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História Janelas de Vidro - Capítulo 19: Despertando Atitudes


Escrita por: SweetBeauty

Notas do Autor


Olá amores! I'm back!
A vibe da tristeza andou tomando conta de Janelas de Vidro no último capítulo postado, e agora vcs ficaram com o core partido, mas se animem porque a fanfic ainda não terminou...
Então bora ler?
Mtos kissis e boa leitura...

Capítulo 20 - Capítulo 19: Despertando Atitudes


Fanfic / Fanfiction Janelas de Vidro - Capítulo 19: Despertando Atitudes

A noite se encontrava belíssima, as estrelas preenchiam o céu acima dos olhos de Hoseok junto com a grande lua cheia. O alfa estava cansado das tarefas da faculdade, e tudo o que mais desejava naquele momento era cair na cama. Ele saiu no meio do tumulto de alunos caminhando direto para fora do terreno da universidade. Sua mente exausta só conseguia pensar em voltar para casa.

 

- Hoseok... – uma voz chamou lhe tirando da distração. Ao olhar para frente, o alfa se deparou com a figura viva de Min Yoongi lhe encarando. Por instantes acreditou estar delirando, mas não, era real.

O silêncio tomara conta da ocasião, pois Hoseok não sabia o que dizer ou pensar. A última pessoa que cogitaria em encontrar seria Yoongi, ambos não tiveram uma despedida amigável. Contudo, o alfa se lembrava daquele dia como se fosse ontem. Não conseguia se livrar da dor que as consequências dos seus atos lhe trouxeram. Sentia tanto por tudo, e por todos, mas principalmente por Min Yoongi, pois decididamente o amava.

- Estar surpreso, eu imagino. – o ômega supôs rompendo o silêncio.

- Veio me xingar? – o alfa replicou finalmente reunindo coragem para falar.

- Não. – respondeu curto e rápido. – Vim para conversar. – declarou em seguida.

- Achei que não queria mais trocar palavras comigo. – disse posteriormente.

- Só pensei na minha dor naquele momento. – retrucou fungando, fitando o chão de modo repentino e voltando a encarar o outro.

Depois da discussão com Jimin, o ômega veio a sofrer uma epifania. A dor que estava sentindo era muito grande, mas nada do que fazia parecia o certo, era como se não se encaixasse nesse mundo cheio de egoísmo e amargura. O ômega só desejou alguém que o compreendesse, mas havia chutado esse alguém, e nesses últimos dias veio a se lamentar por isso. Por mais que Hoseok tenha lhe escondido coisas importantíssimas, Yoongi sentia falta dele, e agora a sua briga com o mesmo não parecia mais fazer sentido.

- Podemos caminhar um pouco? – o moreno pediu sutilmente. O alfa maior apenas assentiu num menear de cabeça, caminhando ao lado do ômega menor pelas ruas escuras de Seul.

Enquanto caminhavam pelos calçadões de Seul, Yoongi observava a grandiosa lua cheia – tão belíssima – irradiar tanto si próprio quanto o alfa ao seu lado. Min adorava noites de luas cheias, e suas fantasias mais profundas se encontravam ali.

- Nesse momento gostaria de ver a posição da lua em Londres. – comentou qualquer coisa enquanto andavam lado a lado.

- Londres?

- Sim. – afirmou fitando o ofuscar lunar.

- Creio que lá não esteja noite agora. – replicou naturalmente.

- De certo. – concordou. – Mas é uma cidade que Jimin sempre me prometeu levar. – completou com uma determinada tristeza na voz.

- Então gosta da Inglaterra?

- Me parece uma terra cheia de encantos. – respondeu sem piscar os olhos.

Yoongi parecia um tanto diferente, e Hoseok pôde notar isso. Durante a caminhada o alfa ficara observando atentamente o ômega, e este lhe transmitia uma energia soturna acompanhada de remorso.

- Ainda gosta do Jimin? – o maior realizou aquela questão que sempre doera profundamente no moreno. Um curto silêncio se espreitou entre os dois até que Yoongi tomara coragem de se pronunciar.

