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História It's love - Perfect Family


Escrita por: ThisIsRevival

Notas do Autor


Oi gente, desculpe pela demora do capítulo, mas eu sou uma pessoa extremamente preguiçosa então peço perdão!
Espero que gostem do capítulo e qualquer crítica construtiva será bem vinda!
*IMPORTANTE!!!!!!
Estou escrevendo uma fic sobre a Selena e o Shawn Mendes e queria pedir ajuda para alguma pessoa que manje da montagens, para fazer uma capa para essa fic! Qualquer pessoa que queira me ajudar escreva nos cometário ou me mande uma mensagem!
Beijossssss

Capítulo 2 - Perfect Family


Fanfic / Fanfiction It's love - Perfect Family

"Lugares, lugares, vão para os seus lugares

Vista seu vestido e coloquem seus rostos de bonecas

Todo mundo pensa que nós somos perfeitos

Por favor, não deixe eles olharem através das cortinas

Foto, foto, sorria para a foto

Pose com o seu irmão, você não vai ser uma boa irmã?

Todo mundo pensa que nós somos perfeitos

Por favor, não deixe eles olharem através das cortinas"

 

P.O.V Selena Gomez

 

Minha mãe entrou em um surto de raiva assim que pus meus pés em casa. Ela andava de um lado para outro, como se procurasse se controlar de alguma maneira, mas eu  sabia que a bomba estava prestes a explodir. Suspirei me sentando na cadeira e apoiando meu braço na mesa, esperando que o mesmo teatrinho de sempre começasse logo para que terminasse na mesma rapidez.

 

—Mãe, não precisa ficar assim! A Mãe da Ash disse não te que chegamos no horário certo? Então se poupe do sermão!—falei revirando os olhos, e vi que Mandy ficou mais brava do que já estava.

 

—Francamente! Você acha que eu nasci ontem? Oh Deus, perdoe essa garota pecadora!—Com toda certeza a senhora não nasceu ontem, mãe.—Eu sabia! Eu disse para o seu Pai que essa garota era problema para você, ela sempre foi e agora está te desviando do caminho certo!—Explode minha mãe.—Está indo para essa festas de pecado onde há bebidas, drogas e sexo! Não criei a minha filha para ir em um lugar desses, está me ouvindo?

 

—Sim, eu estou.—respondo sem animo. Olhando para Mandy, que se estava totalmente vermelha e com um veia saltando em sua testa. Essa era a minha mãe de verdade, não aquela mulher equilibrada, liberal e gentil que as pessoas pensavam que era.

 

—Ótimo. Guarde minhas palavras senhorita, caso isso aconteça mais uma vez irei proibi-la de ver aquele projeto de prostituta e aquela Mãe perdida dela!—grita Mandy, segurando forte em meu braço fazendo com que eu a olhasse surpresa. Ela nunca tocava em mim, nunca me batia...ela apenas gritava comigo.—Não me decepcione mais, garotinha.—completa soltando meu braço e eu solto um suspiro de alivio. Por um momento achei que ela iria me bater.

 

Isso deveria me fazer chorar, certo? Nenhuma mãe dever tratar um filho seu assim, mas eu não sinto mais vontade de chorar por causa das besteiras que ela fala. Eu não sinto nada por ela.

Subo as escadas lentamente com uma notável dificuldade , era como se eu estivesse com pesos na perna. Assim que termino de subi-la sinto como se estivesse escalado o monte Everest, agradeço mentalmente por ela não passar de dez degraus, pois não estou na minha melhor forma...bom, eu nunca estive mesmo.

 

Entro no meu quarto, trancando a porta imediatamente, me jogando na cama. Aqui é o único lugar que eu consigo ter paz, sem brigas, pais ou pessoas me dizendo o que eu devo e o que não devo fazer. É como se eu finalmente pudesse respirar normalmente, sem me preocupar com meus atos.

 

Sorrio. Se não fosse por Ash na minha vida eu não teria amigos...no caso uma e única amiga que possuo. Na verdade, se ela não tivesse entrado na minha eu teria me tornado o que minha mãe sempre quis e o que eu mais odiaria ser, a figura espelhada de Mandy.

 

[...]

