CAMERON P.O.V:
— Oi, Matt. – Ela disse dando um sorrisinho e ele piscou os olhos várias vezes.
— Glendha? — Ele disse ainda em choque.
Todos pareciam esperar algo, mas a verdade é que todos estavam sem uma reação.
MATTHEW P.O.V.:
Eu não sabia o que fazer, parte de mim queria correr em sua direção e pegá-la no colo, outra, a que prevalecia, estava fazendo com que eu ficasse parado, sem reação.
— Acho que devemos ir lá no jardim... – O Taylor disse e todos foram com ele, me deixando sozinho com a Glendha.
— Não vai me abraçar? – Ela disse sorrindo dando de ombros, olhei pra sua covinha e automaticamente dei um sorriso. – Matt!
— Isso é constrangedor... – Eu disse balançando a cabeça negativamente.
— O que? – Ela perguntou se aproximando.
— Eu não consigo me mexer. – Eu disse sem conseguir olhar em seus olhos.
— Se eu chegar perto você consegue? – Ela disse a dois passos de mim.
— Acho que só piora. – Disse olhando em seus olhos e ela sorriu. Ela me abraçou com força e no momento em que senti seu corpo junto ao meu, só pude envolver meus braços e fechar meus olhos, aproveitando o momento. – Que saudade... – Eu falei como se tivesse suspirado, era bom estar com ela.
— Eu também estava com saudades. – Ela disse se afastando um pouco e sorrindo.
— Glendha? – Um garoto entrou pela porta principal com uma bolsa, parecia ser dela. – Você esqueceu no carro, to te esperando lá fora. – Ele entregou a bolsa a ela e deu um beijo em sua bochecha.
Ok, pode ser o empregado dela.
— Quem é? – Perguntei amigavelmente.
— Ah, é o Lucas, um amigo que fiz no internato, nós estamos morando juntos por um tempo, quer dizer, vamos começar agora. – Ela disse pegando o celular da bolsa. – Eu tenho que ir, Matt, marquei um jantar com uns familiares, parece que todos querem ver a Glendha mudada. – Ela disse sorrindo e me abraçou.
Eu não queria deixa-la ir.
— A gente se vê. – Ela disse indo em direção à porta. Ela se despediu com um tchau antes de sair, mas eu queria mais.
Olhei pro meu braço e vi a pulseira que permanecia ali, e ela nem notou.
— E aí, cara? Como foi? – Meus pensamentos foram interrompidos pela voz do Taylor e eu soltei um sorriso.
— Ela continua com aquele sorriso lindo. – Eu disse suspirando.
Essa garota ainda mexe comigo...
CAMERON P.O.V.:
Ela sabe. Eu sei que bem lá no fundo ela sabe que eu ainda estou aqui, que eu ainda vou abraça-la se ela estiver com medo dos trovões, que eu vou comprar morango e nutella, que eu vou levá-la até a praia pra ver o sol nascer. Eu sei, eu sinto.
— Então, vamos parar de gayzisse e fazer algo legal. – O Taylor disse enquanto entrávamos novamente na sala.
— Isso vindo de você é meio irônico, não acha? – Eu perguntei e ele estirou o dedo, rindo.
— A gente poderia jogar verdade ou consequência. – A Van disse se sentando no colo do Taylor.
— Não íamos assistir a um filme na sala que parece um cinema? – O Nash perguntou revirando os olhos.
— Já sei. – O Matthew disse.
— O que? – Todos perguntaram.
— Poderíamos desafiar.
— Hã? – O Taylor perguntou.
— Você é burro mesmo, né? – A Van disse rindo e ele fez cara de raiva. – É tipo verdade ou consequência, só que um desafia o outro, o que foi desafiado desafia a mesma pessoa e assim vai...
— Ah bom... EU QUERO COMEÇAR! – O Taylor disse jogando a Van pro lado no sofá e se levantou, todo empolgado. – Eu desafio...
Todos estavam olhando pro Taylor, e no momento em que ele falou “Matthew”, todos gritaram.
— Você vai ter que chupar três limões sem fazer careta. – Ele disse na maior tranquilidade.
— Você é louco, Taylor. – Ele disse indo até a cozinha e voltando com três limões já partidos. – Sem fazer careta é impossível.
— Se você fizer careta vai ter que me dar um selinho.
— Você quer tanto me beijar assim, Taylor? É só falar. – Ele disse se aproximando do Taylor e ele se afastou.
— Ok, pode fazer careta. – Ele disse rindo e o Matthew, depois de alguns minutos sofrendo com o primeiro limão, conseguiu terminar os outros dois.
Todos estavam ansiosos pra ver o que o Matt ia desafiar o Taylor a fazer, quando eu escutei uma música conhecida.
— Matthew, que som é esse?
— Ah, é minha irmã, fica o dia todo trancada no quarto assistindo séries e escutando música. – Ele voltou a olhar pro Taylor e explicou o que ele tinha que fazer.
— Você tá louco? – Todos começaram a rir e discutir sobre isso, mas eu estava focado na música, tentei escutar melhor, e... Wow.
