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História Kyle, o Sombrio Guardião da Luz - Parte II - Noxus - A Dor da Exilada


Escrita por: AshenOne

Notas do Autor


Kyle deixa Noxus, mas chegar em Piltover pode se provar um desafio para o jovem guerreiro...

Capítulo 8 - A Dor da Exilada


Fanfic / Fanfiction Kyle, o Sombrio Guardião da Luz - Parte II - Noxus - A Dor da Exilada

Atravessando o portal e após ficar alguns segundos inconsciente durante a viagem pelo espaço-tempo, Kyle caiu sobre a terra batida e pedregosa ao norte de Noxus, vendo-se a poucos metros da grande cadeia montanhosa das Montanhas Ironspike, que se estendia de Freljord ao norte, com uma passagem para Piltover, até o norte de Noxus, com uma passagem para Zaun. Após sacudir a poeira de sua couraça e se recuperar do atordoamento causado pela viagem, Kyle caminhou até o grande paredão de montanhas, ficando á beira da estrada conforme observava as caravanas irem para Zaun e retornando para Noxus através da passagem, mas nenhum deles era o que Katarina havia falado sobre.

Fatigado pela estada em Noxus e castigado pelos ventos frios da noite que despontava, Kyle sentou-se recostado na montanha, mas por pouco tempo. Após alguns minutos sentado, Kyle ouviu um estrondo vindo do leste, na direção do mar. Mesmo sabendo que poderia se meter em outra confusão como a que se encontrou ao infiltrar-se na conversa de Ryze e Kassadin e que também poderia perder a carona da caravana, a curiosidade de Kyle o fez caminhar para leste, seguindo o estrondo. Depois de uns quinze minutos caminhando, Kyle alcançou a costa leste de Valoran e viu uma cena estranha. Uma mulher caucasiana com roupas surradas de baixa estatura e cabelo curto prateado estava lutando contra um pequeno destacamento de tropas noxianas que haviam interceptado o que parecia ser o barco da mulher.

Cauteloso, Kyle observava o confronto escondido atrás de uma grande pedra a uns vinte metros da costa. A mulher lutava contra oito soldados noxianos, sendo que outros seis já estavam mortos. A guerreira parecia ser extremamente experiente, com movimentos rápidos e precisos, mas o segredo estava em sua lâmina. Tratava-se de uma espada quebrada de aço negro e que possuía uma série de runas verdes que brilhavam como esmeraldas incrustadas em um metal escuro a cada movimento ofensivo da guerreira. Sua lâmina quebrada aparava os golpes dos alabardeiros e, quando necessário, a mulher erguia sua espada para causar uma explosão mágica gerada pelas runas, atordoando seus adversários. Depois de alguns segundos, todos os homens estavam caídos, ensanguentados e mortos, não sobrara ninguém. Levantando seu rosto fino na direção da pedra em que Kyle se escondia, a mulher bradou.

“Posso ouvir sua respiração pesada daqui. Saia daí!”.

Kyle lentamente saiu do local em que estava se escondendo e ficou diante da mulher. Ela se aproximou e o garoto não ousou sequer dar um passo para frente ou para trás. Trajando uma roupa de linho branca por baixo de uma cinta violeta e uma saia branca presa por um cinto de couro, era claro que a mulher havia passado algum tempo em Ionia, mas o resto de seus acessórios evidenciava sua origem noxiana. No ombro esquerdo, a mulher usava uma ombreira metálica verde escura com o brasão de Noxus. Na mão direita, com a qual brandia a espada rúnica, ela tinha uma grande manopla de aço negro que também possuíam runas, como se a força da mulher e a magia da espada funcionassem de forma simbiótica. Suas pernas estranhamente delicadas para uma guerreira noxiana estavam expostas e, como proteção, apenas uma caneleira de aço negro na perna direita e calçados ionianos simples. O castanho claro dos olhos da mulher encontrou o castanho escuro dos de Kyle e, reconhecendo a expressão de um refugiado, ordenou que Kyle desembainhasse sua espada.

