História "Just a complicated love story" - 8 Capítulo

            Simplesmente aquele ambiente de expoente máximo de loucura, aquela conjunção entre álcool e acções inexplicáveis poderiam deixá-lo meio louco. Kei havia sido criado num ambiente demasiado pacato, mantinha sempre aquela sua tranquilidade de espírito e energias positivas, Taychii por sua vez tinha já nascido pronto para actos incomuns. Liana parecia incontrolável com a bebida, a rapariga nada fazia de provocante, de modo directo, mas que ela estava plenamente dada á tarefa de tentar a todo o custo seduzi-lo, isso estava; Minori acompanhava a sua melhor amiga mas não conseguia perder Adam de vista, que agora se dedicava a conviver com umas fãs da banda que ali havia surgido…era o vocalista e o baterista, Ian estava igualmente dedicado a socializar. Suspirou e sentiu-se derrotado, um tipo com a sua idade deveria aproveitar aqueles momentos, certo? Bebeu o resto da sua bebida espirituosa e observou Tay, apesar do seu aspecto muito cuidado e parecido ao feminino, ele era homem e tinha necessidades, daí que uma das fãs da banda havia dado toda a atenção ao primo do guitarrista e agora as coisas entre si aqueciam drasticamente.

- Não podes mostrar-te tão out, amigo. – Juka falava enquanto entregava uma nova bebida ao colega e amigo – Aceito plenamente que sejas pouco dado a loucuras nocturnas e que cumpras um certo dever sentimental para com as mulheres…mas Kei… - indicou Liana com o indicador antes de beber um trago da sua cerveja – a tipa está louquíssima por ti. E tens olhos na cara, portanto reparas o quanto ela é atraente. – sorriu e olhou o loiro.

- Fui bastante explicito á uns dias atrás. Não estou minimamente interessado em rapariga alguma. – moveu a cabeça e a longa franja moveu-se, revelando um pouco do olho, até á hora, oculto pelo cabelo.

- Isso foi á uns dias, meu! – Juka exclamou – Não tens necessidades. Vontade de te relacionares, tudo na honestidade… -acrescentava rapidamente perante o olhar ameaçador de que o amigo o fizera alvo – de ter uma namorada. Candidatas não te faltam. És o gajo mais procurado de todos nós e o mais parvo, sim porque é parvoíce nem te interessares em conhecer uma rapariga que seja.
Kei deixou de olhar o seu amigo e colega. Porque raio insistiam tanto em que ele travasse sérios conhecimentos com uma rapariga? Quando ele visse uma rapariga que chame pela sua atenção, ele iria meter-se; até lá…era escusado insistirem.

Liana havia-se cansado de apostar tudo no loiro de madeixas negras, realmente ele não estava interessado, nem que ela se despisse á sua frente. Era frustrante. Sentou-se pesadamente no sofá que rodeava a mesa onde o grupo está, soprou impaciente e bebeu de uma vez todo o copo de bebida que lhe pertence.
O mais acertado a fazer era partir á aventura e o seu bilhete surgira um pouco mais á sua frente, Juka. Era giro, louco, boémio como ela mesma e gostava do que via em si…porque não. Encolheu os ombros e trocou olhares intensos com o baixista, este mostra-se claramente divertido.

Minori estava a caminhar para um pleno estado alcoolizado, olhou rapidamente o seu relógio de pulso, mal passava das 02h da noite, sorriu e olhou Ian de modo desafiante, era a vez de ele pagar a rodada; o rapaz havia compreendido e sussurrou algo a Adam, pouco depois os dois foram a caminho do balcão.

[+++]

            Ter pleno conhecimento de quando era observado de modo insistente, havia sido algo que Kei tinha aperfeiçoado desde que entrara para a banda, portanto procurou com o seu olhar quem o observava; algo o deixou hesitante…exactamente quem o olhava. Uma rapariga, deveria ser das suas idades, o seu longo cabelo negro e ondulado chamara mais pela atenção do rapaz, bem cuidado e de um tamanho considerável, uma vez que terminava após o peito dela; suspirou, poderia apostar que era ela…a mesma pessoa que havia surgido do Castelo na outra manhã; a rapariga tinha feições muito atraentes, notava-se que era de uma origem europeia mas a sua postura era demasiado educacional; ela mantinha os delicados braços descaídos ao longo do seu corpo e de mãos dentro dos bolsos das suas calças justas e escuras; a blusa simples e decotada tornava-a meio erótica de um modo simples; os lábios finos e de tom rosado, os olhos claramente claros mas Kei não percebia dali qual a sua exacta cor; notou que o corpo dela estava treinado pois parecia ter sido moldada.
A morena sorriu suavemente para ele, sim, sem duvida que era a dita tipa que os havia informado que era plenamente proibido entrar no castelo, confirmação a 100% seria quando lhe ouvisse a voz.
algumas pessoas passaram á frente da rapariga e quando Kei obtivera de novo visualização daquele local, a rapariga tinha desaparecido por entre toda aquela gente.

