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História Uma História de Amor II (L3ddy) - A Sós


Escrita por: teozinho

Capítulo 9 - A Sós


Fanfic / Fanfiction Uma História de Amor II (L3ddy) - A Sós

A Sós 

P.O.V Luba

Abro a porta do apartamento da Kéfera. Não ouço nenhum barulho, a não ser dos meus próprios movimentos. Eu contei tudo para Ké e do estado grave de Misty. Acho que tomei a decisão certa, mesmo parecendo uma decisão cruel. Prefiro pensar que ela está em paz do que ver ela mal. Alguns podem pensar que eu desisto fácil, mas sou muito persistente naquilo que faço. Deixei um pouco a turma de lado para resolver os problemas. Agora que eu “resolvi” a maioria deles, vou voltar a viver a minha vida como ela sempre foi.

-Luba? – ouço Carlos perguntar atravessando a sala.

-Ah, nem percebi que tinha alguém aqui – dou um sorriso disfarçando toda a dor que passei, ou melhor, estou passando em relação à Misty – E a sua mãe? Já foi visita-la?

Ele olha para a varanda. O sol está bem forte, e dá para ver os raios solares atravessando as vidraças dos grandes prédios.

-Eu liguei pro meu pai e ele falou que está viajando com a mamãe – ele parece tão fofo falando mamãe – Mais o que houve com as suas gatas?

Sem enrolar muito sou direto ao responder sua pergunta.

-Elas estavam em uma caixa na recepção. Alguém as sequestrou em Tubarão e trouxe para São Paulo, onde estamos no momento – ele olha pra mim como se houvesse mais algo para eu contar, e na verdade tem.

-Bem, elas estão bem? – quando alguém que você ama morre, sendo um ser humano ou um animal de estimação, alguém te perguntar que você está bem é a coisa mais irritante do mundo.

Eu diria que dolorosa. Eu poderia estar com elas nesse momento. Perguntar que eu estou bem não vai resolver em nada. Perguntar isso vai me fazer chorar mais e responder para mim mesmo que eu não estou nada bem.

-A Misty estava muito debilitada, então eu tomei a decisão de deixa-la descansar em paz – após alguns segundos ele balança a cabeça.

-Essa decisão era apenas sua Lucas – ele vem em minha direção e coloca a mão no meu ombro – Existem escolhas que só algumas pessoas podem fazer.

-Tudo bem – dou uma risada constrangida – Eu já estou bem ok.

-E a Kéfera e o Gustavo?

-Quando eu saí da sala eles tinham ido beber água, mas eles falaram para mim que iriam resolver a questão de enterro ou sei lá – penso – Existe enterro para animais?

-Claro, porque não existiria? – ele me pergunta com os olhos cerrados

-Só foi uma dúvida – por um momento me esqueci do T3ddy.

-O T3ddy foi embora? – pergunto em um tom de voz baixo

Não sei o que rolou aqui com eles dois. Eles com certeza não se gostam.

-Ele olhou para mim após a porta do elevador fechar e virou as costas e desceu pelas escadas – ele nem esperou o elevador.

As coisas entre mim e o T3ddy estão meio enroladas. Ele tem a vida dele com a Milla e eu com o Carlos. Ele ficou vários dias sem aparecer. Posso estar sendo precipitado.

-Carlos eu... – ele olha para mim rapidamente, como se esperasse que eu pedisse algo para ele – Eu vou voltar para a minha casa em Tubarão e queria te perguntar se você quer ir comigo.

Ele fica sério por dois segundos mais depois ri.

-Claro que eu quero ir com você – eu me empolgo e o abraço.

Por um momento sinto que o que eu estou vivendo é verdadeiro, e não uma ilusão. A porta se abre atrás de nós.

-Atrapalhamos alguma coisa? – Kéfera pergunta adentrando o apartamento com algumas sacolas de papel na mão.

É estranho abraçar o Carlos na frente de alguém.

-Claro que não Ké – pareço feliz demais e ela repara arregalando os olhos assustada.

-Você está bem? – pergunta ela séria.

É difícil ver a Kéfera séria. Ela sorri mesmo a Vilma não ter aparecido ainda.

-Eu vou aceitar e superar isso – balanço a cabeça como um sinal de firmeza.

Se eu for para Tubarão vou me distanciar dos meus melhores amigos. Não para sempre é claro, mas nós somos adultos e temos nossas próprias vidas para cuidar.

-Meninos, na volta eu passei na padaria e comprei algumas coisas para vocês lancharem – ela coloca as sacolas no sofá – Pena que eu não posso comer essas coisas, pois contem glúten.

