História Jump in Time - Explicações que você não consegue lidar

   As feições incrédulas eram até engraçadas em seu ponto de vista. Se segurava para não liberar a gargalhada presa em sua garganta. Sentia James o cutucando, o garoto sussurrava em seu ouvido o mandando ficar quito, mas que poderia fazer a respeito dessa situação ? Os olhos arregalados e o queixo caído de seus futuros tios eram tão cômicos que estava cometendo um pecado em não rir disso.  Desviou o olhar para seus "companheiros de viagens", Albus olhava para Scorpius em um misto de raiva e magoa, Aqueles dois eram quase tão enrolados quanto ele. Scorpius continuava com o olhar fixo em seu padrinho, Harry, que estava completamente distraído de toda a situação. Jennifer estava como ele, se contorcendo na cadeira para não rir. Crystal tinha um olhar preocupado em cima de Matthew que observava atentamente cada movimento de seu pai. Suspirou frustrado, torcia para Theodore ser mais compreensivo que Ronald. Não suportaria ter que ver seu melhor amigo chorar duas vezes em um único dia.  

   Sua atenção voltou para seus tios quando as gargalhadas da dupla infalível preencheu a sala, as gargalhadas logo foram acompanhadas por Jennie, a garota se jogava para trás e batia palmas, seu rosto começava a ficar vermelho. Os olhos se enchiam de água, se jogou para trás novamente e quase perdeu o equilíbrio. Não se aguentou e começou a rir da cena, sentia James lhe dar cotoveladas em sua costela. Não se importou com isso e continuou a rir e sendo acompanhado pelos três ruivos. Ouviu Draco lhe chamar e se controlou para parar de rir, não era uma boa ideia abusar da pouca paciência de seu tio, na verdade era suicídio. Olhou rapidamente para o lado e viu a expressão de James, era como se disse-se "Eu te avisei idiota." Revirou os olhos, James sempre seria o dono da razão quando se tratava dos dois. Voltou seu olhar para seus tios e seu pai. Estranhou o fato de não ver sua "mãe" em nenhum lugar. Reparou no fato de ninguém de notado a saída do mesmo.  

    - Onde está minha mãe ? - Sentiu um beliscão em seu braço, engoliu em seco quando reparou que chamou Remus de mãe na frente de tudo mundo. Oh Merlin era um homem morto. Sabia como o homem odiava ser chamado daquele jeito, em publico principalmente. Escutou a risada de seu pai, provavelmente se divertindo a suas costas.   

    - Sua mãe foi te pegar na sala, Teddy Boo. - Suspirou, como se já não bastasse ter de aguentar as piadinhas sem graça de seu pai em seu tempo, agora tinha que aguentar no passado também ? Ouviu seus amigos rirem de seu apelido de infância. Merlin que seja misericordioso com ele e faça sua mãe o matar e não ter que aguentar as piadas de Jennie, amém. Se lembrava de seu pai dizer que na idade que era para ter naquele ano, ou seja um ano ou será que era dois ? Toda essa história de poções e viagens no tempo confundia sua mente de um jeito completamente novo. Nem quando tinha aula de poções ficava tão confuso. Se lembrava que nesse ano sempre que chorava ou estava com sono chamava Remus de mamãe.  

    - Vocês não podem estar falando sério. - Pansy dizia olhando de Jennifer para Fred repetidamente, os olhos arregalados e a boca levemente aberta mostrava o quão chocada a garota se encontrava. Fred e Jorge estavam surpreso agora, talvez tenham percebido que não era brincadeira. Theodore parecia assustado e se encolhia levemente, segurava o braço de Blásio com força. Blásio por sua vez parecia confuso e ... feliz ? Estranhamente o garoto olhava Crystal com um sorriso bobo no rosto. A garota o sorria abertamente e praticamente pulava na cadeira de felicidade. Com toda a certeza ela seria filha de um dos casais mais fáceis de se juntar.  Isso é se não estiverem juntos agora.   

