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História LeBlanc: o desabrochar da rosa negra - A escolhida da rosa


Escrita por: CellticGuardian

Notas do Autor


Sugestões de personagens ou reinos para as próximas fanfics são sempre bem vindas!

Capítulo 1 - A escolhida da rosa


Tristeza, ódio, rancor. Eu já não alimentava mais nenhum bom sentimento dentro de mim. Ser uma órfã não é fácil pra ninguém, no entanto, as coisas só ficam piores quando se é uma órfã no Noxus. Quero dizer, o lema desse lugar é "a força acima de tudo" e, para eles, a miséria em que eu vivia não passava de fraqueza de minha parte. O que não sequer fazia sentido, uma vez que eu não escolhera ser órfã muito menos ser pobre.
Desde o nascimento enfrentei a dor do abandono e da miséria,passando por diversos orfanatos mas jamais sendo capaz de ficar em algum por muito tempo. Eu sempre acabava sendo expulsa por ter um talento natural para a mentira. Entenda que, quando você não tem nada além de si mesmo, mentir é uma ferramenta que você tem que aprimorar para sobreviver. Nem sempre menti por necessidade, e sim por prazer. Em um mundo amargo e triste, mentir era minha única diversão, minha única válvula de escape da realidade. Eu podia mentir que na verdade era filha de um nobre e seria resgatada, ou que tinha poderes mágicos capazes de acabar com todos aqueles que me humilhavam.
Chegou no ponto em que mais nenhum orfanato me aceitava e agora eu tinha que procurar por um emprego para me sustentar. Ninguém dava a mínima para o fato de eu ser uma criança trabalhando. Fato é que arranjar trabalho não era tarefa fácil, já que minha fama de "mentirosa" e "falsa" tinha se espalhado na região. Após muito procurar, consegui emprego em uma feira. Quer dizer, não era bem um emprego, uma vez que eu não tinha um salário de verdade. Eu trabalhava em troca de sobras da feira e um lugar para dormir. Obviamente que não dormia em um quarto luxuoso, sequer cama tinha. Eu deitava sobre um saco de batata rasgado.
O tempo passou e eu já trabalhava na feira há um bom tempo. Era impossível não criar ódio quando, dia após dia, se era humilhado por um noxiano desprezível. Eu passava o tempo repetindo "paciência" pra mim mesma, o que era quase impossível em uma situação como a que eu vivia. Por muitas vezes me perguntei por que lutava para sobreviver, qual sentido tinha em minha existência.Até que aquele dia chegou: as respostas para minhas perguntas estavam perto de serem respondidas. Naquela manhã eu sabia que minha vida mudaria, só não sabia como. Eu trabalhava na feira quando ele surgiu.
— Com licença minha jovem, poderia empacotar meia duzia disso, por favor? - perguntou ele.
— Claro. - respondi
Após embrulhar o pedido, entreguei àquele homem de estranha beleza, que me retribuiu de forma inesperada.
— Fique com isso, querida. Vale mais do que esse lugar inteiro. - disse ele.
— O que é isso? - perguntei eu, olhando para o que recebera.
Quando me dei conta, o homem já havia ido embora. Eu estava enfurecida, como iria explicar aos patrões que fui paga com um botão de flor?
O homem havia me entregado um pequeno botão de rosa negra que, segundo ele, valia mais do que aquela feira. Eu sabia que aquilo não passava de besteira, o homem era só um golpista qualquer. No entanto, algo naquele botão de rosa me atraia. Eu fui incapaz de joga-lo fora.
Quando a noite chegou, inventei uma desculpa qualquer para a falta de dinheiro no caixa. Sabia que jamais acreditariam na minha história, logo não tinha razões para conta-la. A reação dos patrões foi a pior de todas. Eles me agrediram no meio da rua, me demitindo em seguida. Eu não podia estar mais humilhada. O que mais doía era saber que aqueles foram os únicos que aceitaram me contratar, ainda que eu não tivesse um salario real, ganhando apenas comida e um teto. Para onde eu iria agora? Talvez aquele fosse o fim da linha pra mim.