 

Abri meus olhos lentamente, percebendo que havia dormido de mais, pois o sol já havia desaparecido e em seu lugar o crepúsculo apareceu. Eu iria levar mais um sermão assim que saísse por aquele porta, por ter dormido praticamente o dia inteiro. Mas de que importava? Isso não era novidade para mim. Um sorrido havia se formado em meus lábios e ninguém o tiraria de lá, por hora. O motivo desse sorriso eu conhecia bem, já havia sonhado com isso um milhão de vezes e por mais que nada mude a sensação de felicidade me invade da mesma forma.

 

Esse sonho é a minha esperança. É algo que sempre me trouxe paz só de imaginar como seria minha vida a partir dai. Sorrio outra vez, ao me levantar e ver um pequeno pôster da academia de musica de New York, a faculdade dos meus sonhos.

 

Eu vou conseguir, nada vai me segurar nessa cidadezinha. Nada!

 

—A não ser a sua falta de dinheiro, uma provável reprovação no teste e os seus pais serem totalmente contra essa sua decisão. Pois é, Selena! Nada pode dar errado.—digo, me olhando pelo pequeno espelho pendurado em minha porta. —Arh!—passo as mão pelo meu rosto. Por que a vida tem que ser tão dura ? Por que eu não nasci podre de rica, para que pudesse fazer o que eu quisesse, na hora que eu quisesse e quando eu quisesse?

 

Caminho até meu pequeno guarda roupo de madeira escura e pego uma peça velha de moletom. Destranco a porta saindo do meu quarto e entrando no banheiro que ficava a dez passos meticulosos. Talvez se eu fizesse silencio ninguém repararia a minha presença fora do quarto.

 

As vezes me sinto como uma intrusa na minha própria casa.

 

Fecho a porta branca amarelada do banheiro, com cuidado para que nem que possui os melhores ouvidos da Terra pudesse me ouvir, trancando-a. Que horas são? Talvez Papai demore para chegar, me dando tempo para não pegarem .

 

Deus, por favor faça com que ele demore! Faça com que aquele chefe careca com um personalidade horrível de um trabalho de ultima hora, atrasando-o para o jantar. Por favor!

 

Depois de fazer uma pequena oração, tomo meu banho com uma certa pressa. Passo minha mão, ainda úmida pelo banho, no espelho e vejo uma jovem olhando para mim. Cabelos negros, longos, pele até um certo ponto bronzeada, com uma bochecha grande que destaca seu rosto, labos cortados devido a falta de cuidados e olhos redondos de uma cor escura...preto talvez?

 

Cada vez que me olho sento eu sou menos eu. Pare de pensar essas porcarias, Selena!—ouço a voz de Ash em minha cabeça, me fazendo rir como sempre.

 

Recolho minha roupa suja jogada no chão do banheiro, segurando-a contra o peito, destrancando e abrindo a porta.

 

—A Mamãe está um fera com você.—diz uma voz, me fazendo pular de susto, fazendo tudo que se encontrava nas minhas mãos cair no chão. Olho raivosa para meu irmão mais novo escorado na parede. —Você sabe que irá levar um castigo do papai, certo?—perguntou ao se agachar e me ajudar a pegas minhas coisas do chão.

 

Bufo em reposta.

 

—Essa é a sua resposta?—pergunta me imitando.

 

—Não é algo novo para mim.—digo me levantando e indo em direção ao meu quarto.

 

—Por que você é assim?—pergunta.—Por que não pode fazer aquilo que nossos pais querem?—Olho para ele incrédula. Como eu nunca havia percebido o quando dissimulado meu irmão era?

 

—Então Max, você faz tudo aquilo que nossos queridos pais pedem, certo? Você é o filho perfeito! Oh meu Deus, me perdoe por ser uma filha tão terrível!—grito, totalmente alterada, fico satisfeita por minha voz ter saio tão irônica quanto eu queria. Antes que ele pudesse protestar fechei a porta em sua cara, trancando-a em seguida.

 

—SELENA!—gritou meu irmão, batendo com força na porta.

 

—Vá embora, pirralho!—falo alto o bastante para que ele possa ouvir. Sento-me no chão, cruzando minhas pernas, respiro fortemente como se eu estivesse com falta de ar, mas eu não estava. Eu estava irritada com toda essa situação, esgotada e cansada.

