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História [Jikook em] — Além da dor. ||DARKFIC|| - Utopia.


Escrita por: Dimin-ssi

Capítulo 10 - Utopia.


Fanfic / Fanfiction [Jikook em] — Além da dor. ||DARKFIC|| - Utopia.

Menos de duas horas faltavam para Hoseok vir me buscar e Jungkook ainda não havia ido dormir. Ele estava sentado olhando algo na TV enquanto eu, num mundo colateral — nos meus devaneios. Encontrávamos a sós naquele espaço, o que me deixava perturbado. Apesar de não trocar uma sequer sílaba comigo, os olhares que me lançava soavam como suas palavras, infames.

Mesmo em frente ao televisor, não era o aparelho eletrônico que chamava sua atenção. Eu podia sentir seus olhos sobre mim. Meu corpo alastrava ansiedade, movendo-se inquieto de um lado para o outro, sem conseguir disfarçar.

É logico que a presa fácil atiçou seu caçador.

Jungkook retirou seus pés da mesa central, levantando-se do sofá. O toque do seu calçado contra o piso denunciava que a distância entre nós diminuía. Contraposto a minha aflição, que aumentava progressivamente.

Hey... quer ajuda para dormir? — sentou em cima dos seus calcanhares, ao meu lado. Retirando de mim um suspirar melancólico.

— Não. — virei meu corpo para o lado oposto ao seu, fingindo que não me incomodava e, muito menos me importava, com sua presença hostil.

— Ah, por que não? — senti Jungkook ganhar proximidade, encostando suas digitais em minha clavícula. Mexi meu corpo bruscamente, tentando escapar dos seus toques.

— Porque eu não quero. — falei ríspido mantendo os orbes escuros diretamente interligadas aos meus.

— Você está muito abusado hoje, sabia? Acho que não aprendeu a lição. — desviei meu rosto para não ter de continuar aquela troca de olhares explícitas, mas seus dedos ágeis posicionaram-se em meu queixo, trazendo novamente meu olhar para si. — Peça desculpas ou, acho que terá minha companhia essa noite. — segurou firme meu maxilar para que seu nariz roçasse o meu. — Novamente.

— D-Desculpa. — vendo seu rosto ameaçar diminuir a distância, que já era praticamente nula, falei rápido. Tão rápido que a palavra se embolou em minha boca.

— Gosto quando você gagueja. — passou o indicador sobre meu lábio inferior, fitando-o com anseios. — Me faz querer ouvir mais, e mais. — fechei meus olhos e franzi o cenho pelo contato não recíproco. Supondo que ele pudesse me beijar, colei meus lábios entre os dentes. Jungkook afastou seu rosto para olhar minha expressão, que não era das melhores. — Isso tudo é para não me beijar? Tsc tsc tsc, que inocente. — colocou-se de joelhos e, antes de erguer seu corpo por completo, roubou-me um breve selar. Abri meus olhos assustado. Ele só fez rir. — Eu irei para o meu quarto agora, mas continuarei na sua mente. Boa noite, irmãozinho. — sorriu maldoso antes de dar as costas para mim.

Os mesmos passos que antes se aproximavam, agora de mim ganhavam distância. Enfim, olhei para a sala que continha somente a minha presença. Respirei fundo e ao mirar o relógio, senti uma alegria descomunal. Faltava pouco, muito pouco para estar lá fora com Hoseok. 

Tão inacreditável que eu diria ser um sonho. 

~xxx~

Passados quase quarenta minutos, vesti a muda de roupas que eu deixara embaixo do lençol, fazendo o menor barulho possível. Na janela, observava a rua tranquila e escura, imaginando como seria a sensação de estar livre.

Antes que eu conferisse a hora novamente — o que estava acontecendo de minuto em minuto —, a figura de Hoseok despontou na quadra. Tirando do meu peito pulsadas violentas.

Ele veio, ele realmente veio me buscar.

Desenterrei a chave, retirando o excesso de terra e caminhei até a porta principal. Todo passo que eu dava parecia soar alto demais, assim como as batidas do meu coração, como se a qualquer momento fosse tê-lo em minha boca.