Eu estava agachada no canto de um beco enquanto via as pessoas passando e rindo de mim. maldito lugar era o Noxus, malditos eram todos que habitavam esse reino. Por um momento senti meu sangue ferver, eu sentia um ódio tão grande correndo em minhas veias que seria capaz de explodir. Naquele instante, tirei o botão de rosa do bolso. Olhava para aquele objeto enquanto rangia os dentes de raiva, eu estava pronta para destruí-lo.
Para minha surpresa, o botão de rosa começou a desabrochar em minhas mãos. Como aquilo era possível? Eu estava encantada, aquela era a rosa mais linda que já tinha visto.
— Parabéns minha jovem, você foi escolhida pela rosa. - disse o mesmo homem que me entregou aquele botão, surgindo ao meu lado.
— Escolhida? - disse eu, sem entender.
— O artefato que segura em suas mãos é uma pequena cria da rosa negra, nossa ordem. Você gostaria de ser uma de nós, minha jovem? - perguntou ele, sério.
Àquela altura eu não tinha nada a perder. Talvez tudo não passasse de uma grande besteira, mas eu tinha que arriscar. O homem estava parado à minha frente com a mão estendida: eu me agarrei à ele e segui em direção ao desconhecido.
Mesmo nascendo no Noxus, haviam muitos lugares que eu não conhecia, tal como a parte oeste do reino. Haviam muitas construções de estilo medieval e poucas pessoas andando pelas ruas. Eu seguia o homem em direção ao lugar que ele chamava de casa. Quando finalmente chegamos a nosso destino, fiquei surpresa ao notar que o homem era dono de um belo castelo. O lugar era bem decorado, com lareira e biblioteca.
— "Pelo menos não é um pobretão." - pensei eu.
Eu jamais havia entrado em uma casa tão bela e acabei ficando deslumbrada. Será que eu poderia ter tudo aquilo um dia?
— Venha, querida. Nós ainda não chegamos ao nosso destino final. - disse o homem, indo em direção à biblioteca e puxando um livro da prateleira.
Quando o livro foi removido, a prateleira começou a girar, aquela era uma passagem secreta para o subterrâneo. Em nenhum momento exitei em entrar naquele lugar ou em descer as escadas. Eu estava completamente fascinada com tudo o que estava acontecendo. Talvez um destino terrível me aguardasse, mas eu não me importava nenhum pouco.
Quando desci as escadas notei a presença de música clássica tocando. Haviam vários quadros nas paredes de pessoas que eu não conhecia. Também observei a presença de livros com capas estranhas, velas e incensos.
— Vamos, chegou a hora de te apresentar à eles. - disse o homem. Quem eram "eles"?
Entramos em uma sala onde quatro pessoas estavam sentadas. Havia um homem de pele pálida e cabelos brancos, duas mulheres de aparência idêntica e um homem alto de capuz.
— Essa é Leblanc, a escolhida. A rosa negra finalmente desabrochou. - disse o homem.
— Leblanc? - perguntaram as mulheres simultaneamente, sorrindo.
— Seja muito bem vinda, minha querida. - se aproximou o homem de cabelos brancos, beijando minha mão.
— Essa jovem, será que ela é forte o suficiente para nossos propósitos? - perguntou o de capuz. Eu sabia que eles queriam algo de mim.
— A rosa a escolheu. A rosa nunca se engana. - respondeu o homem ao meu lado.
Naquele momento, todos na sala se levantaram, colocando suas mãos contra uma parede no final do corredor. Luzes surgiram ao redor de suas palmas abrindo uma porta que até então não existia. Uma forte luz roxa brilhava lá de dentro. O que era?
Aquela era a coisa mais linda que já vi na vida. Uma rosa negra de mais ou menos meio metro de altura estava plantada naquele lugar, emitindo uma luz poderosa. Ela era idêntica a rosa que eu carregava, a minha provavelmente fazia parte dela.
— Toque na rosa, querida. - disse uma das mulheres.
— Posso mesmo? - perguntei eu, entusiasmada.
— Claro que pode! Você foi escolhida. - respondeu o de cabelos brancos.
Quando toquei na rosa, longos espinhos surgiram entrelaçando meus braços, era um pouco assustador. Senti uma energia estranha entrando em meu corpo, era como se eu estivesse renascendo. Antes que eu pudesse perceber, a rosa consumiu minhas energias e eu desmaiei. Durante horas tive pesadelos terríveis com lugares horripilantes. Monstros surgiam de todos os lados, minha vontade era sempre correr, mas uma voz dizia "não tenha medo", então os monstros desapareciam ou simplesmente saiam de perto. A cada momento eu sentia que um grande poder crescia em mim, eu estava desabrochando.
