História J-HOPE - Provocative Friendship - Você foi pego.

 "E tocou seus lábios nos meus"

Eu viajei no tempo, onde tudo era colorido, cheio de coisas fofas, e pessoas bondosas. Algo como a terra do arco-iris, pôneis cor de rosa, cercados de borboletas brilhosas.

Até tudo se virar de cabeça para baixo, se "derreteu" nos meus pensamentos, algo como um sorvete me inundando. Agora era tudo preto e vermelho, um tom sensual, gemidos ecoando e fantasias sexuais por toda a parte. Casas de prostituição e brinquedos espalhados pelo chão. Um verdadeiro sonho.

Então no fundo do céu vermelho do "mundo" onde eu estava presente, observei uma lança, preta, com a imagem do diabo na ponta, e na outra estava a estátua do rosto de Hoseok. Algo como "duas metades". Esse objeto pontudo se aproximava mais e mais de mim, mas eu não sentia medo, na verdade eu gostava.

Um barulho de gotas fisgou meus ouvidos, e meus olhos foram embasados por um líquido vermelho. Passei as mãos no mesmo e após olhar para elas, estavam cobertas de sangue, e uma bala junto a uma arma estavam caídas ao lado de meus pés.

Olhei novamente para a lança que desta vez estava ainda mais perto de mim, ela agora continha sangue na ponta e um buraco na testa do demônio, que foi se recompondo aos poucos.

Virei o rosto para olhar ao meu redor e tudo estava vermelho, como um rio de sangue ou algo do tipo. Voltei a minha posição e a lança estava mais perto que nunca. A imagem do céu clareando se fez presente em minha memória. 

Senti uma grande dor, uma prazerosa dor, que atravessava sobre mim. E como meus últimos momentos naquele mundo tenebroso, ouvi o sussurro de uma jovem aparentemente machucada, pois ela estava fraca.

- " Você foi pega, é tarde demais. "

Senti meu corpo ser arremessado, e minha visão se embassou completamente.

[•••]

Abri os olhos devagar, meu corpo estava dolorido, ardia como fogo, mas era bom em certo aspecto.

Eu estava presente agora em uma sala totalmente branca, não havia nada, apenas eu. Nem portas, nem piso, nem janelas, objetos, pessoas. Apenas eu e o eco.

Estava com uma camisola rosa clara com bordas bordadas. Seu tecido era bem confortável, aparentemente de ceda.

Inclinei a cabeça para observar ao meu redor, e após me sentir confortável, levantei devagar pelas dores. Tudo doía, sem excessão. Como se meu corpo estivesse formigando.

Quando estava completamente de pé, dei um giro completo para procurar por algo, mas não achei. Desisti e suspirei voltando a minha posição normal. Virei a cabeça e Hoseok  estava em minha frente, com um pijama aparentemente também de ceda, azul.

Ele se aproximava de mim, e eu sorria, porque ele sorria. Estava bem feliz, nunca tinha o visto assim,e espero ver sempre.

Então seu sorriso se desfez, Franzi o cenho e olhei ao meu redor, onde havia um rio atrás de mim. Virei para frente e Hoseok me olhava, a centímetros do meu rosto.

Ele não tinha respiração, mas seu hálito refrescante ainda estava lá. Então me deixei levar, pelo desejo. E pude sentir seus lábios nos meus.

Me senti tonta, como se estivesse caindo. E eu definitivamente cai. Meu corpo se chocou com a água do rio e pude me sentir sem ar, sem vida, morrendo aos poucos. Hoseok estava fora d'água me olhando. Ele estendia o braço, mas eu não conseguia pegar. Uma dor me invadiu, eu sentia que não podia abandona-lo. E foi aí que minha visão novamente borrou.

Seu beijo é doce, e ao mesmo tempo salgado.

É apimentado e adocicado.

É amargo e enjoativo.

É animador e triste.

É calmo e acelerado.

É ruim e bom.

É estranho e normal.

É gelado e quente.

É ardido e suave.

É o melhor de todos e o pior.

Me matava e me dava a vida.

[•••]

Voltei a realidade, meus olhos se arregalaram em direção a Hoseok em minha frente. Eu segurava sua camisa enquanto tremia e ele sorria enquanto chorava. Paramos o beijo, e ele estava exausto, cansado, ofegante. E também confuso.

Eu não sabia muito bem o que acabou de acontecer, mas não foi legal, e nem engraçado. Foi bom, e ruim, já tiveram essa sensação? Sua mão apertava forte minha perna, eu não sabia o que havia se passado com ele, mas sei que não deve ter sido fácil.

E esse foi o gosto do beijo de Hoseok.

- O que....O que aconteceu? - Perguntei erguendo as mãos até seu rosto pálido que está há minha frente.

- Eu não sei. - Ele disse sorrindo e secando as lágrimas do seu rosto. - Mas por favor, me de prazer pra sempre.

- Eu....Vou. - Disse sorrindo maliciosa. - Você está bem? - Disse me ajeitando na banheira.

- Melhor que nunca. - Ele disse levanto as mãos em minhas pernas e acariciando depressa as mesmas. - Aonde paramos? - Ele se posicionou em cima de mim novamente e ficou observando o registro por um tempo.

- Não está pensando nisso...Está? - Disse olhando para o mesmo local que ele, e após virar o rosto pra ti.

- Vai ser divertido. - Ele disse girando o botão e se aconchegando em minhas pernas.