    - Não estamos brincando, Pansy. Você realmente acha que eu me sujeitaria a dizer por aí que tenho um filho com o Potter ? - O olhar de raiva de seu tio era tão engraçado, só não era mais engraçado que a feição ofendida do seu padrinho. Bendito seja Merlin, os dois eram o melhor casal que já conheceu, só perdiam para os seus pais, seus pais eram um exemplo de relacionamento a ser seguido. E não quem descorde. - Realmente acha que eu chegaria a este ponto apenas por uma brincadeira ? Não estou desesperado a ponto de passar por essa humilhação. - O revirar de olhos de Harry foi cômico, não tinha como negar isso. Ouviu seu padrinho dizer um idiota baixinho. Ele adorava os dois juntos, suspirou. Sentiu um saudade no peito, sentia falta do tempo em que o relacionamento dos dois era assim, cheio de provocações e tão descontraído. Ele se lembrava de que o ar ao redor dos dois era sempre tão leve... Tão acolhedor. De quando James era apenas uma criança feliz com uma família estruturada. Sentiu um pouco de raiva passar em suas veias. Ele nunca odiou tanto vermelho ao ver que era a cor dos cabelos daquela mulher. Olhou seu padrinho e sua raiva aumentou, Ginerva era literalmente uma destruidora de lares, ninguém podia negar. Mas ela só conseguiu destruir por causa do seu padrinho.  

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   Theodore foi o primeiro a realmente entender o que estava acontecendo. Entendeu que seria casado com Ronald Weasley, entendeu que teria um filho e que ele o olhava de um jeito quase miserável. Entendeu que Ronald surtou quando descobriu que seria casado consigo e que teriam um filho juntos. Entendeu o que foi toda aquela cena na sala da família Black e por fim entendeu o porquê do olhar do... seu filho ? Se levantou da cadeira e caminhou em direção ao garoto e o abraçou. Sentiu os braços em volta de seu corpo, o menino tinha apoiado o queixo em sua cabeça, era em momentos como esses que agradecia por ser baixinho. Sentiu uma raiva contida em seu interior ao notar o corpo tremulo de deu filho. Que merda Ronald tinha feito com seu filho para o deixar tão frágil ? Se separou do menino e se colocou nas pontas dos pés e beijou delicadamente a testa do mesmo. Se sentou de volta em seu lugar, olhou para Blásio e riu da sua falta de descrição. Oh Merlin o garoto nem se quer disfarçava a felicidade de saber que iria se casar e ter filhos com o Longbottom.  

    - Mas então... o que vai acontecer com todos nós ? - James, filho de Draco Malfoy e Harry Potter falou. Achava isso muito estranho, não o fato de saber que Pansy e Fred teriam um filho, na verdade ele mesmo achava que pelo menos alguns beijos os dois trocariam, ainda se lembrava do olhar do ruivo sobre sua amiga quando ela ameaçou Ronald. Ronald... era no mínimo estranho o fato de que iria ter um filho com o mesmo. Não tinha nada contra o ruivo, longe disso. Mas isso não significava que gostaria de se casar com o mesmo.  

    - Vocês ficarão aqui. Logico que os seus pais vão poder os visitar, mas somente eles. Apesar que em minha opinião não deveriam ter tantas pessoas com esse conhecimento. - Sirius dizia sem realmente se importar, Harry apenas concordava e Draco dizia para parar de ser tão exagerado. - Vou deixar vocês terem um momento em família, Teddy vamos atrás de Moony e de você. - O garoto em questão se levantou resmungando sobre como aquela frase não tinha sentido. Antes de seguir o seu pai se abaixou, deixou um beijinho na bochecha do loiro de olhos verdes e saiu da sala. O loiro em questão se encontrava vermelho de vergonha, assim como Harry que também estava vermelho, só que o moreno estava naquele estado por um simples motivo: ciúmes.   

   Se levantou e ficou em frente ao seu futuro filho. Suspirou e puxou o garoto pelo braço. Tinha que conversar com o mesmo, sozinho. Havia muitas perguntas das quais ansiava por respostas. Não sabia se Matthew iria o responder em frente a todas aquelas pessoas. Caminharam em direção a sala, todos precisavam conversar com alguém sobre tudo isso. Descia as escadas, viu Sirius, Remus e os Teddy's  na sala, realmente a situação deles parecia a menos complicada em comparação aos outros envolvidos, incluindo ele mesmo. Apertou levemente a mão do garoto, sentia seu coração desparrar, odiava admitir, mas estava se corroendo de medo, entrou na cozinha e se sentou de frete ao ruivo, na mesa grande de madeira.  

