— Sabia o que?
— O que você acabou de dizer, Lauren.
— O que eu disse?
— É sério?
— Quem? – Ele começou a rir e eu não entendia o porquê. – Eu to com um nariz de palhaço? Não, espera, não, nem brincando.
— Não, não tá. – Ele disse rindo e me soltando. – Consegue ficar em pé? – Cambaleei um pouco pro lado mas ele me segurou.
— É que nem andar de salto alto, vou ficar bem, obrigada. – Eu disse dando um tchau no ar em alguma direção que eu não sei e me virei.
Minha vista estava embaçada mas ficava mais clara aos poucos. Quando eu estava chegando perto da concentração maior de pessoas, escutei um som conhecido. Não pode ser, meu DJ favorito.
— HARDWEEEEELL! – Dei um grito e me apoiei em alguém, começando a rir. – Arthur, coisa linda. Oi Ro. – Eu disse olhando pros dois.
— Você tá bem?
— Sou uma fada. – Sorri pra ele e saí andando pela festa.
Entrei na floresta e abracei uma árvore. Fechei os olhos e comecei a pensar no Cameron.
Oh, shit, aquele garoto não sai da minha mente.
Me lembrei de quando eu havia aberto a porta do quarto e dado de cara com ele, com aquele sorriso lindo e aquele cabelo bagunçado. Meu coração estava acelerado e ficou mais ainda quando me lembrei do nosso primeiro beijo.
Do nada, eu abri os olhos e fiquei muito eufórica, eu queria sair pulando, correndo, gritando. Minha boca ficou seca e eu me senti muito… Louca.
Corri em direção às pessoas e baguncei meu cabelo, eu não conseguia parar de sorrir e a música se tornou mais alta.
Avistei o Taylor de longe e corri até ele, ele estava com a Van.
— Taylor, caralho, Taylor! – Ele me olhou assustado e a Van também.
— O que aconteceu, Lauren? – Ele parecia preocupado mas eu só sabia rir.
— Eu to feliz, feliz, caralho pra feliz!
— Que? – A Van perguntou rindo. – O que você bebeu?
— Refrigerante, o Nash me deu. To feliz, eu quero gritar. – Eu disse rindo e o Taylor segurou meus ombros.
— O Nash te deu refrigerante e você ficou assim, Lauren?
— Foi, acho que tinha pó de Peter Pan dentro porque eu virei uma fada.
— Uma fada?
— Uma fada safada, meu Deus, eu to pensando muita putaria. Eu vou pro inferno?
— Deve ter sido ecstasy. – Taylor disse olhando pra Van e ela assentiu com a cabeça. – Já volto.
Ele me puxou pelo braço devagar, mas eu senti o toque dele com muita precisão, que coisa estranha.
— Tá me levando pra onde?
— Você não pode ficar solta por aí.
— Você vai me prender? O que eu fiz?
— Cala a boca, Lauren. – Ele disse rindo e finalmente parou de andar. – Cara, o Nash deu bala pra ela e agora ela tá assim.
— Eu tinha desconfiado. – Escutei aquela voz e me virei. Oh, Cameron. Ele fica mais gostoso quando eu to chapada ou é impressão minha?
— Cuida dela. – Taylor disse me “entregando” pro Cameron.
— Eu sou algum tipo de mercadoria, sua passiva? – Gritei pro Taylor e ele riu.
Cameron pegou em minha mão e meu corpo todo arrepiou.
Porra, esse garoto já tem um efeito enorme sobre mim, agora com essa coisa que tinha no meu refrigerante inocente eu sinto tudo com mais intensidade.
— Cameron, não faz isso comigo.
— Isso o que, Lauren? Eu só peguei sua mão.
— Justamente… Quando isso vai passar? – Eu disse olhando em seus olhos.
— Não sei, em dependentes leva horas. Foi sua primeira vez?
— Foi com você.
— Que? – Ele começou a rir e eu me toquei do que ele estava falando.
— Ah, foi, foi.
— Então vai demorar menos tempo, daqui a pouco passa, não acho que o Nash tenha colocado uma bala inteira.
— Bala?