- Há quase 12 anos atrás existiu um menino ômega que se apaixonou pelo melhor amigo por pura coincidência do destino. Não era um sentimento correspondido, nunca foi, mas quatro anos depois suas famílias os obrigaram a se casar, e esse menino acreditou que era o destino dando uma oportunidade a eles dois. – narrava entre suspiros cortantes. – Quanta bobagem, num é mesmo? – havia algumas lágrimas querendo vazar, mas Yoongi as oprimiu.

- Não posso imaginar como é isso. – Hoseok disse num tom triste. – Mas sei que não é culpa nossa se apaixonar pela pessoa errada, ou nas circunstâncias erradas.

- Parece mesmo certo sobre o que diz. – Min se pronunciou. – Como pode ter tanta certeza disso? – questionou em seguida.

- Você se apaixonou por Jimin fluindo um sentimento não correspondido, Jimin e Jungkook se apaixonaram em circunstâncias inapropriadas, e eu me apaixonei por você. – respondeu calmamente fazendo Yoongi pausar a caminhada para encará-lo diretamente. – Também confiei num sentimento reciproco, você não foi o único a se iludir. – completou fazendo Min ficar sem palavras.

- P-por que gosta tanto de mim? – vacilou na pergunta.

- Eu sempre te admirei, muito antes de trocar palavras comigo, sempre estive te admirando. – revelou encarando o menor fixamente. – E quando nos conhecemos percebi que era muito mais do que admiração. – continuou. – Você parecia tão carente, tão frágil por fora, mas por dentro consegui enxergar o quão forte era para aguentar tudo isso, e foi ai que me vi apaixonado por você.

Yoongi tentou buscar palavras para respondê-lo, mas elas tinham lhe fugido. Momentaneamente se sentira culpado por ter sido tão agressivo com Hoseok, ele de certo não merecia. O alfa era tão sincero, tão honesto em suas palavras, e Yoongi podia sentir sua sinceridade penetrando sua espinha causando-lhe uma dor de consciência.

- Eu não mereço o seu amor. – o ômega disse fungando, reprimindo as lágrimas que persistiam em vazar.

- Sei que ainda gosta do seu marido.

- Não é isso. – choramingou não conseguindo evitar uma lágrima que escapara. – Jimin foi o meu primeiro em tudo. – dizia em pausas. – Minha primeira paixão, meu primeiro beijo, meu primeiro namorado, minha primeira vez... – enquanto falava lágrimas escorriam por sua face umedecida. – Sabe, quando se está tanto tempo preso a um sentimento você acaba se afogando nele. É assim que me sinto; incapaz de fugir do fundo do abismo que criei para mim mesmo. Não importa se houver uma luz na superfície, me sinto incapaz de alcançá-la. O brejo está em mim...

Dessa vez quatro lágrimas se seguiram escorrendo dos olhos acastanhados do ômega, molhando a face pálida. Hoseok se esgueirou pra frente segurando nas duas mãos pequenas de Min como forma de aconchego e proteção. Ambos se encaravam efetivamente durante o clima tenso e injucundo.

- Já pensou na possibilidade do destino estar lhe dando outra oportunidade? – o alfa questionou quase em sussurros.

- Acreditei nisso uma vez. – o moreno respondeu em sequência. – Não sou tão forte como pensa. – completou.

- Eu te amo Min Yoongi... – declarou recebendo uma profunda encarada do outro. – Eu era uma pessoa fútil antes de te conhecer, você me mudou e nem sabe disso. Mas infelizmente não estarei aqui para sempre a sua espera, a vida passa muito rapidamente diante nossos olhos, não sabemos o que acontecerá amanhã, ou depois de amanhã. – dizia mansamente. – Não depende do Jimin, ou do Jungkook, ou até mesmo de mim para tomar uma decisão, só depende de você. Então espero que a luz na superfície não se apague e que não seja tarde de mais quando encontrar o seu caminho.

Yoongi receptou aquelas palavras e as guardou bem no fundo do seu coração. Não havia como contra argumentar, pois Hoseok tinha razão. A luz na superfície um dia irá se apagar, e nesse caso não haverá nada que Min possa fazer. Yoongi compreendera aquela metáfora como deveria ser.