    - Podemos conversar sobre como tudo aconteceu ? - Em um único folego dissera, seu coração se apertava, as pernas balançavam sem parar, patético, era assim que se encontrava naquele momento.   

     - Tudo... o que, exatamente ?- Os olhos azuis brilhavam, sentia sua pele queimar, Merlin por que estava tão assustado... era apenas o seu filho na sua frente. Não havia razões para ter medo certo ?  

     - Eu, você e Weasley.  

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    Estavam apenas eles naquela sala grande, todos se encontravam em silêncio. Todos pareciam com medo  de dizer algo. Observou os três adolescentes na sua frente, os olhares distantes e sem foco em nada. Tudo parecia tão confuso. Ouviu um suspiro ao seu lado. Parecia que tudo estava a ponto de explodir.  

     - Algum de vocês, expliquem o que é toda essa situação. - Potter dizia com um tom cansado, se remexendo desconfortável em sua cadeira, Albus começou a falar.  

     - Eu já falei vocês ficaram juntos e depois separaram. Simples, não ? - O deboche escoria pela fala do garoto. Viu o olhar de raiva do moreno mais velho. Se adiantou em falar, não tinha a mínima paciência de ter que aguentar  uma briga novamente. 

     - Queremos saber como isso aconteceu. Simples, não ? - Repetiu a última frase do garoto que estava em sua frente, algo em seu interior gritava que não gostava do menino. Talvez seja a semelhança com o pai, ao talvez as sardas da Weasley Femea. Não sabia dizer exatamente o que lhe incomodava no garoto. Provavelmente deva ser o olhar de ódio que o mesmo o direcionava. Era irritante ser seguido por aqueles malditos olhos dos Potter.  

    - Em que exatamente vocês querem saber ? - James dizia com uma voz baixinha, se encolhendo na poltrona velha antes ocupada por Sirius. Sentiu o olhar do garoto queimar sob sua pele, mas aquilo não era da sua conta. Pelo menos não nessa época. Scorpius  permanecia em um grande silêncio, apenas observava as pessoas em seu redor.  

    - Pelo começo, por favor. - A voz de Harry respondeu ao garoto, ajeitava os óculos excessivamente, tinha medo da resposta do garoto, tinha medo do seu futuro. O menino suspirou e começou a falar todos permaneciam em silêncio. 

    - Foi nesse ano... que vocês começaram a ficar juntos. Vocês começaram a ficar amigos e a se conhecerem melhor. Foi em um recesso de inverno que vocês tiveram o seu primeiro beijo. Teddy me disse que vocês eram muitos próximos, Tio Sirius sempre dizia que vocês eram bastante apaixonados um pelo outro e que vocês sempre estavam juntos. Depois de Hogwarts  vocês passaram a morar juntos na Malfoy Manor, você pai na época era capitão de uma equipe e o papai estava no primeiro ano no St. Mungus. Alguns meses depois vocês se casaram e algum tempo depois eu nasci. Sabe eu gostava tanto quando era apenas nós três, mas quando eu ainda era um bebe, você pai teve um novo caso. O time das Harpias estavam sobre ameaças e a sua equipe foi responsável pelo caso. Harpias é o time da mãe do Albus, em uma noite o time resolveu dar uma festa em comemoração ao noivado de dois jogadores e sem que você percebesse aquela mulher colocou uma poção do amor na sua bebida. Vocês...bem... ficaram juntos naquela noite. Depois desse dia essa mulher continuou a te dar poções sem que você notasse. Uma semana depois o senhor voltou para casa e foi quando o inverno começou. O senhor saia todos os dias para encontrar ela, o senhor começou a brigar com o papai e tudo desmoronou, você disse que estava apaixonado por ela e depois você simplesmente foi embora. Eu só voltei a te ver com quatro anos, Albus já era nascido na época e Scorpius também. Scorpius já é uma história completamente diferente, no St. Mungus papai tinha uma enfermeira, Astoria Greengrass, mãe de Scorpius. Uma mulher muito bonita mas sem paciência de ter um marido, porém completamente louca de vontade de ser mãe. Então papai foi o doador dela. Scorpius não é fruto de uma traição, é isso que estou tentando dizer.  

