História Just for Benefits ( Yixing Long Imagine ) - Questions

Me tranquei na minha sala e senti que minha cabeça ia explodir. Meus pensamentos estavam atordoados; ele realmente tinha parado de falar comigo, isso já era óbvio, mas será que foi uma crise de consciência e na verdade eu era a outra?

Nós dois podemos sair com qualquer um, então porque isso me deixou tão mal?

Talvez porque agora o Yixing não é mais um cara com quem eu transo, não é o cara que eu só falo quando preciso “relaxar”, eu definitivamente sinto muito mais do que uma simples "amizade colorida”, eu fui idiota e me apaixonei por ele.

-Você é muito estúpida __________! - bati na minha cabeça três vezes

Enquanto eu passava por uma pequena crise existencial, meu celular começou a tocar e eu o ignorei, mas como a ligação foi feita novamente, atendi só pra não precisar ouvir aquele toque de novo.

-Que?

-__________?

-Oi Chanyeol.

-Tudo bem? Você tá parecendo meio triste.

-Só cansada mesmo.

-Então você não dormiu ontem né?

-O que? Ah sim, dormi muito até, só um dia estressante.

-Mas você ainda vai comer a pizza comigo certo?

-Sim.

-Então você me encontra na pizzaria ou eu vou te pegar?

-Eu te encontro lá.

-Olha, você tem certeza que não aconteceu nadinha? Sua voz tá tão triste.

-Não se preocupa, coisa minha. Até mais tarde.

-Até.

Sendo sincera, eu não tava com o menor saco pra sair e fingir ser a pessoa feliz e simpática de comercial de  margarina, queria ficar em casa, de pijama, jogada na cama e me sentindo uma estúpida.

Depois de ficar olhando fixamente um mesmo ponto na minha mesa, tomei coragem de pelo o menos fazer metade do que eu deveria, mas mesmo assim, minha mente vagava na ideia do Yixing dormir com outra.

Não sei como isso aconteceu, até porque eu sabia que ele dormia com outras no começo de tudo, mas agora que eu sei/admito que gosto dele, me parece a coisa mais fácil do mundo falar sobre o que eu mais gosto dele.

Pra começar o sorriso dele que é simplesmente lindo, principalmente pela covinha que aparece quando ele se empolga rindo; depois o jeito que o cabelo dele fica quando ele acorda; ou quando ele não quer se mexer ao acordar; o jeito que ele me segura quando me beija, como se eu fosse frágil e ele precisasse garantir minha segurança. Resumindo em poucas palavras/uma única, ele.

-Você não dá sorte mesmo __________ - falei enquanto olhava alguns papéis sem me concentrar neles.

Depois de uma dolorosa tarde de trabalho, eu finalmente fui pra casa ser feliz, ou nem tanto, já que lembrei que precisava ficar decente pra me encontrar com o Chanyeol.

Depois de reunir o pouco de coragem que tinha, me levantei do sofá e fui tomar um banho pra despertar. Botei uma calça jeans escura e uma blusa caída no ombro, não tinha vontade de me arrumar nem pensar muito sobre o que usar numa pizzaria, nem maquiagem simples, nem um penteado melhor que um rabo de cavalo.

Como eu pretendia beber, decidi ir de táxi e acabei chegando 15 minutos depois do combinado. Eu me senti culpada, e durante todo caminho, mandei cerca de 4 mensagens dizendo que eu não ia demorar, mesmo que ele não me respondesse.

Ao chegar, ele ainda não tinha chegado e eu deduzi que como o trânsito estava muito grande por conta da hora, essa seria a razão pra ele não ter chegado.

-Desculpa - ele disse quando chegou sentando na minha frente.

-Tudo bem, o trânsito tá bem grande.

-O que aconteceu? Você tá triste. - perguntou passando a mão no meu rosto e eu neguei, tentando dar meu melhor sorriso.

-Eu só tô cansada, e com fome.

-Então vamos pedir. - disse sorrindo depois de me dar um selinho.

Passamos a noite conversando, todo assunto que falávamos parecia ser a coisa mais divertida do mundo, e quando ele sorria eu lembrava de porque percebi que ele não era só um amigo.