- Talvez um dia poderemos ir a Londres... – o último comentário do alfa esboçará um sorriso espontâneo na face alheia; Hoseok sempre sabia como lhe deixar melhor.

Min se erigiu deixando um beijo suave e doce na bochecha canhota do maior, tornando aquela noite mais fresca e menos tensa. Apesar de tudo, o ômega se sentia mais leve na companhia do outro, e não havia pessoa melhor nesse mundo que o pudesse compreender.

 

 

*

 

 

Jimin se virava na cama colossal se enrolando no edredom aveludado. Havia tirado vários cochilos, mas não tinha conseguido dormir profundamente. O ruivo coçou a vista piscando várias vezes consecutivas e fitando ao seu redor, seu esposo não estava ali. Park se levantou da cama caminhando para fora do quarto. Sentia-se um pouco exausto por causa da noite mal dormida, não conseguia tirar Jungkook e aquela criança da cabeça.

Passando pelo quarto de Yoonlee, Jimin pôde avistar o horário no relógio colorido de parede dentro do aposento do filho, faziam exatas 00h20m, e Yoongi havia desaparecido. Contudo, o ruivo passou os olhos pelo filho que parecia adormecido e quando decidiu fechar a porta, a voz aguda e suave de Yoonlee eclodiu.

- Appa... – pronunciou-se coçando os olhinhos pequenos, sentando-se no colchão da cama.

- Está acordado... – Jimin se surpreendeu ao vê-lo desperto.

O alfa adentrou no aposento do filho encostando a porta e caminhando para próximo do pequeno. Park se sentou na cama afundando o colchão, observando os olhinhos inchados de Lee por conta do sono.

- Deveria estar dormindo. – o ruivo alertou.

- Eu estava. – respondeu coçando o nariz.

- Desculpe te acordar. – adiantou.

- Estava sonhando com um bebê.

- Com um bebê? – o alfa riu. Yoonlee assentiu num menear de cabeça.

- Ele era meu irmãozinho, e o omma estava com uma barriga grande igual á daquele moço. – Jimin fechou o riso quando se lembrou de Jungkook. – O achei muito bonito. Você também num achou, appa?

- C-claro. – gaguejou sem jeito.

- Quero ter um bebê também. – Park não conseguiu evitar o riso ao escutá-lo. – E quero que seja bonito que nem aquele moço. – completou mordendo os lábios finos e pequeninos.

- Você ainda é muito novo para ter bebês. – Jimin disse num meio riso.

- Não, eu já vou fazer 6 anos. – O alfa rirá novamente, apertando as bochechas fofinhas do filho.

- Sim, ainda é um bebê. – disse. – Bebês não podem fazer outros bebês.

- Não sou mais um bebê! – birrou fazendo um bico.

- Sempre será o meu bebê mesmo que tenha 50 anos. – Jimin disse deixando um breve belisco nas bochechinhas macias.

- Isso não é justo. – insistiu mantendo o bico. – Quero que coloquem um neném aqui. – disse apontando para a própria barriga.

- Um dia você terá o seu próprio filho, e francamente espero que isso demore muito. – disse sincero.

- O omma disse que você tinha posto um neném na barriga dele, só que esse neném foi embora. – comentou recebendo toda a atenção do ruivo. – O neném do seu amigo vai embora também?

- Ah não, o bebê dele já nasceu e está saudável.

- Você podia me levar pra conhecer ele.

- Ele quem?

- O bebê do seu amigo. – Jimin realmente não esperava por aquilo. – Dai aquele moço bonito pode me ensinar a cuidar de bebês.

- A-ah, bem... – o alfa não soube o que responder. – Creio que Jungkook não queira uma visita.

- Por que não? – teimou. – Ele parece legal. – dizia deixando Jimin cada vez pior. – E parece gostar de você. – contudo o seu último comentário o fez despertar.

- Você acha? – questionou duvidoso.

