Diria que dormi muito bem. Tae está tomando um banho. Só sei porque ouço o som do chuveiro. Saiu de toalha e ainda não tinha percebido que havia acordado.
Procurou uma roupa e resmungou ao ver que a blusa que queria usar estava amassada. A jogou de lado e procurou outra que combinasse com aquela calça.
- Aigoo...- reclamou e se virou quando eu ri. - Wah! Você acordou...- fez uma careta e subiu em cima de mim, me beijando.
- É...
- Por que não falou? - fez biquinho.
- Porque eu estava adorando te ver desesperado.
- Não é legal. Não tem uma roupa que combine nessa porra.
- Não fica chateado.
- Mas eu gostava de viver lá. Era apertadinho, tinha o Jimin, o video-game, Jin ia lá fazer comida...
- Acho que pode ir então. Se não vai sentir falta de mim também, pode voltar. - me viro e apoio a cabeça nas mãos.
- Jagi..., é óbvio que vou sentir sua falta. Na verdade, eu te quero lá. - deita sobre minha bunda.
- Minha casa é grande, luxuosa, de bom gosto...vou senti falta dela.
- Precisa mesmo vender?
- Ue...quer que eu tenha suas casas? Tá louco?
- Eu te ajudo a pagar.
- Não é isso. Tantas pessoas precisando de uma casa pra morar e nós podemos comprar duas se quisermos.
- É a vida...
- Mas é tão injusta. Me sinto mal.
- Está bem. Vamos vender e, se quiser, doar para uma instituição de caridade. - sorrio.
- Isso seria ótimo. - me viro e seguro seu rosto.
....
Resolvemos fazer o que disse e, alguns dias depois, viemos em um orfanato. Todos eram tão necessitados. O coração chega a sair pela boca.
- Você é a (S/N) da televisão? - assenti envergonhada. Só as crianças têm esse poder e essa tinha cinco aninhos. - Me dá um autógrafo?
- Claro, meu amor. - me agaichei e anotei em seu caderninho.
- Obrigada. - fica com vergonha. - Posso te dar um abraço?
- Claro que pode. - pulou e agarrou meu pescoço em um abraço apertado.
- Sunin, não atrapalhe os visitantes. - a cuidadora chama sua atenção.
- Oh não, está tudo bem. - a deixei brincar com os amiguinhos dela e segui a moça junto de Tae para discutirmos os termos.
- Então, o que os traz aqui? - se senta na cadeira.
- Queríamos fazer uma doação desse valor. - mostro um cheque.
Seus olhos arregalaram.
- E-estão falando sério? - ficou muito surpresa.
- Sim. Essas crianças têm um futuro pela frente e acredito ser difícil de bancar tantas.
- Aham...
- Não nos leve a mal, mas precisam de suprimentos, certo? - Tae a questiona.
- Claro, óbvio. Mas...acredito que as crianças daqui nem sabem o quão difícil a situação se tornou. Eu agradeço muito. - se reverenciou.
- A senhora me deixa ter uma palavrinha com a Sunin antes de ir?
- O que quiser. - sorriu nervosa.
- Okay. - me levantei e Tae me olha curioso.
Estavam correndo pelo pátio e acenei para ela. Veio sorridente e me abraçou. A peguei no colo e beijei sua bochecha.
- Seja uma boa garota, Sun. - corou.
- Aish...Unnie. - arruma o cabelo. - Você tem mesmo que ir? - abraçou meu pescoço.
- Eu tenho que trabalhar.
- Pra eu te ver cantar! - comemorou.
- Isso. - rio. - Não esqueça de seus estudos, se esforce, tudo é possível.
- Queria ser como você. - a coloco no chão e fico na sua altura.
- Vou te contar um segredo: - sorriu. - eu também sou órfã e hoje faço sucesso e posso ajudar aos outros, como você. Tente o que quiser. Uma hora alguém vai te dar a mão e conquistará tudo que sempre quis.
- Unnie...não tem Appa nem Omma? - neguei.
- Eu estou aqui desde os dois aninhos. - mostrou nos dedos.
- E eu desde que nasci. - me abraçou.
- Me leva com você. - disse baixinho.
- Não posso. Tenho que voltar para os meus afazeres.
- Me adota. - enxugo suas lágrimas.
- Não posso mesmo. - me sensibilizei.
- Jagi, vamos? Estamos atrasados. - Tae me chama.
- Calma aí. Fica bem, minha linda. - beijo sua testa e deixo meu bracelete com ela.
A vi abaixar a cabeça quando entrei no carro escuro. Ele segurou minha mão e suspirei.
- Era eu. Ela era eu ali. - sussurrei.
- Não fique assim. - me abraça.
- O pior é que eu não posso adotar ninguém agora. Queria tanto tirá-la desse sofrimento o mais cedo possível.
