História Just for Benefits ( Yixing Long Imagine ) - Tell me

Depois de uma sequência de dias ruins, no tão esperado fim de semana o que eu vou fazer? Relembrar indiretamente tudo que aconteceu, e o melhor de tudo, na adorável companhia da pessoa que meu lado ruim e egoísta quer usar pra esquecer o que realmente me aflinge.

-Vamos lá __________, é só uma saidinha. Nada vai acontecer. - repetia enquanto olhava minhas roupas.

Mais uma vez, não tinha o menor saco pra sair, e até liguei para o Chanyeol com uma desculpa perfeitamente arquitetada na minha cabeça, mas infelizmente ele não atendeu, e só não aparecer seria bem mal educado.

Como não tava afim de vestir muita coisa por ter que pensar em combinação, escolhi um vestido simples que batia um pouco depois do meio da coxa e que era arrumado o suficiente para não precisar de mais nenhuma super produção. Uma rasteira que iria aliviar meu pé que passou a semana no salto alto. Um rabo de cavalo normal e a maquiagem extremamente básica.

Fiquei mexendo no celular por um bom tempo até que olhei o relógio e vi que já tinham passado 30 minutos da hora que marcamos.

Ótimo, agora você vai chegar super atrasada sua idiota.

Peguei minha bolsa e chaves e fui até a garagem. Infelizmente o universo resolveu conspirar contra mim, e justo agora, a droga do meu querido carro não pegou. Nem depois da 20° vez que rodei a chave e dei partida.

-Era só o que faltava - choraminguei encostando a testa no volante.

O que eu menos precisava agora era um carro quebrado para levar todo o pouco de paciência e foco que restavam em mim.

Talvez essa tenha sido uma medida desesperada do cosmos para me dizer “amiga, não vai. Fica em casa de pijama”. Infelizmente, o Chanyeol não atendeu, e mais uma vez, meu lado moral e consciente disse que seria um absurdo deixá-lo plantando.

Sai do carro, refiz o caminho até a entrada, entrei em casa e liguei para um táxi.

Mesmo sem saco, me arrumei e até liguei para um táxi.

Eu realmente sou covarde.

Sequer a iniciativa de seguir minhas vontades eu tenho. Preferi simplesmente esquecer tudo que meu corpo e cabeça mandavam e optei por agradar uma vontade que não era a minha.

Assim que o táxi chegou, dentro de 20 minutos cheguei ao bar que o Chanyeol me deu o endereço. Um lugar até aconchegante diga-se de passagem.

Peguei um banco perto do balcão depois de procurá-lo sem sucesso, e pedi um martini. Assim como no dia em que Yixing e eu nos falamos pela primeira vez.

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-A Senhorita vai beber apenas isso? - perguntou o Barman se aproximando da única pessoa naquele balcão, que em quase 40 minutos, mal tinha tomado a primeira bebida.

-Sim, depois eu peço outro - disse tentando não ser ignorante com o coitado que não tinha nada com meus problemas.

Preferi não falar sobre esperar uma pessoa. No fundo, algo me dizia que ele não viria, e se esse algo tivesse certo, o que eu menos precisava, era passar a vergonha de ter levado um bolo.

Dos 40 minutos, meu primeiro drink durou 50 minutos, logo depois 1 hora e seus dois dedos restantes duraram mais 30 minutos.

Exatamente, 1 hora e 30 minutos, não tinha recebido sequer uma notícia. Nem um aviso de misericórdia para mulher triste e sozinha em um bar. Nem um sinal de fogo para a mulher que teve que levar cantadas péssimas de 2 bêbados que só saíram por conta do barman.

Enquanto eu bebia os dois dedos restantes do Martini, olhava a tela do instagram tentando parecer não me importar com o terceiro Senhor de meia idade que insistia em começar uma conversa comigo, e foi quando vi não uma, mas duas fotos atuais do Chanyeol. Por atuais, deixe-me explicar, quero dizer 1 minuto antes do momento que visualizei.

Na primeira foto, ele estava abraçado a uma garota coreana, que preciso admitir, era muito bonita. Os dois sorriam felizes, com uma mesa repleta de garrafas que deduzi serem de soju. Na segunda foto, não se podia ver o rosto deles , não por mal posicionamento da câmera, e sim porque eles praticamente se engoliam.

Se na primeira foto eles pareciam felizes, na segunda eu tive certeza que estavam. Mesmo com as bocas praticamente se fundindo, o sorriso que Chanyeol tinha era notável, assim como a garota misteriosa e bonita.