-Com licença, desculpe atrapalhar a conversa, mas nós precisamos fechar - a garçonete chamou nossa atenção e nós rimos. Mais uma vez nós não controlamos o horário.

-Tudo bem - ele disse levantando já que a conta já havia sido paga - Vamos.

-A gente precisa controlar o tempo, definitivamente. - comentou rindo enquanto segurava minha mão.

-Você quer ir lá pra casa?

-O que?

-Sabe, ainda ta cedo, dá pra gente conversar mais. - disse nervosa não só pelo fato de ter o chamado, como ter mentido, já que ia dar 00:00.

-Me parece uma ótima ideia.

-Então… você pode me dar uma carona?

-O que aconteceu com seu carro?

-Troquei ele por um táxi.

-Espero que você não decida me trocar também - disse rindo assim que destravou o carro e abriu a porta.

Mesmo tentando ignorar o comentário dele eu não conseguia. Então ele achava que a gente tava junto de novo? Chamar ele pra minha casa teve esse efeito todo? Eu devia dizer que tinha mudado de ideia?

-Então você e aquele cara tiveram alguma coisa? - ele perguntou concentrado na rua, me chamando atenção e distraindo dos meus pensamentos.

-Não - tentei parecer segura com a informação, mas obviamente falhei.

-Pode falar a verdade, não posso te culpar por ter ficado com outra pessoa.

-Mais ou menos.

-O que significa mais ou menos?

-A gente saia, mas não era nada sério.

-Você. Tendo uma amizade colorida? - perguntou claramente surpreso e eu concordei tentando esconder meu rosto.

-Mas já acabou, ele achou uma pessoa.

-E por isso você tá triste?

-O que?! Não, claro que não, eu não gosto dele - disse a última parte mais pra tentar me convencer do que a ele.

-A quanto tempo acabou a história de vocês?

-Um mês mais ou menos.

-E vocês se falam normalmente?

-Não.

Essa minha resposta causou um desconforto palpável no carro. Era como se tivesse sido a resposta curta e objetiva sobre uma pergunta que ele queria fazer, só não sabia como: Você queria ter acabado?

-Ele pelo o menos deixou o caminho livre - o ouvi murmurar e pude ver um sorriso animado brotar em seus lábios.

-Você quer beber alguma coisa específica? - perguntei depois que entramos.

-Não sei, qualquer coisa.

-Vinho? - perguntei indo até a cozinha e ele concordou.

-Você bebia menos - ele comentou assim que entreguei uma taça com o vinho.

-As pessoas mudam em dois anos - dei um gole no líquido escuro e senti meu corpo aquecer.

-Eu senti a indireta.

-Não foi indireta, foi uma super direta - disse sorrindo, sentindo que o álcool que bebi enquanto comíamos já tinha sido suficiente pra me fazer perder o filtro do que falava.

-Você sabe que por mim, esses dois anos podem ser recuperados a partir de hoje.

-E o que te faz pensar que eu quero recuperar? - terminei a taça e me preparei pra enche-la novamente, quando ele a tirou da minha mão e me puxou pra um beijo desesperado.

Enquanto eu correspondia, arranhando sua nuca, senti meu corpo ser deitado no chão e logo ele subiu em mim, passando a mão por minha coxa e cravando as unhas curtas na pele ainda coberta pelo tecido jeans.

Eu devia corresponder a esse nível de proximidade? Não, claro que não, não tava com cabeça pra pensar em fazer sexo com ninguém. Eu ia parar? Claro que não. Negar que o Chanyeol ainda me afeta seria uma mentira desnecessária, mas eu sei que não é mais do mesmo jeito, como quando nos conhecemos, como quando começamos a namorar. De qualquer forma, eu queria fazer isso, voltar à uma história antiga, concluir algo ou até não, mas ficar com ele.

Pra mim, álcool não faz a pessoa agir aleatoriamente, e sim fazer o que ela quer mas não faz por ter algo de consciência. Justamente por isso eu sei que eu quero isso, mesmo que não deva.

-Quer ir pra o quarto? - ele perguntou contra meu pescoço, com a voz pesada e mais rouca que o normal, talvez pelos movimentos que meu quadril fazia, se chocando com a ereção já evidente dele.

-Não - respondi tirando a camisa que o cobria e tive a nítida visão do corpo, agora mais definido.

