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História [Jikook em] — Além da dor. ||DARKFIC|| - Amor frágil.


Escrita por: Dimin-ssi

Notas do Autor


Woo é o sobrenome do pai carregado pelos personagens da família.


Recomendação de música:

Birdy — Skinny​ love. 

Capítulo 6 - Amor frágil.


Fanfic / Fanfiction [Jikook em] — Além da dor. ||DARKFIC|| - Amor frágil.

Do lado de fora eu podia escutar o barulho de gritos e outros sons desconhecidos. Eu sei o quão mal o senhor Woo pode ser, já senti na pele o reflexo de sua ira. Independente de Jungkook me tratar como uma imundície, eu não gosto de saber que lá dentro daquele cômodo ele possa estar sendo espancando como eu fui diversas vezes, e o pior... por ele também.

Eu sei que já deveria estar longe dessa cozinha mas não consigo me mover para qualquer outro lugar, a voz de Jungkook está me deixando angustiado. Minha vontade é de entrar lá e cessar com seja o que appa estiver fazendo. Talvez meu irmão não mereça minha piedade, mas também não mereça ser punido dessa forma. Da mesma forma que sou penitenciado diariamente por um crime que nunca cometi, por um erro que desconheço, por motivos banais que fogem da compreensão de quem é inocente perante seus juízes interiores.

Se o sinistro Woo tivesse visto as ameaças que Jungkook havia me feito com a faca, talvez nesse momento os dois estivessem bebendo uma cerveja e rindo à toa enquanto olham qualquer besteira na televisão..., mas a realidade é outra, meu irmão e eu sabemos muito bem o que se passou na mente pobre e nefária do nosso criador. Quando Jungkook escutou sua voz por detrás da porta foi como se a nossa sentença de morte tivesse sido expedida. Não, não é exagero meu, quem me dera se fosse.

As palavras que saíram da boca de appa me deixaram muito inquieto, ‘’parece que estou tendo um deja vu’’, realmente, isso não se aplica apenas a ele, eu também senti como se estivesse vendo o mesmo filme duas vezes, ambos com finais trágicos. A impressão que tenho é de que enquanto Jungkook e eu morarmos na mesma casa; compartilharmos do mesmo ambiente; mesmo ar, esse filme se repetira como um círculo vicioso. Meu temor é que num desses extremos um de nós —ou ambos— não estejamos mais aqui para terminar de contar a história, ou para tentar mudar o roteiro. Eu tenho medo, muito medo do futuro, do amanhã incerto, medo de um sinal —que a cada dia parece mais forte— sinal que diz: Ter esperanças é inútil, porque seria mais sábio da minha parte deixar tudo queimar dentro de mim, levando embora qualquer vestígio de que um dia eu fui amado, que um dia eu amei e por isso hoje espalho dor pelos cantos dessa casa, que se tornaram frios pela ausência dos toques, antes trocados com tamanha ternura.

Jungkook pode me odiar, mas eu jamais vou retribuir desse sentimento, não porque nutro e espero algo dele —como ele mesmo diz ao me atacar—, mas porque no fundo eu não consigo acreditar que o meu irmãozinho se tornou um espelho de nosso appa, um robô manipulado por ele, que carrega um olhar vazio e suas atitudes parecem não ser por vontade própria.

Eu só gostaria de gritar perguntando onde está você, você que me abraçava e dizia nunca me abandonar, dizia que me levaria para os mais belos lugares, que nunca deixaria de me amar... cadê você e o seu amor? Eu me sinto órfão daquele seu abraço apertado; carente dos seus lábios que completavam tão perfeitamente os meus; carente de nossas promessas que a cada dia parecem mais impossíveis. Eu já não sei se um dia existiu ou se foi tudo coisa da minha cabeça. Eu não quero admitir que sua partida levou um pedaço de mim, e que sua falta se faz presente todos os dias. Você morreu, mas não foi sepultado. Sua morada não é um tumulo. Você está tão perto de mim, mas ao mesmo tempo tão distante. Nem flores eu posso lhe dar.

Tenho medo que o tempo me falte e nunca mais possa ter a oportunidade de enxergar seus olhos brilharem e seu rosto iluminar-se por um sorriso sincero... ou que você não tenha chance de me ver com outros olhos, me tratar diferente, novamente, como nunca deveria ter deixado de ser.

Eu gostaria de poder conjugar o amor no verbo eu amo e tu me amas.


— Filho, que barulhos são esses? — Omma coloca-se ao meu lado bastante desconexa, ela havia chegado a pouco tempo da rua; tempo suficiente para presenciar os alardes que pareciam cada vez mais altos.

