YOUNGBAE POV'S
Acordo com uma leve dor de cabeça, meus olhos pesam. Passaram-se dois dias desde que visitei Seunghyun na prisão, e nesses dois dias ponderei se iria ou não. Estava mais do que óbvio que por ele eu enfrentaria essa barra, mesmo que o bairro seja completamente distante dos pontos que consigo acessar. Infelizmente, nem o GPS do notebook conseguira achar, apenas uma rua. Somos apenas eu e a minha sorte. Eu espero que essa gangue seja de confiança.
Destravo o carro e observo as ruas vazias e geladas. Também pudera, às 3h da manhã em pleno inverno rigoroso de Seoul, não era para menos. Suspiro um ar gelado e ligo o aquecedor, dirigindo com faróis baixos e procurando o endereço que me foi dado. Após quase uma hora dirigindo, meus músculos enrijeceram quando reconheci a estreita rua, com uma fina camada de neblina a cobri-la. Estacionei o carro na esquina e recolhi meu punhal, pondo-o no bolso do moletom, pois prevenção nunca seria demais.
Num silêncio de dar agonia, aguço os sentidos de audição e visão e avisto uma pequena passagem quase escondida no final da rua. Seria ali? Ando para lá, adentrando o local e vendo uma casa de porte médio, com cores escuras, que se camufla muito bem à noite. Meus passos e minha respiração se tornam audíveis, e antes que meu punho alcance a porta e que eu possa batê-la, sinto uma lâmina em meu pescoço e um braço a prender os meus atrás das costas.
- O que faz aqui? – uma voz suave e desconhecida soa em meus ouvidos.
- Se você me soltar, podemos conversar sobre isso.
- Te soltar? E como eu vou saber se não é algum oficial disfarçado? – apertou-me ainda mais.
- Que tipo de policial bate na porta da sua casa às 3h da manhã? – silêncio.
Quando ele finalmente me soltou, pude observá-lo com clareza, seus traços eram delicados. Seu rosto parecia ser feito de porcelana, seu cabelo era loiro e parecia estar limpo, e sua figura era magra e esbelta. Por um momento, pensei que ele deveria estar em alguma passarela por aí, não cometendo crimes absurdos.
- O que você quer? – direcionou-se a mim novamente, me fazendo esquecer sua beleza por uns instantes.
- Kim Namjoon. – vi sua expressão congelar e se tornar uma horrorizada.
- O quê?
- Kim Namjoon. – repeti. – Foi ele que me mandou aqui.
- Ele te mandou? – o loiro continuou atônito.
- Você é um papagaio ou o quê? – rolei os olhos e recebi um olhar reprovador. – Eu poderia explicar, mas teria que ser a todos vocês, ou ficar repetindo mais cinco vezes.
- Eu nem ao menos sei o seu nome. – pareceu baixar a guarda.
- Dong Youngbae, mais conhecido como Taeyang.
- O ladrão de joias?
- Em carne e osso. E seu nome é?
- Kim Seokjin, temporário líder da Bangtan Sonyeondan. Todos me chamam de Jin.
- Agora que já nos conhecemos, eu poderia entrar e dizer o que Namjoon tem em mente ou todo mundo vai tentar me matar, assim como você? – pude ver um pequeno rastro de sorriso em seu rosto e ele apenas abriu a porta.
Observei dois ruivos assistindo TV e um deles me apontou uma arma de imediato, mas cessou os movimentos quando viu Seokjin surgir atrás de mim.
- O que isso significa? – o de cabelos vermelhos, o que tentou atirar, se aproximou.
- Ele traz notícias de Namjoon. – disse apenas e se sentou.
- E você o trouxe aqui?
- Youngbae que veio.
- Espera, você é o...
- Ladrão de joias? Sim, eu sou. – seus olhos tomaram um brilho desconhecido. – Acho que vou adotar esse nome agora.
- Jimin é praticamente seu fã. – o alaranjado, que parecia simpático, respondeu.
