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História Instinto de Gato - Yume


Escrita por: kkleves

Capítulo 6 - Yume


Neo não acreditava na resposta de Saya.

–Sério? –Perguntou todo surpreso.

–Sim! –Respondeu ela sorrindo.

Ouvindo o “sim” dela, deixava ele muito feliz, tão feliz que sentia vontade de gritar e pular, porém se segurou para que ela não percebesse, apesar da cara dele já dizer isso.

–Então, quando? –Disse ela interrompendo os pensamentos mais profundos dele.

Outra coisa que ele não tinha pensado, “quando”. Ele queria tanto sair com ela que acabou esquecendo os detalhes mais importantes, felizmente uma luz veio à mente dele.

–Que tal amanhã, as 14:30? –Perguntou ele esperançoso.

Saya pensou um pouco antes de responder, provavelmente pensando se teria algo para fazer no dia seguinte.

–Tudo bem. Onde nós encontramos? –Respondeu ela.

Neo tentou pensar em algum lugar para ir, porém não conhecia nenhum onde poderia leva-la, pensou até na lanchonete do Marcos, só que aquilo estava mais para um bar do que uma lanchonete, fora que estragaria o clima. Sem saída, pensou em algo que poderia salva-lo.

–Você escolhe. –Disse ele deixando ela escolher o lugar.

Ela riu de leve, sugerindo:

–Você me chama para sair e eu escolho o lugar? Interessante.... Sabe o centro Shibuya?

–Sei, já fui lá várias vezes com o time de Baseball.

–Então, você pode me esperar do lado do relógio, na praça central?

–Sim, pode ser.

Neo não lembrava onde era, porém estava confiante de que seria fácil encontrar.

Eles ficaram se olhando por um tempo esperando que algum dos dois tivesse mais alguma coisa para falar. O garoto se lembrou que tinha que trabalhar e logo disse apressado, enquanto ia embora.

–Desculpa, me lembrei que estou atrasado, preciso ir.

–Tudo bem, a gente se vê amanhã. –Disse ela animada

Enquanto estava a caminho da cafeteria, pulou de felicidade e celebrou por ter conseguido marcar com ela.

Conseguiu chegar a tempo e quando Marcos o viu, já perguntou como tinha sido com a garota que Neo tinha dito antes.

Feliz ele respondeu que não tinha sido como Marcos disse que tinha que ser, porém fez as coisas do jeito dele e ela acabou aceitando sair com ele.

Marcos deu um abraço em Neo que o levantou do chão.

–Parabéns! Conseguiu um feito difícil até mesmo para os mais másculos dos homens.

Neo ficou impressionado com a fala de Marcos, fez com que ele se sentisse importante, fora a força fora do comum que o machucou um pouco.

–Obrigado pela força que me deu antes, foi importante.

–Eu não fiz nada, a verdadeira força veio daqui. –Disse Marcos sorrindo e apontando para o coração de Neo.

Neo sorriu com o gesto do grande homem.

–E para comemorar precisamos fazer algo, você se importa de ficar uma hora a mais aqui? –Pediu Marcos.

–Claro que não. –Respondeu Neo.

–Então, vou preparar algo especial. –Disse Marcos animado.

Marcos olhou para os outros e disse:

–Ei! Vocês também vão ficar aqui para festejarmos, não é? –Disse Marcos.

–Como se eu tivesse escolha. –Disse Ryu suspirando.

–Parece divertido, vou ficar. –Respondeu Pietro animado.

Só faltava Richard responder e Marcos começou a encara-lo esperando uma resposta. Porém, ele olhou de volta com um olhar chateado e disse:

–Eu bem que queria, porém tenho que terminar umas coisas para amanhã.

Marcos ficou chateado com a resposta, porém sabia que o garoto era ocupado e esforçado, por isso não insistiu.

–Tudo bem, quando um homem precisa fazer alguma coisa, não há quem consiga impedi-lo.

Richard ficou mais confortável por ele não insistir e entender que ele precisava mesmo ir embora.

–Já que já está decidido chega de enrolação e vamos trabalhar! –Disse Marcos achando que já tinham enrolado demais ali.

Como eles já estavam reunidos, não precisou de cerimonia para começar o dia de trabalho.

Aquele dia foi diferente, Neo estava muito feliz por tudo que tinha acontecido, ele tinha ficado sem esperanças e chateado. Só que no fim tudo acabou dando certo. Era uma sensação muito boa, como se tivesse cumprido um objetivo. Ele acabou trabalhando melhor do que nunca, Marcos ficou satisfeito com o desempenho do garoto.