“Mas não desejo lutar contra você, não sou seu inimigo.”, exclamou Kyle.

“Lute garoto. Você apenas conhece a determinação de alguém pelo seu ímpeto em combate.”, disse a mulher, investindo contra Kyle.

O garoto abaixou-se para desviar do golpe da mulher e, sacando Coldfate, fez um movimento circular com a espada, obrigando sua adversária a se afastar. Ele chegou a levar a mão ás costas para equipar o escudo, mas preferiu manter a luta justa. Após uma nova investida, a mulher deu uma coronhada no queixo de Kyle, que revidou com uma rasteira contra a perna esquerda da guerreira. Ela havia caído, arrastando seus cabelos brancos sobre a terra úmida, mas o garoto afastou e permitiu que ela se levantasse.

“Qual é o seu nome?”, perguntou Kyle.

“Se quiser saber o meu nome vai ter que fazer mais do que isso.”, respondeu a mulher.

Levantando-se do chão sem usar as mãos e emendando com um corte horizontal baixo, a mulher foi capaz de ferir a coxa direita de Kyle, pegando-o distraído. Enraivecido, Kyle sacou o escudo e atirou-se conta a mulher com dois cortes horizontais, habilidosamente desviados pela mulher com dois saltos para trás. Sem perder a cadência, Kyle levantou sua perna esquerda e, girando sobre a perna direita com um salto, o garoto girou o escudo em seu pulso esquerdo e mirou o rosto da guerreira, que bloqueou o movimento, mas deixou a guarda aberta para a estocada de Kyle no momento em que o garoto aterrissou sobre os dois pés. Antes que a estocada finalizasse a noxiana, ela ergueu a espada, causando uma explosão mágica, atordoando Kyle e fazendo-o se afastar. Quando o garoto achou que estava indo bem, ele voltou a si quando viu a espada da mulher se reconstruir pedaço por pedaço, formando uma grande espada cuja lâmina de aço negro era grossa e tão comprida quando Coldfate. Ao fitar a expressão séria da mulher, Kyle percebeu que estava em problemas.

“O que?! Quem é você?!”, perguntou Kyle, confuso.

“Eu sou Riven.”, respondeu a mulher.

Naquele momento, Kyle viu no rosto de Riven a face de uma guerreira cuja determinação era irrefreável e cuja motivação era tão profunda que seria capaz de fazê-la lutar até a morte se isso fosse necessário, uma face que o garoto conhecera bem por ser alguém que há muito não pertence ao seu lugar de origem. Kyle viu a face de uma exilada. A noxiana cerrou os dentes e seus olhos ferozes se destacaram em seu rosto, o vento proveniente do Mar do Guardião que atingia a costa leste de Valoran com força razoável fazia os curtos cabelos prateados de Riven aluírem sobre sua testa franzida. Sentindo o suor de seu corpo misturar-se ao cada vez mais grosso filete de sangue que corria pela sua coxa direita, Kyle previu o pior e adotou uma postura defensiva, sem ter tempo de pensar em um contra-ataque, pois ainda estava pasmo com a reconstrução mágica da espada de aço negro de sua oponente.

Riven avançou novamente contra Kyle, lutando com muito mais ferocidade e determinação, tentando a todo custo superar a sólida defesa do garoto, que sabia muito bem tirar o máximo de seu escudo. Riven fez uma rápida sequência de três golpes fortes que cansaram o braço esquerdo de Kyle, que sentia a magia das runas enfraquece-lo ao longo do combate. Com a guarda baixa, Kyle bloqueou o golpe de espada de Riven e ambos travaram suas espadas, forçando as lâminas contra o pulso do outro e mantendo seus rostos tão próximos a ponto de sentirem na pele a respiração ofegante do adversário.