    - Ginny não seria capaz de fazer algo desse tipo. - Harry dizia com um tom firme, era verdade que não sentia nada em relação a garota, mas ela não chegaria ao ponto de usar uma poção nele, certo? Ginny tinha maturidade o suficiente para ver que tudo entre eles tinha acabado e que ele mesmo que doesse pensar naquilo era casado e tinha uma família com Draco Malfoy.  

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    Ronald acabara de voltar para casa, se sentiu um pouco apreensivo pelo modo que foi jogado pelo ruivo. Mas não o culpava ele também tinha surtado, internamente, mas tinha surtado. Agora ele sabia de toda a história que tinha que  saber. Merlin, ele teria um filho com aquele homem. Aquilo o deixava assustado, o céus por que tinha que ser tão complicado para ele ? Por que não podia ser igual a Remus e Sirius.  

     Suspirou cansado e levou a ultima travessa de comida na mesa e se sentou, sentiu o olhar o perseguindo, os azuis sempre buscavam por ele e se sentia no mínimo desconfortável com toda a atenção recebida pelo seu futuro marido. Não, ele era apenas Ronald Weasley, o auror responsável pela sua segurança física. Apenas isso, sem tirar e nem por. Levou seu prato na pia, o lavou a maneira trouxa, subia as escadas lentamente, passou pela mesa e viu o ruivo sentado sozinho com um olhar perdido. Sr e Sra Weasley conversavam na sala, sentados abraçados. Um tipo de amor invejável. Suspirou e caminhou em direção ao quarto de Blásio. Bateu levemente na porta de madeira, três exatas batidas foram o suficiente para acordar seu amigo, que abria a porta com um rosto amaçado.  

     - Posso entrar ? - Sua pergunta não fora respondida de forma verbal, foi apenas puxado para dentro do cômodo, se sentou na cama ao lado do mais alto.  

     - O que foi, pequeno ? - A voz rouca de seu amigo o fizera rir, sentiu Blásio se deitar deixando apenas um espaço a onde estava sentado. Deitou ao seu lado e sentiu as mãos grandes fazerem um carinho em seu cabelo.  

     - Você deve estar muito feliz com tudo isso. - sua voz saia em um leve sussurro devido ao carinho que recebia. Abraçou o corpo do garoto, enterrando o rosto no peito do mesmo.  

     - Tudo isso... o que exatamente ? - Apesar de não ver sabia que o moreno estava com as sombra celhas arqueadas, mania adquirida pela convivência com Draco Malfoy.  

      - Você vai se casar com o Longbottom... você esta feliz por isso, certo ? - Apesar de já saber a resposta precisava perguntar. Segurou o riso quando escutou o suspiro apaixonado do amigo. Oh Merlin quem diria que justo o Longbottom fisgaria o mulherengo Zabine ? - Mas não se esqueça de mim, ouviu bem ?  

     - Você é quase com um irmão para mim, seu tampinha. Não tem como te esquecer, mesmo se eu quisesse. - Gargalhou pela frase dita.  

      - É eu sei. Sou inesquecível. - O ar convencido que dissera foi tão firme que quase acreditara que estava realmente falando a verdade. Ouviu a gargalhada do maior e algo como " Igual ao Draco. " . 

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     - Boa noite, seu pateta. Eu te amo. - Disse fechando a porta logo após de ouvir um " Também de amo, mas pare com isso se não irei chorar. "  Deu um leve riso e se virou para ir em direção ao seu quarto , parou quando encontrou os olhos azuis brilhantes no meio do corredor. Ficou encarrando aqueles olhos durante alguns segundos, minutos, horas... quem poderia saber ?  Desviou o olhar e voltou a seguir em direção ao quarto. Sentiu seu braço ser puxado e seu corpo bater no peito do ruivo que o abraçava.  

     - Me desculpa. - O sussurro, o fizera tremer, sentiu seus braços encontrem o peito do garoto e o empurrarem, seus olhos se encheram de água. As pernas tremiam devido a malditas lembranças que o assombram. Sentiu seu corpo despencar e ir de encontro ao chão.  

     - Ei Nott... você esta bem ? - Ouviu do garoto, queria pedir ajuda, queria dizer que nada estava bem, mas as lembranças o impedia, o sufocava igual as lagrimas que transbordavam de seus olhos. Sentiu um toque em seu ombro se encolheu e instintivamente gritara. 

     - NÃO ENCOSTE EM MIM.