pequena lanterna.

 

- Masutaki, achei isso mais cedo no bolso de seu traje de proteção, talvez possa usar para sinalizar para eles onde está. – o coelho estendia a lanterna para que a ouriça pudesse pegar. Assim que ela a pegou, ele retomou a fala. – Vou organizar as crianças, nós temos que fugir em breve, certo?

 

Maria assentiu e saiu para o lado de do quarto, fechando a porta e deixando Colin tratar de posicionar as crianças para fugir. Não pode deixar de se achar um pouco “lerda” por não ter prestado atenção na lanterna que, provavelmente Shadow, havia deixado no bolso.

Mesmo com a lanterna e a dois passos da porta de seu quarto, era difícil voltar para o lado de fora. Um arrepio lhe subiu a espinha, respirou fundo algumas vezes para ajudar a tomar coragem (o que acabou não ajudando devido ao terrível cheiro de mofo e podridão). E então começou a gritar e acenar a lanterna freneticamente para os lados.

 

- SOCORRO!!! SOCORRO!! SOCORRO!

 

O barulho dos gritos ecoou pelos corredores, mas nenhuma resposta chegou, fosse dos monstros ou de Sonic e Shadow. Não vendo resultado, tentou gritar novamente:

 

-Nos ajude! Nos ajude!!

 

Ainda assim, mesmo esperando alguns minutos, nada aconteceu. Começava a perder as esperanças de rever os ouriços:

 

-SONIC !!! SHADOW!!! CINQUENTÃO!!! NOS AJUDE!!

 

Nada.

Começou a temer o pior, os monstros provavelmente haviam encontrado os seus pais e os matado. Já não estava com forças mais para gritar, sabia que deveria espera-los, mas o barulho provavelmente havia atraído os monstros para lá e não podia botar em risco a vida das crianças por motivos egoístas seus.

Foi quando se virou que viu, ao longe, aquela enorme criatura que a havia perseguido antes. Agora que tinha iluminação o suficiente era possível ver com mais detalhes do monstro. Além das patas terrivelmente asquerosas, a criatura também tinha um corpo esguio como o de um inseto, a boca da criatura era algo nojento, enfileirada de dentes afiados, diversos olhos vermelhos e laranjas compunham o que deveria ser o rosto dele.

Aquilo que uma vez foi uma criança, parecia ter visto a ouriça e ter gostado daquilo. Sua presa que antes tinha escapado, agora estava vulnerável e sem local para onde se refugiar. O monstro não recuou e avançou em direção a Maria.

Sem medo a ouriça ergueu a mão e se concentrou, tentando fazer com que um escudo de proteção ou algo parecido com o que tinha feito antes, acontecesse. Porém nada aconteceu, foi quando ela se viu sozinha, sem defesas e com uma criatura vindo em sua direção para devora-la. E então, sem muito o que fazer e em pânico, gritou a primeira palavra que lhe veio na cabeça :

 

-PAI !!!!!

 

Subitamente o monstro foi jogado para longe, “quicando” como uma bola de tênis pelas paredes do estreito corredor. Além disso, dessa vez seus gritos tiveram uma resposta.

 

- Maria!!!

 

A garota ao ouvir isso voltou a gritar:

 

- PAI, PAPA ! ESTOU AQUI, VENHAM RÁPIDO!

 

Maria ouvi uma nova resposta de Shadow e Sonic, não entendeu direito o que eles diziam, mas estavam se aproximando. O monstro, por sua vez, estava imóvel e a uma longa distância de Maria, não sabia se ele estava morto, mas sabia que em breve outros apareceriam.

Gritou mais uma vez, para que eles não perdessem o som da sua voz, e finalmente começou a escutar a aproximação dos dois. Sendo assim ela reabriu a porta e viu que Colin fazia os últimos preparativos para a fuga. Ficou com a porta entra aberta acenando com uma lanterna para que os dois pudessem localiza-la e entrar para dentro da segurança.

Para seu alívio ela avistou os dois poucos segundos depois vindo em sua direção. Não demorou para que eles a alcançassem e entrassem para dentro do seu quarto.

Maria fechou a porta e os encarou.Um breve silencio perdurou no ambiente, onde Maria encarava os dois ouriços e eles a encaravam de volta. Tudo isso foi quebrado quando a ouriça se aproximou dos dois, os envolveu em um forte abraço e caiu em prantos.

 

- Me... Me desculpe...

- Shhh – disse Shadow a ouriça. Ele e Sonic retribuíam e enxugavam os olhos lacrimejados de Maria. – Estamos juntos agora, ok?

 

E novamente, mesmo com todos os olhares fixos neles (tanto de Colin como os das demais crianças), eles puderam se sentir confortáveis num aconchegante abraço.


Notas Finais


Não deixei de colocar seus comentários, é sempre bom ouvir suas impressões! ^^


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