“Você é um bom guerreiro, garoto.”, disse Riven.

“Mas você ainda não viu nada...”, respondeu Kyle, forçando Riven para trás.

Kyle deixou a raiva fluir e uma aura negra o circundou após um ensurdecedor grito do garoto. Seus olhos ficaram vermelhos pela escuridão e, abandonando seu escudo no chão, Kyle deu um longo pulo na direção de Riven, que contra-atacou com um corte horizontal no ar, fazendo os pedaços que haviam reconstruído a espada se soltarem e fossem atiradas contra Kyle no mesmo sentido do corte horizontal feito pela guerreira noxiana. No ar, Kyle bloqueou um dos pedaços da espada com Coldfate, mas outro pedaço o atingiu no peito, fazendo-o cair de costas no chão, largando sua espada e ficando sem reação após virar-se de rosto para baixo.

Riven sorriu e aproximou-se lentamente do garoto, mas quando foi tocá-lo para ver como estava Kyle pegou o pedaço de aço que o havia atingido e arremessou contra Riven, que desviou com reflexos impressionantes, inclinando a cabeça para trás. Furioso, Kyle se jogou contra Riven, que largou a espada de aço negro com o impacto e esforçou-se imensamente para livrar Kyle de cima de si com sucesso, pois o garoto tentava estrangula-la.

Riven levantou-se, mas Kyle o fizera mais rapidamente e acertou um soco de direita no rosto da guerreira, que bloqueou o soco de esquerda subsequente e respondeu com uma cabeçada na testa de Kyle, que deu dois passos para trás. Aproveitando-se do recuo do garoto, Riven recolheu sua espada quebrada e teve tempo para olhar atentamente para Kyle. Ela foi capaz de identificar a aura negra que envolvia o garoto e sabia que a raiva alimentava sua força bruta, então, colocando em prática ensinamentos dos tempos de outrora, Riven ergueu sua espada e preparou-se para uma nova investida de Kyle, que havia recolhido Coldfate. O garoto avançou para uma estocada e Riven aparou o golpe, fazendo o braço do garoto passar á sua direita, mas Kyle ainda tinha a mão esquerda livre, pois não estava com o escudo, e segurou o pulso direito de Riven, impedindo-a de atacar. A noxiana girou sobre os calcanhares, ficando de costas para o garoto e livrando sua mão presa e quando ambos desferiram o mesmo movimento com a espada, tanto Kyle quanto Riven posicionaram suas lâminas rente ao pescoço de seu adversário, mas ninguém finalizou o movimento.

Depois de sentir o aço negro de Riven em seu pescoço, Kyle procurou os olhos de sua adversária por cima da lâmina gélida que ele posicionava um pouco abaixo do queixo da noxiana e os encontrou, mas seu semblante não mais apontava a ferocidade de antes. O sol alaranjado que se punha a oeste destacava a pele alva dos guerreiros e após alguns segundos trocando olhares, os ânimos dos dois haviam acalmado e a fúria de Kyle cessou. Ambos abaixaram as espadas e sorriram.

“Alguém como você se daria bem em Noxus.”, disse Riven.

“Diz isso porque quase a matei?”, perguntou Kyle.

“Você fala como se não fosse um soldado treinado em Noxus...”, disse Riven.

“É porque não sou.”, respondeu Kyle, aumentando ainda mais seu sorriso, ficando mais á vontade diante de Riven.

“Hmm... Demaciano?”, perguntou Riven, semicerrando suas pálpebras e intrigada.

“Para ser sincero, nem eu mesmo sei de onde vim. Não sei se sou um demaciano, um freljordiano, um zaunita... É uma longa e cansativa história, mas tudo o que sei veio de alguns ensinamentos de meu pai e de Braum, um guerreiro freljordiano.”, disse Kyle, falando com orgulho.