— Já faz mais de vinte minutos que Woo e Jungkook estão lá dentro. — falo choramingando e dona SeongJin me abraça.

— Mas o que aconteceu?

Eu sei que não deveria esconder coisas dela, porém, se mais uma preocupação a minha mãe pode ser evitada, evitarei. Tem coisas que omitimos pelo bem de quem amamos, então, desculpa dona SeongJin. Eu realmente me sinto péssimo em ter que fazer isso.

— Não sei mãe. A senhora sabe que não é preciso de muito para appa querer fazer maldades contra os outros. — desvio meu olhar, porque se a olhasse nos olhos não conseguiria mentir. Mas é lógico que ela percebeu.

— Jimin, você está encobrindo algo que eu sei. Eu não sou idiota. — ela cruza seus braços diante o corpo e me crava com sua vista.

— Não estou, confie em mim.  

Me desculpa, eu não quero perder sua confiança. Me perdoa omma.

— Hum, eu acredito em você meu filho, só não quero que me esconda nada. Estamos entendidos?

— Sim. — engulo em seco e balanço minha cabeça positivamente. — Mas eu estou muito preocupado com meu irmão.

— Calma Jimin, você sabe que o appa de vocês tem Jungkook como seu preferido, ele jamais faria algo contra ele. — ela para de falar ao prestar atenção nos gritos de fundo. — Seu irmão deve ter aprontado alguma coisa, então seu pai apenas está o corrigindo. Logo os dois sairão de lá e você verá que não houve nada demais. — após mais uma pausa ela termina. — Falando nisso, devemos sair daqui antes que os dois apontem nessa porta e nos vejam.


~xxx~


Sentado próximo a janela, tendo total visão de como a noite está linda — apesar da neblina —, penso que a escuridão me inspira e me faz querer sonhar, sonhar acordado e almejar tudo de bom que eu sei merecer ter. Hoje infelizmente não consigo ver a lua, fico triste por não poder apreciar sua beleza, mas me conformo, pois sei que apesar de não a enxergar ela está lá... é como meu amigo Hope que tenho longe dos meus olhos, mas muito perto de mim em meu interior, guardando as lembranças que carregamos juntos com muito carinho, conseguindo sentir sua presença sempre que fecho meus olhos.

Hoseok ter aparecido novamente em minha vida me faz sentir que eu não estou sozinho, me faz ter esperanças, me faz lembrar que tenho três pessoas que se importam comigo e desejam meu bem junto da minha felicidade; me fazendo querer durar, não apenas existir ao invés de viver e só isso importa no momento. Espero os manter em minha vida até o fim, mamãe, Hiuka, Hoseok e eu, uma verdadeira família. Se eu convivesse apenas com eles posso dizer que eu não precisaria mais de nada. Todos os dias eu agradeceria aos deuses por terem me brindado com a melhor raiz que eu poderia ter., mas mesmo assim agradeço por eles se fazerem presentes em mim, seja como for, como a lua, as estrelas.

Lembro-me do bilhete que ainda tenho de escrever a Hope, assim Hiuka poderá entregar a ele amanhã de manhã. Me levanto e caminho silenciosamente até meu balcãozinho, tirando de lá um caderno e um estojo que omma havia comprado de tarde para mim. Pego meu caderninho em mãos e o admiro, como é lindo: Capa dura com algumas estrelas coloridas e cintilantes; suas folhas em tom de rosa clarinho, muito belo; as linhas das páginas possuindo um arroxeado forte que me deixaram deslumbrado e louco para as preencher com palavras, e o melhor de tudo, eram aromatizadas. Acho que nunca tive algo de tão bom gosto assim.

Volto cuidadosamente a me sentar no meu cantinho, abro o caderno e na primeira folha eu decido escrever frases positivas, como se fossem pedidos que um dia irei realizar.

Meu primeiro pedido foi para que mamãe, Hiuka e Hoseok tenham uma vida plena, repleta de alegrias, que vivam saudáveis e encontrem um amor verdadeiro. Eu sou o tipo que sonha com um amor para a vida toda e que gostaria de colocar os pés no altar, adotar crianças, adotar cães e felinos; morar em uma bela casa de campo com meu amado.

Antes de virar a página, escrevo entre parênteses o nome de meu pai e meus irmãos. Agora devo me concentrar em responder o bilhete de Hoseok. Mesmo sendo apenas palavras escritas ele me transmite coisas boas, meu dia fica muito melhor e feliz quando eu posso ler, tocar no mesmo papel que ele tocou.


