Eu ainda encarava o chão enquanto meu irmão me encarava. Eu queria ser uma criança de novo para que minha mãe pudesse decidir isso comigo, mas nem aqui ela está. E, se eu voltasse pra casa, como será que eles reagiram? Papai inclusive... Se eu voltasse com certeza eles nem olhariam na minha cara, mas não foi por esse motivo que eu decidi ficar com Chris. Eu decidi ficar com meu irmão por que ele é a única pessoa no mundo que eu tenho e que me ama além de tudo. Eu sabia que ele cuidaria de mim, mas eu tinha que ter certeza.
–– Se eu ficar com você, você promete que eu não vou correr risco algum... Ou que eu irei me arrepender de escolher você? –– Eu perguntei encostando-me na cadeira desconfortável outra vez.
–– Sim, Leslie, eu prometo! –– Ele foi apressado em falar e aquilo me mostrou ainda mais o quanto ele me queria por perto.
–– Olha Chris, eu nem sei mais como olhar para os seus amigos... –– Eu admiti. –– Todos eles fazem as mesmas coisas que você e Justin? –– Eu perguntei e meu irmão assentiu como resposta. –– Até Andy? –– Eu perguntei perplexa.
–– Sim...
–– Cara... –– Eu voltei a sussurrar.
–– Eu não estou pedindo para você parar de viver sua vida, jamais! Eu só quero que saiba que você pode fazer o que quiser, contanto que tenha cuidado e avise caso for sair. –– Meu irmão falou. –– Não é medo de acontecer algo com você, por que não vai... Mas, é precaução, entende? –– Chris perguntou olhando-me nos olhos.
Agora fora minha vez de assentir. Eu me levantei e peguei minha mochila, jogando-a em minhas costas.
–– Eu vou fazer ballet. –– Digo.
Chris sorrir e se levanta. Meu irmão pega minhas malas e caminha ao me lado para fora do aeroporto. Quando saímos, nós fomos direto para seu carro. A primeira coisa que eu irei fazer pela manhã é ir atrás de um estúdio de balé. Eu preciso me distrair disso tudo e o que seria melhor para isso além de você fazer algo que você ama? Nada! Quando me dei conta nós já estávamos quase chegando à mansão. Eu peguei meu celular e disquei o número de minha mãe, mas ela não atendeu, como previsto. Chris me olhou mais não disse nada. Ele deu a curva e diminuiu a velocidade quando já chegamos à rua da imensa ‘casa’. Os portões se abriram para nós.
–– Você já foi preso? –– Eu pergunto do nada.
–– Não. Nós sabemos nos cuidar. –– Chris respondeu sorrindo.
–– Ah...
–– Por que a pergunta? –– Ele perguntou de volta.
–– É que eu não quero ter que ir te visitar na cadeia. –– Eu sussurrei olhando através da janela.
–– Eu prometo que nada acontecerá comigo, Leslie. E você jamais me visitará em alguma prisão. –– Chris disse, com um tom calmo e relaxado diferente de momentos atrás.
Quando entramos na casa, dois homens de terno levaram minhas malas e minha mochila de volta para meu quarto me deixando segurar apenas meu celular. Eu fiquei parada, meio constrangida, com todos me olhando enquanto estavam sentados espalhados pelos sofás.
–– Não precisa ter medo, Leslie. Nós não machucaremos você. –– Ryan disse sorrindo.
Eu caminhei até eles e me sentei em uma poltrona de frente para o sofá onde Justin estava e que Chris acabara de se sentar. Eles ficaram me encarando como se esperassem que eu falasse algo, mesmo sabendo que isso não iria acontecer.
–– Aposto que você tem perguntas para fazer... –– Chaz disse.
–– Hm... Sim.
–– Então comece, não temos o dia todo. –– Justin respondeu se encostando mais ainda no sofá, dando-me uma visão perfeita de seu corpo quase completamente nu, exceto pelo short.
–– Por que vocês fazem isso? –– Eu perguntei tentando deixar minha voz firme, mas a verdade era que eu estava com um medo da porra deles me matarem e me esquartejarem para depois me jogarem em algum buraco no meio da floresta.
–– Por que a gente quer?! –– Justin falou.
Eu estava realmente me segurando para não o mandar ir pra aquele lugar.