- Aish, não me exponha Taehyung. – o tal Jimin desferiu uma tapa na cabeça de seu amigo, o que me fez rir.
- Mas se você está aqui, onde está o sequestrador?
- É justamente sobre isso que eu falarei, assim que vocês estiverem todos reunidos.
- Hoseok hyung não estava... – Taehyung fora interrompido por um moreno que vinha da cozinha.
- Eu o quê? – terminava de comer algo, então me viu, empunhando rapidamente uma faca.
- O que é isso, show de horrores? – tive de comentar.
- Está tudo bem Hope, largue isso e venha até aqui. – aos comandos do líder, o moreno foi e sentou-se ao seu lado. – Este é Youngbae, o ladrão de joias, ele nos traz notícias de Namjoon e é por isso que ele está aqui.
“Obrigado” – murmurei para o loiro, por ele ter me poupado de mais uma explicação.
- Sou Hoseok, não queria lhe ameaçar. – ele parecia realmente arrependido, o único até agora.
- Está tudo bem, desde que eu não seja ameaçado de morte pela quarta vez em menos de vinte minutos. – encerrei minha fala e vi outra pessoa surgir, dessa vez do corredor, esfregava os olhos e bocejava, não parecia ameaçador. – Esse não vai nem tentar?
- Ouvi o que vocês falaram. Ladrão de joias, Dong Youngbae, traz notícias de Namjoon e tem um humor peculiar. – passou os dedos pelos fios esverdeados. – Será que dá pra falar ou vai ficar enrolando?
- Você é sempre tão simpático?
- E observador. – acrescentou Jimin. – E pode acrescentar “mal-humorado” quando interrompem seu sono. Yoongi, você poderia sentar e escutar ao invés de resmungar, não acha?
- Pelo menos ele não tentou me matar.
- Enquanto você servir, ele não vai nem ao menos ameaçar. – uma voz diferente das outras cinco, um garoto alto de simples cabelos negros e olheiras que adornavam seus olhos de jabuticaba, surgia no corredor.
- Jeongguk, pelas contas você é o último. – Jin observou e gesticulou para que eu começasse a falar.
- Então, como vocês sabem, meu melhor amigo se chama Choi Seunghyun, ou o maior sequestrador desse país. Ele fora preso há uns quatro dias e caiu na mesma cela que o líder de vocês, Namjoon. Está fora de cogitação que eu o deixe lá para mofar até morrer, e eu sei que vocês já esperaram demais pela libertação de vosso amigo. Sozinho, eu não conseguiria passar por todos os guardas e garantir uma fuga perfeita, mas Namjoon me sugeriu vocês e aqui estou. – contei e todos se entreolharam. – Poderíamos demorar alguns dias arquitetando algo, e no fim, daria certo para ambas as partes.
- Como iremos saber se você não é um mentiroso que só quer ajuda pra tirar seu amiguinho da prisão? – Yoongi comentara.
- Leia você mesmo. – entreguei a ele o papel com a letra do que estava atrás das grades e seus olhos se arregalaram. – Aliás, não acho que trabalharíamos bem cercados de desconfiança.
- Garotos. – Seokjin repreendeu e houve um repentino silêncio. – Ser líder é um fardo pesado e não sei como aguento tudo isso, a resposta seria: por vocês, e realmente é, mas assim como eu, sei que sentem falta de Namjoon e sei que, há muitos anos, ele nos pediu para não nos envolvermos, mas já se passou tempo demais e estamos nos perdendo. Não vejo oportunidade melhor, alguém está contra?
- O que acontece se não conseguirmos? – Jeongguk nos observava com cautela.
- Nosso erro não irá se repetir. Somos sete, lembra? Dongsaeng, não seja tão pessimista. – o loiro foi até lá lhe acariciar os fios negros.
Os outros apenas me olharam e acenaram com a cabeça.
Eu tinha a máfia, eu tinha a confiança deles, eu tinha meio caminho andado. E a esta hora, na próxima semana, eu teria Seunghyun de volta.
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