- Algum problema? – aquela voz feminina sussurrou-lhe ao ouvido, o loirinho sorriu e sentiu a calma respiração da morena a lhe embater na nuca, sem duvida era a tipa do castelo, a sua voz suave e de tom tranquilo não poderia ser enganosa.

- Que queres por aqui? Tão longe do castelo? – ele questionou calmamente, olhando apenas para o seu lado, para poder perceber bem as palavras da morena.

- Eu saiu, sabes! Tu é que não costumas sair. – ela informou-o – Senão, certamente que já nos tínhamos encontrado…

- Podias continuar a nos observar. Afinal naquela manhã, seguiram todos os nossos passos.

- Seguiram? – ela repetiu

- Ao contrario dos restantes… - olhava figurativamente os que vislumbrava do grupo – eu sou bem mais atento ao que me rodeia.

- Pergunto-me onde adquiriste o teu treino. – ela falou num tom mais divertido.

- Bem longe deste país. – ele respondeu.
Minori tinha bem reparado na morena de cabelos longos que falava algo atrás de Kei, para este; nunca vira ele falar tanto num espaço de um único minuto, portanto ou a conhecia ou algo escapava ali. A rapariga olhou-a directamente, dando a entender que sabia que era observada por si, Minori nem disfarçou nada, não se iria dar a esse trabalho todo, não mesmo. A rapariga sorriu satisfeita e endireitou-se, por fim o rapaz loiro de origem oriental olhou atrás, observando-a correctamente; a morena continuava a sorrir.

- Quem és? – Kei questionou-lhe

- Satski. – ela respondeu prontamente – Sayonara – despediu-se e começou a se afastar nas calmas, acabando por desaparecer por entre as pessoas.

- Finalmente a travar conhecimentos com uma rapariga bonita, Kei. – Minori falou assim que se sentou ao lado deste, foi observada demoradamente e em silencio, ela nem se moveu.

- És demasiado curiosa, não? – perguntou-lhe

- Quase sempre. – informou ela – Quem era a morenaça? – sorriu-lhe

- A tipa do castelo. – ele disse

- Desculpa? – pestanejou

- É a verdade, Minori. – ele falou confiante

- Mas… - voltava a pestanejar

- Parece que não vivem em clausura no Castelo da colina. – viu Ian e Adam a regressar á mesa

- Nunca…a vi. – disse com calma

- Eu também não. – o guitarrista respondeu com toda a sua calma de sempre – Não és a única pessoa curiosa na região. – sorriu ligeiramente. O rapaz não podia sorrir daquele modo tão fofinho como o que acabara de fazer, não perto de uma rapariga que o achava atraente e era ela mesma, porque se fosse Liana ou outra fã dele qualquer, tinha ali um orgasmo ou coisa parecida. Kei era demasiado perigoso devido a todo aquele jeito pacato, fofinho e beleza. Assustador.
A bebida que Adam lhe entregava tinha chegado mesmo a tempo.

Liana tinha-se de facto se dedicado ao factor “Juka”, mas mesmo que de momento se estivesse a dar bastante bem com o baixista de cabelos loiro escuro, ela não conseguia passar para lá das conversas, simplesmente não conseguia. Naqueles sofás em circulo, que circundam a mesa daquele grupo, Kei encontrava-se sentado justamente de frente para a melhor amiga de Minori e Juka, o rapaz parecia razoavelmente mais animado do que á minutos atrás, talvez tivesse sido culpa daquela morena lindíssima de cabelos compridos que havia trocado rápidas palavras com ele, Liana não sabia quem era a rapariga mas esta não havia passado de despercebida. Minori dançava alegremente junto de Ian e Adam, os três juntos caminhavam para um estado alcoólico repleto de graça; Juka havia encontrado uns conhecidos seus; Tay simplesmente havia sumido de vista e Liana estava ali a ver a quantidade de miúdas que rondavam aquela mesa, delirando por qualquer um dos rapazes da banda e matar mentalmente cada uma das duas amigas que estavam a acompanha-los naquela noitada de sábado; nesses momentos a rapariga sentia-se superior, porque graças á paixão da sua melhor amiga pelo vocalista da banda e á sua boca solta, ela estava ali de bem junto dos elementos da banda.
Kei estava puramente excitante, o rapaz mantinha-se encostado ao sofá, mãos colocadas sobre as costas deste, cada uma de seu lado, copo de bebida na mão direita, expressão tranquila e olhar atento a tudo em seu redor, inclusive a Liana que não conseguia evitar de olhá-lo. «O fruto proibido é o mais apetecido», ela recordava, se quem escreveu isso soube-se o quanto iria ter razão…; porque a olhava ele daquele modo tão penetrante, quer dizer, ele nem tem o mínimo interesse físico que seja pela de cabelos curtos, mas o modo intenso como ele olha tanto para ela como para outros chega a arrepiar bastante.
Juka era quem tinha razão…o álcool era aquilo que precisavam em casos de desespero e ausência de recursos.