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História Kyle, o Sombrio Guardião da Luz - Parte II - Noxus - Uma Criança Ferida


Escrita por: AshenOne

Notas do Autor


Viajar por uma mente insana pode trazer consequências irreversíveis. Acompanhe mais um capítulo da jornada de Kyle, o Sombrio Guardião da Luz.

Capítulo 3 - Uma Criança Ferida


A mente de Kyle era terrivelmente obscura. Era como procurar por uma casa em uma cidade sem luz e tempestuosa. Ryze e LeBlanc estavam juntos, olhando vultos e borrões passando pelas ruas de uma cidade desconhecida, ouvia-se o tintilar de espadas e os gritos de crianças. A dupla perambulava por onde o nariz apontava, Ryze tentava identificar memórias específicas, mas sem sucesso.

O Mago Rúnico se afastou inconscientemente de LeBlanc e foi atraído para um beco estreito e ainda mais sombrio e, ao final dele, encontrou um memorial com velas, a única fonte de luz da mente perturbada de Kyle. Ryze fitou o muro e viu cinco vultos, que desapareciam um a um até que sobrasse apenas dois deles. Sem entender porque, o mago não conseguia identificar suas fisionomias, algo que o causava dor só de tentar. Um dos dois vultos espaireceu e o que restou estava reconstruindo o memorial, desenhando rostos em suas paredes. Ao tentar identifica-los, Ryze sentiu uma forte dor penetrar sua espinha e, mesmo contorcendo-se de sofrimento, não largou o antebraço de LeBlanc.

A feiticeira, cegamente guiada pelo agoniante som de crianças chorando, chegou a uma casa em destaque. A cidade atrás de si desaparecera e LeBlanc sentia sua mente ficar pesada a cada passo na direção da casa antiga simples e com alvenaria mal acabada. A Falsa aguentou firme e alcançou a janela de um dos quartos, onde viu uma criança morta, de olhos abertos e pupila dilatada, deitada sobre o próprio sangue com um corte na nuca. LeBlanc não a reconheceu, mas Kyle reagiu fortemente, arqueando-se sobre a mesa de centro e cerrando os pulsos, mas permanecia inconsciente.

LeBlanc sabia que as reações de Kyle eram provenientes das lembranças que estavam sendo reveladas por ela e por Ryze, mas isso não a impediu de seguir adiante. Assustada com a criança morta, LeBlanc franziu a testa e dirigiu-se rapidamente para a porta de entrada da casa, que estava arrombada. O som do tintilar de espadas aumentava conforme a feiticeira entrava na casa. Ao olhar para dentro da casa, LeBlanc viu um longo corredor sem iluminação com alguns cômodos adjacentes ao corredor. A cada passo dentro da casa era como se uma lança transpassasse a feiticeira, aguentando firme a dor de estar lutando contra a necromancia e segurando-se cada vez mais forte á Ryze. Ao olhar para o primeiro corredor á direita, ela viu uma mulher morta, segurando um bebê sem vida, manchado com o sangue de sua mãe.

Dentro da mente de Kyle, LeBlanc chorou. Fora dela, a feiticeira da Rosa Negra retorcia-se de dor. O que ela antes achava ser uma ação que poderia causar problemas para Kyle, provou-se ser ainda mais perigosa com aqueles que tentavam tirar lembranças cobertas pelas trevas. Se não fosse pelo esforço inumano de Ryze, LeBlanc já teria sido expelida das lembranças de Kyle.

Olhando fixamente para o memorial, Ryze caiu de joelhos e lutava contra as dores para revelar o que estava sendo tão fortemente obscurecido pelas trevas da necromancia. Saindo da parede do memorial, uma criatura humanoide sombria e encapuzada apareceu empunhando uma espada longa de fio estreito e retorcido, talhada com runas de magias profanas e símbolos desconhecidos. A criatura aproximou-se de Ryze e levantou a espada para executá-lo. Incapaz de retaliar devido á dor extrema, o mago apenas esperava ser expelido das lembranças de Kyle com sua queda. Mas quando estava para ser executado, o cenário das lembranças se distorcera. Uma ventania carregando areia soprou pelo corredor do beco e o que antes era uma cidade desaparecera aos poucos com a areia que consumia a paisagem. Ryze esperou a ventania passar e notou que a criatura havia sumido, juntamente com sua dor. Levantando-se, Ryze viu que tudo ao seu redor era um deserto e, ao longe, uma pessoa deslizava sobre a areia, levantando uma onda de pedras que eram erguidas das profundezas do mar de areia. Tratava-se de um litomante, um mago que controlava as pedras. A visão que Ryze tinha trazia a ele uma paz e tranquilidade incompreensíveis, acompanhadas pela doce voz de uma mulher emitindo os sons de uma canção melodiosa que ecoava pelo deserto recém-formado. Os olhos do mago, que antes estavam abertos no limite de suas córneas e arregalados devido á conexão com a mente de Kyle, tranquilizaram-se com as recentes visões e se fecharam, mas sem abandonar LeBlanc.