Com as mãos trêmulas, destranquei a porta puxando-a contra meu dorso, eu estava literalmente colado nela. Meus olhos fecharam-se para que eu pudesse fazer um pensamento positivo: Tudo dará certo. Ninguém irá perceber.

— Minnie. — ao menos notei a presença de Hoseok, ele me surpreendeu ao abraçar-me por trás, por pouco não coloquei tudo água a baixo com o susto. 

Como ele havia chegado tão rápido? Ou seria eu quem demorou uma eternidade ao tentar passar despercebido?!

Passei a chave pelo lado de fora e me desamarrei dos seus braços, um pouco sem jeito, o puxando para fora dos arredores.

Eu não sabia para onde iríamos, eu só sabia que estar em sua companhia já me bastava.

— Quais são os planos? — perguntei enquanto caminhávamos pela rua silenciosa.

Hoseok parou seus passos para me responder.

— Para onde gostaria de ir?

— Ah, eu não conheço muita coisa, então... — ele ri.

— Irei te levar para um lugar especial. — sua mão procurou pela minha e quando a encontrou, entrelaçou nossos dedos. Confesso que os meus se enrijeceram tamanha tensão que aquilo me causou, mas aos poucos fui relaxando, tendo o sorriso acolhedor, direcionado para mim.

Assenti com a cabeça e continuamos caminhando. O vento frio fazia meu rosto arder, entretanto, isso não era de todo mal, pois eu me sentia vivo.

— Hope... — disse desconfiado ao chegarmos em frente a um prédio caindo aos pedaços, aparentemente sem uso. Não que eu não confie em meu amigo, mas o lugar era tenebroso.

— O que foi Minnie? — ele me olhou sem entender o motivo do meu espanto.

— Iremos ficar aqui? — meu tom de voz denunciava o receio.

— Hum, sim. Você não quer?

— Não sei se é uma boa ideia... — eu o olhava como se pudesse implorar para que fossemos para qualquer outro lugar.

— Ah, não julgue um livro pela capa. Vamos subir? Por favor Jimin. — seu tom de voz manhoso fez com que eu abdicasse da minha preocupação.

— Tudo bem, vamos então... — sorri escondendo todos os sentimentos ruins que circulavam no meu interior.

Seguimos para dentro do prédio abandonado, tendo antes de cruzar uma cerca de arames farpados, na qual me arranhei por completo. Espero que o tétano não me pegue.

Cada movimento parecia ecoar por todo canto daquele lugar horrendo. A única luz que nos conduzia era a do celular de Hoseok.

— Você está assustado? — sussurrou em meu ouvido, o que me causou um calafrio, misturado ao de medo.

— Estou. — disse com a voz tão baixa que talvez ele não tenha escutado direito.

— Então pegue em minha mão e segure firme. — as nossas temperaturas novamente contrastaram. A quente que ele possuía, e a minha, fria. Apertei sua destra enquanto subíamos a escadaria que parecia não ter fim.

Acredito que tenha sido uns sete andares, eu não contei, nem teria psicológico para isso. Contudo, minhas pernas denunciavam que fora um percurso longo.

Chegando ao terraço, preciso dizer que todo esforço imposto valera muito a pena.

— Uau... — foi tudo que consegui expressar.

Paralisei ao ver aquele céu estrelado acima de nós, aquela lua cheia que irradiava sua luz até dentro de minha alma. Eu podia a sentir tão perto de mim, como se agora estivesse mais fácil de a tocar.

— Acho que você gostou. — Hoseok parado ao meu lado colocou sua mão sobre meu ombro e me trouxe para mais perto de si. Ele parecia feliz por ver minha reação.

O olhei e meus olhos sorriram para ele, eu me sentia totalmente liberto naquele lugar.

— Eu amei! — se soubesse que esse prédio fantasmagórico escondia essa fantástica visão, eu não teria hesitado em subir. Não mesmo.

Nunca julgue um livro pela capa.

— Eu também. — suspirou.