Quando o dia tinha acabado, Marcos fechou as portas e preparou uma mesa, Richard se despediu e foi embora, enquanto os outros se sentavam.

Marcos que estava na cozinha preparando algo especial para comemorar o sucesso de Neo, saiu trazendo uma pizza com um sorriso no rosto.

–Espero que gostem! –Disse todo animado colocando a pizza quentinha no meio da mesa, Neo analisou a pizza, mas ele não lembrava de ter comido uma, só viu outras pessoas comerem, porém o cheiro era familiar.

–Opa! De pepperoni! –Disse Pietro animado.

Neo observou curioso, enquanto Pietro pegava uma fatia.

–Enquanto a outra está assando, vou comer uma fatia. –Disse Marcos.

Neo continuou a observação, enquanto Marcos pegava uma fatia.

Ryu não disse nada, simplesmente fez o mesmo assim como os outros, enfim chegada a hora de Neo que depois de tanta observação, copiou o movimento dos outros.

Enquanto os outros comiam, Neo hesitou por um segundo, depois resolveu experimentar já que os outros pareciam tão animados.

Levantou a fatia de pizza até a boca e com uma mordida o queijo quente derreteu em sua boca, a massa era macia e teve que fazer uma pequena força com o maxilar para triturar o salame que estava por cima e enquanto mastigava sentiu uma leve ardência que provavelmente vinha do molho. Era muito bom, não era à toa que os outros estavam tão ansiosos para comer.

Marcos vendo a reação do garoto, perguntou curioso:

–O que achou?

–Nossa, está muito bom, sério! Eu comeria isso sempre se pudesse! –Respondeu muito feliz pela experiência quentinha passada.

–Que bom! Aproveite, pois hoje estamos comemorando seu sucesso!

Ele sorriu e Neo sorriu de volta aproveitando aquele momento.

Assim a noite acabou passando mais rápido do que ele esperava, mas foi um momento muito bom de risos com as histórias de Marcos e Pietro, enquanto Ryu simplesmente olhava para os outros friamente, se foram duas pizzas e Neo não aguentava mais comer.

Na hora de ir embora o primeiro a ir foi Ryu, Pietro desejou boa sorte no dia seguinte para Neo, enquanto Marcos deu um aperto de mão muito forte.

Aquela noite tinha deixado ele confiante, porém estava cansado e cheio, logo que chegou no dormitório, deitou na cama e dormiu.

No dia seguinte havia esquecido o que tinha acontecido no dia anterior, foi ao banheiro e enquanto escovava os dentes olhando a cara de sono no espelho lembrou que sairia com a Saya naquele dia, estranhamento aquilo deixava ele um pouco nervoso. Para esquecer o nervosismo resolveu jogar uma água no rosto.

Já estava perto da hora, por isso ele se preparava psicologicamente para encontra-la, iria ficar sozinho com ela e não podia ficar nervoso sem falar nada, mas era algo inevitável, ele iria ficar nervoso. Por ser inevitável resolveu deixar para lá e ver o que ia acontecer.

Já no centro comercial, reparou em algo que nas outras vezes que esteve ali, não tinha reparado. Um mapa que mostrava claramente como era dividido entre zonas cardinais e continha um centro que Neo deduziu que seria ali onde Saya havia combinado deles se encontrarem.

Pois ele havia acertado, no meio da praça havia um relógio que parecia ser ponto de referência para muita gente, pois várias pessoas estavam reunidas ali, muitas delas esperando, o relógio marcava 14:20, dez minutos mais cedo do que o combinado.

Havia quatro bancos rodeando a torre do relógio, por ter chegado mais cedo sabia que ia ter que ficar esperando e por isso resolveu sentar naquele que tinha visão para o norte.

Enquanto estava sentado, ficou observando o movimento que estava a sua frente, as pessoas indo e vindo. Se há uma coisa que ele vivia se perguntando era: Para onde estavam indo? O que iriam fazer?

Era realmente interessante ficar observando o movimento e isso fez crescer um sorriso no rosto dele, parecia que ódio havia acabado e ele estava começando a gostar dos seres humanos. Percebendo que ele estava sorrindo, ficou sério de repente e repetiu em voz baixa:

–Você odeia os seres humanos, você odeia os seres humanos, você odeia os seres humanos....

Neo ficou em silêncio esperando uma resposta, mas só teve silêncio.