LeBlanc avançou pelo corredor da casa, procurando não interferir nas lembranças que eram reveladas. Ela havia também passado pelo cômodo em que estava a criança morta que havia sido vista anteriormente. Ao alcançar o final do corredor, LeBlanc ouviu um homem gritando de dentro do último cômodo da casa com o último tintilar de espadas. A feiticeira adentrou o cômodo, destruído e desfigurado pelas trevas, e viu a mesma criatura sombria que Ryze encontrou anteriormente e empunhando a mesma espada, decapitar um homem, que abandonou sua espada conforme seu cadáver sem cabeça caía, ensanguentado, no chão frio e concretado da casa. Por trás de uma pequena cabeceira, uma criança maior, que aparentava ter entre sete e nove anos de idade, saiu em prantos e com o rosto mergulhado em lágrimas, assistindo seu pai ser assassinado. Mas ao invés da criança correr, ela empunhou com dificuldade a espada do pai e a apontou na direção da criatura, que observava a criança em seu momento de astúcia. A visão fez LeBlanc sangrar pela mão esquerda, que tocava a marca de Kyle. A dor sentida pela feiticeira só era suportável graças ao novo estado mental de seu companheiro mago, que parecia estar flutuando com a voz ouvida no deserto.

A criança esboçou um golpe contra a criatura, que agilmente o bloqueou, mas sem atacar de volta. Motivada pela raiva de ter os membros de sua família brutalmente assassinados pelo maligno humanoide á sua frente, a criança desferia golpes cada vez mais ferozes contra seu adversário, mas de forma desajeitada. A criatura bloqueava e aparava todos os golpes e observava os movimentos do garotinho, como se estivesse analisando seu padrão de luta e sua determinação. Ao se cansar de tudo aquilo, a criatura desferiu um corte na têmpora do rapaz, fazendo-o cair desfalecido. Após ver o garoto caído por alguns segundos, a criatura encapuzada virou-se para LeBlanc, que tentou em vão ver se havia algo que não fosse trevas por baixo do capuz negro. A criatura desapareceu e a casa se despedaçava em torno do garoto. Ignorando a dor, LeBlanc novamente chorou e, olhando no horizonte da mente de Kyle através de uma janela ainda intacta, a voz que Ryze estava ouvindo ecoou, acalmando os ânimos da feiticeira, que esboçou um sorriso inexplicável ao ver o mesmo litomante deslizando pelas areias no horizonte.

Uma forte luz brilhou e LeBlanc fechou os olhos, quebrando a conexão.

Ao recuperarem sua consciência e desconexos da mente de Kyle, Ryze e LeBlanc se olharam, com expressões serenas e calmas, e trocaram um longo e acalorado abraço.

“O necromante assassinou a família de Kyle pela espada. O garoto era corajoso desde sua infância.”, disse LeBlanc, enxugando o sangue de sua mão esquerda.

“O memorial que eu vi... Eu também vi o necromante sair dele com espada em punho, pronto para me executar. Ele impediu-me de ver o que no memorial havia.”, disse Ryze.

“Um litomante... Uma voz...”, disse LeBlanc, ainda com a mente mareada pelas visões das lembranças de Kyle.

“Essa litomante trouxe paz. O necromante havia desaparecido e sua voz me acalmava.”, disse Ryze, sorridente.

“Uma lembrança de felicidade, de consolo. Seja lá quem for esse litomante, o que ele fez a Kyle deve ter sido algo muito bom.”, disse LeBlanc.

Os dois novamente se olharam com afeição, sorridentes e com os corações tranquilos. Ryze, livre de suas preocupações externas e ignorando as maquinações da feiticeira. E LeBlanc, desprovida de segundas intenções e movida por uma felicidade e leveza que ela jamais sentira desde que era uma jovem de verdade. Os dois se aproximavam, e o que parecia se encerrar em um beijo foi interrompido por um estrondo vindo da saída da sala seguido de uma voz arranhada.

“LeBlanc. Precisamos conversar! Ele ainda está aí?”, perguntava a voz. 

