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História Inexplicável - 1


Escrita por: jenngps

Notas do Autor


Eu amo esse otp, se você não gosta simplesmente não leia. Sem desrespeito, por favor.

Capítulo 1 - 1


Daryl se forçou a abrir os olhos. Sua visão estava embaçada devido à claridade no ambiente, e ele sentia uma dor de cabeça incômoda. O moreno lentamente começou a se acostumar com a claridade e então passou a observar em volta, ainda deitado sobre uma maca na qual ele não fazia ideia de como tinha ido parar. Com um pouco de dificuldade, Daryl se sentou na maca e começou a observar alguns ferimentos de seu corpo cobertos por gases e esparadrapos. Ele estava bastante machucado, havia lutado muito para fugir do santuário dos salvadores e isso trouxe consequências. 

Alguns flashbacks da noite passada começaram a percorrer a mente de Daryl. Ele sabia que não tinha conseguido fugir se estivesse sozinho, e talvez devesse agradecer ao seu herói. Mas aquilo era tão patético. Daryl soltou um riso de deboche pelo próprio pensamento. Respirou fundo. Por que diabos Paul tinha de ter ido atrás dele? Isso complicava as coisas. Ele não simpatizava com o loiro, porque se simpatizasse, sentiria demais e Daryl não podia sentir demais. Não daquela forma.

Daryl foi desconectado de seus pensamentos quando a porta do trailer se abriu e o médico de Hilltop apareceu; é, o caipira se lembrava dele. Harlan abriu um meio sorriso para o moreno e se aproximou da maca. 

- Como se sente, Daryl? - Perguntou o médico, encarando-o.

- Ótimo. - Daryl deu de ombros.

- Você estava bem machucado quando chegou aqui, precisei tratar às pressas os seus machucados ou você iria ter uma bela infecção. - Explicou Harlan, percebendo que o olhar vago de Daryl parecia procurar por alguma coisa, ou alguém.

- Já aguentei coisas piores. - Daryl realmente não ligava pro seu estado físico, ele detestava ficar vulnerável e sempre lutava para ficar de pé, não importasse o quê. Agora que tinha fugido dos salvadores, precisava voltar para o seu grupo, precisava ajudá-los a armar um plano pra atacar aqueles malditos e derrubar Negan. - Maggie e Sasha estão aqui? - Daryl voltou seu olhar para Harlan, um pouco entristecido; ele nunca iria esquecer o que aconteceu com Abraham e Glenn, as imagens de Negan matando seus amigos nunca sairia de sua mente e ele sempre se culparia pela morte do coreano. Estúpido, ele foi tão estúpido...

- Elas estão. Você quer que eu chame elas? - O médico perguntou.

- Posso ir até elas. - Ele negou e pulou da maca. Harlan observou o moreno caminhar até a porta do trailer e não tentou impedir, afinal, era Daryl. O famoso Daryl com a famosa carcaça de durão.

Quando Daryl abriu a porta do trailer se deparou com um rosto bastante familiar nas últimas horas. Era inexplicável o efeito que Paul fazia em Daryl e o caipira sempre se amaldiçoava por isso, desde quando se conheceram. Paul olhou Daryl com as sobrancelhas franzidas, seu cabelo estava mais liso do que o normal e ele usava sua costumeira camisa branca que sempre marcava seu corpo, traçando-o intensamente.

- Você não deveria estar descansando? - Perguntou o loiro, encarando Daryl.

- Não. E eu não preciso de babá. - Respondeu o caipira, sorrindo em deboche. Ele tentou passar por entre Paul e a porta do trailer, mas o loiro rapidamente o chamou a atenção, sussurrando próximo a seu ouvido:

- Precisamos conversar sobre ontem. 

Daryl respirou fundo e lutou mais uma incansável vez contra as reações de seu corpo, por seu corpo sempre reagir perto de Paul. Mas os dois precisavam conversar, Daryl sabia que o homem podia ser um forte aliado de Alexandria contra os salvadores e devia isso ao Rick e ao grupo. Ele então olhou para Paul e, sem responder, voltou a entrar no trailer. Paul fez o mesmo enquanto o doutor Harlan pedia licença e deixava os dois a sós, batendo a porta. Daryl permaneceu meio cabisbaixo, com o olhar vago, sem encarar o loiro. 

- Você realmente precisa descansar. Está péssimo. - Paul implicou e Daryl lançou-lhe um olhar cínico. Paul sorriu e isso fez Daryl se amaldiçoar completamente por reparar o quanto aquele sorriso mexia com ele. Aquilo era uma maldição? Só podia.

- Fala logo o que você quer falar. - Daryl desviou o olhar de Paul e começou a observar qualquer coisa.

- Estamos em perigo. - Paul suspirou. - Hilltop está em perigo. Negan sabe que você não voltou pra Alexandria e que você está ferido. Ele sabe que temos um médico aqui.

- Eu já estou praticamente de saída, não se preocupe. - Daryl definitivamente não queria ser a causa da morte de mais alguém.

- Daryl, você não pode voltar pra Alexandria. - Paul o olhava, visivelmente preocupado, mas não recebia o olhar de Daryl de volta. - Você também está em perigo.