- Você é louco. - Sorri levantando as pernas fazendo Hoseok cair em cima de meu corpo já molhado.

- Com certeza. - Ele sorriu e me beijou.

O mesmo gosto de antes. Era estranho como eu não conseguia impor um padrão para esse sentimento, e nem um nome para esse sabor. Era original, algo completamente fora do comum.

O beijo começou calmo, minha boca ardia com o toque da sua. Senti meu corpo fragilizar e cedi com a passagem de sua língua. Ela estava quente, e a minha gelada. Nossas línguas brigavam entre si, era como uma luta de verdade que ia se intensificando a cada momento.

[•••] √Hoseok On√ [•••]

Nossos lábios se tocaram.

Senti uma coisa estranha, como se me impedisse de sair dali. Algo me avisando, para não ir embora. Era estranho, completamente, e eu não sabia o que estava acontecendo.

Então senti aquele beijo me levando para o céu, e quando abri os olhos, o vento batia forte em mim. Minhas roupas escuras quase saiam do meu corpo com a potência. Eu estava voando. Tudo ao meu redor era azul e cheio de nuvens brancas. Era como um sonho. E eu ainda sentia sua boca na minha, mesmo ela não estando presente.

E quando me acostumei com a altura, sorri e fechei os olhos para sentir aquilo. Mas tudo parou, não sentia mais o vento. Não sentia mais o gosto original e estranho do beijo dela. Eu parei de voar.

E quando abri os olhos, me vi presente em um mundo vermelho, onde no fundo havia uma grama cor vinho, e tudo ao meu redor não saia do tom. Eu estava caindo, meu corpo estava perdendo o equilíbrio.

Eu não fiquei com medo, algo me dizia para não ficar. Então apenas aguardei que mais alguma coisa acontecesse. 

Olhei para o lado, e várias lanças com o demônio na ponta e na outra rostos de pessoas aleatórias caiam junto a mim. Pensei por um momento estar drogado.

Virei meu corpo para cima e uma lança com o rosto dela e de um demônio estava sobre mim, como se quisesse me atingir. E foi aí que senti meu corpo se chocar com a grama macia. Aquilo doeo, certamente, mas era bom.

Me aconcheguei no local, e fiquei observando a lança que vinha até mim. Até ela perfurar meu corpo e eu não sentir mais nada além de desejo.

[•••]

Acordei em uma sala branca, não havia nada nela. Só uma silhueta que com certeza era dela. Então eu sorri, por sentir sua presença.

Eu me levantei rápido, aquela dor havia passado, não estava mais ali. Então consegui me deslocar com facilidade.

Eu caminhei bastante até chegar perto dela. E parei antes que chegasse por completo. Então acenei, como se estivesse chamando sua atenção.

Ela se virava aos poucos, pude observar o que ela fazia. Vestia uma camisola rosa, e eu um pijama azul.

Quando ela se virou para mim, o quarto piscou, parte das paredes foram "manchadas" de vermelho. Como se fossem sangue.

Ela segurava um estilete nas mãos, vários comprimidos estavam jogados em seus pés e sua camisola estava manchada pelo sangue que escorria de seus braços.

Então eu me desesperei, corri para ajuda-la, não queria que morresse. 

Mas uma parede transparente me impedia de atravessar, não conseguia toca-la. Mas eu estendia minha mão. 

Então ela sorriu, e o chão que ela pisava desabou, em cima de um rio imenso onde ela se afogava lentamente diante dos meus olhos.

O quarto derrepente ficou vermelho novamente, e uma música melancolica começou a tocar dando eco nos cantos dá sala.

Me virei para observar o que ainda tinha lá, e pude ver uma cadeira roxa, no meio do local, com uma faca em cima e dois papéis ao lado dela.

Dei um giro completo para ver se continha mais alguma coisa. Mas não.

Então apenas me virei novamente para a cadeira, e com receio caminhei até ela. Havia dois baldes, um continha um cérebro humano, e o outro, um coração também humano.

Fiquei observando aqueles órgãos e por um momento senti nojo.

Ao virar minha cabeça para a cadeira novamente, peguei um papel, que dizia: 

" Escolha o certo "

E o outro: 

" Ele está atrás de vocês "

Aquilo me assustou. Mas joguei os papéis longe. Eu não queria fazer aquilo.

Então a sala abaixou um grande telão atrás dos objetos, onde imagens assustadoras e complexas passaram por ela. Fotos mais detalhadas que as dá Deep web. Como se fossem importadas de lá.

E na mensagem final apareceu :

 " Evlas - a " 

Não sabia o que significava, mas sentia que tinha que fazer aquilo, mesmo não querendo. Então com as mãos tremendo segurei a faca nas mãos.

Optei por furar o coração, e foi isso que eu fiz. Penetrei a faca no órgão. Eu chorava, as lágrimas escorriam dos meus olhos.

Então me acalmei, pois senti o beijo dela novamente. E foi aí que percebi, que não podia ficar longe dela. E por impulso eu sorri de leve.

A sala escureceu e palaveas aleatórias apareciam ao redor de mim: 

" Ale uerrom "

" Ale uodicius "

" Isam Ed edrat "

" Onissassa "

" Arrom "

E derrepente elas pararam de aparecer, e como a última palavra o quarto voltou a piscar e uma música ensurdecedora invadiu meus ouvidos:

" Escolha errada, você foi pego "