Os pensamentos dele afastaram a ansiedade e o nervosismo que estava antes, porém já havia passado algum tempo e resolveu olhar no relógio para ver que horas eram.

Virou de costas e olhou para cima, 14:35, 5 minutos a mais do que o combinado.

O nervosismo começou a tomar conta dele, será que ela tinha esquecido? O que será que tinha acontecido com ela? Ela iria mesmo vir?

Apesar disso, ele não queria que ela aparecesse, só de pensar em como ela estaria vestida e como era, ele ficava nervoso e acabaria fazendo algo de errado. Por isso não queria que ela aparecesse.

Os pensamentos dele logo mudaram com o passar do tempo quando ela não tinha aparecido ainda. A verdade é que no fundo do coração dele, ele queria que ela aparecesse, por mais que ele ficasse nervoso e não soubesse o que fazer, queria estar assim, melhor do que estar ali sozinho, achando que ela não viria.

Neo estava tão concentrado em seus pensamentos que nem estava mais prestando atenção no que acontecia ao seu redor, só quando sentiu uma mão em sua mão direita que fez ele voltar a si e perceber que Saya já estava sentada ao lado dele.

Neo se surpreendeu em como ela estava linda, usava roupas simples nada extravagante, um short não muito curto, uma camiseta branca um pouco larga com um gato laranja na frente que parecia bem confortável nela e também um tênis que maior parte dos jovens usavam atualmente. Neo não havia reparado, mas ela tinha os pés pequenos assim como suas mãos.

–Assustei você? –Disse ela com uma intenção malvada na fala, mas o rosto mais angelical possível.

–Não. –Respondeu ele cortando a graça da garota.

Ela suspirou, olhou para o lado e disse:

–Você é sem graça.

Neo vendo ela o “ignorando”, por impulso abraça ela lentamente e de um jeito gentil e enquanto olhava diretamente para o rosto dela, disse:

–Estou melhor agora?

Saya ficou vermelha com a ação dele e Neo percebendo o que tinha feito ficou com mais vergonha ainda e antes que ela pudesse responder, ele soltou ela e levantou rapidamente.

–Desculpa, eu agi por impulso. –Disse Neo rapidamente.

–Não tem problema.... Você ficou com vergonha, é realmente um bobo. –Disse Saya enquanto ria de leve.

Ele ficou sem graça, mas sabia como retrucar.

–Você ficou com mais vergonha ainda. É uma boba maior. –Disse Neo convencido de que tinha usado as palavras certas contra ela.

–Não fiquei não. –Disse ela enquanto balançava a cabeça para os lados.

–Claro que ficou, você estava bem vermelha, eu vi bem de perto ainda. –Acusou Neo, deixando ela sem escapatória.

–Não não, isso foi tudo coisa da sua cabeça, eu estava normal. –Disse Saya se defendendo.

–Admita que você estava com vergonha. –Disse Neo.

–Não estava. –Afirmou Saya.

–Estava. –Afirmou Neo.

–Não. –Afirmou Saya.

–Sim. – Afirmou Neo.

–Não. – Afirmou Saya.

–Não. – Afirmou Neo.

–Sim. – Afirmou Saya.

–Então, Sim. Ganhei. –Disse ele sorrindo.

–Está tudo bem, você ganhou. –Disse ela rindo de leve.

Eles ficaram se olhando por um tempo.

–Então, onde vamos? –Perguntou Saya.

Neo estava ocupado em seus pensamentos e não havia pensado nisso antes.

–Bem, não havia pensado em nada, na verdade eu mal conheço aqui, onde você quer ir? –Perguntou ele.

–Não tenho nenhum lugar específico.

–Então, vamos dar uma volta por aqui.

Saya então, levantou do banco e os dois foram em direção as lojas, Neo estranhamente antes de ir, olhou para trás com o sentimento de que tinha esquecido algo importante ali, porém a imagem do banco solitário em que segundos atrás ele estava sentado acabou mostrando que na verdade era só impressão.

Enquanto eles andavam pelo centro comercial, Neo percebeu que havia várias lojas lá, todas diversificadas vendendo uma série de coisas diferentes, haviam lojas mais finas que vendiam joias e roupas caras, vários cafés e lanchonetes, além de cinema, papelaria, loja de acessórios e utilidades e etc.

Depois de dar uma volta, Saya puxou o braço dele um pouco com vergonha e perguntou:

–O que acha de irmos ao cinema?

–Vamos! Disse empolgado.