 

Max não era uma pessoa ruim, mas com os pais que temos eu não esperava menos. Ele é uma "criança" mimada, que recebe tudo o que quer e faz tudo o que quer, ou seja, ele recebe um tratamento bem diferente do meu. Ele recebeu carinho e amor por toda a sua vida, enquanto eu levava as broncas e os puxões de orelha mesmo quando eu não havia feito nada. Quando aprontava era eu que ficava de castigo, a desculpa era por eu ser a irmão mais velha, mas agora eu sei o motivo. O motivo é: Eu ser mulher.

 

Balaço minha cabeça, tentando afastar esses pensamentos. Quando eu for embora nada disso vai importar.

 

 

Ouço meu celular vibrar, sinalizando que uma mensagem havia chegado. Levanto-me do chão, gemendo ao sentir minha perna dolorida reclamar. Me jogo na cama, pegando meu celular e vendo que era uma mensagem da Ash...na verdade eram várias mensagens.

 

*MENSAGEM ON:

 

ºAshP.T (16:00) : O que aconteceu com você? Não está atendendo minha ligações...

ºAshP.T (16:30) : Me responde!!!!

ºAshP.T (17:20):  SELENA MARIE GOMEZ!!

ºAshP.T (18:00): Morreu????

ºS.G(18:01): Morri, estou digitando no Paraíso que todos falam bem. O sinal aqui é maravilhoso!����

ºAshP.T(18:03): Nossa como você é engraçada. Estou morrendo de rir...Ha Há!

ºAshP.T(18:03): Porque não me respondeu?

ºS.G (18:05): Estava dormindo...

ºAshP.T(18:06): Não podia atender as minha ligações, Dona Selena?

ºS.G (18:07): Você parece ser meu namorado, Ash...pare de ser estranha! ��

ºAshP.T(18:09):A única estranha aqui é você, okay?

ºAshP.T (18:10): Nos falamos depois, tenho assuntos para resolver...Tchau Cabeça!

 

*MENSAGEM OFF.

 

Bloquei a tela do meu celular, jogando-o novamente na cama. Suspirei alto ao lembrar que Papai logo chegaria. Levanto-me da cama, arrumando o lençol e os travesseiros, que estavam totalmente desarrumados. Pego meu notebook e começo a pesquisar a procura de empregos.

 

Uma semana atrás papai veio conversar comigo, ele disse que seria bom que eu arranjasse um emprego já que terminei a escola antecipadamente. Apesar de ter dito que era apenas um conselho, eu sei que isso foi um ordem.

 

"Precisamos de dinheiro extra."

"Muitas despesas com o seu irmão."

"As vendas caíram."

 

O bom disso tudo é que posso economizar para colocar na minha poupança, que na verdade é um pote de vidro com dinheiro que eu guardo de baixo de uma madeira solta no piso do meu quarto. Vejo alguns anúncios de empregos, mas eles exigiam experiência em suas determinadas tarefas, o que eu não tinha. Gemo de frustração.

 

Tudo bem, não entre em pânico! Onde uma garota de 18 anos, que não possui experiência, poderia encontrar um emprego nessa cidadezinha? Jornal!

 

Como não pensei nisso antes?

 

Abro a porta do quarto e saio correndo. Descendo a escada, ou melhor, pulando a escada até o piso de baixo. Ando com cuidado até a sala, para que ninguém me visse, pego o jornal de hoje que estava em cima da pequena mesa de centro entre os sofás. Seguro firme o jornal com os braços contra o corpo e começo a andar de volta para meu quarto. Paro em frente a escada prendendo a respiração e colocando meu pé levemente no primeiro degrau, sem emitir som. Quando estava levando meu outro pé para o degrau ouço a porta ser aberta, me fazendo congelar e me xingar internamente.

 

Se eu não me mexer, talvez ninguém me veja, certo? Errado!

 

 

—Querida, o que está fazendo?—perguntou meu pai. Virei lentamente até que ele se tornasse visível, vendo-o o mesmo olhar para mim com uma expressão confusa.

 

—Eu só vim pegar isso.—digo suspirando, mostrando o jornal para ele. Assim que seus olhos pousam sobre o jornal vejo-os os se arregalarem e tomarem um certo brilho.

 

—E porque a senhorita parecia tão tensa só para pegar um simples jornal?—pergunta um sorriso sarcástico, arqueando a sobrancelha pela minha demora  para responder. Ele já sabia!

