História Kiss Me Hard - Second Season - Are you serious?

Os dias foram passando e a cada segundo ficava mais difícil suportar tudo aquilo, os meninos estavam desconfiados pois eu e Cameron estávamos distantes.

Eu poderia ter dito que não queria mais nada com ele, poderia ter mentido e falado que não estava pronta pra algo sério, mas eu não sei o que deu em mim, eu simplesmente “acabei” aquilo da pior forma possível. Acho até que foi mais fácil, assim ele ficaria longe de mim, acho que seria fácil pra ambos.

Não, não seria fácil, muito menos para ambos.

Eu tentava negar, tentava dizer pro meu coração que aquilo que eu estava fazendo era o certo, que era aceitável e que era a coisa mais saudável a se fazer.

Por que eu acreditaria naquela garota?

Fui tão impulsiva, fui tão insegura, fui tão Lauren.

Não queria que as coisas terminassem assim, muito menos que o Cameron ficasse mal.

Eu me sentia mal por ele, por nós.

Depois do ocorrido com a música “The one that got away”, senti que o olhar de Cameron ficou mais pesado, mais triste, mais vazio, não havia mais aquele brilho, aquele brilho que me fazia sorrir.

Eu estava no meu quarto e pretendia ficar lá por um bom tempo, até que escutei batidas em minha porta.

— Quem é? – Eu disse quase sem vontade enquanto mexia no computador.

— Leslie, Lauren.

— Pode entrar.

Ela entrou e estava com umas toalhas dobradas nas mãos.

— Aqui está. – Ela colocou em cima de uma cadeira que estava encostada na parede e eu agradeci.

Ela se aproximou da cama e deu um sorriso.

— A faculdade saiu da greve. – Olhei pra ela assustada e sorri, me sentando na cama.

— Sério? Quando que vai voltar?

— Sim. – Ela disse sorrindo. – Próxima semana.

Eu mal podia ver a hora de poder me distrair com algo, finalmente, eu teria algo pra ocupar minha mente.

Leslie me falou que os meninos já sabiam e que estavam todos lá embaixo, iriam fazer uma festa.

Eles não param?

Fui no banheiro e tomei um banho rápido, me vestindo logo em seguida.

Passei uma maquiagem rápida e prendi o cabelo em um rabo de cavalo alto.

Desci as escadas devagar e os meninos estavam na sala conversando.

— Lauren! – Matt disse vindo em minha direção e me abraçando pela cintura, me girando no ar.

— Oi, Matt. – Disse dando um beijo demorado em sua bochecha

Ele me colocou no chão e o Taylor me puxou pela mão pra um canto afastado.

— Preciso falar com você, Lauren… – Ele disse me encostando levemente na parede.

— Tá tudo bem? – Ele parecia preocupado.

— Não, não tá. – Ele passou a mão na cabeça e olhou em meus olhos.

— O que foi?

Ele abaixou a cabeça e eu fiquei, realmente, preocupada.

— Taylor?

— Eu não to gostando do que eu to sentindo, Lau. – Ele olhou pra mim com vergonha.

— Como assim? – Eu ri. – Me explica isso.

— A Van! – Esse afastou de mim e suspirou.

— O que tem ela? Fala logo. – Eu já estava estressada.

— Ela tá me deixando louco. – Dei uma risada e ele me olhou com raiva.

— Não ri! – Ele acabou rindo também. – Ela me maltrata. – Ele disse olhando pra baixo.

— Maltrata? Explica isso de uma vez que eu odeio quando falam de pouquinho em pouquinho.

— Ah, Lauren, ela tá fazendo com que eu perca o controle, toda vez que eu a vejo eu sinto necessidade de beijá-la, de conversar com ela, de olhar pro sorriso dela… Isso não é normal, isso é…

— Amor. – Eu disse rindo.

— Para! – Ele riu.

— Que foi? – Levantei as mãos em sinal de redenção e ele deu um soco fraco na parede.

— Eu não quero… Gostar dela.

— Tarde demais.

— Não, Lauren, você não tá entendendo, ela é fria, ela não sente.

— Como assim não sente, Taylor? Você tá louco? Todo mundo sente.

— Não… Ela não.

— Como você sabe?

— Eu não sei.

— Então cala a boca. – Eu ri e ele pareceu desistir.

— Ela vai acabar comigo.

— Boa sorte. – Disse enquanto ele me abraçava de lado.