–– Se você for responder com má vontade, nem precisa abrir a sua boca. –– Eu disse sim meio irritada, admito.
Eu ouvi uma risadinha saindo de sua boca enquanto ele se ajeitava no sofá e me penetrava com o seu olhar.
–– Algo mais que você queira saber? –– Ryan pergunta.
––Sim. Bom, Chris me disse que vocês roubam. O que vocês roubam?
–– Você tem algum tipo de demência? Mas, é claro que nós roubamos dinheiro! –– Justin respondera de novo com sua ignorância de merda.
–– Escuta aqui idiota, quem faz merda aqui é você e não eu. Então faz favor de ficar calado antes que eu e minha demência irmos até aí para calar essa sua boca ridícula. –– Eu respondi no mesmo tom que ele.
Andy sorriu por detrás de sua latinha de cerveja.
–– E de que forma você pretende me calar? –– Ele perguntou se inclinando para frente.
–– Justin! –– Chris se pronunciou pela primeira vez.
–– Eu vou dormir um pouco antes de hoje à noite. Boa sorte com a garota aí. –– Justin disse se levantando e saindo da sala de estar.
Já vai tarde!
–– Eu quis dizer em que tipo de lugar vocês fazem essas coisas... –– Eu digo.
–– Bancos. São os melhores lugares para conseguir dinheiro. –– Chaz responde.
–– Mas e a segurança? –– Eu pergunto.
–– Com o tempo você aprende a fazer as coisas... –– Ryan responde.
–– O que vocês vão fazer hoje à noite? –– Eu pergunto encarando Chris, que engole em seco.
––Vamos vender umas coisas. –– Meu irmão responde.
–– Que coisas? –– Eu pergunto curiosa.
–– Drogas. –– Ryan responde.
Eu pisco meus olhos varias vezes para ter certeza de que ouvi bem.
–– Acho que vou para o meu quarto...
Eu me levanto fracamente e caminho cambaleando até as escadas para poder ir para o meu quarto. Quando eu abri a porta já reconhecida eu caminhei até minha mochila e a abri, pegando meu notebook, ligando-o e colocando no Youtube. Colei algumas músicas para tocar, não o tipo de música que meu irmão e seus amigos costumam ouvir, mas o tipo de música que eu costumava dançar no estúdio de ballet lá de Seattle. Eu abri minhas malas e comecei a ajeitar minhas roupas dentro do Closet, pendurando tudo por que dobrar não é comigo. Enquanto eu fazia aquilo eu pensava em tudo que havia acontecido. Em como eu descobri que Chris é um bandido e junto de seus amigos eles formam uma gangue. Eu peguei meu celular e disquei o número de minha mãe.
–– Por favor, mãe... Atende! –– Eu sussurrei para mim mesma.
Mas fora me vão por que ela não me atendeu. Eu coloquei meu Notebook para carregar enquanto li sobre um teste de Ballet que teria aqui perto. Liguei para Bi para contar a ela sobre tudo, mas acabei desistindo da idéia, ainda mais por que isso não era coisa minha para eu sair por aí contando para alguém. Eu fiquei olhando às paredes em branco do meu quarto e pensei em como eu iria decorá-lo. Eu me levantei e sai de meu quarto. Quando desci as escadas eu encontrei Chris e seus amigos todos vestidos de preto e mexendo em algumas malas pretas de alças. Eu parei no canto da escada e cruzei os braços, observando os movimentos deles sem eles saberem que eu estava ali.
Chris e Chaz ajeitavam algumas coisas em uma mochila, como computador, Andy estava mexendo com duas facas, colocando-as em seu corpo. Ryan estava comendo algum sanduíche e Justin estava com uma enorme arma em seus braços. Aquilo me assustou e me fez recuar. Ele me viu e colocou a arma em cima da mesa para em seguida virar-se de costas para mim. Eu vi os músculos de sua costa se contrair quando ele vestiu a camiseta preta.
–– Oi Leslie! –– Ryan disse.
–– Decidi pedir comida. –– Eu menti.
–– Nós pedimos lanches. Têm alguns em cima da bancada da cozinha se você quiser. –– Ryan disse sorrindo. Ele era gentil.