 

—O Senhor já sabe...—digo bufando e revirando os olhos. É claro que mamãe havia ligado para ele e contado tudo.— A culpa não foi minha! Você sabe como ela é...dramática!—tento me defender.

 

—Eu sei, eu sei, mas a senhorita também sabe eu quando ela coloca uma coisa na cabeça ninguém consegue tirar!—diz Papai, pendurando seu casaco no cabide de madeira escura, limpando seus pés no pequeno tapete e caminhando até mim.—Vou conversar com ela.—completa, depositando um beijo na minha testa.—Mas agora vamos jantar, okay?

 

—Okay...

 

[...]

 

O jantar estava com um clima tenso, principalmente da minha parte. Mamãe mandava olhares de raiva para mim, que revisavam com um sorriso sarcástico nos lábios. Meu irmão comia tão rapidamente que uma dor de estômago, mais tarde, seria um dos seus menores problemas. Papai comia tranquilamente, ao contrario de todos da mesa, ele parecia relaxado, talvez estivesse fingindo não notar a situação em que nos encontrávamos.

 

Mamãe observava a situação como se estivesse esperando o momento certo para dar o bote, como uma cobra peçonhenta.

 

Assim que termino de comer, recolho meu prato levando-o até a pia, onde lavo-o rapidamente. Seco minhas mãos no pano de prato jogado em cima do balcão e tento me retirar sem ser percebida.

 

—Onde pensa que vai, mocinha?—diz aquela voz, que eu reconheceria a milhares de quilômetros. Me viro e olho para ela, que tinha uma expressão de alegria no rosto. Eu já vi essa expressão muitas vezes, então já sei o que está por vir.

 

—Para o quarto, mamãe.—digo, sendo mais sarcástica que consigo, recebendo um olhar de reprovação de Papai.

 

—Garota insolente! Acha mesmo que vai passar dessa sem receber um castigo? Se acha isso, está muito enganada !—fala Mandy, batendo com força na mesa de jantar.—Certo, Ricardo?—Pergunta ainda alterada, buscando por apoio. Meu Pai nada fala, o que faz um sorriso aparecer em meus lábios.—Ricardo!—Grita ela, chamando a atenção dele.

 

—Querida, deixe passar só dessa vez...—tenta dizer, mas acaba sendo interrompido por Mandy.

 

—NÃO! Eu não vou deixar passar, ela precisa aprender a lição! Francamente, eu crio essa garota sozinha!—exclama passando as mão pelos cabelos soltos.—Qual será o seu castigo? Hun?—pergunta olhando para mim. Sinceramente não haviam muitas maneias de me castigar, já que não estava mais na escola, não praticava nada, quase não saia de casa e ela não sabia muita coisa sobre o que eu gosto ou não gosto, então a tarefa fica difícil. Só tem uma coisa...mas ela não faria isso, faria?—Será que tiro a televisão de você?—pergunta. Isso não me afetaria, nunca gostei de assistir televisão.—Tiro seus livros?—pergunta novamente em um tom pensativo. Eu posso ir a biblioteca!—Tiro a  sua internet?—Eu tenho meus livros, não preciso disso.—Ahh já sei!—anuncia com um sorriso nos lábios. Sinto uma sensação ruim percorrer a minha espinha dorsal. —Nada de Ashley por um mês!

 

—O que ?—exclamo boquiaberta.—Você não pode fazer isso!

 

 —Essa foi a minha palavra final, Selena. Pode ir agora.—fala voltando a comer e fazendo um gesto com a mão, para que eu saísse logo.—Vá rezar no seu quarto e não se esqueça de pedir perdão com o que fez com a sua família!

 

"O que eu fiz com a minha família". Cerro meus punhos tentar me controlar, para que não voasse no pescoço dessa mulher que eu chamo de "Mãe".

 

Fico ainda parada, tentando digerir o que tinha acontecido aqui. Sinto a raiva tomar conta de mim, essa mulher pode ser tudo menos minha mãe! Saio dali com os passos pesados e meu coração acelerado, com vontade de jogar fogo nessa casa e ver tudo desabar junto com essa família.

 

Eu preciso sair daqui! Preciso sair desse inferno!