-Não vou fazer isso, depois de tanto tempo, no chão. - assim que ele concluiu a frase, senti meu corpo ser erguido e enrolei minhas pernas na sua cintura e logo meu corpo se chocou contra a superfície macia do sofá.

Não, o que eu sentia não chegava nem perto de quando era o Yixing. As mãos dele pareciam sempre saber onde me tocar, a boca dele era mais macia e doce, o corpo dele mais quente. O Chanyeol não era assim, não mais. Os toques não me completavam como os do Yixing, os beijos não me causavam um nó no estômago como os do Yixing, a respiração contra minha pele não me causava arrepios como os causados pelo Yixing.

Apesar de tudo, eu precisava esquecer o Yixing, nem que só por hoje. Nem que sofresse o resto da vida, mas eu precisava.

-Channie - gemi quando sua boca encontrou meus seios e puxei seu cabelo. Não tinha sequer notado que ele tinha tirado minha blusa e sutiã.

-Isso na sua voz parece tão melhor - sua voz dizia sobre o seio esquerdo enquanto eu me arqueava no sofá, buscando por qualquer contato que aliviasse a sensação incômoda e prazerosa que se formava entre minhas pernas.

Minhas mãos desceram por suas costas, sentindo seus músculos tensos, até a barra da calça que usava, voltando até a frente para conseguir desabotoar.

Sua boca voltou a meu pescoço, chupando lugares específicos, que não causavam o mesmo efeito quando a boca do Yixing fazia, mas eu não podia pensar nele, não agora.

-Vai logo Chan - pedi mexendo mais precisamente meu quadril, arrancando um gemido dele, que mordeu meu pescoço.

-Você é tão gostosa - suas palavras eram quase rosnadas enquanto suas mãos pesadas desciam a calça por minhas pernas.

Em questão de segundos, logo o senti entrar em mim, me fazendo puxar seus cabelos e gemer alto. Seus olhos estavam fechados e suas sobrancelhas franzidas, o dando uma expressão de concentração que era bonita de se ver (pensar em outro não implica em me deixar cega).

De repente, senti minha mente divagar completamente, e ao olhar pra ele, eu não via mais o Chanyeol, não via mais aquele por quem me apaixonei perdidamente quando era mais nova e sofri horrores quando descobri o que ele fez. Agora eu via a pessoa que sempre que me beijava, fazia meu coração bater mais forte.

Esse tipo de coisa não parecia ser real, não parecia ser possível olhar para uma pessoa e ver outra. Mas aconteceu comigo, não era o Chanyeol, era o Yixing. E também algo que eu não esperava aconteceu, o sexo ficou melhor. A ideia de ter o Yixing tão perto de mim, foi suficiente para meu corpo passar a corresponder a cada estocadas que ele fazia, apertando seus ombros e gemendo cada vez mais alto.

-Mais rápido oppa - pedi quase desesperada, fechando os olhos enquanto sentia meu corpo começar a reagir cada vez mais.

Meus olhos se fecharam com força, causando pontos brancos na visão escura, minha respiração começou a ficar mais pesada e logo atingi o ápice, sendo seguida por ele algumas estocadas depois.

-Você continua incrível - ele disse enquanto beijava meu rosto. Como um passe de mágica, a visão da pessoa que eu mais queria desapareceu, dando espaço para que eu visse quem realmente era.

Eu só queria dormir e esquecer o que acabou de acontecer, não que o Chanyeol tenha sido ruim, eu que não tinha cabeça e vontade de fazer.

-Eu quero ir pra cama - murmurei passando a mão pelo ombro dele e o vi me olhar com um sorriso. -Não nesse sentido idiota.

-Tudo bem, já foi um começo - disse antes de me dar um beijo rápido e levantar, vestindo a cueca e me estendendo a camiseta escura que usava.

Dormir sentindo o corpo dele tão próximo foi uma sensação estranha, quase como se aquilo fosse errado e incômodo. Ele pensaria que isso seria um recomeço? Eu devia deixar claro que nada aconteceria depois disso? Deveria tentar esquecer o Yixing? Seria errado usar o Chanyeol, ou eu não estou usando ele?

Infelizmente, todas essas perguntas não têm respostas no meu mundo.