Na entrada, Saya pegou a carteirinha escolar dela e Neo enfim percebeu para que servia aquilo, ele tinha a recebido a dele junto com o dinheiro que Karine havia lhe dado, porém só foi perceber depois que aquilo estava ali, mas achou que não fosse importante, por isso não deu a devida atenção.

Eles foram assistir um filme chamado “A Viagem Estelar” que contava a história de três irmãos que sonhavam em ir para lua, havia um programa na escola deles que aconteceria somente uma vez a cada dez anos em que alunos seriam selecionados para uma viagem até a lua e eles lutam para que eles sejam os selecionados.

O filme estava muito interessante, tanto que Neo não conseguia pensar em outra coisa enquanto assistia o filme, Saya deitou a cabeça no ombro dele e segurou uma de suas mãos enquanto eles assistiam, o que deixou ele nervoso, mas, ainda assim muito feliz sem entender o motivo.

Quando o filme acabou, Neo ficou impressionado principalmente com o final, foi uma reviravolta completa desde o começo e isso mexia com a cabeça dele. Mexeu tanto com ele que ficou vendo os créditos esperando que tivesse mais do filme, porém tinha acabado mesmo, o que deixava ele um pouco chateado. Os dois se levantaram e sala de cinema, mas, antes de irem mesmo embora deram uma passada rápida ao banheiro.

Saindo do cinema, Saya segurou o braço de Neo, ele que não acreditava no que estava acontecendo, começou a sentir um calor dentro de seu peito que contagiava todo o resto do seu corpo, principalmente sua cabeça dando a sensação de que tudo ao seu redor estava extremamente quente.

Saya se lembrou das lojas que eles viram antes de entrar no cinema e ela queria ir ve-las, então chamou Neo para ir com ela.

Primeiro entraram em uma loja de roupas onde a garota via várias camisetas e vestidos que ela poderia usar e perguntou ao garoto se ela ficava bem nelas, claro que ele sempre dizia quem sim, não pelas roupas e sim por ela ser linda com qualquer uma delas.

Depois eles visitaram uma loja de CDs com os mais diversos tipos de músicas, discutiram sobre o estilo musical deles, Neo amava música clássica enquanto Saya preferia algo mais agitado como músicas eletrônicas, mesmo que um preferisse algo diferente do outro, ainda assim eles gostavam do que o outro preferia.

Do lado havia uma loja de acessórios, com os mais variados pingentes, pulseiras, anéis e colares. Enquanto olhavam, Saya gostou muito de um colar em formato de coração e ela queria levar, ele era muito parecido com o que Neo carregava, porém vermelho. Era um pouco caro e os dois não tinham como comprar, mas, ele pensou que se economizasse talvez conseguisse um dia, então guardou na memória como era para que quando tivesse condições pudesse comprar para ela.

Não demorou muito para os dois ficarem com fome. Um pouco longe dali Neo, conseguiu ver umas luzes e barracas vermelhas, parecia um grande festival oriental com bastante gente, ele então sugeriu que fossem comer ali, ela não viu problema.

Eles foram em direção ao lugar e o cheiro de fritura e o calor de lá ficava mais forte, conforme iam se aproximando.

Em meio à multidão uma garota vestida com um quimono branco com detalhes em vermelho, um pouco mais baixa que a Saya, cabelo preto, curto e liso, parada enquanto estava distraída chamou a atenção de Neo. Parecia que já tinha visto em algum outro lugar.

Ela olhou para ele e parecia que tinha o reconhecido, começou a andar na direção dele e conforme ela foi chegando mais perto, Neo percebeu que ela realmente estava andando na direção dele e ela parecia irritada, vendo isso, seu instinto o fez sair dali junto com Saya.

E com isso a garota apressou o passo, irritada.

Neo entrou na multidão para poder despista-la e foi desviando das pessoas, enquanto ele e Saya observavam o festival, muitas barracas de comida vendendo as mais variadas frituras: Takoyaki, Tempura, Pastel, Camarão empanado entre outros, além daquelas que tinham alguns jogos e vendiam roupas e acessórios japoneses.

Atravessaram todo o festival e chegaram no fim dele, Neo olhou para trás e parecia que tinha conseguido se livrar daquela garota.

Porém, não demorou muito para que ela conseguisse alcançar ele e o deixasse irritado, parando de fugir.

–Por que você está me seguindo? –Perguntou ele irritado.

Depois de recuperar o fôlego, ela se enfureceu.