Nós fomos em direção à sala e eles estavam afoitos, falando da festa como se o mundo fosse acabar e aquilo fosse a última coisa a ser feita.

Meu celular vibrou no bolso e eu o peguei.

“Me encontra no restaurante da esquina do condomínio fechado aonde você mora, precisamos conversar. Giovanna”

O que essa garota quer? Já não basta ela ter “acabado” com o pouco de esperança que eu sentia?

Minha curiosidade era maior que o receio de que algo ruim acontecesse.

Disse aos meninos que ia ficar lá fora e fui em direção ao restaurante, a pé mesmo.

(…)

Quando entrei, percebi que ela estava sentada em uma mesa afastada e com um capuz na cabeça.

— O que você quer? – Eu disse enquanto me sentava e cruzava os braços.

— Quero te explicar tudo o que está acontecendo, Lauren. – Respirei fundo e coloquei as mãos em cima da mesa.

— Pode falar.

Ela respirou fundo e tirou o capuz, olhando bem nos meus olhos. Aquela garota… Parecia tanto com uma mulher que eu já tinha visto, certeza que não era a mesma, mas os traços…

— Eu sei como você está se sentindo, é como se você finalmente tivesse a felicidade em suas mãos e, do nada, alguém a tirasse de você.

Arqueei as sobrancelhas e ela deu continuidade.

— Não fiz isso para o seu mal, acredite, eu só quero te proteger das pessoas, que… – Ela respirou fundo. – Essas pessoas sim querem o seu mal.

— Giovanna… Como você sabe que ele é meu irmão? Não faz sentido!

— Ele não é seu irmão, Lauren.

Nesse momento meu coração gelou mais uma vez.

— Como é que é? Você tá ficando louca, garota? Por que você me disse aquilo? Qual o seu problema? – Eu estava quase gritando com ela.

— Calma, Lauren. – Ela deu um sorriso. – Você deveria estar feliz por saber disso.

— Ah, claro, estou muito feliz, até porque ontem eu quase desidrato de chorar. Eu o magoei, Giovanna, você não tinha o direito de ter mexido na minha vida dessa forma.

— Eu fiz pro seu bem.

— Que bem?

— Você nunca vai entender. – Ela disse balançando a cabeça negativamente. – Quem está ao seu redor corre perigo que nem você.

— Que porra de perigo? – Eu estava quase socando a garota. – Para com esse mistério!

— Eu não posso falar, Lauren, tudo pode se tornar mais perigoso. Só saiba que eu tentei afastar você do Cameron pra que ele também não sofresse as consequências.

— Eu não quero me afastar do Cameron. – Eu disse me levantando. – Se ele tiver que sofrer as consequências, eu o protejo.

— Não dá pra proteger ninguém, Lauren. – Ela disse rindo.

— Prefiro correr perigo do que me torturar desse jeito.

— Prefere com que ele corra perigo também?

— Olha só, garota, você tá me enchendo. – Ela se levantou e pegou sua bolsa.

— Você está avisada, Lauren. – Ela passou por mim e eu fiquei parada ali, apenas pensando.

Não sou prima do Cameron, não sou irmã, o que porra eu to fazendo naquela casa? Que tanto mistério é esse?

Ah, foda-se, eu não sou irmã do Cameron!! Um sorriso brotou em meu rosto seguido de um aperto no coração.

Eu queria ir atrás dela e soca-la, mas adiantaria em alguma coisa? Em nada.

Saí do restaurante meio sem rumo e comecei a andar pela rua. Um sorriso besta estava estampado no meu rosto. Parei em uma praça que tinha por ali e me sentei no banco.

Observei as crianças brincando e percebi que eu deveria estar parecendo uma drogada com aquela cara de felicidade.

— Cameron! – Falei pra mim mesma. Foi aí que eu me toquei.

Fui correndo em direção à casa e estava um pouco frio, fazendo com que eu corresse mais devagar que o normal.

Da esquina dava pra escutar o barulho de música alta, sorte que a vizinhança curte, tanto que vão para as festas que eles dão.

Caminhei até a casa com o intuito de agarrar o Cameron assim que o visse, mesmo que ele ficasse sem entender.

Entrei no meio daquela gente e fui andando até a cozinha.

Preferia não ter visto aquilo, preferia ter ficado trancada no meu quarto, preferia ter ficado na praça, no restaurante, em qualquer lugar, preferia não ter visto o Cameron e a Alice se beijando.