–– Ok. Eu vou lá comer então... –– Eu disse passando por todos eles e indo em direção da cozinha.
Eu me servi de um X-salada, pois era o menor sanduíche que tinha ali e eu ainda estava sem fome. Peguei um copo de suco e sentei-me na bancada, tentando comer aquele enorme lanche. Eu me ajeitei no banco e soltei o lanche de volta no prato.
–– Por que está nervosa? –– Justin perguntou indo direto para a geladeira pegar uma cerveja.
–– Estou preocupada com meu irmão. –– Admiti.
–– Não fique ele já faz isso há muito tempo. –– Ele falou ainda de costa para mim.
–– Pelo visto... –– Eu respondi com raiva.
–– Se ele foi atrás de você é por que ele realmente te quer por perto Leslie. Ele já passou por muita merda aqui por causa de uma amiga nossa, e por mais que ele sofreu, ele não foi atrás dela. Ela foi forte e eu o admiro. –– Justin disse finalmente me olhando.
–– Está falando da Andy? –– Eu pergunto afastando meu copo.
–– Quem dera... –– Justin respondeu sorrindo.
–– E quem é? –– Pergunto.
–– Você saberá com o tempo... –– Justin respondeu saindo da cozinha e me deixando sozinha.
–– Justin? –– Eu o chamei. Eu sabia que ele havia parado onde estava, mas eu não me virei para ter certeza.
–– O que foi? –– Seu tom não era grosseiro, na verdade era calmo.
–– Chris me disse que você já faz isso há muito tempo... Mas, meu irmão faz isso há pouco tempo e isso me deixa preocupada. –– Eu disse enquanto encarava minhas unhas grandes e quadradas.
–– Não precisava ficar assim. Chris é tão bom quanto qualquer um. –– Justin disse.
–– Ah... –– Eu disse.
–– Mas, se você quiser eu posso te prometer que eu não deixarei nada acontecer com ele. –– Ele falou.
Eu me virei e encarou o rapaz distante de mim.
–– E o que você ganharia com isso? –– Pergunto.
–– Nada. Só estou dizendo que eu jamais deixaria nada acontecer com Chris, ou com Chaz, Ryan e Andy, por que eles não são apenas meus amigos, são minha família e eu preferiria morrer a deixar qualquer um deles se machucarem. –– Justin falou.
–– Sabe, quando eu te vi pela primeira vez eu pensei que você fosse um monstro. –– Eu admiti.
–– E quem disse que eu não sou? –– A voz dele percorreu por todo o cômodo e por toda minha mente.
–– Monstros não têm coração. –– Eu sussurrei.
–– Exatamente. Eu não tenho. –– Ele disse.
–– Não é o que parece.
–– Nada é o que parece Leslie. Tome cuidado. –– Justin disse por fim.
Ele saiu da cozinha me deixando sozinha, mas isso não se arrastou por muito tempo, pois Chris entrou.
–– Leslie? Eu não quero que você perca seu tempo se preocupando comigo. Eu vou me cuidar. –– A voz do meu irmão era sincera.
–– Chris, eu tenho medo de você se machucar ou de não voltar mais pra cá. Eu tenho medo de ficar sozinha de novo. Eu não quero reviver aqueles sentimentos que eu tive que sentir quando você foi embora. –– Eu disse enquanto o encarava com lágrimas nos olhos.
–– Leslie ter feito aquilo partiu meu coração e ainda parte só de lembrar. Eu não tinha escolha a não ser ir embora. –– A voz de Chris saiu tão baixa e falha que fora difícil de compreender.
–– E por que não me trouxe com você? –– Eu questionei já sabendo que lágrimas corriam pelo meu rosto.
–– Eu pensei nisso, mas eu sabia que teria que passar por coisas que eu jamais vou querer para você. Você está aqui e agora e nada mais vai te machucar. –– A sinceridade em sua voz e em seu olhar me fez levantar e andar apressadamente para os braços de meu irmão.
Chris me envolveu em seus braços e me apertou fortemente. Eu estava mais tranquila quando Justin me prometeu que nunca deixaria nada de ruim acontecer com meu irmão, mas a preocupação ainda me rodeava. Chris me puxou pela mão e me levou até a porta.
–– Eu te amo mais que qualquer outra coisa no mundo. –– Chris disse.
