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História Killer Love - Capítulo 1


Escrita por: cnematic

Capítulo 2 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction Killer Love - Capítulo 1

3 anos depois

Olhando pela janela do trem, o mundo passava mais devagar para Seokjin, que, pela primeira vez desde muito tempo, estampava um sorriso em seu rosto. Hoje, tudo lhe parecia diferente. O modo como as pessoas sempre andavam apressadas nas ruas, ou como o inverno era uma das estações mais belas do ano, decorando tudo com lindos flocos de neve. Era como se enxerga-se o mundo por outra perspectiva. Mas ainda assim, nada seria capaz de tirar o vazio e o aperto em seu peito por ter deixado a sua mãe. Pior ainda, por tê-la deixado com ele. Mas seu padrasto era a questão menos importante em sua vida agora. Além disso, ele levaria algum tempo para se recuperar do estrago que Jin lhe causara. O que mais lhe preocupava no momento era seu futuro. "Como será minha vida a partir de agora? E se o Taeh desistiu de me esperar depois de todos esses anos?" Não! Não podia se permitir ter esses pensamentos pessimistas. Sua vida agora mudaria, assim como ele mesmo mudara. Não era mais o mesmo garoto ingênuo e assustado de três anos atrás. Ele sofrera coisas que ninguém poderia imaginar, mais isso lhe ensinara a ser forte, a se defender. 

O metrô deu uma guinada ao parar na próxima estação e um alarde de pessoas adentraram o vagão. Jin observava tudo de modo alheio, quando um homem em especial chamou sua atenção. Ele era alto, tinha ombros largos e usava um casaco escuro. O capuz escondia grande parte de seu rosto, mas Jin ainda conseguiu observar seus olhos pequenos e seus lábios grossos, ele certamente possuía uma expressão marcante. Apesar de ser muito bonito e possuir tantos atrativos, não fora por isso que ele chamara a atenção de Jin. Na verdade, a única coisa em que o garoto conseguia reparar no homem a sua frente era que havia uma arma em sua mão, e uma pequena onda de medo começou a tomar conta de seu corpo. "O que esse maluco pretende fazer?".

O último passageiro acabava de embarcar no vagão quando às portas se fecharam e o trem retomou viagem. Como se tratava de um segurança da estação, Seokjin pensou se não teria alguma forma de alertá-lo sobre a possível ameaça. No entanto, não queria causar um escândalo, principalmente se houvesse a possibilidade de alguém se ferir. Além disso, tinha medo de que o guarda pudesse reconhecê-lo, já que a essa altura seu padrasto provavelmente estaria movendo céus e terras para encontra-lo. Seria estupidez se envolver em algo que não era da sua conta, mas seu cérebro dizia que não fazer nada também era errado. 

O sujeito armado se encontrava próximo a porta do lado oposto ao de Seokjin, o que lhe permitia uma visão perfeita dos atos que o outro fizesse. Jin tinha medo de que o homem percebesse que estava sendo observado, mas não conseguia parar de encara-lo, sem saber o que fazer, quando foi invadido por uma súbita onda de pânico assim que este mudou de posição e começou andar cautelosamente em sua direção, sua expressão completamente séria e concentrada. A manga longa de seu casaco agora ocultando a arma. "E-ele... e...le vai me ma...matar?" - a mente de Jin não parava de se perguntar, enquanto seu corpo estava cada vez mais trêmulo a medida que o outro se aproximava. No entanto, sentiu um demasiado alívio assim que percebeu que o homem não olhava diretamente para ele, seu alvo era outro, era o senhor de meia idade sentado ao seu lado.

O senhor aparentava ter cerca de cinquenta anos, usava um terno escuro e segurava uma maleta em uma de suas mãos. O paletó lhe servia como um cobertor, jogado sobre os braços, e os óculos escuros não permitiam Jin saber se ele se encontrava dormindo ou não. O garoto tinha a sensação estranha de que já o vira em algum lugar, mas agora isso não importava. Vendo que ele não demontrava reação nenhuma à aproximação do outro, imaginou se não poderia alertá-lo... "Nao! Seria muito arriscado... O senhor podia se assustar e causar um estrago ainda maior". Assim, em um impulso, Seokjin se levantou como quem fosse descer na próxima estação que se aproximava, mas não se dirigiu a porta, apenas parou ao lado do homem armado e discretamente segurou seu braço, apertando-o com força.

- Não. Faça. Isso. - Jin sussurrou em seu ouvido, enfatizando cada palavra. 

- Você é louco, cara... Isso não é da sua conta. Dá o fora daqui e não se intromete - retrucou irritado o homem, visivelmente incomodado não só pelas palavras de Jin, mas por ele ainda estar segurando seu pulso, como se fosse muita audácia alguém ousar tocá-lo contra sua vontade. 

- Não faça isso - repetiu Seokjin, ganhando coragem pelo fato do outro ainda não ter reagido com violência para cima dele - Você não vai querer fazer isso... Veja, tem um segurança bem ali...

- Cale a boca! Você não sabe o que eu quero, você não me conhece, seu imbecil. Eu poderia te matar agora, sabia. Depois, mataria o cara sentado no banco antes mesmo que aquele guardinha de merda conseguisse chegar aqui. E eu lidaria com ele sem problema algum, talvez eu o mate também...

- Você não vai fazer nada do que disse, e sabe por quê eu sei disso, porque eu posso ver em seus olhos. Eu posso não te conhecer, mas eu conheço o olhar das pessoas, ele revela suas verdadeiras intenções, e denuncia quando são obrigadas a fazer algo que não querem. 