— Você não tinha vindo aqui antes? — indaguei curioso pela sua fala.

— Ah, sim sim... — ele riu fraco, colocando em seguida sua cabeça entre a dobra do meu pescoço. — Na verdade, Jimin, o que eu estou amando é a sua companhia.

Senti meu rosto aquecer, deixei um sorriso tímido formar-se em meus lábios. Eu me sentia envergonhado, mesmo sabendo que Hoseok era meu melhor amigo, eu me sentia estranho. Diferente. Talvez seja pela falta de costume em me socializar.

— Hum. Eu não sei nem o que dizer... — falei embaraçado.

— Não precisa. — deixou um selar em meu ombro, despertando em mim um frisson estendido por todas minhas terminações nervosas. Eu não saberia descrever o Jimin que eu era neste momento. Quiçá eu seja um tolo por não saber lidar com o comportamento natural dos humanos, pela falta de contato com eles. Um mero toque nas mãos, uma simples palavra entoada docemente, bastava para que a sensação de carência explodisse aqui dentro.

Eu não sei como me comportar, não sei. Eu desaprendi.

Todo carinho que eu recebera fora seguido por incontáveis dores, incontáveis lágrimas, incontáveis cicatrizes.

Eu amei, mas não fui verdadeiramente amado. Eu lutei fracassado em tentar tornar uma mentira em uma verdade. A mentira é que o amor fora recíproco. A verdade é que você me abandonou, porque nunca quis estar comigo. 

Hope pegou sua mochila e dela retirou um pano grande, estendeu no chão e fez sinal para que eu deitasse ao seu lado. Ajoelhei sobre o tecido e encarei seu rosto iluminado pela lua, meu coração batia acelerado e minhas mãos suavam frio.

Como externar essas sensações que percorrem meu corpo? Hoseok é meu amigo, eu não quero o afastar por um mal-entendido em relação a mim mesmo, em relação a vida que desconheço. Eu me vejo tão necessitado de amor. Que talvez ande vendo borboletas onde existem lagartas. Quem sabe mesmo desacreditando muitas vezes deste sentimento, eu venha o procurando através de gestos, como os de Hoseok. Eu só queria me sentir amado...

— O que foi? — vendo que eu o encarava indagou.

— Nada. — ajeitei meu corpo junto ao dele. — Só estou feliz. — minha cabeça procurou pelo seu peito, e nele se aninhou. Eu podia escutar o seu coração, ele batia assim como o meu. Descompassado.

— Eu também estou. — seus dedos brincaram com meus fios negros. — Não consigo imaginar pessoa melhor para estar aqui comigo agora.

Então, como num pulo no tempo, eu e Hoseok invertemos nossas posições, ficando ele encostado ao meu peito enquanto eu admirava suas feições. Só que, quanto mais eu me perdia nos seus olhos, mas eu me sentia estranho. Era como se eu estivesse sendo invadido pelo seu olhar. Não pude evitar de me sentir incomodado.

— ...Hoseok... — seu nome escapou tão timidamente dos meus lábios, estes que tremelicavam com a pronuncia de cada letra.

— Hum? — simplista e manso, levantou sem pressa a cabeça, antes deitada em meu peito, revelando alguns fios que caiam sobre seu rosto mal iluminado. A sombra dos seus traços deixava-o com um ar sombrio, porém, ainda encantador.

A negritude dos seus orbes conectados aos meus, desencadeava um fisgar desconhecido em meu estômago. Uma sensação indescritível. Contudo, não inigualável.

— Não me olhe assim... — aqueles olhos estavam penetrando indiretamente os talhos do meu íntimo destruído, mas que se recompunha a medida que eu me sentia amado. Seria cedo demais para falar sobre amor? Talvez não para mim, que nunca nem vi.

Mesmo desconfortável, despreparado, não conseguia deixar de guiá-los com os meus.

Tão belos. Tão brilhantes. Tão cheios a ponto de transbordar qualquer coisa que se assemelhe ao fulgor das estrelas acima de nós. Da lua, que nos vigia calada.