“Explica o porque de sua couraça cinzenta de Freljord. Bem, como você não sabe de onde vem então posso dizer que nos entendemos em parte...”, disse Riven, bagunçando os cabelos loiros de Kyle com sua mão direita como se fosse uma irmã mais velha.

“Como assim? Você também está fugindo de Noxus?”, perguntou Kyle.

Riven não sabia que Kyle era um fugitivo de Noxus e aquilo a fez se interessar ainda mais pelo garoto, após torcer os lábios e coçar a ponta de seu arredondado nariz de pele alva, Riven resolveu então contar a Kyle sua história. Ambos se sentaram na terra fofa da costa leste de Valoran e observavam a imensidão do Mar do Guardião

“Era a época da maldita invasão noxiana. Ionia estava sendo estrangulada com o avanço de nossas tropas e não havia sequer uma única vila ao sul da ilha que não havia sido totalmente destruída.”, disse Riven.

“Você era parte do exército noxiano?”, perguntou Kyle.

“Mais do que parte dele, eu liderava um regimento inteiro.”, respondeu Riven, desviando o olhar.

“Fala como se não fosse algo do qual se orgulhasse.”, disse Kyle.

“Sempre vi Noxus como uma imponente cidade, a personificação da força em todos os seus sentidos. Lutei contra inimigos do Estado, defendi minha cidade cegamente contra aqueles que a tachavam de carniceira e maligna, e não o fiz sem ser reconhecida, essa espada foi um presente do Alto Comando Noxiano na época de Boram Darkwill. Eu acreditava na guerra contra Ionia como uma forma de mostrar a eles nossa superioridade, de mostrar que merecíamos ser respeitados. Mas não era bem assim.”, disse Riven.

Kyle silenciou, pois não queria que Riven terminasse aquela conversa da mesma forma que Cassiopeia. A noxiana olhou novamente para o garoto, sorriu e prosseguiu com sua história.

“Nosso regimento tinha ordens claras: quebrar qualquer linha de resistência inimiga sem mostrar perdão, sem fazer prisioneiros e sem deixar nada para trás que pudesse ser usado como suprimentos para os exércitos ionianos. Parecia simples, esperávamos ver as vilas ionianas protegidas por suas tropas, as enfrentaríamos sem hesitar e saquearíamos as vilas, mas não foi assim. Os ionianos estavam abandonados á própria sorte, não havia soldados ou máquinas de guerra, apenas velhos, mulheres, crianças e inválidos que não tiveram tempo de fugir para a capital ioniana.”, disse Riven.

Quebrando o silêncio, Kyle interrompeu Riven.

“O resto eu li em livros. Noxus contou com o apoio de Zaun, que destruiu e devastou vilarejos inteiros com suas armas químicas.”, disse Kyle.

“Sempre odiei livros por terem a capacidade reduzir a míseras palavras uma visão que eu nunca esquecerei por toda a minha vida. Eu estava horrorizada, eu lutava contra homens desesperados para defender suas famílias a todo custo, e não contra soldados profissionais e treinados. Assistia com nojo e desprezo as máquinas de guerra zaunitas arremessando suas bombas químicas e seus reagentes mortais que faziam todo o tipo de atrocidade contra aquelas pessoas inocentes, que nada podiam fazer a não ser espernearem de dor, implorarem aos deuses para que a vida delas fosse-lhes rapidamente tirada. Você sabe o que a mistura aquecida entre pó de tiocianato de mercúrio e dicromato de amônio faz na pele de uma pessoa?”, perguntou Riven,

“Não sei nada sobre química, o único elemento que eu conheço bem é o gelo.”, brincou Kyle, inadvertidamente.

“Depois de queimar por algum tempo e criar uma enorme cratera, ela começa a criar tentáculos metálicos que saem da pessoa, acentuando o envenenamento por mercúrio e fazendo o cadáver da vítima parecer um emaranhado metálico, facilitando a retirada e afastando os corvos, pois eles poderiam entregar nossa posição. Enfim, jamais queira ver isso, se você algum dia for á Ionia e viajar pelo sul da ilha, ainda poderá ver corpos decompostos e cadáveres com mais mercúrio do que ossos.”, disse Riven.