Ao caírem na realidade da situação, LeBlanc rapidamente conjurou um portal no canto da sala.

“É o Swain. Você precisa sair daqui agora.”, sussurrava LeBlanc.

“Mas e Kyle? Esse portal vai me levar para onde?”, perguntava Ryze.

“Para algum lugar seguro fora de Noxus e, com sorte, perto do seu esconderijo. Eu cuido do garoto, vá logo!”, disse LeBlanc.

Ryze acenou em despedida e atravessou o portal, desaparecendo com ele. LeBlanc recolocou sua tiara na cabeça e tomou seu cetro, observando Kyle deitado á sua frente, na mesa de centro. Nesse momento, Swain, o Mestre da Estratégia e Grão-General de Noxus, entrava na sala cambaleando em sua bengala, vestindo sua longa túnica verde e dourada com uma gola comprida que cobria seu rosto até a altura de seu nariz. Seu semblante era assustadoramente sério com seus olhos castanho claro e com Beatrice, seu fiel corvo, sempre empoleirado em seu ombro direito. O general olhou pela sala e viu apenas Kyle deitado, sem nenhum sinal de Ryze.

“O mago já partiu?”, perguntou Swain, virando-se para LeBlanc.

“Sim, ele queria resolver um negócio sobre o rapaz aqui e partiu.”, disse LeBlanc.

“Você parece um tanto desfigurada e cansada, o que houve aqui?”, perguntou Swain, aproximando-se do garoto.

“Ryze trouxe esse garoto aqui porque queria saber sobre um tipo de magia negra que o afetou. Ela não pode ser quebrada, mas entrar na mente do rapaz foi a experiência mágica mais emocionante que eu tive.”, disse LeBlanc, sem conseguir se desfazer de seu semblante sereno e calmo de outrora.

“Entrar na mente do rapaz? Você está falando de necromancia mental? Achei que só os magos da Rosa Negra tinham capacidade de realizar tal proeza.”, disse Swain, instigado e analisando o garoto.

“Exatamente, parece que mais alguém por aí consegue fazê-lo.”, disse LeBlanc, em um tom acidentalmente debochado, incomodando Swain.

“Não gosto quando um mago expatriado e sem ideais entra aqui em nossa organização e sai daqui com informações importantes sem ao menos conhecermos seus interesses. Você foi fraca com aquele careca miserável e nem sequer foi capaz de tirar proveito de tê-lo em um local que inibe a magia dele.”, disse Swain, revoltado e olhando com desapontamento para a feiticeira.

“Assumo minha fraqueza, mas lembre-se quem é a matrona desta organização e de quem cuida de seus opositores para que não tenha que sujar as mãos, Grão-General. O garoto me fez falhar.”, disse LeBlanc.

“O garoto?”, perguntou Swain, virando-se novamente para Kyle.

“Eu não saberei explicar e você jamais acreditaria. A mente dele foi amaldiçoada com a necromancia mental, mas ele tem uma luz dentro dele... Ela não só acalmava a mente do garoto, mas também acalmava a minha.”, disse LeBlanc.

“Isso é inesperado. Mas uma marca dessas não se vê há muito tempo. Necromantes que eram capazes de tais proezas deveriam estar mortos ou trancafiados nas masmorras de Ionia. Enfim, não estou aqui para me preocupar com isso eu... Espera... Não creio!”, exclamou Swain.

“O que houve?”, perguntou LeBlanc.

Swain usou sua bengala para empurrar Kyle para fora da mesa e derrubá-lo de bruços no chão, revelando Coldfate embainhada nas costas do rapaz sob o escudo freljordiano do garoto.

“Essa espada. Ela é valiosa. Não é possível que um mero moleque tenha conseguido fazê-lo... Eu não posso tocá-la, amarre o rapaz e acorde-o, preciso ter uma audiência com ele.”, disse Swain.

“Pretende mata-lo?”, perguntou LeBlanc.

“Não deixe seus sentimentos por esse garoto interferirem nos seus objetivos, se for necessário eu o matarei, mas não é minha primeira opção.”, disse Swain, acariciando Beatrice.

“Será feito. Levarei ele até seu trono.”, disse LeBlanc.

“Não demore, Darius está impaciente.”, disse Swain, virando as costas para LeBlanc e retirando-se da sala.

LeBlanc acordou o garoto, que desta vez estava completamente inconsciente e alheio ao que acontecia á sua volta.

“O que... O que aconteceu?”, perguntou Kyle, confuso.