— É como chamam…
— Ah, e por que o Nash colocou? – Ele respirou fundo e olhou pra mim.
— O Nash tá envolvido com essas coisas e quer que todos se envolvam também, é estupidez.
— É legal.
— O que?
— O efeito, eu to feliz.
— E é?
— Sim, depois de dias sofrendo por causa de você, finalmente eu to feliz.
— Você não precisa sofrer por minha causa, Lauren. – Ele disse me puxando contra seu corpo. Não sei o que eu tinha de errado, mas eu estava sentindo um tesão louco naquele momento, tudo o que eu queria era empurrá-lo contra uma árvore e fazer miséria.
Não, eu não queria beijá-lo, eu queria mais que isso e aquilo estava me assustando.
— Cameron… Quais os efeitos dessa coisa? – Eu disse com o olhar fixo em sua boca. Ele riu e me apertou mais contra si.
— Tá sentindo o que? – Ele disse com um sorriso malicioso e eu olhei em seus olhos.
— Tudo de ruim. – Eu disse rindo.
— Ruim? Depende do ponto de vista, não é?
— Como você sabe?
— Ah, Lauren, bem vinda ao meu mundo.
— Você já tomou isso?
— Não, mas já vi isso acontecer com o Nash muitas vezes.
— Oh… – Eu disse jogando a cabeça pra trás e sorrindo.
— Já é difícil só de olhar pra você… — Olhei em seus olhos.
— Cam… – Eu disse fechando meus olhos e encostando minha testa na sua.
— Não, Lauren, você tá chapada.
— E daí? Não muda o que eu sinto por você.
— E o que você sente?
— No momento? Um tesão do caralho. — Cameron riu e eu também.
— Quando isso vai passar? Eu to tonta. – Ele me soltou e se sentou encostado numa árvore, me chamando pra sentar do lado dele, mas eu estava muito safada pra isso. Sentei em seu colo com uma perna de cada lado e agarrei seu pescoço. Cameron deu um sorriso e eu olhei pra sua boca.
— Eu entendo que você esteja se sentindo assim, ecstasy deixa as emoções à flor da pele.
— Uhum. – Eu disse mordendo meu lábio inferior e olhando pra sua boca.
— O que você quer fazer agora, Lauren? – Cameron disse apertando minhas coxas com força.
— Chupar… Uma halls. Você tem halls? Eu quero halls. – Cameron riu tanto que apoiou sua testa em meu ombro. Puxei seu cabelo com certa força e o fiz olhar em meus olhos. – Cameron Dallas.
— Lauren Campbell.
— Quem?
— Você.
— Ah, é, Lauren. – Eu ri mas logo voltei à minha postura séria. – Olha, eu não aguento mais fingir que está tudo bem.
— Nem eu.
— Então por que a gente tem que ser amigo?
— A gente não tem que ser amigo, Lauren.
— E por que você definiu aquelas regras?
— Eu achei que você fosse falar “Não, Cameron, não quero ser só sua amiga, me beija, seu gostoso!”. – Não resisti, comecei a rir e Cameron também.
— Ai, ai, Cam… Tá tudo tão colorido. Isso é legal.
— Só não vira uma drogada, por favor…
— Agora eu entendo por que o povo se droga, isso é bom demais! Eu sinto tudo multiplicado por mil, se você me beijar eu acho que tenho orgasmos múltiplos.
— Será? – Ele disse arqueando uma sobrancelha e eu sorri.
— Com certeza, mas não quero. – Disse me levantando com dificuldade e colocando as mãos na cintura.
— Você me confunde, Lauren.
— Por quê?
— Em um momento você quer me beijar e em outro não quer.
— Cameron!
— Oi? – Coloquei as mãos na cabeça e baguncei meu cabelo. – Essa música. – Comecei a mexer o corpo no ritmo da música e fechei os olhos. Estava tocando “Call me a spaceman – Hardwell” e aquela música me deixa maluca.
Louca não, maluca, desesperada.
— Agora! – Levantei os braços e começou a batida.
Puta merda!
Comecei a pular e a rir, eu não consegui mais pensar em nada, só senti meu corpo caindo no chão e tudo apagando de vez.
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