“Deve ter sido horrível... Sinto muito.”, disse Kyle, colocando sua mão esquerda sobre o ombro direito da noxiana.

“Não sinta, você não teve nada a ver com isso. Aquilo que eu vi me fazia entender o que os demacianos tentavam alertar sobre nós mesmos e que eu não conseguia ver.”, disse Riven.

“Eu vi você lutando contra tropas noxianas aqui, você resolveu desertar?”, perguntou Kyle.

“Existe um lugar entre a guerra e o assassinato em que os nossos demônios espreitam. Jamais desertaria de Noxus, tinha muito orgulho de minha terra natal para abandoná-la. Quando eu e meu destacamento fizemos uma patrulha de rotina em uma vila recentemente evacuada, fomos emboscados por um grande número de soldados ionianos que queriam a minha cabeça. Nosso mensageiro foi extremamente ágil e conseguiu fugir e retornar ao quartel general mais avançado em Ionia para pedir reforços. Depois de algum tempo, quando estávamos quase nos rendendo aos nossos inimigos, recebi a notícia de que Singed, o mais reconhecido químico de Noxus e idealizador de várias armas químicas criadas pelos zaunitas, estava liderando a tropa de reforço. Lutávamos em uma vila abandonada que era localizada em uma depressão entre dois vales, ao olharmos para o alto de um dos vales, vimos alguns soldados, várias catapultas, manganelas, fundeiros e Singed, com sua fisionomia deformada pelos seus experimentos perigosos. Quando sinalizei que precisávamos de apoio, eu vi o céu ficar verde com os enormes pacotes de reagentes químicos que explodiam em contato com o solo e que matavam meus homens e os soldados ionianos de uma forma horrenda. Muitos vomitavam sangue, outros se contorciam com as queimaduras, alguns preferiram se matar com a própria espada para acabar com o sofrimento, algo que eu passei a admirar nos ionianos. Foi horrível ver homens que lutaram ao meu lado durante a vida inteira deles, alguns eu até havia treinado, morrerem de uma forma tão terrível e tão miserável. Que merda! Mortos por aqueles que defendiam, mortos pelos seus superiores. Não passávamos de peões nas mãos de homens inescrupulosos e sedentos por sangue desde o início.”, dizia Riven, com uma quase imperceptível lágrima escorrendo pelo seu olho direito.

“Como você sobreviveu?”, perguntou Kyle, vidrado em Riven.

“Os estilhaços de uma granada de gelo seco com magnésio acertaram meu tornozelo esquerdo e ficou um pedaço do metal na minha perna. Eu prendi minha respiração e me arrastei pra debaixo de alguns escombros de uma das casas da vila e apaguei com a falta de oxigênio sem esperar que eu acordasse novamente. Depois de algum tempo, eu acordei e saí de baixo dos escombros sem ter a menor ideia de quanto tempo havia passado ali. O sol ainda estava alto e não se via uma alma viva em volta. Preocupei-me em tirar o pedaço de magnésio que ficou encrustado na minha perna esquerda depois de ter destruído minha caneleira. Tirei o metal com dificuldade e depois expirei, estava cansada e exausta. Parei para olhar o desastre á minha volta e vi os cadáveres abandonados. Eles estavam em uma condição tão horrenda que não sabia diferenciar quem era quem. Quando recuperei minhas forças, cedi á minha fúria e me livrei de uma das minhas ombreiras e de uma das minhas manoplas, depois olhei para minha espada, símbolo de minha aliança com o diabo. Eu peguei ela pela empunha dura com tanto ódio e batia a lâmina dela contra uma pedra, até que ela quebrasse.”, disse Riven.