“Eu vi sua mente, mas não sei se quer ouvir o que eu tenho a te dizer.”, disse LeBlanc.

“O que você viu? Eu quero saber!”, exclamou Kyle, impaciente.

LeBlanc abaixou a cabeça e respirou fundo, sentando-se no sofá perto da mesa de centro. Kyle estendeu a mão e a repousou sobre o ombro de LeBlanc, acariciando-a. A feiticeira voltou-se para Kyle e admitiu.

“Eu vi sua família morrer, ser assassinada. Você tinha uma irmã mais nova, um irmãozinho que ainda era um bebê. Sua mãe cuidava dele quando havia sido morta...”, dizia LeBlanc, soluçando.

Conforme LeBlanc contava os fatos, Kyle recuava sobre a mesa de centro, arqueando-se e segurando as lágrimas, enchendo-se de mágoa e tristeza.

“E depois?”, perguntou Kyle, com um semblante assustador.

“Uma criatura das trevas duelou contra seu pai e o matou no combate... Você assistia a tudo aquilo e usou a espada de seu pai para tentar vinga-lo. A criatura o poupou e fez um corte na sua têmpora, gerando a marca.”, disse LeBlanc.

Kyle ergueu-se da mesa de centro e quebrou seu tampo com um soco muito forte, com a força de sua escuridão. O garoto chorou e depois se encheu de ódio.

“O tempo me ensinou a reconhecer quando a escuridão me domina... Graças a você, eu aprendi como coloca-la para fora e deixar me levar por ela. Basta imaginar o sofrimento e o ódio de ter minha família sendo executada diante de mim e deixar isso ser minha motivação.”, disse Kyle, cerrando os punhos.

“Mas você tem luz aí dentro! Eu vi!”, exclamou LeBlanc.

“Foda-se a luz! Avarosa me fez promessas falsas! O que você viu?! Uma rainha freljordiana pagando de sábia?!”, perguntava Kyle, bradando com raiva.

“Não... Eu vi uma litomante e ouvi uma voz. Você a conhece?”, disse LeBlanc.

Kyle caiu em si ouviu a voz em seus pensamentos, acalmando-se. O garoto caiu por terra e fitou o nada, mergulhado na melodia da mesma voz feminina doce e distante. LeBlanc levantou-se, tomou seu cetro e virou-se para Kyle, que reagiu.

“Eu queria me lembrar... Mas não consigo. Ela sempre pareceu tão distante.”, dizia Kyle.

“Kyle, preciso que me compreenda.”, iniciou LeBlanc.

Kyle já sabia que sua segurança era a menor das preocupações de LeBlanc e também sabia que ele precisaria sair de Noxus o mais rápido possível, mas isso ainda parecia algo muito distante.

“Seus olhos já me disseram suas próximas palavras... Como você havia dito antes, não sou nenhum ganho para você se estiver morto.”, disse Kyle, virando-se para LeBlanc com um semblante impassível e sereno, com uma palidez mortal. Não se sabia se a melodia ainda sussurrava em sua mente.

“Então facilite as coisas para mim, saiba que eu posso garantir sua proteção.”, disse LeBlanc.

“Não sei quem é você e tampouco o que quer realmente de mim, mas se tem algo que você não pode garantir é a minha proteção.”, disse Kyle, levantando-se e sacando seu escudo.

“Não torne isso mais difícil do que já está sendo, Kyle. Não há como sair daqui.”, disse LeBlanc, apontando seu cetro na direção do garoto.

“Se fosse para ser fácil, eu teria vindo até aqui por conta própria, mas não serei entregue á corte noxiana como uma ovelha para ser abatida. Vou sair dessa da mesma forma que saí de tantas situações ao longo de minha história.”, disse Kyle.

“Seus olhos já me disseram suas próximas palavras.”, disse LeBlanc, parafraseando o garoto, que esboçou um sorriso debochado e arremessou seu pesado escudo na direção de LeBlanc.