-Ké eu preciso te contar uma coisa – ela fica parada por algum tempo.

Parece que ela já sabe que é algo ruim.

-Houve alguma coisa? – ela pergunta

-É difícil para eu dizer isso após tanto tempo juntos, mas eu... – não consigo terminar a frase

-O que porra, tá me deixando nervosa – ela fala alto.

-Eu vou voltar para Tubarão com o Carlos e a Galadriel – tiro do peito tudo que me deixava mais pesado.

-Luba... – ela diz triste

Ela se aproxima de mim e me abraça.

-Eu desejo tudo de bom pra vocês – ela olha para o Carlos – E cuida bem da Galadriel, agora é só ela e ela precisa de muito amor para superar a perda da amiguinha.

-Não pensa que eu vou te abandonar não em –eu rio – Vou te ajudar encontrar a Vilma.

-Eu agradeço, mas eu e Gustavo temos planos para isso – fico surpreso - É cedo para afirmar isso, mas vamos encontrar a Vilma.

-Kéfera, estamos lidando com pessoas perigosas – falo seriamente.

-Vamos descobrir quem é e viver nossas vidas em paz! – ela fala com tanta certeza que isso me determina mais.

Ela me abraça forte.

-Vou reservar um voo para amanha de manhã – esse é o melhor horário eu acho

T3ddy deve estar preocupado com Milla. Se ela sumiu é porque ela está viva ou alguém carregou o corpo dela já morto. Vou me distanciar desses problemas e voltar com a minha vida normal. Vou ser o Luba que eu sempre fui. Ser muito sério não é algo que eu gosto muito. Sinto que preciso falar sobre Milla para alguém, e esse alguém no momento é a Kéfera. São tantas dúvidas que me lembro da Catarina que tem o mesmo sobrenome da Kéfera. Buchmann. Mas isso só deve ser mais uma coincidência da vida.

-Kéfera eu preciso te contar algo... – olho para trás e vejo Carlos sentado no sofá mexendo no celular.

Ele me olha.

-Ok, eu já entendi – ele se levanta e sai de cena, ou mais precisamente vai pro quarto.

-O que você vai me contar que precisa ser a sós? – ela parece curiosa

Distancio-me um pouco e vou até a varanda com ela.

-Kéfera aconteceu algo sério quando você, sua mãe, Gusta e Carlos foram dar uma volta na rua, eu fiquei com o T3ddy aqui e nós brigamos – ela me olha como se estivesse tudo indo de mal à pior – Após isso o T3ddy foi ao banheiro e eu peguei o celular dele.

-Fala logo – ela diz

-Lembra daquela carta que nós recebemos com uns números estranhos? – pergunto baixo

-Sim porra lembro – ela parece mais nervosa a cada segundo que se passa.

-Bem, quando eu fui às mensagens do T3ddy, a Milla mandou uma mensagem para ele ir a casa dela, e mandou o endereço – respiro um pouco – Quando eu vi o endereço eram os mesmos números que estavam na carta!

-Você tá falando sério? – ela pergunta surpresa

-Mais essa não é a pior parte – ela passa a mão na cabeça e se vira preocupada

-O que você fez dessa vez Lucas? – ela pergunta e me sinto repreendido

-Você parece a minha mãe falando desse jeito – dou uma risada – Mais enfim, eu fui a casa dela e ela me deixou entrar. Conversamos sobre o T3ddy e a nossa relação com ele. Subimos a escada e comecei a ficar mais nervoso a cada degrau que eu subia.

-Meu Deus...

-Calma, eu nem terminei a história ainda – peço um pouco de espaço para poder falar.

-Tá mais vai direto ao ponto – pede ela ansiosa

-Ok, quando estávamos no segundo andar, ela estava na beira da escada e nós começamos a discutir e eu me aproximei dela e ela se desequilibrou e tentou agarrar a minha mão mais ela caiu da escada e aparentemente estava morta.

Kéfera parece surpresa.

-Você a matou a Milla? – ela pergunta sem entender mais nada

-Bem, quando eu voltei para aqui, estava conversando com o Carlos – nessa parte falo bem baixo – Até que o T3ddy me ligou falando que foi no apartamento da Milla e...

-E o que Lucas? –ela parece nervosa

P.O.V Carlos

-Ela não estava mais lá – Kéfera faz um barulho de surpresa

-Alguém pode ter salvado ela – Luba e Kéfera falam juntos ao mesmo tempo.

É tão estranho ouvir a conversa dos outros, até mesmo quando eles pedem para conversarem a sós ou quando alguém que você ama está envolvido em alguma encrenca.



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