“Mas eu a vi se reconstruindo durante a batalha, como você fez isso?”, perguntou Kyle.

“É parte do encantamento da espada. Se eu concentrar força o suficiente, as runas em cada pedaço da espada fazem os estilhaços se unirem e formarem a espada nos momentos de maior necessidade de seu portador, mas fazer elas se soltarem contra o adversário durante o combate foi uma técnica que aprendi enquanto observava um alvo em Ionia, um homem ancião que era mestre nas artes de controlar o vento. Até hoje não sei exatamente por que eu tinha de mata-lo, mas sua guarda havia dispersado para defender a linha de frente ioniana, tornando minha missão bem mais fácil.”, explicou Riven.

“Você passou por bastante coisa, você se exilou de Noxus depois disso?”, perguntou Kyle.

“Tentei começar do zero, me misturar á população de Ionia depois da guerra. Como Noxus me deu como morta, achei que teria alguma chance de viver em paz na ilha, mas tive problemas... Mas isso fica para outra hora.”, disse Riven, levantando-se e caminhando na direção de seu barco, que tinha dois grandes sacos. Um deles estava parcialmente aberto e via-se o brilho dourado das moedas que nele continha. A noxiana preparou seu pequeno barco e virou-se para Kyle.

“Você tem para onde ir?”, perguntou Riven.

“Saí de Freljord com destino a Piltover, mas fui forçado a fazer um desvio para Noxus.”, disse Kyle, coçando a cabeça.

“Hum, achei que quisesse uma carona para Ionia. Como pode ver, ainda estou na ativa.”, disse Riven.

“Seria legal viajar com alguém que entende minha situação e que tem uma grande história pra contar, mas sinto que devo ir para Piltover. Acredito que posso saber algo sobre mim lá.”, respondeu Kyle.

“Bem, nesse caso, se um dia atracar em Ionia e precisar de um teto, um lugar quieto e comida vá para o Sul e procure pela Pedra da Enguia Negra. Estarei por lá na maior parte dos dias.”, disse Riven, desamarrando seu barco que estava preso á uma pedra na costa.

Kyle estava tentado a partir com Riven, pois tinha muitas perguntas para fazer á exilada, mas ele estava decidido a não tomar outro desvio em sua viagem e limitou-se a se despedir da noxiana. Ele viu o barco partir, recolheu sua espada e escudo e retornou á Passagem Leste das Montanhas Ironspike. Quando teve visão da estrada, Kyle viu que uma carroça simples sendo guiada por três homens estava parada e ao se aproximar dela, o garoto viu o homem negro com uma cicatriz na bochecha direita e um tapa-olho que foi descrito anteriormente por Katarina. O homem virou a cabeça lentamente para Kyle e perguntou.

“Que horas são?”

“No fuso zaunita ou noxiano?”, respondeu Kyle.

O homem nada disse, ele apenas fez um gesto com a mão para que Kyle subisse á bordo da carroça que estava carregada de feno e placas de couro manufaturado em Noxus. Os outros dois homens que estavam na carroça colocaram Kyle embaixo do feno e finalizaram com as placas de couro. Ao final da preparação, o mais carrancudo dos homens falou para Kyle.

“Fique quieto durante toda a viagem, se você fizer alguma coisa que os levem a descobrir você eu ou matarei antes que eles tenham a chance.”

“Sem problemas, amigo.”, disse Kyle.

“Não sou seu amigo, fui bem pago para fazer isso, agora fique quieto.”, disse o homem.

A carroça seguiu viagem e adentrou as Montanhas Ironspike pela Passagem Leste, a caravana passou com sucesso pelo entreposto noxiano e atravessou a região montanhosa.


Notas Finais


Assim como Noxus vai ficando para trás, assim também vai ficando essa parte da história de Kyle. Semana que vem será postado o último episódio da Parte II.

Próximo episódio: A Escuridão à espreita (The Lurking Darkness)


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