–O que você está fazendo com “essazinha” aí? –Perguntou indignada enquanto apontava pra Saya.

Saya, sem entender nada olhou para Neo em busca de respostas.

–Como assim “essazinha”? –Perguntou ele indignado.

–Ué? Eu sou a sua esposa e por isso você devia estar comigo e não com “essazinha”. –Esclareceu ela.

–Esposa? –Perguntou Saya enquanto se surpreendia.

–Eu nem sei quem é você, garota estranha. –Disse ele um tanto quanto irritado.

A garota levou um “choque” por ele não saber quem ela era e mais ainda quando Neo a chamou de garota estranha.

–Você... Não lembra de mim? –Perguntou a garota para ter certeza.

–Não faço a mínima quem é você. –Respondeu o mais friamente possível descontando a raiva nela.

A garota ficou em silêncio por alguns segundos, então resolveu dizer.

–Meu nome é Yume, aquela que será sua esposa, lembrou agora? –Disse ela esperançosa.

–Não. –Respondeu ele.

Yume aceitou que naquele momento ele não lembraria dela, então chegou bem perto dele e o abraçou.

–Eventualmente irá lembrar e voltar para mim.

Ele então se soltou dela, pegou a mão de Saya e correu para o meio da multidão, ela sem entender acabou o seguindo.

Os dois atravessaram todo o festival novamente e saíram dali.

–Vamos fugir dessa louca... –Disse ele irritado e ela sorriu de volta, concordando.

Não muito longe dali eles encontraram uma lanchonete que chamou a atenção deles, talvez porque era grande, eles não sabiam.

–O que acha de a gente comer algo aqui? –Sugeriu Neo.

–Parece muito bom. –Aceitou Saya.

Neo foi na frente, tomando a iniciativa para abrir a grande porta do local.

La dentro era bem bonito com dois andares e várias janelas com vista para fora, havia tantos lugares para escolher e eles ficaram indecisos, porém Neo quis sentar no andar de cima perto da janela, onde podia ver toda a cidade, duas coisas que ele gostava muito, lugares altos e ver toda a cidade.

–Posso anotar o pedido de vocês?

Neo estava distraído e não percebeu que havia uma garota ao lado dele esperando para que ele dissesse o que iria pedir, porém quando virou, viu a figura de uma garota com os cabelos vermelhos e roupa de garçonete.

–May! –Disse Neo surpreso.

–Neo?! Você por aqui? –Disse May surpresa em ver Neo.

–Eu quem pergunto.

Saya que havia ficado de fora da conversa, resolveu participar também.

–Neo, quem é ela? –Perguntou curiosa.

–Uma amiga minha de infância, ela sempre foi muito gentil comigo, além de cuidar de mim. –Disse ele entusiasmado até demais.

–Hmmm...

Saya olhou para os dois com um olhar desconfiado.

–Ei.... Não me olhe assim, ela é só uma amiga. –Tentou explicar, ele.

–Amiga... –Disse ela olhando distante.

May vendo que estava causando problemas a Neo, resolveu ajudar.

–Sou só amiga uma amiga dele, a gente se conhece desde criança, nunca aconteceu nada entre a gente, não se preocupe.

–Eu tava brincando, relaxa. –Disse Saya enquanto ria de leve.

Neo e May olharam para ela se certificando se realmente estava tudo bem, um silêncio permaneceu por um tempo.

–Seja como for, o que vão querer? –Perguntou May cortando totalmente o clima e voltando ao trabalho.

–X-BURGUER. –Neo pediu animado.

–Algo para tomar?

–Pode ser um refrigerante, guaraná.

–E você? –Perguntou May enquanto dizia se dirigindo a Saya.

–Um x-salada e uma cola, está bom.

–Tudo bem, já trago para vocês. –Disse ela sorrindo.

May saiu para trazer o pedido dos dois, deixando eles sozinhos.

Estranhamente Neo não sabia o que falar, Saya estava diferente, quieta e com um olhar distante, parecia estar observando a cidade pela janela, deixando um silêncio durante um bom tempo enquanto o nervosismo ia aumentando nele.

–Neo? –Saya o chamou quebrando o gelo.

–Diga. –Respondeu ele,

–O que nós somos? –Perguntou ela toda vermelha e nervosa.

–Como assim? –Perguntou Neo sem entender.

Saya ficou muito vermelha e nervosa quando tentou responder à pergunta dele, porém ela tentou explicar:

–Sabe.... Você não conhece a Yume... A May é sua amiga de infância... Bom e eu? –Perguntou Saya se contorcendo enquanto tentava perguntar.