Ok. Isso me afetou. Mas não do jeito que pensei. Eu fiquei mais com raiva dele ter sequer me avisado, do que de vê-lo trocando quase a alma com essa desconhecida. Eu perdi preciosos minutos me arrumando, vindo até aqui e o esperando. Perdi a paciência e dignidade ouvindo cantadas sujas de velhos solteiros e pervertidos. E isso tudo pra quê? Pra nada.

Era isso. Eu definitivamente tinha o dedo podre. Até agora, a única coisa que deu certo foi minha amizade com o Jongin, justamente por ser só amizade.

Recolhi o pouco que me restava de auto estima e orgulho, paguei a única coisa que consumi, peguei minha bolsa, passei direto pelo terceiro pervertido da noite bolsa e decidi voltar pra casa. Por pura sorte, o ponto de de táxi estava completamente vazio e o que me restou foi ficar sozinha, de noite, 22:40, com frio por conta da chuva que tinha começado a cair, me sentindo o mais estúpida o possível.

Minha vontade era simplesmente me jogar na calçada e chorar, esse dia não podia ficar pior, me sentia humilhada e idiota por acreditar que isso poderia dar certo.

-__________? - uma voz me chamou e eu olhei relutante por não querer se associada a essa situação.

Sério? O Yixing?!

-O que você tá fazendo aqui a essa hora? - sacudi a cabeça e continuei olhando pra trás esperando o táxi. Nesse instante, algumas lágrimas insistentes desceram.

-Entra aqui.

-Não precisa - respondi o mais seca possível.

-Você não acha que tá um pouco tarde pra você tá sozinha na rua? Além do mais tá chovendo, você vai ficar doente.

-Não.

-Entra logo _________.

-Pode ir, daqui a pouco chega um táxi. - continuei sem o olhar, o que eu menos precisava era que ele me visse nesse estado.

Comecei a mexer a perna aflita pelo olhar dele não sair de mim, logo ouvi a porta do carro abrir e em poucos segundos ele apareceu na minha frente.

Ao invés de me puxar, ele parou ao meu lado e cruzou os braços enquanto olhava a mesma direção que eu.

-O que você tá fazendo?

-Não vou te deixar sozinha.

-Não preciso de um segurança, pode ir.

-Se você não entrar no meu carro eu vou ficar aqui.

-Yixing… - falei sem paciência e ele me olhou como se não tivesse nenhum problema em ficar na chuva comigo, quando tinha um carro com aquecedor o esperando.

Minhas palavras sumiram quando notei o quanto ele ficava lindo com as gotas da chuva que desciam do seu cabelo preto, formando uma franja que cobria até a altura de seus olhos, para seu rosto que ao meu ver é perfeito.

Mais uma vez essa sensação de borboletas no estômago me atingiu só pelo fato da situação envolvê-lo.

-Você vai ficar doente - falei com uma nova aura percorrendo meu corpo e deixando meu tom de voz preocupado, o que arrancou um sorriso dele.

-Entendeu do que eu to falando? - perguntou com um pequeno sorriso.

-Vem - ele segurou minha mão e me puxou para o carro.

-Yixing me solta - pedi nervosa enquanto tentava me soltar mas ele me segurou mais firme.

-Você não vai ficar aqui sozinha - ele disse antes de abrir a porta e me colocar dentro do veículo, entrando logo depois.

-Quer ir pra casa mesmo? - ele perguntou depois de ligar o aquecedor já que nós tínhamos acabado de ficar ensopados, e eu apenas concordei com cabeça sem o olhar e abracei meu corpo por conta do frio.

O silêncio inevitável e tenso reinou pelos primeiros minutos do trajeto, eu só queria me encolher na minha cama e dormir pra esse dia lixo acabar de uma vez.

-O que você tava fazendo lá?

-Nada. - respondi olhando a janela e o ouvi suspirar.

-Você marcou com alguém e essa pessoa não foi né?

-Não importa.

-Se eu to perguntando é porque importa.

-Sim, eu marquei com uma pessoa e ela não veio. E quer saber mais? Foi com o Chanyeol. Feliz? - disse irritada e ele abaixou a cabeça quando paramos no sinal.

-Por que você tá com esse cara ainda?

-Porque eu achei que ia dar certo.

-E por que você tá assim comigo? - ele perguntou me olhando e eu acabei dando uma risada.

-Eu? Você simplesmente ignora minha existência da noite para o dia, literalmente, e eu que tô estranha com você?!

-__________ - ele começou e eu o interrompi.

-Eu realmente não quero saber porque você fez isso, e eu também não quero conversar.

-Eu queria saber se você realmente não quer mais fazer isso.

-Isso o que?

-Essa coisa que nós fazemos.

-O sexo? - perguntei com um sorriso sarcástico - Não. - virei pra janela e foquei em um ponto aleatório e o olhei tentando controlar todas as emoções que tentavam aflorar.