- Eu acho. – reafirmou. – Quero aprender a fazer aquele sorriso que ele fez quando te viu, foi muito bonito appa – dizia brincando com o edredom. – Quero sorrir assim também e ser bonito que nem ele.

- Um dia você se tornará um rapaz ômega muito belo. – respondeu rompendo as reflexões que Yoonlee lhe deixou. – Mas até lá precisa dormir e estudar, amanhã você tem escola. – concluiu fazendo com que o filho se deitasse novamente. – Durma com os anjinhos. – despediu-se deixando um beijo cálido na testa da criança.

- Te amo, appa. – disse docemente fazendo Jimin esboçar um sorriso terno e amoroso nos lábios.

- Também te amo bebê. – replicou se levantando da cama e caminhando de volta ao próprio quarto.

Mesmo que Yoonlee fosse apenas uma criança, Jimin ficara comovido com suas palavras. Lee era tão inocente e meigo, e sua inocência tocara nos mais profundos sentimentos do alfa. Park sentia tanta falta de Jungkook, e o saber que este já estava com outro lhe machucava muito. Entretanto, alguma coisa lhe dizia que Jeon não havia lhe esquecido, no fundo algo lhe dizia que o ômega ainda o amava, e naquela noite o ruivo tomara uma decisão. Jimin estava disposto a aceitar aquele filho – mesmo que não fosse seu – para ficar com Jungkook, pois não havia mais Yoongi que o prendesse e o impedisse disso...

 

 

*

 

 

O tintilar do relógio se dispersava pelo aposento acordando Jungkook do seu sono. Odiava acordar de manhã, sempre odiou, principalmente agora que mal dormia direito por causa do seu filho que passava quase a madrugada inteira chorando. Por mais que seu omma, e Daehyun lhe ajudasse como sempre acordava exausto...

Jeon se espreguiçou pouco antes de se levantar, coçava os olhos quando de repente sentiu seu pé pisar em algo sólido. Ao se dar conta, percebeu que era Daehyun que dormia no colchão debaixo da cama dupla. Quase se esquecera de que ele passara a noite ali. Não fora a primeira vez que isso aconteceu, Dae já passara várias noites na casa de Jeon, como Sunseok acreditava que ele era o appa de seu neto, o colocava na posição obrigatória de estar quase sempre presente, o que não vinha a ser algo muito conveniente para Jungkook, pois desse jeito tinha a privacidade roubada.

- Dae, acorda... – o cutucava com o pé tentando acordá-lo.

O alfa já tentara de diversas formas dormir junto com Jungkook, mas o ômega fizera questão de deixá-lo para dormir no colchão de baixo. Desde que fez aquele tratado com Daehyun, tudo o que os dois tiveram fora alguns beijos obrigatórios na frente de parentes, e nada mais. Jeon nunca quis e ainda não quer nada além com ele, apesar das circunstâncias. Contudo, sabia que agora que seu filho nasceu será mais difícil mantê-lo longe, principalmente depois de casados.

- Hm... – resmungou se remexendo no colchão.

- Dae, vamos logo, meu omma deve estar nos esperando para o café. – insistiu promovendo mais força nas cutucadas.

O alfa segurou no tornozelo desnudo do menor, abrindo os olhos em sequência. De supetão ele puxara o tornozelo alheio fazendo com que Jungkook se desequilibrasse e caísse por cima de si. Jeon bufou irritadiço com a atitude de Daehyun, cujo sorria maldoso.

- Seu idiota. – xingou se levantando as pressas, distanciando-se do outro.

- Sabe que não vai dar ficar fugindo pra sempre, num é? – Jeon bufou mais uma vez, fechando os olhos sem paciência.

- Casamento por aparências, é isso o que teremos. – respondeu firme. – Já ouviu falar?

- Claro, mas terá que cumprir com suas obrigações dentro do matrimônio mesmo que seja um casamento por aparências. – revidou fitando o ômega que lhe encarava de modo bravo e impaciente.

- Olha; eu vou descendo, ok? – o ignorou completamente.