Eu sorrir e o abracei novamente, agora era minha vez de apertá-lo com toda minha força.
–– Eu te amo, Chris. Tome cuidado... –– Minha voz saiu medrosa e chorosa.
Mais que vergonha!
–– Eu sempre tomo Leslie. Vai dormir por que já está tarde... –– Ele disse beijando meu rosto e saindo de perto de mim para ir até seu carro.
–– Eu tenho um irmão bandido que está prestes a ir assaltar um banco e que ainda tem audácia de me mandar ir dormir por que já está tarde. Hilário. –– Eu disse para mim mesma.
JUSTIN
Eu saio da cozinha deixando Leslie para trás. Chris passou por mim e foi falar com sua irmã. Eu fui guardar as armas no meu carro, depois eu ajudei os meninos a ajeitarem o carro deles. Eu entrei no meu e os meninos nos seus. Só faltava Chris sair da mansão. E quando isso aconteceu, ele estava acompanhado de Leslie, eles trocaram breves palavras e logo se abraçaram.
–– Cara, ela é tão gostosa que chega a me deixar de quatro por aquele rabo! –– A voz de Chaz saiu do nosso comunicador, coisa que tinha em todos os nossos carros.
–– Só gostosa? Ela da de dez a zero para qualquer garota que já comi! –– Ryan respondeu tão animado quando Chaz. Mas, eu me mantive calado.
Ela era bonita sim, isso não podia se negar, mas o que esses duas cabeças de vento viram nela? O máximo fora seus olhos cor-de-esmeralda e a sua boca rosada. Leslie tinha curvas excepcionais para uma adolescente. Seus uns peitos médios, mas em compensação o rabo daquela garota era de parar o transito. Sempre que ela passa andando por mim eu não resisto em olhar para aquela bunda redonda e empinada que ela tem. Ela tinha manias chatas, que eu já havia percebido, como por exemplo, ela sempre anda descalça pela casa e só come de noite. Mas, é só isso... Nada de mais.
–– Cara, ela é cheirosa pra porra! Quando eu a levei para o quarto eu senti melhor seu cheiro e caramba eu quase gozei... –– Chaz disse. Ryan riu.
Chaz estava certo, ela cheirava bem pra porra! Quando eu fiquei perto dela na outra noite, e ela tocou minhas cicatrizes eu senti o inferno percorrer pelo meu corpo enquanto também sentia seu cheiro bem de perto. Porra, eu comeria ela até eu não aguentar mais.
Quando Chris entrou em seu carro eu vi Leslie voltar para dentro de casa e fechar a porta com calma. Nós saímos um atrás do outro. O caminho todo eu fui escutando um RAP foda. Quando chegamos duas avenidas antes do banco, nós paramos e descemos com as mochilas. Com as toucas pretas já em nossos rostos nós entramos no prédio abandonado bem a nossa frente e descemos até o porão e lá fizemos um buraco para os esgotos com o equipamento que havíamos comprado recentemente. Nós fomos um por um. Quando estávamos nos esgotos do banco nós repassamos o plano e fomos segui-lo. Eu e Ryan iríamos perfurar o chão do cofre até ele abrir passagem para nós. Isso demorou algum tempo para acontecer, mas a complicação não estava aí.
–– Chris é com você! –– Eu falei.
–– Pronto. –– Ele disse depois que clicou em uma tecla, pois enquanto perfurávamos o chão ele ia mexendo no computador junto com Chaz para tentar quebrar o infravermelho e o restante das coisas. –– Vocês têm dez minutos. –– Ele disse.
Eu subi primeiro e comecei a pegar as bolsas que Ryan jogava pra mim. Depois ele subiu também e me ajudou a jogar todas aquelas notas bonitas dentro das bolsas. Eu me agilizava a cada minuto mais e com isso eu me preparava para fugir com meus amigos. Ryan fechou a ultima bolsa e jogou buraco a baixo entregando para Chris que correria e entregaria para Chaz. Esse era o plano. Quando Ryan desceu eu fui atrás dele. Nós corremos pelos túneis para longe daquele lugar. Quando já estávamos chegando perto do prédio pela qual saímos, eu sabia que eles, os policiais, já estavam próximos de nós.
–– Vão! Eu os despisto... –– Eu gritei.