- Jagiya, não podemos fazer mais do que o que já fizemos.
- Tem razão. Senhor Geun me mataria na certa.
- Ele provavelmente faria, pois sua carreira está decolando.
- Aigoo...- me espremo em seus braços.
- Calma, meu amorzinho. Logo teremos um montão de filhos correndo pela casa.
- Quer me deixar louca? - rimos.
....
Taehyung ON~
Providenciamos também, em seguida, a minha volta pra casa. Jimin-shi ficou muito feliz porque disse se sentir sozinho depois que Jungkook arranjou uma namorada.
- Jimin-ah! - o chamei e veio saltitante.
- Fale.
- Cadê o meu vídeo-game?!
- É...- fica sem graça.
- Aigoo! - começo a bater nele.
- Eu vou trazer! Para garoto! - cruzei os braços e sinto falta da (S/N).
- Ela podia estar aqui agora...
- Toma. - coloca em cima da mesinha.
- Pode arrumar. - resmungou enquanto coloca no lugar.
- Aish...
- Eu sei que sentiu a minha falta. - dou uma chave de braço nele.
- Me solta, troglodita! - se debateu.
- Para de reclamar. Me roubou e quer discutir quem está certo aqui?
- Esquece...
- Vamos jogar, então?
- Isso! - comemorou e sentamos no chão.
Depois de um tempo, (S/N) chegou e nos olhou entediada. Continuamos a jogar por um tempo até que deu a hora da janta e ela levantou irritada. Foi até o quarto e voltou arrumada.
- Aonde vai? - dei pausa.
- Vou jantar.
- Sozinha?
- Não quero atrapalhar. - saiu sem dizer mais nada e Jimin fala pra continuarmos.
- Temos que colocar em dia! - me balançou e concordei com cabeça.
....
Ainda mais tarde, quando paramos de jogar, fiquei um pouco incomodado por tê-la deixado daquela forma, sozinha e chateada.
- Vai aonde? - Jimin pergunta.
- Atrás dela. - pego um cardigã e um cachecol.
- Mas...
- ChimChim, ela é minha namorada e já a deixei tempo demais sozinha.
- Você quem sabe. - se senta no meu sofá.
- Vai ficar aí? - disse antes de sair. - Pretendo chegar e...né.
- Ai, seu pervertido. - saiu comigo.
- Olha que m fala! - riu e foi pro seu apartamento.
Andei até o restaurante que costuma ir, mas o maître disse que ela não estava.
- Desculpe.
- Não. - levanto a mão. - Está tudo bem. - bagundo meu cabelo frustrado.
Saiu dali a procura dela e vejo o motorista dela do outro lado da rua.
- Motorista? - me olha surpreso.
- Senhor Kim. - se reverencia.
- Cadê ela?
- Está jantando com o senhor Tuan.
- Tuan...
- Mark, como ela diz. - franzi o cenho.
- Ela está jantando com ele?!
- Sim.
- Quando foi que ele saiu do hospital?
- Hoje cedo.
- Obrigado. - me reverencio e vou até o restaurante em frente.
Ele era muito chique e revestido de madeira, muito romântico e quente. Ao entrar, alguns olhares ficam sobre mim e vieram me atender de prontidão.
- Senhor Kim, o que deseja? - o maître me recebe.
- Eu estou aqui para encontrar uma pessoa.
- Quem?
- (S/N).
- Ela está lá em cima. - me acompanhou e paramos em uma sacada.
Tinham menos pessoas que o salão principal, mas um número considerável.
- Taehyung? Terminou de jogar? - fala com um sorriso sarcástico.
- Sim. - me sento ao seu lado.
- Podia ter ficado lá. - senti o cheiro de vinho.
Mark nos olhava pacientemente. Segurei em seu queixo e me largou.
- Iah! - foi informal. - Eu quero jantar sem você hoje. Ficou com o Jimin o dia todo, agora é minha vez.
- Mas eu não como ainda e não vou te deixar sozinha.
- Eu não estou sozinha. - se afasta de mim e segura a mão de Mark.
Ela bêbada é pior que o capeta. Mark queria esconder a cara de tanta vergonha.
- (S/N), vamos pra casa. - tento tirá-la dali.
- Não. Ou eu faço um escândalo. - me ameaça.
- Aish...- dei as costas.
- Boa noite, Kim Taehyung. - Mark se despede.
- Pra você também, Tuan.
- O senhor não vai ficar? - o maître pergunta.
- Não, essa mulher é louca. - riu soprado. - Não conte à ninguém o que eu disse. - rio sem humor e vou embora.
Me joguei na cama assim que cheguei em casa. Sei que não vem pra cá. Sei que vai levá-lo pra casa dela. Sei que ela está bêbada e faz isso sem saber o quanto isso me magoa. Mas eu confio nele. Sei que posso.
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