- Não precisa tornar as coisas difíceis, Jungkook. – complementou. – Por que não vem tomar um banho comigo, hm? Seria um bom começo para nós dois. – Jeon simplesmente revirou os olhos num bufo desacelerado. – Desse jeito faz parecer que nunca tomou um banho comigo antes.

- É, mas isso foi na época que namorávamos, já faz muito tempo. – era estranho para o ômega lembrar que já tinha tido relações com o outro, pois era algo que vagamente se passava por sua cabeça. Era esquisito saber que um dia fora apaixonado por Daehyun, e que ele fora o seu primeiro namoro firme. Jungkook já havia o esquecido há muito tempo, e não seria agora que o alfa conseguiria reacender essa paixão inexistente. O coração de Jeon pertencia a outro...

- Você vai tomar o café e irá voltar para a sua casa, então se me der licença... – finalizou buscando uma muda de roupas e saindo do quarto, caminhando direto ao banheiro do segundo piso.

Depois de Jungkook e Daehyun se banharem em aposentos separados, toda a família se reuniu para o café da manhã. Jeon não estava muito animado, mas Hoseok, e Sunseok pareciam bastante contentes, inclusive Daehyun. Daqui á poucos dias o casamento aconteceria, e Kook acreditou que esse seria o motivo da alegria de Dae. Seu omma por outro lado, confiou de que sua felicidade era motivada pelo neto recém chegado, já seu irmão Hoseok, Kook não fazia a menor ideia.

Enquanto isso, Jimin observava a casa de Jeon Jungkook de dentro do seu Toyota negro. O ruivo havia reunido coragem para chegar até ali, mas precisaria de ainda mais coragem para entrar naquele lugar se realmente quisesse falar com o ômega, e ver aquele bebê novamente. Contudo, ele permaneceu dentro do carro apenas observando a pouca movimentação que havia até notar um rapaz alto e moreno saindo porta a fora da casa.

O reconhecera no mesmo instante, era o suposto noivo de Jungkook. Aquilo certamente desanimou o ruivo de prosseguir com aquela insanidade, mas o seu desejo por conversar com o ômega de novo depois de tanto tempo era maior. Jimin necessitava tirar diversas coisas do branco, do contrário não conseguiria viver em paz. Desejava desesperadamente saber se aquele filho era de fato do outro alfa, ou se era seu, e não havia ninguém melhor nesse mundo do que o próprio Jungkook para sanar essa dúvida.

E mesmo se aquela criança não fosse sua, Park estava disposto em não desistir do ômega se este dissesse que ainda lhe amava. Não iria deixar isso passar, não podia, precisava conversar com Jeon de igual para igual ou viveria no arrependimento pelo resto da vida. Sendo assim, o alfa ruivo tomou coragem e saiu do Toyota correndo para próximo da casa, tocando a campainha, duas vezes seguidas. De primeira uma figura mais alta do que si surgiu abrindo a porta.

- O Jungkook está? – Jimin nem ao menos esperou que o outro se manifestasse, pois estava muito nervoso. Não era o omma de Jeon, Park conhecia Sunseok, este era outra pessoa e lhe encarava como se fosse um fantasma.

- Aa-ah... – Hoseok ficara inerte e perdera a fala.

- Preciso falar com ele. – insistiu não entendendo a reação daquele estranho.

- S-sim, ele e-está... Lá... – gaguejou apontando o indicador destro para o andar de cima.

Sem agradecer, ou até mesmo respirar, Jimin correu aos degraus subindo afoitamente ao segundo piso. Não havia muitos cômodos, apenas três, então Park não perdera muito tempo na busca. Passando pela última porta no final do corredor, o alfa a encontra encostada. Cautelosamente a empurrou percebendo que havia alguém lá dentro, e não era ninguém menos do que Jeon Jungkook.

Pela decoração e pelos papeis de parede o ruivo deduziu que este seria o quarto do bebê, e comprovara isso quando se deu conta de que o ômega repousava o próprio filho no berço branco com azul marinho. Park ficara em silêncio apenas o observando. Um sorriso terno e espontâneo se manifestou por sua face, contornando seus lábios grossos. Jimin ficara abobado com a paisagem a sua frente, era tão belo visualizar um Jeon todo cuidadoso, sendo omma. Ele não tinha se dado conta da presença do alfa até o momento que pôs a criança no berço e se virou. O espanto ficara tão evidente em sua face quanto ficara na do seu irmão poucos minutos atrás.