- Chega de falar besteira, garoto. É melhor você sair da minha frente, ou essa bala vai acabar indo pra pessoa errada... 

- Está vendo como você não quer me matar, assim como você provavelmente não mataria ninguém, não sem ter um motivo forte. Você não parece ser daqueles que atira por qualquer coisa...

- De novo presumindo coisas a meu respeito... Quantas vezes vou ter que falar que você não me conhece. E se você não me soltar agora, eu vou ter um motivo bem forte pra dar um tiro no meio desse rostinho lindo...

"O quê? Rostinho lindo!? Que idiota, se pensa que me distrair vai funcionar ele está bem enganado".

- Agora é tarde, eu não vou permitir que você faça isso. Já estou envolvido. Se houver alguma morte, certamente vai haver uma investigação para descobrir o que causou a situação... E isso poderá levar até mim e digamos que eu não quero ser encontrado no momento...

- Isso não é problema meu - disse decido, empurrando Jin para longe dele, que teve que se segurar para não cair de encontro ao chão. 

Mas o gesto já foi suficiente para despertar um certo interesse das pessoas ao redor, que queriam saber o que estava acontecendo entre eles. 

- Está tudo bem... - Jin tentou disfarçar -, é só o meu namorado que não sabe controlar a força que tem... - Ele sabia que nesse momento seu rosto devia estar completamente ruborizado pela mentira que acabara de inventar, assim como parecia que seu corpo estava ardendo em chamas. "Droga, o que eu fui fazer!"

- Pois é, apenas brincadeira de casal... Nada que que seja da conta de vocês - O homem concordou, entrando na mentira de Seokjin, este que ainda estava muito confuso com as reações causadas em seu corpo, mas jurava ter visto um pequeno sorriso malicioso se formar nos lábios do outro.

- O que você está fazendo? - Jin perguntou se aproximando do homem mais uma vez. 

- Humm... Apenas disfarçando também, namorado. - soltou debochado, mas sua expressão logo voltou a ficar sombria novamente. - OK, a brincadeira acabou... Por que você não dá meia volta e me deixa em paz?

- Eu já disse qu... - Jin se interrompeu assim que o outro ameaçou lhe apontar a arma. - N-não precisa se exaltar.... Por que você não me dá isso, hein... - disse enquanto se inclinava para tentar tirar o revólver de sua mão. Mas, no processo, acabou segurando o pulso do outro novamente, como se dessa forma pudesse conter as reações dele. 

- Você. Me. Tocou. De. Novo. - O homem exclamou com uma raiva irracional, assustando Jin, que acabou puxando a arma de modo desajeitado, disparando-a bem no momento em que as portas do trem se abria. 

- O que você fez, porra!? - o homem gritou e, sem pensar duas vezes, saiu correndo para a plataforma do trem. 

Jin havia ficado sem reação. Estava pálido e tudo a sua volta parecia girar. Suas pernas bambearam e eles perdeu o equilíbrio, caindo no chão frio do trem enquanto uma multidão se acumulava ao redor dele. 

- Socorro - alguém gritou - Ele foi baleado...

(...)

- Saíam da frente... - era a voz de um homem querendo passar pelo turbilhão de pessoas - Eu sou médico. 

Jin não sabia quem estava falando e nem de que direção estava vindo. Ele mal conseguia distinguir os sons a sua volta. Ainda estava tentando absorver o fato de que fora atingido pela arma daquele homem. Fora tudo tão rápido. O disparo. O homem fugindo. Ele perdendo a consciência. A dor. E o sangue.

- Ahnnn... - Jin gemeu, não conseguindo formar as palavras corretamente. 

- Calma, está tudo bem... eu estou aqui - o médico falava em um tom tranquilizador. - Escute, eu preciso que você fale comigo. Você perdeu muito sangue, entendeu?

Jin não escutava nada do que o médico dizia, mas assentiu com a cabeça assim mesmo. 

- Isso não é suficiente, eu preciso que você me responda. Eu vou fazer um torniquete na região para parar o sangramento, você me entendeu?

- S-sim... - Jin murmurou fraco, a consciência por um fio.

- Isso, bem melhor. Eu preciso que você continue acordado, entendeu?

- S-sim...

Enquanto o médico procurava um pano limpo em suas coisas, a medida que a situação de Seokjin ficava pior as pessoas começavam a se desesperar, todos falando ao mesmo tempo.

- Alguém pare o trem!

- O desgraçado fugiu!

- Temos que ligar para a polícia.

- Não, seu idiota... Primeiro para a emergência.

- Mas quem é esse cara? Acho que já vi ele em algum lugar... Olhe nas coisas dele...

As pessoas não paravam de bombardearem perguntas, e o ar começou a ficar pesado, o que dificultava a respiração de Jin.

- Será que vocês podem ficar quietos... E, pelo amor de Deus, se afastem, não vêem que ele precisa de espaço... Todos para trás agora - ordenou o médico exaltado, enquanto aplicava pressão no sangramento que começava a estancar. - E não será preciso mexer nas coisas dele. Eu o conheço...

- Quem é ele, doutor? - uma mulher perguntou.

- Seu nome é Kim Seokjin - respondeu o médico, que instintivamente sentiu um meio sorriso se formar em seu rosto ao pronunciar o nome do outro.

- Espera aí, aquele Kim Seokjin, filho do bonitão multimilionário Lee Minho?

- Enteado - corrigiu o médico, sério - Mas, sim. É ele mesmo.





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