-Você não se importa mesmo? - o tom de voz que ele usou era quase uma mistura de tristeza com decepção, e eu senti meu coração apertar.

Não comece a chorar _________!

-Não, eu realmente não me importo, sexo se consegue com qualquer um que queira. - falei alto e ele mudou de expressão automaticamente, mesmo que eu apenas conseguisse ver seu perfil.

-Sim.

Agora meu coração tinha parado, eu não queria dizer essas coisas, eu não queria que ele achasse que era apenas sexo, que a presença dele não me trazia conforto, que olhar o sorriso dele não me deixava feliz.

Se antes eu tentava controlar minhas emoções, agora eu não consegui esconder as novas lágrimas que desceram e tentei controlar o resto, enxugando rápido o rosto.

-Ei, olha pra mim - ele tocou meu braço e eu o puxei enquanto amaldiçoava esse engarrafamento inconveniente.

-Por favor ________.

-O que?! - virei irritada e o olhar dele ficou visivelmente culpado. Ele ficou calado me olhando com a mesma expressão, sem dizer uma palavra. - Abre pra eu descer, aqui já tá bom.

O que eu menos me importava era em ficar mais molhada, eu já tinha tido a pior noite da minha vida, falado coisas cruéis para uma pessoa importante, sido deixada de lado por alguém que eu pensei que me achava importante, então ficar gripada seria o menos impactante na minha vida.

-Não, tá chovendo, você vai ficar doente. - ele segurou meu pulso e eu continuei forçando a porta.

-Abre logo - pedi continuando a forçar a porta e senti minha voz ficar mais embargada pelo choro.

Enquanto eu lutava mentalmente para não começar a espernear, senti meu corpo ser puxado e envolvido por com calor reconfortante.

-Calma _________, eu to aqui - ele disse no meu ouvido enquanto me apertava e eu me rendi à vontade de chorar que prendia desde o ponto de táxi.

Instantaneamente meus braços passaram ao redor dele e eu me segurei a ele como se minha vida dependesse desse mínimo contato.

-Me deixa sair Yixing - pedi enquanto chorava na curva do pescoço dele, mesmo que em momento algum eu tentasse o soltar.

-Não vou te deixar.

-Por favor oppa - pedi sem ter certeza sobre o que falava, ele me deixar ir, ou não me deixar.

-Eu não consigo te deixar entendeu? - ele disse segurando meu rosto na altura do dele e pareceu ser simplesmente a pessoa mais sincera do mundo.

Num piscar de olhos, senti a boca dele entrar em contato com a minha de uma forma calma e cuidadosa. Meu corpo estremeceu com a sensação macia, e eu me deixei ser acalmada pelo contato dos nossos lábios.

Antes de ser ainda mais envolvida, lembrei mais uma vez de quando ele passou por mim com aquele cheiro de perfume barato e senti toda a emoção que sentia, ser jogada no lixo.

-Sai - o empurrei e voltei ao meu lugar, me encolhendo no banco e o vi me olhar espantado, sem entender minha reação, e antes que falasse alguma coisa, o carro atrás do nosso buzinou e ele parou de me olhar, voltando a se concentrar na rua.

-Não fica com raiva de mim - ele disse depois de um longo e tenso silêncio.

-Eu não tô com raiva - não olhei pra ele mas senti seu olhar sobre mim.

-Então olha pra mim. - ele pediu virando o corpo para o meu lado.

Eu realmente odiei o fato desse maldito engarrafamento acontecer justamente agora.

-Só agora, por favor.

-Por que você mentiu sobre o Chanyeol? - perguntei ao me virar e ele me olhou assustado.

-Eu não menti.

-Eu sei que o Chanyeol fez muita besteira, mas ele nunca ia machucar uma pessoa do jeito que fez com você, agora me diz a verdade.

-Isso é a verdade - ele disse levantando a blusa e mostrando a cicatriz agora exposta por não ter curativo.

-Ele não ia te cortar de propósito, ele tava com a faca por uns problemas com um cara que ele perdeu o caso, e ele só te cortou porque você tava quase matando ele. Além do mais eu sei que ele nunca falaria aquelas coisas, não importa o que ele fez comigo no passado. Me diz porque você aumentou a história!

-Ele tava com uma faca!

-Eu sei! Mas por que você bateu nele?! - levantei a voz e ele fechou os olhos apertando o volante.

-Me diz logo!! - falei mais irritada pelo silêncio dele e de repente, o pavio curto dele se mostrou existente quando ele jogou o carro para o outro lado da pista, recebendo várias buzinas.

-Você quer saber a verdadeDE _________?