- Ji-ji-jimin... – gaguejou de olhos arregalados com a mão no peito esquerdo.

- Oi Jungkook. – cumprimentou naturalmente.

- O que-

- Precisei vir até você. – o interrompeu de supetão. O alfa caminhou para mais perto do outro prosseguindo a encará-lo enquanto falava.

- Mas... – Jungkook estava sem fala, não conseguia nem raciocinar direito.

- Fiquei sabendo que vai se casar. – foi direto ao ponto, o encarando com solidez.

- E-eu... – suspirava falho. Seu coração batia aceleradamente perante aquela situação inusitada. – O que está fazendo? – Jeon se tornava a cada instante mais confuso. A presença inesperada de Jimin o deixou afligido e sem foco.

- Nos separamos por muito tempo, mas para mim não foi tempo suficiente para que me fizesse te esquecer. – declarou observando o ômega tremer perante a sua fala.

Jungkook sentiu seus olhos se encherem por lágrimas, mas as mantiveram presas. O ômega decaiu os olhos lacrimejantes e fitou seu bebê no berço que dormia como um verdadeiro anjinho. Sentimentos confusos apertavam o seu pobre coração; Por que Jimin teve que voltar tão de repente? Justo quando tudo parecia se estabilizar o ruivo teve que voltar para bagunçar sua cabeça novamente.

- Eu não entendo... – suspirou prendendo as lágrimas. – Você é casado, já tem a sua família.

- Não existe mais casamento entre mim e Yoongi, na verdade nunca existiu e você sabe disso mais do que ninguém. – respondeu posteriormente.

- Ainda não entendo o que pretende.

- Não entende? – replicou desentendido. – Vim aqui para ouvir da sua boca a verdade.

- Jimin já se passou quase um ano. – choramingou não conseguindo evitar poucas lágrimas. – O que achou? Que iria retornar depois de todo esse tempo, e que de repente tudo iria voltar a ser como antes, e que iriamos terminar bem como num filme? Como se tudo fosse um mar de rosas? – desabafou de uma vez só.

- Você não me ama mais? – Jungkook apertou os olhos suspirando intensamente ao escutá-lo. – É isso? – insistia.

- Jimin, muita coisa mudou enquanto esteve longe. – fungou deixando as lágrimas descerem pelos seus olhos avermelhados. – Abdiquei de muita coisa para que vivesse em paz com seu esposo. Sabe... – fungava soluçante. – Quando te vi com aquela criança no shopping, aquilo... arh- aquilo só me fez me sentir ainda pior pelo que fizemos.

- Não, Yoonlee gostou muito de você. – Jimin dizia. – Ele tem falado tanto de você desde aquele dia, acredito que foi ele quem me deu coragem para vir até aqui.

Jungkook sentia o coração apertado, queria se livrar daquele sentimento de agonia, mas a presença do Park lhe trazia esses sentimentos frustrantes e confusos.

- Demorou de mais... – Jeon expôs engolindo saliva á dentro enquanto o encarava com os olhos inchados e vermelhos. – No momento que mais precisei de você, não estava aqui, e não há nada no mundo que possa mudar isso.

- Não posso acreditar nisso. – Jimin se recusava a crer no que escutava. Com ligeireza Park segurou nos dois braços de Kook e o fez encará-lo diretamente nos olhos. – Olhe bem nos meus olhos e diga que não me ama.

- Jimin... – suspirou arquejante. Jungkook chorava enquanto encarava o ruivo menor, tentando de todas as formas não se entregar aos próprios sentimentos. Piscara três vezes consecutivas, mas de nada adiantou, Park insistia que lhe encarasse e dissesse a verdade. – É muito mais complicado do que isso.

- Diga. – insistiu mirando o ômega castanho com fixidez.