— Assim como? — ardiloso, sorriu ínfimo. Um dos seus dedos brincava com uma mecha teimosa que insistia em cair sobre minha testa, molhada, devido a ansiedade.

— Hope... — seu corpo movimentava-se lentamente, pressionando o meu contra o chão, que mesmo firme, parecia ceder a qualquer momento. As emoções pesavam como toneladas. Elas poderiam me esmagar; cair sobre mim como a pata dum elefante pisoteando um mísero inseto.

— Quietinho... — seus lábios encostaram em minha bochecha vermelha, fazendo em seguida o caminho da minha boca. Estático fiquei, envergonhado pela inexperiência e, tomado pelas incertezas. O hálito quente e mentolado pairava sobre meu rosto. Ele ameaçava tocar seus lábios aos meus. Novamente me senti incapaz de revidar. Fechei meus olhos involuntariamente, sem saber o que procederia.

— Por que está fazendo isso comigo? — murmurei baixinho, ainda na escuridão interna das minhas pálpebras.

— Porque eu desejo você, Jimin. Porque eu quero te sentir... quero ter você. — as palavras sussurradas em meu ouvido — Ter você somente a mim. — tiravam de mim arrepios mecânicos.

Olhei para a sua face que mantinha o sorriso sereno. Passou a língua pela aresta da boca e, abaixando sua cabeça aos poucos chegou então até a minha cintura. Arregalei meus olhos ao ver suas mãos contornarem a parte inferior do meu blusão. Sem saber o que fazer, fiz o melhor que pude: Nada.

— Jimin, te tocar é tão bom... — mordeu o lábio ao perceber que eu estava totalmente inerte. A mercê dos seus desejos. Sem hipocrisia, nossos desejos.

Logo senti a mão alheia transmitir calor por toda extensão da minha pele fria, buscando um contato maior entre elas. Despertando movimentos involuntários do meu corpo. Retirou minha veste superior com tamanha facilidade que ao menos pude contrariar, quiçá nem fosse. Chiei baixinho ao sentir lábios macios e molhados passearem por todo comprimento do meu torso. Joguei a cabeça para trás, como se assim pudesse sentir melhor as sensações proporcionadas pelos seus toques aveludados. Eu queria pedir para que parasse, mas ao mesmo tempo, gostaria de gritar; de me entregar inteiramente ao meu melhor amigo. 

Foi quando percebi o que estava para acontecer, então algo me disse para não permitir. Algo mais forte que eu; que minhas vontades reprimidas, estas talvez não estivessem prontas para serem libertas.

— Chega... Hoseok... para... — acentuei meu tom de voz na última palavra. Demonstrando meu desconforto sem conseguir o olhar no rosto. Eu já não saberia dizer o que existia dentro de mim.

— O que você disse? — perguntou ríspido e sério.

— Eu, eu... disse para parar. — respondi acanhado, vendo meu abdômen desnudo e totalmente vulnerável. Constrangido, tanto pela inexperiência, quanto pela minha fragilidade. 

— Não isso. — encarando meu rosto, friamente — Eu quero saber do que me chamou. — cerrou os dentes e amarrou meus fios em seus dedos, puxando minha cabeça para mais perto da sua, usando uma certa força além do normal. Entreabri a boca, deixando escapar alguns resmungos de dor. Apertei meus olhos, enquanto procurava a mão alheia para desvencilhá-la dos meus cabelos. Sem entender nada. 

— É inútil. — abri meus olhos ao escutar a voz, aquela voz que me atingiu como estilhaços pontiagudos nas camadas mais finas e sensíveis da minha derme. 

Foi quando decidi expor meus olhos em direção ao sol abrasado. Os raios atingiam minha retina com tamanha intensidade que a cegueira seria inevitável se assim permanecesse. Mas eu, logo eu, que ao menos posso parar de encará-lo. Mesmo afetando diretamente meus sentidos; tomando eles para si e me deixando com a última imagem da beleza que possuí. Os segundos intermináveis em que tive sua figura em meu campo de visão, faziam minha cabeça doer, doer tanto que eu pediria com todas as minhas forças que ele a explodisse duma vez.

