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História [Jikook em] — Além da dor. ||DARKFIC|| - Porquê?


Escrita por: Dimin-ssi

Notas do Autor


Oii! Eu não revisei o capitulo, estava eufórica para postar logo, então perdoem os errinhos. <3

Capítulo 11 - Porquê?


Fanfic / Fanfiction [Jikook em] — Além da dor. ||DARKFIC|| - Porquê?

Me sinto péssimo. Todo esforço foste em vão. A única oportunidade de sair dessa maldita casa eu perdi! Até a chave havia conseguido. Essa hora eu estaria livre, por pouco tempo, mas livre. Estaria com meu melhor amigo, ele me faria rir, como sempre fez. Ele trocaria as dores do meu coração por uma coleção de sorrisos e lembranças que eu carregaria eternamente comigo.

Penso em alguma forma de chegar até Hoseok, algo que não seja através duma folha de papel,  pois estou ansioso demais para esperar uma resposta. Eu quero estar a sua frente, mostrando minha face desmanchada pela tristeza que sucumbe meu coração. Olho para os lados, inquieto. Ainda está noite e eu sei que demorará para amanhecer. Eu não conseguirei fechar meus olhos e dormir naturalmente. Com certeza não. Essa noite será longa se eu nada fizer. Sei também que essa hora meu amigo já deve ter perdido as esperanças em me ver. Já deve ter voltado para sua casa acreditando que eu não fiz esforço algum para o encontrar. As palavras que troquei com Hoseok essa tarde me fizeram perceber que eu não estou morto — ainda —, e por isso tenho o livre arbítrio de fazer o que bem entender. 

Sou um prisioneiro por que me deixo ser. 

De repente, — como se não bastasse o ódio próprio —, começo a escutar pisoes fortes vindos do cômodo ao lado. Por um momento penso ser coisa da minha cabeça, afinal, meu psicológico parece estar pior do que eu poderia imaginar.

Bato com a destra contra meu próprio rosto, me martirizando por ser tão tolo. 

Burro, mil vezes burro, Jimin! Digo para mim mesmo sem parar, até que:

— Jimin... — a voz grossa e aparentemente atrapalhada vinha também da cozinha. Todos na casa, com exceção a mim, estavam dormindo. O que me deixou contrariado em ir até lá. Resolvo ignorar essas prováveis alucinações e me jogo contra o chão. Olhando para o teto, eu tento entender como o destino pode ser cruel assim comigo. Eis que minhas expectativas se tornam mais inúteis que a minha própria existência.

— Jimin? — outra vez. Viro minha cabeça em direção a cozinha, começando a cogitar a ideia de ir verificar.

Levanto com calma, forçando meus ouvidos para que eles escutem além. Dou um passo, outro... logo estou próximo. Essa parte é a pior, eu me arrependo por estar cedendo a meus delírios. Conto regressivamente os numerais de cinco a zero, antes que eu chegue a porta.

Assim que meus olhos passam pelo interior da cozinha, identifico quem me chamava: o homem pálido de terno cinza grafite, com seus cabelos negros e bem penteados para trás, sentado com as pernas finas cruzadas e um dos seus cotovelos sendo sustentado pela mesa. Ele olhava para o cálice que estava frente a si, encarando-o como se ali contivesse algo precioso. Pensei e repensei se deveria ir ou não até lá, afinal, eu tinha sido chamado por ele. E, desobedecer quaisquer de suas ordens seria tipo um suicídio indireto.

— Pai? — digo quase inaudível. Ele sequer olhou para mim, apenas balançou a cabeça como sinal para que eu chegasse mais perto.

Respirei fundo antes de andar e, aflito fui dando meus passos até Woo Yoongi.

— Sente-se — disse ele, liberando o bafo etílico pela voz embriagada.

Espacei uma cadeira que ficava oposta a si e sentei, totalmente desajeitado. Estralando meus dedos por causa do nervosismo e temendo olhar para sua face, resolvi encarar a mesa. Essa fora a primeira vez que fui convidado a sentar à mesa junto dele. Por qual motivo? Eu não saberia dizer. Não ainda.

— Então... — estendeu o braço para pegar outro copo em cima do balcão. — Eu preciso falar com você.  — despejou um pouco do destilado e colocou em minha frente. Bastante perdido em seus atos, talvez por estar bêbado. — Sei que não nos damos nada bem, e você sabe o porquê. — deu um gole na bebida e olhando para mim, fez um gesto para que eu o acompanhasse. Eu, que não gosto de álcool e nem acostumado sou a beber, não consegui disfarçar a careta ao colocar para dentro aqueles poucos ml de vodca, que mais pareciam lava vulcânica devastando minha faringe. — Você e o Jungkook tiveram um passado que eu nunca vou suportar lembrar. — balançou a cabeça, como se estivesse expulsando os pensamentos. — E sempre que eu vejo vocês dois juntos, mesmo que totalmente diferentes do que eram, eu não consigo controlar a vontade de matá-los. — Yoongi bateu o copo contra a mesa que por um milagre não quebrou. — Eu não quero ser preso por homicídio, então, minha única opção é afastar vocês. — ao escutar aquilo, não controlei minha impulsividade e falei:

— O que? — por mais que eu passe maus bocados em suas mãos, eu nunca me imaginei longe dele. Yoongi me olhou reprovando totalmente minha atitude, eu não me importei e continuei. — Appa, seu medo é que eu o torne gay? — ri das minhas próprias palavras, vendo o quão ridículas eram. — O que vou dizer pode ser demais para você, mas eu direi assim mesmo. — me levantei, batendo os pulsos contra a mesa e em nenhum segundo sequer desviei meus orbes dos seus. — Mesmo que me mate. Queime todas minhas memorias dessa casa. — engoli a saliva. — Você não pode mudar os fatos. — agora a vontade de chorar parecia triplicar. — Se alguém beija outro alguém do mesmo sexo, uma única vez, você chamaria de curiosidade, certo? — ele me olhava perturbado, como se fosse pular em cima de mim e me destruir a qualquer momento. Eu novamente ignorei isso, pois já me sinto destruído. — Agora me diga, alguém que insiste em beijar essa pessoa, você chamaria do que? — fiz jus a frase, ''rir para não chorar''. Eu ri, mas de desespero. — Você quer mesmo se enganar dizendo para todos os cantos que seu filho mais velho é hétero? Porra pai, Jungkook é tão gay quanto eu! — perdi totalmente a noção das coisas. Talvez tenha sido por ter perdido primeiramente o meu chão quando Yoongi ameaçou distanciar eu e... bem, meu irmão.

— Cale essa sua boca!  — com seus olhos transbordando labaredas, ele levantou furioso. A cadeira foi-se ao chão, ressoando um barulho oco pela casa inteira. Eu, por mais medo que estivesse sentindo, não revidei. Permaneci no mesmo lugar, sabendo que isso não seria o melhor que eu poderia fazer. Se bem que, eu não tinha para onde escapar mesmo. — Eu não criei vocês para serem dois viadinhos de merda.  — com suas pisadas brutas e atrapalhadas, ele vinha em minha direção. Eu podia ver meu pequeno resto de futuro refletido em sua íris, que estavam cravadas as minhas. — Já basta eu ter um monstro como você, que só me envergonha. — meu corpo tremeu com o impacto dum dos copos sendo jogado contra o chão, mais especificamente: perto dos meus pés descalços. — Você nunca devia ter nascido. — cuspiu as infelizes palavras sobre meu rosto. Meus olhos estavam ardendo, eles queriam derramar suas companheiras de todas as horas: As minhas queridas lagrimas. Funguei, tentando manter o semblante indiferente. O que parecia um trabalho árduo demais. Eu só queria sair de perto dele. Correr por essas ruas frias, sentindo o peso do cansaço tomar conta de mim; sentindo meus pés queimarem no gelo do asfalto.

— Nunca tive seu amor. Nunca recebi uma palavra sua que não fosse de ódio. Nunca tive um abraço teu, nenhum simples toque que não fosse para me bater. — o efeito das minhas palavras não possuía efeito algum sobre ele, apenas a mim, que não pude mais impedir que meu rosto fosse banhado pelo choro abundante. — Se eu sou uma vergonha para você, então me mate. — exaltei minha voz batendo contra meu próprio peito. Meu coração doía tanto que nada seria capaz de superar essa dor. — Na verdade, isso seria um favor seu. Me matar, talvez seja o maior ato de compaixão seu para mim. — continuei o olhando firme, chorando como uma criança e esperando pelo que sempre acontecia: a tragédia de ser filho dum homem tão isento de amor; tão pobre em sentimentos. Será mesmo que eu quem sou o monstro? A aberração? 

Sem pestanejar, ele avançou sobre mim. Mesmo bastante alterado, tinha força o suficiente. Desferiu um soco direto em meu olho esquerdo, o que me desestabilizou. Fraco que sou, um sopro forte seria capaz de me derrubar. Sem poder me defender, ele me agrediu ainda mais. Com o segundo soco eu caí no chão sobre os cacos de vidro, senti minhas costas atassalharem-se e um ardor terrível por todos os cortes. Coloquei os antebraços em forma de x sobre o rosto, tentando em vão me defender dos golpes covardes vindos do meu próprio pai. Nem meu sangue escorrendo pelos azulejos da cozinha foi capaz de fazê-lo parar. Ele não hesitava em seguir me batendo, eu sentia meu rosto inchar e meus ossos esfarelarem-se.

— Você não queria morrer? Então espere só mais um pouquinho, meu filho. — disse rindo, porém, existiam lagrimas em seus olhos. As palavras tomadas pela psicopatia. Por mais que não fosse nenhuma novidade apanhar dele, nunca chegaste a tal ponto. Um ponto que não existia mais volta, para ambos. Se temos algo em comum agora, é que somos dois mortos.

Eu já não conseguia escutar, enxergar direito, tudo parecia vultos ao meu redor. Meus olhos insistiam em querer se fechar, por mais que eu tentasse guardar os últimos momentos do rosto de appa, mesmo ele sendo do jeito que és. Yoongi é meu pai.

Pai, porque faz isso comigo?

Então, começo a escutar vozes distintas que eu não podia identificar. Percebo não estar mais sozinho com appa, existia outro alguém na cozinha. Eu não conseguia me mexer e, apesar de não ter meus sentidos funcionando corretamente, eu entendi que alguém estava lutando contra Yoongi. Eles se batiam, a pessoa que eu não conseguia visualizar direito, desferiu uma sequência de golpes contra appa, que caiu sobre a mesa. Eu só senti meu corpo ser erguido e depois disso, não senti mais nada.



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