Neo finalmente pode perceber do que se tratava e com isso ficou muito envergonhado porque não sabia o que responder, ele gostava muito dela para dizer que eram só amigos, até porque ele queria mais do que isso.

–Nós? É... Somos.... Eu e você... –Tentou responder gaguejando.

Foi quando apareceu May com o pedido dos dois quebrando o clima que estavam.

–Aqui está seu x-salada mocinha junto com sua cola.

–Yay! –Comemorou ela.

–E para você Neo, seu x-burguer com guaraná. –Disse ela enquanto colocava na mesa.

Só que os olhos de garoto gato conseguiram reparar em um pequeno papel dobrado do lado do lanche, ele olhou para May com um olhar de dúvida e ela respondeu com um olhar de pega logo e esconde isso.  Só depois de alguns segundos que foi perceber o que tinha que fazer e agiu rápido, antes que Saya visse, pegou o papel e escondeu no bolso, enquanto May suspirava de alivio por ele ter entendido.

Os dois comeram e ficaram satisfeitos enquanto conversavam sobre as aulas que tiveram na semana, além do filme que tinham assistido, esquecendo completamente o que tinha acontecido segundos atrás.

Já estava ficando tarde quando os dois decidiram ir embora. Foram para o caixa pagar a conta juntos.

–Não se esqueça de verificar aquilo para mim, Neo. –Pediu May gentilmente.

O garoto estava curioso para ver o que era que tinha recebido, mas ainda estava com a garota dos seus sonhos e por isso não queria estragar como as coisas estavam indo, resolveu deixar para ler depois.

–Não vou esquecer. –Garantiu ele antes de ir embora.

Já havia caído a noite e o céu estava cheio de estrelas, a lua entrava em destaque no meio delas enquanto iluminava as ruas escuras e vazias de Claws.

Neo decidiu acompanhar seu anjo até a sua casa para que nada acontecesse de ruim e enquanto caminhavam o silêncio tomava conta.

Não demorou para que os dois chegassem em seu destino e se prepararem para se despedir.

–Bem, finalmente chegamos. –Disse Neo.

–Sim.

Os dois ficaram de frente um para o outro se lembrando de como tinha sido o dia deles.

–Obrigado por hoje Neo! Eu me diverti muito. –Saya agradeceu sorrindo.

O sorriso dela era tão lindo e ela estava tão perto dele que ele começou a viajar. O brilho da lua fazia Saya parecer uma fada. E com tudo aquilo, Neo ficou paralisado enquanto seu corpo começava a mostrar sinais de nervosismo, sentiu calafrios, suas mãos começaram a suar, além de estarem geladas.

Antes que Neo pudesse pensar em alguma coisa, Saya foi chegando mais perto dele, colocando as mãos macias e quentes em seu rosto, era aconchegante. Ela estava muito vermelha e parecia nervosa, além de estar muito perto a ponto de ele sentir a respiração dela.

–Eu não vou perder para Yume ou para May. –Disse Saya decidida.

Foi quando os lábios dela tocaram os dele, esquentando o seu coração.

Neo continuou paralisado, viu Saya sorrir, virar de costas e entrar em sua casa, foi quando ele voltou para si e percebeu o que tinha acontecido.

A felicidade tomou conta do garoto, apesar de não saber exatamente porque estava feliz, comemorou e foi o mais rápido possível para o dormitório, entrou no banheiro e foi molhar o seu rosto, pois não acreditava no que tinha acontecido.

Foi quando se assustou com o que viu no espelho, ele estava com orelhas de gato e também um rabo, seus olhos também estavam diferentes, amarelados. Parecia que tinha conseguido se transformar, mesmo que parcialmente. Ele ficou feliz por isso.

Logo a felicidade foi embora, pois humanos não eram daquele jeito.

Resolveu voltar ao normal e ir dormir, estava muito cansado.

Neo saiu do banheiro e viu a figura de um homem sentado no sofá.

–Oi, Pai.  –Cumprimentou Neo e então deitou na cama debaixo e se encobriu.

Demorou um tempo para ele perceber o que havia acontecido, então levantou e com pressa batendo a cabeça na cama de cima, se sentou e com um olhar surpreso, perguntou:

–Pai? O que você está fazendo aqui?

Ele sorriu e disse:

–Eu sou a pessoa que Leo disse que viria te ver.



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