Quando eu corri na direção diferente de meus amigos eu atirei no chão com minha pistola para chamar a atenção dos policias para que eles viessem atrás de mim. Eu sabia que agora eles estavam seguindo apenas a mim e eu não tinha saída a não ser correr por esses túneis até encontrar a pequena porta de metal mais próxima que ficam espalhadas pelas ruas. Eu corri por dezessete minutos sem pausa pelos tuneis até encontrar a primeira ‘porta’. Eu atirei contra aquela grande camada de metal e pulei, mas ainda assim eu não consegui cegar na altura na saída. Quando eu ia pular de novo eu vi dois policias se aproximando de mim e antes que eu pudesse ver eu já tinha atirado contra os dois.
Eu me distanciei dali e corri para longe. Eu parei quando vi dois diferentes caminhos, um para o lado direito e outro para o esquerdo. Eu escolhi o esquerdo e corri pisando contra a água com força. Quando eu já estava sem ar eu parei no pequeno espaço que tinha na parede e me encostei lá. Não tinha como eu fugir. Já era. Eu ouvi passos vindos em minha direção e antes que eu pudesse correr, pois já era tarde de mais, eu sai do escuro e soquei um policial que caiu no chão e logo comecei a lutar com mais dois. Eu levei um soco de primeira, e eu tinha que admitir fora um belo soco, mas eu estava pouco me fodendo para aqueles homens. Eu tinha que matá-los. Eu destravei minha arma e disparei na direção do primeiro que caíra no chão com a mão no meio do lugar afetado pela bala. O segundo homem se encostou a parede e juntou às mãos.
Ele estava rezando?
–– Por favor, eu tenho dois filhos... –– Ele começou.
–– Parabéns. –– Eu disse atirando em sua testa.
Eu peguei o uniforme de um deles e tirei do corpo do homem. Em seguida eu tirei minhas roupas e vesti o uniforme que tanto me dava repulsa. Eu joguei meu cabelo para trás e então eu sai correndo daquele lugar. Eu esbarrei de frente com alguns policiais e o medo me tomou.
–– Algum sinal? –– Um deles perguntou.
–– Nada. –– Eu respondi rapidamente.
–– Tudo bem. Vamos subir. –– Ele disse fazendo um sinal para que nós o seguíssemos.
Quando eu passei pelo buraco onde pouco tempo atrás eu estava assaltando eu senti um frio na barriga. Ninguém pareceu notar que eu não era nenhum policial e pouco mais que isso eles me deram ainda uma garrafinha d’água. Eu me afastei do grupo que analisava a cena do assalto e sai pela porta da frente do banco. Eu tentei não rir ali, mas assim que parei um táxi e entrei nele eu não consegui me segurar e rir sem parar. O motorista deve ter achado que eu era algum tipo de idiota.
–– Policias burros! –– Eu esbaldei nos risos.
O taxista encarou meu uniforme e logo rolou os olhos pra cima. Eu dei o endereço pra ele e esperei atentamente até chegar em casa. Quando paramos de frente para o grande portão ele me encarou e logo encarou minha casa.
–– Será que é tarde pra eu virar um policial? –– Perguntou o velho.
Eu não respondi, apenas o paguei e sai do carro. Um dos meus seguranças a principio não me deixou entrar, mas quando percebera quem era ele se desculpou e abriu os portões para mim. Eu entrei dentro para dentro e caminhei rapidamente, com as mãos no bolso, até chegar à porta. Assim que eu a abri eu fui invadido por um furacão em cima de mim. Braços finos e pequenos me envolveram com força contra seu corpo. O cheiro de rosas me informara quem era a descabelada que estava me abraçando.
–– Que diabos deu em você garota? Me solta! –– Eu disse afastando Leslie de mim.
–– Desculpe... –– Ela parecia constrangida agora.
–– Relaxa, ela fez isso com todos! –– Ryan disse.
–– Você tem o que? –– Eu perguntei encarando Leslie nos olhos.
–– Estava preocupada... –– Ela disse indo até o sofá.
–– E daí menina? Quem é seu irmão aqui é o Chris e não eu. –– Eu disse.