 

Corro até meu quarto calçando minhas botas estilo pantufa, rapidamente. Volto até a porta do meu quarto olhando no corredor, para ver se havia alguém e fecho a porta logo em seguida, trancando-a. Prendo meu cabelo fazendo um coque bagunçado e vou até a janela mediana que havia no meu quarto, pressiono meu dedo indicador, na trava de segurança, empurrando-o e destrancando a janela. Empurro as portas da janela, sentindo o vento frio e seco da noite bater contra mim, coloco uma perna por vez para fora pisando no telhado que range a cada passo que dou. Engatinho até a escada de madeira fixa na parede, perto da minha janela, que deveria servir para levar-nos até o sótão, mas ninguém usa ela além de mim.

 

Essa não era primeira vez que fazia isso, nem a segunda e nem a terceira, então eu sabia que não seria pega...meus pais ficariam ocupados, como todas as noites antes de dormir e Max...bom eu não sei o que ele faz, já que nunca está em casa, principalmente de noite. Eu sabia das suas saídas e ele sabia das minhas, nosso acordo era: Você finge que não viu e eu faço a mesma coisa.

 

Essa era a minha vida. Aguentar os desaforos em casa e fora dela fingir que somos a família perfeita, sorrir para as fotos, falar que estou orgulhosa da nova promoção de papai e que somos um exemplo e ser seguido. Somos uma farsa de família.

 

Uma hora toda essa farsa vai acabar e as pessoas iram ver como somos realmente.

 

[...]

 

As ruas da Avenida Principal eram bem movimentadas durante a noite, o que é impressionante para uma cidadezinha pacata como essa. Eu caminhava tranquilamente, com passos lentos e curtos, sentindo o vento frio, que eu tanto gosto, da noite bater contra mim, trazendo o cheiro dos pinheiros misturado com o da cidade.

 

É incrível como essa cidade pode mudar de aparência tão rapidamente, pois aqui, na região principal tudo possui um visual mais "cidade grande" como lanchonetes, cinema, lojas de roupas/maquiagem e postos modernizados de gasolina, já na área mais humilde tudo é mais rustico, com fazendas, lotes de terras e a vegetação natinha de pinheiros. Toda essa mudança aconteceu de repente com a chegada de industrias de frigorifico, telemarketing e a chegada da mais popular empresa de propaganda e extração dos matérias naturais daqui. Essa empresa gravava comerciais aqui e mandava para as cidades realmente grande como Nova York, Los Angels ou Washington para usa-los lá e vender os produtos feitos aqui por outras industrias...pelo menos era isso que eu sabia.

 

Pelo jeito isso dá dinheiro, pois já faz 5 anos que toda essa gente chegou e até agora não foram embora. Pelo menos isso ajuda na economia da cidade, ajuda no comercio das lojinhas locais que estão aqui a muito tempo...sem tudo isso elas já teriam fechado as portas há muito tempo.

 

Ando até o pequeno parque bem iluminado, que dava de frente para o Rio Gdness onde os casais costumavam nadar ou passear de barco no verão. Me sento no banco, virado para o rio, abraçando minhas pernas com os braços e tento relaxar. Tento esvaziar minha mente e fingir que eu não sou eu, tento fingir que sou outra pessoa que só está aqui de passagem, uma pessoa no ramo de negócios  que logo irá embora daqui, mas antes disso ele precisava vir aqui relaxar e respirar esse ar, sentir esse vendo e ouvir esse som da coruja cantando misturado com o som das turbinas das industrias.

 

Ela é feliz.

Ela faz o que gosta.

Ela não aceita ser manipulada e nem mandada.

Ela não é perfeita.

Ela erra, mas fica feliz quando isso acontece.

Ela não precisa de mais ninguém, apenas dela mesma.

Ela tem uma família normal.

Um Pai.

Uma Mãe que a ama.

Um irmão protetor...

 

Essa realidade imaginária, que na verdade é o meu conto de fadas. Desde pequena tenho essa mania de fugir para o irreal, talvez dessa forma tenha sido menos doloroso do que bater de frente com o mundo real, mas sempre há suas consequência pois quanto mais se imagina mais se quer e menos se conquista...,ou seja, mais vulnerável fica.

 

—Selena?—Ouço uma voz me chamar, fazendo-me pular do banco de susto. Viro-me lentamente, com um certo medo, para ver quem era.