‘’Hope, que alegria receber novamente suas palavras, sério! Estou rindo feito um bobo enquanto escrevo para você. És um universitário, então? Que maravilha, ainda mais fazendo o que mais gosta, né. Conheço o seu amor pela dança e me recordo de quando dançávamos juntos, era tão bom... sentir você... que saudade.

Hiuka disse que está muito bonito, eu ri quando ela falou ‘’um belo rapaz’’ e deu aquela risadinha muito bem conhecida por nós.

Eu nunca vou te esquecer, podemos não nos vermos, mas você já faz parte de mim e espero que eu faça parte de ti também.

Eu gostaria muito de ter sua companhia nesses dias difíceis que passo nessa casa, mas seria egoísmo da minha parte te colocar numa situação extremamente chata, como essa. Espero que entenda, eu quero muito te ver, mas não se é possível.

Com amor, Jimin’’


Ouço barulhos de passos e escondo rapidamente o caderno junto do estojo, coloco-os embaixo de meus lençóis e finjo estar dormindo. Não demora muito para que as pisadas antes ecoadas pelo corredor estivessem próximas, muito próximas a mim, podendo ser escutado também o barulho de uma respiração ofegante, junto de fungadas; arrisco dizer que o som vinha logo atrás. Apesar de querer saber muito do que se trata, eu prefiro continuar atuando como o bom ator que sou em fingir estar dormindo. Meu corpo inteiro se arrepia quando eu sinto um vento quente em minhas orelhas, descendo em direção ao meu pescoço; aquele indivíduo estava me cheirando e isso me deixa amedrontado, pois qualquer pessoa nessa casa — que não fosse mamãe ou Hiuka — não teria boas intenções comigo. A mão desconhecida pousa sobre o lençol que me cobria, tocando indiretamente meu corpo, mais precisamente em minha cintura. Certamente esse alguém conseguiria sentir as tremuras do meu corpo, mas nada disse e muito menos eu, que continuo estático apenas desejando que nada de mal me aconteça. Prefiro que seja uma alma penada do que outro alguém dessa moradia. Minha curiosidade aumenta quando o ser — que antes parecia estar agachado enquanto me tocava —, agora dá indícios de acamar-se em minhas costas; posicionando seu corpo colado ao meu. As mãos passeavam de um lado para o outro em minha cintura e a respiração quente invadia minha nuca. Pude sentir um selar de lábios úmidos em meu pescoço, não sei explicar, mas a sensação que tive foi de que eu estava sendo cuidado, protegido, eu não tive mais temor, os sentimentos eram de satisfação. Agora eu tinha medo de me mexer, e o ser que me aquecia se fosse.. como num conto de fadas onde o anjo se vai deixando apenas saudade do momento, sem nenhuma prova de que aquilo fora realmente real, acredito que eu esteja sonhando. E assim eu adormeci, envolvido nos braços do desconhecido e sendo feliz por isso.


"Vamos, amor frágil, que durou apenas um ano

Derrame um pouco de lágrimas, nós nunca estivemos aqui

Meu, meu, meu, meu, meu, meu

Olhando para a pia de sangue e verniz esmagado

Digo ao meu amor para destruir tudo

Corte todas as cordas e me deixe cair

Meu, meu, meu, meu, meu, meu, meu

Bem no momento, este desejo é grande

Eu te disse para ser paciente

Eu te disse para ficar bem

Eu te disse para ser equilibrado

Eu te disse para ser gentil

De manhã, eu estarei com você

Mas será de um "jeito" diferente

Pois eu vou ter em mãos todas as passagens

E você assumirá todas as dívidas

Vamos, amor frágil, o que aconteceu aqui?

Alimente-se com a esperança do seu peito

Meu, meu, meu, meu, meu, meu Deus

A carga está cheia; então vá com calma

Eu te disse para ser paciente

Eu te disse para ficar bem

Eu te disse para ser equilibrado

Eu te disse para ser gentil

E agora todo nosso amor está desperdiçado?

Então quem diabos era eu?

Agora estou destruindo todas as histórias

No fim de todas as suas linhas

Quem vai te amar?

Quem vai lutar?

E quem vai ficar para trás?

Vamos, amor frágil

Meu, meu, meu, meu, meu, meu

Meu, meu, meu, meu, meu, meu"




Notas Finais


Se quiserem conhecer minha segunda Fic é só clicar no link abaixo. Obrigada <3

https://spiritfanfics.com/historia/jikook-em-insinuations-8267336


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