–– Eu sei... Mas eu estava preocupada com vocês também. –– Leslie disse em um tom gentil o que me afetou por estar a tratando assim. Eu caminhei até o sofá e me sentei junto de todos.
–– Só não me abrace de novo. –– Eu disse pegando um pedaço de pizza.
–– Por que você está vestido assim? –– Andy perguntou.
–– Pra fugir? –– Eu perguntei como se fosse óbvio.
–– De quem? –– Andy perguntou confusa.
–– De quem você acha idiota? –– Questionei bravo.
–– Por que você está bravo? –– Chaz perguntou.
–– Só estou cansado...
–– Eu acho que vou dormir. Boa noite pessoal... –– Leslie disse se levanto do sofá e se espreguiçando, me dando uma perfeita visão de seu rabo empinado.
Quem é que fala pessoal hoje em dia?
Eu sinto o volume do meu pau aumentando cada vez que encaro aquela bunda. Ela veio até o sofá onde eu estava e abraçou Chris enquanto beijava seu rosto ao mesmo tempo. Eu me apressei em me levantar também e caminhei até a cozinha. Peguei duas cervejas e um salgadinho de queijo dentro do armário. Eu voltei pra sala, mas Leslie já não estava mais lá. Eu parei ao lado dos meus amigos.
–– Vamos dormir seus putos... –– Eu disse. –– Amanhã nós contamos o dinheiro e o guardamos. –– Eu disse. Eles se levantaram e subiram às escadas.
Andy estava trocando olhares com Chris, como se ninguém soubesse que ela daria pra ela essa noite. Idiotas!Eu subi às escadas atrás dele e quando cheguei ao segundo andar eu passei pela porta do quarto de Leslie e de Ryan para ir para o corredor seguinte e passar pelo quarto de Chaz, Chris e Andy. Eu dobrei de novo o outro corredor e entrei no meu quarto. Entrando eu fechei a porta e dei de cara com o meu quarto todo arrumado. Eu coloquei as duas garrafas de cerveja na minha mesinha de cabeceira junto com o salgadinho de queijo. Tirei aquela roupa ridícula para tomar banho e colocar uma calça de moletom preta. Depois que saio do banheiro com os cabelos ainda molhados; eu agarrei aquela roupa e juntei-a toda em minha mão para em seguida sair pra fora do meu quarto.
Eu desci as escadas e fui até a cozinha procurar uma sacola descartável para colocar essa roupa dentro e jogar no lixo, e não demorou muito até eu fazer isso. Quando eu saio da cozinha eu encontro Leslie tentando de algum jeito engraçado ligar o videogame. Eu me assustei quando vi o pijama que ela estava usando: uma calça e uma blusa regata com estampa de vacas, literalmente.
–– Que é que você tá fazendo? –– Perguntei tentando segurar o riso.
Leslie deu um pulo para trás.
–– É que não consegui dormir...
–– É só fechar os olhos e esperar. –– Comento.
–– Mesmo assim, eu não consegui. –– A voz dela é arrastada por vergonha.
–– Então você quer jogar videogame? –– Pergunto apontando para o aparelho enquanto me aproximo dela.
–– Sim... –– Ela respondeu.
–– E qual jogo você quer jogar? –– Pergunto parando ao seu lado.
–– Esse aqui... –– Ela me mostrou o jogo de luta que Chaz havia comprado.
–– Esse? –– Perguntei surpreso.
–– Parece ser o mais legal... –– Ela respondeu.
–– Tá bom... –– Eu soltei uma risadinha sem querer. –– Eu coloco pra você, contanto que eu possa jogar também. –– Eu disse encarando seus olhos.
–– Não tenho muita escolha mesmo... –– Ela respondeu entranhando-me o jogo.
Eu o peguei e caminhei até o videogame, ligando e colocando o jogo de luta que Leslie havia escolhido. Não querendo me gabar, mais eu vou massacrar com ela. Eu peguei os dois controles e entreguei um a ela. A gente se sentou no sofá enquanto o jogo carregava. Leslie estava animada.
–– Você sabe como joga isso pelo menos? –– Pergunto encarando ela mexer nos botões do controle.
–– Um pouco. –– Ela respondeu.
Eu sorri.
–– Aliás, Leslie, belo pijama. –– Eu comentei fazendo-a olhar para seu corpo e em seguida corar.
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