Finalmente, acordei muito tempo depois ao som de uma conversa.
— Ela parece fraca. Talvez não resista ao ritual. - disse o de capuz. Eu realmente estava muito fraca, o que diabos estava acontecendo?
— Eu confio nela. A rosa a revelou como Leblanc, esse será o seu nome. Posso garantir que ela sobreviverá e nos honrará. - disse outro.
Naquele momento, uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Ninguém jamais apostou em mim, nunca alguém sequer acreditou em mim. Eu sabia que não importava como, eu honraria aquele homem. Em seguida, fui inundada pelo poder da rosa, abrindo um grande sorriso no rosto. Aquele era o inicio de minha nova vida.
Levantei do chão com um sorriso estremecedor. O homem de capuz parecia não acreditar no que via. Tentei canalizar o poder que sentia em minhas mãos, fazendo assim uma esfera roxa surgir, aquilo era magia, a minha magia.
— Surpreso em me ver? - perguntei eu, sarcástica. A rosa havia me transformado em alguém forte.
— Como é possível? Um humano normal levaria pelo menos 8 horas a mais para ficar de pé.
— Humano normal? E quem disse que eu sou uma humana normal? - ri eu, debochadamente. Eu já sentia o poder correndo em minhas veias, agora eu era capaz de tudo!
Finalmente percebi como eu tinha sido fraca até aquele momento. Como eu fui capaz de aguentar tantos anos de humilhação e miséria? Mas agora tudo seria diferente: eu conquistaria tudo aquilo que sempre tive direito.
Todos na sala me deram as boas vindas à sua ordem, a rosa negra. O que será que viria pela frente?
Capítulo 2: Propósito.
Meu maior desejo após tudo aquilo era voltar até onde fui humilhada e me vingar de todos. Eu queria poder cuspir no rosto de cada um deles. No entanto, a rosa negra me orientou e me fez perceber que aquilo era pensar pequeno demais. Agora, eu merecia riqueza, luxo e muito mais poder. Eu sabia que era capaz de conquistar tudo isso, graças ao meu renascimento.
— O poder que você recebeu da rosa é apenas uma parcela do que ela pode fazer. - disse o homem. Aquilo soava encantador. O quanto mais eu poderia obter?
— Infelizmente, a rosa vem enfraquecendo ano após ano. Por isso, precisamos de sua ajuda, Leblanc. - disse uma das mulheres.
— E como eu posso os servir? - perguntei.
— Talvez você não saiba a origem da rosa, mas provavelmente já sentiu, uma vez que agora ela faz parte de você. A rosa negra não é desse mundo. - explicou o de cabelo branco.
— Não é desse mundo? - perguntei eu.
— A rosa negra vem de um lugar obscuro entre as realidades chamado Vazio. - respondeu o de capuz.
— Existe apenas um jeito de fortalecer a rosa: abrindo um portal para o vazio. - disse o de cabelos brancos.
— E essa é a sua tarefa, Leblanc. - completou outro.
— E como eu farei isso? - perguntei.
— Graças ao poder da rosa negra, descobrimos que existem 13 entradas para o vazio. Não são locais fáceis de encontrar, mas sabemos que, graças aos poderes concedidos à você pela rosa, isso não será tarefa difícil. - respondeu o de cabelos brancos.
— Já fazem cento e cinquenta anos desde a última vez que um portal para o vazio foi aberto. Cada cidade-estado trabalhou em ocultar sua existência, pois segundo eles é perigoso. Mas você sabe que não é, certo? Olhe para si mesma, para todo esse poder... Não pode haver algo de ruim nisso. - completou uma mulher, com um sorriso no rosto.
— A sua missão foi dada, Leblanc. Se infiltre em cada reino, descubra seus segredos e portais para o vazio. Quando conseguir isso, retorne a nós, e o mundo inteiro será nosso. - disse o meu salvador, aquele que me tirara das trevas.
Eu já sabia o que tinha que fazer e começaria minha missão no mesmo instante. Me infiltrarei em cada cidade-estado e roubarei todos os seus segredos, descobrirei o portal para o vazio. Todo o poder será meu, e esse é só o começo. Enganar não será problema para mim, eu tenho muitas formas de fazer isso.
Paciência, invocador.



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