FLASHBACK ON
Eu abri a porta do quarto da Lauren e ela se sentou na cama, surpresa.
— Cameron, o que você tá fazendo aqui? – Ela perguntou sorrindo e eu tranquei a porta.
— A Cynthia tá com o Nash, ela não vai voltar por um bom tempo.
— Sim, mas você não pode... – Ela disse colocando o livro que estava lendo em cima da cama e se aproximando de mim.
— Ninguém viu, Laur. – Eu disse me aproximando dela e dando um selinho. – Você vai se meter em encrencas, Cameron Dallas. – Ela disse sorrindo e eu ri.
— Por você vale a pena. – Disse a pegando pela mão e sentando na cama. – Senta aqui. – Ela sentou encostada na parede e eu deitei em seu colo.
— Tá frio. – Ela disse enquanto alisava meu cabelo.
– O ar tá ligado... – Eu disse como se fosse óbvio.
— Mas tá muito longe, Cam. E eu... – Nesse momento que ela olhou pro ar condicionado, eu coloquei uma música no meu celular. – Seu celular. – Ela disse avisando.
— É... – Ela olhou pra mim arqueando as sobrancelhas e eu dei um sorriso. – Eu gosto dessa música.
— Eu também.
— Você conhece?
— Ela me faz pensar.
— Pensar em que?
— Se um dia... Eu for embora, você...
— Lauren, você não vai embora, por que iria?
— Não sei, mas... Digamos que eu fosse.
— Não, Lauren, para. – Eu disse me levantando e ela se levantou.
— Cameron. – Ela me puxou pelo braço e me olhou nos olhos. – Você sabe como a minha avó tá, eu não sei se um dia terei que voltar ao Brasil.
— Tá, mas isso não vem ao caso.
— Escuta a letra dessa música, Cam, ela diz que apesar da distância... – Ela respirou fundo. – Eu daria tudo por nós. – Ela disse sorrindo. A puxei pela cintura e ela me abraçou forte, afundando sua cabeça em meu peito.
FLASHBACK OFF
(Coloquem play na música Far Away — Nickelback, link nas notas finais, POR FAVOR, leiam escutando)
Nesse momento eu olhei pra Lauren e ela estava olhando pra mim, e isso fez com que meu coração disparasse, por um milésimo de segundos eu me senti como me sentia com ela. Ela deu um sorriso sem mostrar os dentes e abaixou a cabeça, se levantando e saindo da sala.
Fui atrás dela.
— Lauren... – Ela não respondeu, apenas se apoiou com as mãos na bancada e ainda estava de cabeça baixa. – Lauren. – Insisti.
— O que foi, Cameron? Tá, eu também escutei a música, posso ter me lembrado de alguma coisa, mas e daí? É passado. – Ela disse passando por mim mas eu a puxei pelo braço.
— É passado?
— Você não tem o direito de exigir nada de mim. – Ela disse se soltando e olhando em meus olhos. – Você tem uma namorada, não deveria nem pensar em mim desse jeito.
— E vai dizer que você não pensa em mim?
— Não. – Ela nem hesitou, cruzou os braços e me encarou.
— Nem um pouco?
— Nem um pouquinho. – Continuou firme.
— Sente algo ainda?
— Não sinto nada por você.
— Então me beija. – Fui direto.
— Tá louco, Cameron? – Eu disse me aproximando até que ele se encostou na parede.
— Se for verdade, não vai fazer diferença.
— Não vai mesmo.
— Então...
— Eu não vou te beijar, Cameron. – Ela disse tentando não olhar pra mim.
Impossível, já estávamos próximos demais.
— Esse é o meu desafio pra você, Lauren Campbell, quero ver se você consegue cumpri-lo.
— Cam...
— Laur... – Ela me olhou sorrindo e eu levei uma mão até o seu pescoço. Ela fechou os olhos e eu a puxei pela cintura, colando mais ainda nossos corpos. Senti seu corpo sendo impulsionado pra frente e suas mãos agarraram meu cabelo.
Senti seus lábios umedecidos encostarem nos meus e um arrepio percorreu o meu corpo. A agarrei com força e senti suas unhas deslizarem pelo meu rosto, sua boca era macia e gostosa de beijar, continuava aquele beijo, o melhor beijo da minha vida, o beijo dela. Senti seu corpo por inteiro, aquilo me deu muita, digamos, animação. Apertei sua cintura com força e mordi seu lábio inferior vagarosamente, fazendo com que ela afastasse o rosto e voltasse a me beijar. Quando ela começou a dar selinhos finalizando o beijo, ela simplesmente parou, se afastou e me olhou incrédula.
— Viu? Nada, não sinto nada por você. – Ela se virou e voltou pra sala.
Eu? Eu me encostei na bancada da cozinha com um sorriso idiota no rosto.
Esse beijo demonstrou que ela não sente nada? Então não quero nem imaginar o beijo que ela sente...
Pela primeira vez em seis meses eu me senti... Completo.
Eu vou ter essa garota de volta, a minha garota.
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