A feiticeira bloqueou o impacto do escudo, mas não impediu que fosse derrubada pelo ímpeto do garoto, que retomou seu escudo e saiu pela porta da sala. LeBlanc recuperou-se e desapareceu da sala, confundindo Kyle, que mesmo assim não parou de correr na direção de onde o nariz lhe apontava. O garoto seguiu por uma série de corredores e percebeu que estava no esgoto sob o centro de Noxus. Ele tentou sair por vários bueiros, mas todos eles pareciam lacrados e as grades, bem presas. Kyle continuou correndo até ser flanqueado por LeBlanc, que se deslocou usando magia para o local exato do garoto e aterrissou causando uma explosão mágica, arremessando o garoto contra a parede do esgoto. Kyle levantou-se e atirou-se na direção da feiticeira, buscando atordoa-la com uma bordoada de seu escudo, mas LeBlanc desvencilhou-se do ataque deslocando-se para a esquerda. Em seguida, LeBlanc ergueu o cetro e disparou correntes etéreas na direção do garoto, mas Kyle já conhecia o truque e também se desvencilhou do ataque, arremessando o escudo novamente contra LeBlanc, que não conseguiu se proteger dessa vez e foi atingida na cabeça, caindo para trás. Kyle agilmente pegou o escudo de volta e subiu as escadas pelo túnel de onde LeBlanc havia surgido, deixando-a para trás. Ele subiu três rodadas de degraus e o cenário de um esgoto sujo e abandonado deu lugar aos corredores de um prédio antigo.

Ao sair das escadas e entrar em um local aberto, Kyle se deu conta de que estava no Prédio Central de Noxus, sede do governo. O garoto recuou por um corredor e, ao dobrar a esquina para a direita, um enorme soldado morto vivo brandiu seu machado com incrível velocidade e atingiu Kyle com o lado não cortante, acertando-o na cabeça e fazendo-a colidir contra a parede de pedra, deixando o garoto desacordado.

“Garoto fraco!”, gritou o morto-vivo, carregando o corpo de Kyle e subiu algumas rodadas de escadas até o andar mais alto do prédio, onde Swain se encontrava, sentado em seu trono com Darius ao seu lado.

Logo depois chegara LeBlanc, dando explicações sobre o ocorrido e atendendo ao pedido de Swain, despertando Kyle de seu estado inconsciente.

“Sion! Guarde a porta e aguarde do lado de fora.”, ordenou Swain, apontando o soldado morto-vivo.

Sion olhava com seu semblante eternamente furioso na direção de Swain com sua adaga cravada na própria cabeça e nada respondeu. Após alguns segundos e a passos lentos, o morto-vivo caminhou para fora da sala do trono e fechou a porta atrás de si. Ao acordar, Kyle estava preso com algemas etéreas conjuradas por LeBlanc e com uma fortíssima dor de cabeça. Ele olhava em volta e notou que a sala do trono não era tão grande assim. Possuía uma sacada da qual se dava para ter visão de quase toda Noxus e mobílias luxuosas fabricadas pelos melhores artesãos noxianos. LeBlanc em seguida ergueu o garoto e o colocou diante de Swain. Em seguida, LeBlanc afastou-se do garoto, que pôde ver o estrago causado pelo arremesso do escudo na testa da feiticeira.

“Não queria que pegasse de jeito. Desculpe pela marca roxa...”, disse Kyle, sendo interrompido por Swain.

“Silêncio, garoto. Você permanecerá quieto e se limitará a responder minhas perguntas.”, disse Swain.

“Swain. Por que não desarmaram o garoto?”, perguntou Darius, revoltado e olhando para o garoto de forma séria.

“Brutamontes desmiolado... A espada do garoto é encantada. O gelo verdadeiro congela todos aqueles que a tentam tirar do escolhido.”, disse LeBlanc.

“Hahaha... Essa foi boa.”, disse Kyle, rindo de Darius, deixando-o furioso.

A Mão de Noxus saiu de sua posição e acertou um soco de direita no rosto de Kyle, que não desviou do golpe, mas acabou cuspindo fora o pedaço de outro dente molar que ficou ensanguentado com o soco.

“Controle-se, Darius. Precisamos que ele esteja inteiro até o final deste processo.”, disse Swain.

Os olhos de Kyle repousaram sobre LeBlanc, que virava o rosto, reconhecendo que seu argumento anterior era tão falso quanto as características de sua reputação.

“Então, rapaz... Qual é o seu nome?”, perguntou Swain.

“Se pretende fazer a mim perguntas sobre os motivos de eu estar aqui, dirigir-se á feiticeira falsa que está ao seu lado poupará seu tempo, evitando um longo interrogatório com vários ‘não sei’ como resposta, mas se deseja continuar mesmo assim, meu nome é Kyle.”, disse Kyle, levantando a cabeça, encarando Swain com seriedade, que se levantou, caminhou até o rapaz e, aproximando-se do rosto de Kyle, disse.

“Você tem medo de corvos?”, perguntou Swain, sorrindo de forma amedrontadora.


Notas Finais


E você? Tem medo de corvos?

Próximo capítulo: Diplomacia Noxiana (Noxian Diplomacy)


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