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História Justice - Capítulo I


Escrita por: IasoBlue

Notas do Autor


Olá! Eu fiz algumas mudanças no capítulo já que fazia muito tempo que eu havia escrito e ele precisava de melhoras. Então, agora trago a vocês essa fanfic, modificada, e logo postarei o segundo capítulo.
Sinto muito, @Danielle2004 por ter te deixado esperando por tanto tempo um capítulo novo! Realmente sinto muito! Logo darei um jeito e postarei o capítulo II, eu prometo!
Bom, sejam bem-vindos a vida de Safira Walker.

Capítulo 1 - Capítulo I


Safira se encontrava sentada na sala de estar de sua casa. Em suas mãos estava um livro: "Sons da Noite". Os dedos batucavam suavemente sobre a capa do livro. 

Os olhos negros encaravam aquelas palavras, mas seu cérebro estava em outro lugar. Não importava o quanto ela lesse e relesse cada parágrafo, em sua mente, nada entrava. O motivo? Bem, dentro de sua cabeça uma frase que tinha acabado de ler alguns parágrafos antes ecoava. "Os monstros que antes estavam embaixo da minha cama, agora estão em minha mente.". Algo naquela frase parecia familiar, mas não sabia o que. E não saber a deixava intrigada. 

Com um suspiro cansado e de puro tédio, Safira fechou o livro e o colocou ao seu lado no sofá. Seus olhos ficaram encarando a capa daquele livro por alguns segundos que mais pareceram horas. Estava com a mente atormentada. 

Ela se levantou do velho sofá marrom da sua sala, percebendo somente naquele momento como sua mãe gostava dos móveis antigos, já que não os trocava por novos havia anos. Antigos no sentido de serem realmente velhos, até onde sabia aqueles móveis estavam ali antes mesmo dela nascer.  Mais de quatorze anos. 14 anos. 

Em passos lentos se dirigiu para a cozinha, onde encontrou sua mãe concentrada cortando alguns legumes e verduras.  
Apesar de olhar de soslaio para a mãe, Mari, a garota estava mais interessada em outra coisa naquele recinto. Observava os pequenos potes de vidro que a mãe deixava sobre o balcão, sete no total. Eles eram tão frágeis como flores ou o emocional das pessoas. 
Pegou de dentro do quinto pote um pirulito e antes mesmo que pudesse pensar em colocá-lo na boca, sua mãe o tirou de suas mãos. 

-Mais tarde você poderá comer seus doces. 
Mari, a mãe de Safira, disse. Guardando novamente o pirulito. Sua voz soava como um mensageiro dos ventos. Era suave.  

Frustrada. Safira se sentia frustrada. E, naquele momento, fez uma nota mental: deixar sempre um pote de doces em seu quarto para emergências.  

Não havia mais nada a se fazer na cozinha, pelo menos, Safira não tinha mais nada que fosse interessante para se fazer. (A única coisa era comer seus doces, mas esta não era mais uma opção.). 
Então, em passos arrastados e preguiçosos, a menina de longos cabelos castanhos subia as escadas para ir ao seu quarto.  

A casa não era tão velha quanto seus móveis. Pelo menos, aparentemente não. Safira não sabia dizer quantos anos aquela casa tinha, e seu pai e sua mãe também não faziam ideia, então ficou apenas aquela incógnita.  
Uma pintura em tons de bege e branco decorava as paredes, Safira conseguia quase enxergar o tamanho cuidado que foi utilizado na pintura. Delicadeza.  
Era um longo corredor. As duas primeiras, uma a esquerda e outra a direita, eram os quartos de Safira e do seu irmão Tomas. O quarto no final do corredor era de Mari e Ken, os pais de Tomas e Safira.  

Chegando em frente a porta de seu quarto era como se uma força sobrenatural impedisse Safira de sequer encostar sua mão na maçaneta. A mão dela ficou parada a centímetros da maçaneta enquanto seus olhos encaravam tanto a porta branca como a própria maçaneta dourada como se perguntasse a si mesma por que sentia receio em entrar no próprio quarto. 

Uma eternidade. Foi isso que demorou para enfim Safira balançar para longe fosse lá o que estivesse a incomodando e perturbando com tanta força sua mente. O maldito pressentimento ruim. 

Ao abrir a porta as coisas estavam normais, mesmo olhando em volta não percebeu nada fora do comum.  
"Talvez eu esteja ficando louca...", pensou Safira enquanto entrava e finalmente fechada a porta de seu quarto. 

As paredes eram pintadas em tons de roxo, sendo predominante o roxo escuro. Prateleiras e mais prateleiras repletas de livros sobre psicologia, mistérios da mente humana, fantasia, thriller policial, entre outros. Encostado na parede, no meio do quarto, tem a cama de Safira, lençóis brancos e travesseiros com fronhas também brancas se destacavam em relação ao cobertor preto na beira da cama. Ao lado desta havia um criado-mudo simples, onde em cima estavam o abajur e o relógio digital marcando exatamente 20:00. 