O olhar, antes sereno, carregava agora um ar sombrio. Os cabelos, antes acastanhados, agora tinham o mesmo negro dos meus a predominar. A coloração familiar, da genética. Sua pele empalideceu, contrariando sua boca que ficou mais vermelha junto do novo formato. O sorriso tranquilo agora era maldoso e intimidador, os dentes acentuados mordendo o lábio inferior com tamanha fugacidade que eu me sentia ali, entre eles, como uma presa fraca sendo devorada por seu predador de topo de cadeia.

— Você me chamou de Hoseok? — sua boca tentava formar um sorriso fracassado — Maninho, como pode? Me confundir com aquele monte de lixo. — enquanto seus olhos destilavam ódio genuíno.

— Jung... ? — não consegui terminar de falar. O ar se tornou denso, rasgando meus pulmões a medida que entrava e saia. Enquanto nos olhávamos, um nó perfeito se fazia em minha garganta, um nó metafórico que impedia a saída de minha voz. Outros quatro nós, dois em minhas mãos e outros dois em meus pés, prendiam meu corpo contra o chão.

— Você está pálido. Está assustado? — retirou do meu rosto fios totalmente úmidos do suor que escorria da minha testa. — Eu se fosse você, também ficaria. — a voz de Jungkook embolou-se. Ele pigarreou tentando retomar a entonação anterior. — Sabe, Jimin... — levantou, deu alguns passos para frente, ficando de costas para mim. — Estou muito decepcionado. — escutei o som dos seus dedos estalando e em seguida, um suspirar longo. Eu não tinha ação alguma. Apenas meus olhos se mexiam, acompanhando na penumbra sua sombra que agora agachava-se atrás de mim.

— Jungkook! — gritei automaticamente quando senti suas mãos prenderem minha garganta. Logo soltou, empurrando minha cabeça para frente.

— Eu só quero saber... — grunhia as palavras ao pé do meu ouvido. — Se você teria coragem de trocar o seu amor por mim, pelo dele. — Sua respiração começou a desandar, assim como seu tom de voz. — Jimin, você acha mesmo que seria fácil ficar com ele? — eu apenas o escutava, contido, suando frio, com o coração batendo tão forte que me doía. Dor essa que gerava uma ânsia, um incômodo no estômago. Horrível. — Se quiser ficar com ele, terá que me matar dentro de ti primeiro. Ou, antes que me tire do seu peito, eu te tirarei da minha vida.

Senti algo rasgar minhas costas em um único golpe, eu não tive ao menos forças para agir contra. Jungkook soltou a faca que se manteve cravada em mim e pôs-se a minha frente. Vigiando o meu desfalecimento. Logo, o gosto metálico sanguinário se fez presente em minha boca e então, contrai meu corpo, vomitando o sangue escuro que brilhava com o pouco de luminosidade existente no local. 

— O... O quê... Vo-cê fez... — o olhei confuso. Vi meu irmão com lágrimas incessantes a banhar seu rosto estático. Sua boca parecia querer falar algo, mas as palavras não saiam. Eu ia perdendo os sentidos a medida que perdia também o controle sobre meu corpo, que agora caia lentamente para o lado.

Quando percebeu que eu estava prestes a morrer, selou meus lábios, mesmo pintados pelo sangue. Beijou-me e disse: — Adeus.

Afogado em meu próprio sangue.

~xxx~

Acordo com os movimentos frenéticos dos meus pés chutando o ar e minhas mãos tentando afastar algo invisível de mim. Soltei a respiração que presa estava em minha garganta, apoiando meus cotovelos sobre minha pseudo cama, totalmente molhada de suor. Encarando a escuridão, passeio com meus olhos pela parede, onde a única coisa que eu consegui identificar fora o relógio, apontando exatas: quatro e cinco da madrugada. 

Apontando não só as horas, como também minha tristeza, minha frustração e minha derrota. 

Eu perdi o encontro com meu melhor amigo.

 



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