- Preciso ajudar o meu grupo. Vou fazer de tudo para ajudá-los. - O moreno olhou finalmente para o loiro. - Já causei dor a eles e agora eu vou fazer de tudo pra compensar. Se eles me acharem um perigo lá e não me quiserem, eu me viro.

- Não foi sua culpa. - Paul deu um passo a frente para se aproximar de Daryl. - Glenn, ele não foi sua culpa. Maggie não está brava, ela te entende.

- Você não estava lá. Foi minha culpa. - Proferiu o moreno, culpado. Sempre que lembrava de Glenn, um nó se formava em sua garganta. 

- Para. - Pediu Paul. - Não foi. E eu não tô querendo dizer que você é um perigo, tô querendo dizer que você está em perigo e precisa se proteger.

- Eu não me importo comigo ou com o perigo, eu só me importo com as minhas pessoas. - Retrucou ele.

- Mas eu me importo. - Paul suspirou e Daryl perdeu a respiração ao ouvir aquelas palavras. - Eu me importo com você.

- Por que você se importa? - O moreno fingiu desinteresse. 

Paul deu mais um suspiro enquanto fitava Daryl intensamente, longos segundos a fio. O loiro se perguntava se Daryl era muito burro ou se apenas se fazia. Até Maggie já havia comentado com Paul sobre a forma como os dois se olhavam, se encaravam, se intrigavam. Paul tinha plena consciência de que ter sentimentos por Daryl era um grande problema, mas ele não era do tipo de homem que não arriscava. Mas ele não arriscaria se Daryl não arriscasse. E, às vezes, Paul achava que Daryl não arriscaria.

- Maggie e Sasha querem ver você. - Ele mudou de assunto, não insistiria naquilo, pelo menos não naquele momento. Daryl baixou a cabeça e assentiu. Paul se virou e abriu a porta do trailer para sair dali.

- A gente precisa de você. - A voz embargada de Daryl fez Paul paralisar. - Em Alexandria. Precisamos da sua ajuda. 

- Eu posso ajudar. - Paul ainda estava de costas para Daryl. - Estou a disposição. - O loiro virou a cabeça e olhou para Daryl. - Mas não era isso que eu queria ouvir.

Então Paul saiu do trailer, deixando Daryl sozinho. O moreno fechou os olhos e respirou fundo, uma, duas, três vezes. Ele não podia se entregar àqueles sentimentos. Ele sabia que Paul queria, porque ele também queria, eles estavam interligados, mas Daryl não podia. Ele não podia se entregar a Paul e perdê-lo mais cedo ou mais tarde, porque isso sempre acontecia. Ele simplesmente não podia. Mas queria tanto...

Ao longo do dia, Daryl visitou Maggie e Sasha. Elas estavam completamente abaladas mas ainda assim muito fortes, e Daryl pôde perceber o quanto se orgulhava daquelas mulheres. Muito. Ele não queria que nada daquela tragédia tivesse acontecido e, por isso, precisava combater Negan. Ele combateria Negan, nem que fosse a última coisa que fizesse em sua vida naquele apocalipse.

Daryl decidiu não ficar muito por Hilltop, afinal, Paul estava certo. Negan poderia mandar salvadores até ali, e se o encontrasse, poderia culpar o pessoal da comunidade. Então ao sol do meio dia, o moreno decidiu voltar para Alexandria, mas antes recebeu algumas recomendações de Harlan para cuidar de seus machucados. Ele teria que fazer por si só, já que Denise não estava mais entre eles. O peito de Daryl sempre apertava quando pensava nela. Ele não aguentava mais perder pessoas.

- Tome esses remédios, caso você dê febre. Não sei se sobrou medicamentos pra vocês em Alexandria, então... - Harlan entregou um frasco com remédios para Daryl, o moreno colocou dentro da mochila que havia conseguido e sorriu de canto, apreciando o que o médico estava fazendo por ele. Já próximo ao portão de saída da comunidade, Daryl viu Paul se aproximando.  

- Você está indo. - Paul o olhou, seu cabelo voava um pouco.

- É. - Daryl assentiu. Harlan deu um leve tapinha no ombro de Daryl e saiu, sorrindo para Paul ao passar por ele. Que droga, por que sempre deixavam Paul e Daryl a sós? Que carma.

- Você sabe que eu não disse pra você ir. - O loiro o encarava intensamente.

- Eu sei. - Daryl assentiu. - Eu ainda espero que pense sobre o que eu disse, em relação à Alexandria. 

- Quem sabe eu apareça por lá qualquer dia. - Paul sorriu de canto e Daryl assentiu novamente, agradecendo em silêncio. O moreno ajeitou a mochila em suas costas e deu partida para fora de Hilltop. - Ei, Daryl. - Paul o chamou e Daryl se virou para olhá-lo. Os olhares se cruzaram com uma força inexplicável. - Eu ainda espero ouvir outra coisa. 

Eles continuaram se olhando por longos segundos e o choque elétrico em ambos os corpos era incontrolável. Daryl queria dizer outra coisa, sua boca teimava em dizer o que Paul queria ouvir, mas ele não podia. Ele simplesmente tinha que voltar para Alexandria e esquecer de tudo o que sentia por Paul. Ele precisava. 

Daryl partiu.
 


Notas Finais


Continua.
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