Com rapidez, Safira se deita em sua cama. Colocando os braços atrás da cabeça e encarando o teto.  
Sua mente vagava pelos mais diversos lugares até que, como se uma lâmpada se acendesse sob sua cabeça, ela se lembrou. Tomas, o seu irmão, mandou ela avisar aos seus pais que ele saiu com uns amigos. Porém, ela esqueceu de o fazer. 

"Por que ele não avisou antes de sair batendo a porta de casa?", Safira pensou indignada. 

Tudo o que passava na cabeça da pequena garota era sobre o que o irmão dela foi fazer. Fumar, beber até não conseguir ficar de pé e então voltar para casa sendo carregado pelos amigos. 

Era o tipo de coisa que ela não gostaria de ter que presenciar, além do mais quando ele ficava nesse "estado" sempre a xingava de todos os palavrões existentes – alguns talvez inexistentes. Apesar de ser considerada uma das pessoas mais inteligentes do país - uma superdotada – isso não significava que ela não tinha sentimentos. Ela os tinha, mas optava por não os demonstrar, afinal se deixar os sentimentos tomarem conta o pensamento lógico será atrapalhado. 

O som da campainha ecoa pela casa, tirando Safira de seus pensamentos.  
A morena se levantou correndo e foi olhar pela janela para ver quem era naquele horário, mas não se tornou surpresa ao ver que a pessoa era seu irmão, apoiado em outros dois garotos – seus supostos amigos e aqueles que se diziam anarquistas.  

Em uma velocidade inimaginável Safira abriu a porta de seu quarto e foi até o topo da escada para ver a reação que sua mãe teria ao ver o estado que Tomas entraria em casa. 

Mari abriu a porta e sua cara de espanto seria cômica, se não fosse uma situação trágica para uma mãe (Mesmo que fosse uma situação "normal" para ela já, sempre parecia ficar pior, a deixando cada vez mais chocada.).  Ela nem sequer disse uma palavra aos garotos que levaram Tomas de volta para casa, Mari o puxou pelos cabelos e bateu a porta. 
Uma nova reação. 
Tomas resmungava de dor e xingava enquanto sua mãe o puxava escada a cima pelos cabelos loiros. Mesmo que não tivesse aparecido carregado pelos amigos, seus olhos o entregariam. Os olhos castanhos estavam deixando bem mais do que claro a verdade, mesmo que, Tomas não quisesse. 
Um quarto em especial. Era para onde Mari levou Tomas. Esse era um quarto cheio de coisas relacionadas a religião católica. Sempre que Safira e Tomas faziam algo errado eram obrigados a ficar naquele quartinho fazendo orações, confissões e pedindo perdão a Deus.  
Católica extremista.  

Mesmo que quisesse dizer alguma coisa, Safira sabia que não era um bom momento para isso. Tudo o que ela dissesse seria usado contra ela depois e, além disso, ela acabaria como o irmão: trancada durante duas horas, pelo menos, dentro do quartinho especial. 

Safira voltou para o seu quarto. Os pensamentos mergulhados no motivo da sua realidade parecer tão diferentes das outras pessoas que ela via nas ruas da cidade e, até mesmo, nos filmes. Sentia como se estivesse vivendo uma realidade paralela dos de mais. E ela odiava essa realidade. 

Passaram-se longos e torturantes minutos, até que Safira foi chamada para o jantar.  
Ela se sentou a mesa junto ao seu pai e sua mãe, os observava agradecer pela comida enquanto nem sequer sabia se acreditava naquele tal "Deus". Tudo o que lia na Bíblia parecia tão ficcional para ela e não parecia realmente ser algo que pudesse acreditar. Apesar de algumas coisas serem boas como, por exemplo, a lição de ame ao próximo. 
Existe o bom ateu e o mau ateu. O bom cristão e o mau cristão. 

-Safira, querida – Mari chamou a filha com um sorriso no rosto. -, eu e seu pai estávamos pensando e queríamos saber o que acha de sair um pouco, interagir com outras crianças. 

Safira engasgou com a comida depois do que tinha acabado de ouvir, a fazendo ter um ataque de tosse.  

Após se recuperar um pouco, Safira olhou para a mãe com uma cara chocada, logo depois olhando para seu pai como se perguntasse o motivo deles terem pensado isso. 

Para a pequena Safira havia um grande problema em socializar. Sentia-se travada e não conseguia confiar em qualquer pessoa que se aproximasse dela. Mesmo que ela quisesse que as coisas fossem diferentes, acreditava que tudo estava melhor daquele jeito. Estaria tudo muito melhor enquanto ela estivesse sozinha, pelo menos, na cabeça dela isso fazia sentido. 

-Não - Safira respondeu firme. – Eu não quero. 

Um suspiro decepcionado seguido de um olhar reprovador, essa foi a reação da mãe de Safira.  

Essa foi a décima quinta tentativa dela. 

"Eu queria ir embora daqui...", pensou Safira enquanto voltava a comer. 

Razão e sentimento. Justiça e injustiça. Coragem e medo. Vamos unir o útil ao agradável, Safira?! Espero que se divirta. Boa sorte, garotinha.


Notas Finais


Chegamos ao fim do capítulo! Espero que tenham gostado e se divertido tanto quanto eu.
Obrigada por lerem! <3


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