 

—Demi?—Sinto um alivio me percorrer e um sorriso tomar conta dos meus lábios.—O que faz aqui?—pergunto, vendo a morena sorrir para mim e se sentar ao meu lado.

 

—Eu ia te perguntar a mesma coisa.—confessa rindo e ficando corada.—Eu estava passando de carro  pela rua e te vi entrar no parque...fiquei preocupada com que algo pudesse acontecer. Eu te liguei, mas caiu na caixa postal. Quer dizer, isso foi tolice da minha parte, mas nunca se sabe, né?—pergunta olhando diretamente para mim. Dei uma risada baixa, segurando minhas mãos que estavam suadas.

 

—Não, não foi tolice. Você tem razão, entrar aqui sozinha no meio da noite é perigoso, mas eu gosto de vir aqui quando quero esquecer das coisas...—digo olhando para o lago a nossa frente e passando minhas mãos na minha calça do moletom, secando-as.—Mas não precisa se preocupar, eu sempre venho aqui, então eu conheço todo mundo que vem aqui em determinados horário. Além do mais de vinte em vinte minutos uma patrulha passa aqui.

 

—Ah...Entendi.—diz ela abaixando a cabeça. Será que eu fui grossa?—Acho melhor eu ir então, foi bom te ver!—Demi se levanta do banco.—Hã..Tchau!—se despede rindo e coçando a cabeça. Por que o clima ficou tão estranho?

 

—Hey...se você quiser pode ficar ou não, sei lá. Não precisar ir embora.—Olho para ela ao dizer e vejo-a sorrir. Ela tem um sorriso de dar inveja.

 

—Eu não quero atrapalhar esse seu momento e eu também tenho que ir para casa.—confessa fazendo gestos estranhos com as mãos, me fazendo rir.

 

—Tudo bem...—digo sorrindo, vendo-a se distanciar .—Obrigada pela preocupação e dirija com cuidado!!—Grito, acenando para ela.

 

Poxa vida, isso foi estranho!! Aigh...por que não consigo agir normalmente sem ser grossa com as pessoas? Deve ser por isso que só a Ashley é minha amiga! Uma cavala sendo amiga de outra...

 

—Selena!!—me chama, virando se na minha direção e se aproximando novamente.—Quer uma carona? Não posso te deixar aqui.

 

—Uma carona?—pergunto para ela, que faz afirmativo com a cabeça.—Hmm...que horas são?—pergunto.

 

Demi tira o celular de seu bolso e checa o horário.

 

—Meia noite.—diz cruzando os seus braços e esperando pela minha resposta.

 

Provavelmente todos na minha casa já foram dormir, acho que já está seguro voltar para casa. Bom, eu espero que esteja.

 

—Aceito a sua carona.—repondo me levantando daquele banco.

 

—Q-o que? Sério?—pergunta Demi, parecendo ter sido pega de surpresa.

 

—Claro, por que não?—pergunto franzindo o cenho.

 

—Eu não sei, você não parece o tipo de garota que aceita uma carona de uma estranha, então eu pensei que...

 

—Eu recusaria?—perguntei.—Bom, você não é uma estranha, eu te conheço então não vejo problemas.

 

—Que bom então—responde me olhando de baixo para cima.

 

—Então vamos.

 

—Posso te fazer uma pergunta?—pergunta Demi, enquanto caminhávamos até o seu carro.

 

—Pode.—respondo curiosa.

 

—Então...agora somos amigas?—Olho para a morena que mordia insistidamente os lábios e gargalho.—Por que está rindo? Está rindo de mim?—pergunta parando de andar, parecendo ofendida.

 

—Desculpa.—peço ainda rindo, tentando me controlar.—Sim, nós somos amigas, Demi.

 

Demi parecia ser alguém legal, alguém que eu gostaria de ter como amiga. Talvez já esteja na hora de sair da minha zona de conforto e começar a viver de verdade.

 

 

 

Vi seu rosto, ouvi seu nome, tenho que ficar com você

Garotas gostam de garotas como garotos, nada de novo

Não é por isso que viemos? Tenho que ficar com você

Garotas gostam de garotas como garotos, nada de novo

Garotas gostam de garotas como garotos, nada de novo.

 



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