- Fizemos um filho juntos. – declarou fazendo com que Jimin soltasse seus braços aos poucos. Os olhos do alfa migraram direto para o bebê no berço. – Acredito que isso responda a sua pergunta. – completou observando o modo como o outro encarava o bebê.

- Eu sabia... – Park murmurava para si mesmo, sorrindo bobamente. – Eu podia sentir... – continuava a murmurar sem tirar os olhos da pequena criança do berço. Uma imensidão de alegria invadiu o interior do alfa, o deixando orgulhoso e feliz por tomar certeza absoluta daquilo.

- Seu nome é Jungmin, em homenagem a você. – contou em seguida. – Mas ninguém mais sabe disso, agora somente você e eu. – finalizou fitando o alfa á frente que parecia exacerbadamente emocionado.

- Não pode se casar. – Jimin voltou a falar. Agora quem chorava era o ruivo. – Me vejo em você há 8 anos atrás, é como estar numa reprise. – dizia enquanto fungava. – Me casei aos 19 anos e em circunstâncias muito parecidas com as suas, por favor, não faça isso...

- Eu sinto muito Jimin, mas não se pode voltar no tempo.

Park não aguentara mais aquela confusão de sentimentos e atacara a boca do ômega maior, resgatando o gosto que tanto sentira falta. Jeon não teve como evitá-lo, pois sentia tanta falta quanto o próprio alfa. Park agarrara Jungkook pelas costas o beijando de modo apressado e profundo, grudando seus corpos e os massacrando por conta do aperto que ambos exerciam. Jeon somente o retribuiu com a mesma intensidade, deixando que o ruivo dominasse toda a sua boca, sentindo pela última vez o gosto e o cheiro saboroso do alfa se misturar com o seu.

Ao romper o ósculo, ambos se mantiveram coladinhos sentindo suas respirações ofegantes se misturarem. Era tão bom e trazia sensações nostálgicas para os dois. Era evidente para qualquer um o sentimento que ambos partilhavam, Jeon o amava como se fosse a primeira vez e mesmo hesitando ainda era muito difícil dizer não para Jimin. Cautelosamente o ômega se afastou do corpo alheio, molhando os lábios.

- Tive que criar uma fantasia com meu ex namorado para que minha família aceitasse essa criança. – declarou. – Se meu omma soubesse que Jungmin é seu filho, eu nem sei do que ele seria capaz. Provavelmente me mandaria abortá-lo, e isso eu jamais faria.

- Não precisa se casar com aquele cara, Jungkook. – martelou novamente naquela questão. – Posso me divorciar de Yoongi e ficar com vocês.

- Você não entende. – respondeu naquele mesmo tom de lamúria. – Não é tão simples assim. – dizia choroso. – Você é mais velho do que eu, deveria entender...

Jimin abaixou a cabeça refletindo sobre toda a situação. De fato não era uma circunstância simples. Não havia apenas Yoonlee, ou Jungmin em jogo, mas também o omma de Jungkook e toda a gente que Jimin conhece e o respeita. A família de Yoongi o abominaria também...

- Ainda á tempo de mudar de ideia. – foi o seu último comentário antes de seguir para fora do aposento. Quando desencostou a porta do quarto, escutou a voz de Jungkook emergir. O alfa então se virou apenas para escutá-lo.

- Jimin... – chamara; ambos se encararam momentaneamente. – Eu sempre te amei... – revelou num meio sorriso misturado com tristeza e felicidade.

Sem responder mais nada, Park simplesmente partiu da casa dos Jeon com o coração em pedaços. Chorava incessantemente e sua dor era gigantesca. Tudo o que queria era não ter se apaixonado em condições tão difíceis de se lidar. O ruivo voltou para o carro e acionou o motor, dirigindo para longe da moradia de Jungkook. Talvez se tivesse agido de modo diferente o seu final com o ômega poderia ter sido feliz, mas agora tudo o que lhe restava eram lembranças felizes de um amor vivido.


Notas Finais


Esse JiKook ta repreendido, mas pelo menos teve beijinho... Shshshshshs
YoonSeok ta melhorando, não?
Me digam o que acharam nos comentários, e até a próxima!


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