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História Legião de Sangue - Um


Escrita por: PequenaMaga

Notas do Autor


Hoe, então, a história se passa no segundo livro da saga, ou seja, "Espada de Vidro", ainda pegando referências do primeiro livro algumas vezes. Eu vou "entrelaçar" um momento do livro com mais algum acontecimento criado por mim, dando assim, base a fanfic.
Boa leitura.

Capítulo 1 - Um


Um

Corra.

E eu corri, inutilmente, corri para o escuro sem fim, para uma estrada cujo eu não saberia onde daria. Ela me levou para todos lugares possíveis, menos para onde eu gostaria... Derek Moovclaw, meu irmão de sangue, morto por um atentado da Guarda Escarlate, para fins de outra guerra sem fim e para pessoa como eu, que não pode e nem quer escolher um lado, os dois são culpados, Derek um garoto com apenas sete anos, morto no seu primeiro dia de trabalho para a Capital, para o Rei e a Rainha, não que fosse nosso sonho, odiávamos eles, eu e mais milhares de vermelhos experientes e levados ali quando jovens demais, aprendemos a fingir gratidão, mas cuspíamos em suas bebidas, vestíamos seus trajes quando eles não estavam e roubávamos alguma comida de seus pratos, era o mínimo de diversão que nos era permitido e esse era para ser o dia mais feliz da minha vida, quando meu irmão caçula desembarcou na capital e colocou suas vestes que o prenderiam na escravidão, o dia em que eu ensinaria tudo o que podia fazer e os momentos certos, ele estava sob minha tutela e eu falhei, miseravelmente, quando o mandei correr e não puxei ele comigo, o pobre garotinho de oito anos, que amava a irmã e que estava amando estar com ela após anos de solidão e pobreza, ficou parado e só percebi quando os destroços já aviam selado seu futuro. Um curandeiro passou por mim e negou ajuda, um médico da guarda tentou mas correu assustado, aos comandos de um demônio vermelho, mais explosões. Com um sorriso no rosto ele me permitiu ouvir pela última vez sua voz;

Corra.

Passaram-se meses, estive na guerra contra Lakeland, sem terem registros meus, estive em Palafitas, Harbor Bay, Naercey e outros lugares, voltei umas três vezes a capital e estive sempre recolhendo informações, em um passeio normal pela cidade, luxo devido a um vermelho que me forneceu um uniforme por ser normalmente morto por um prateado entediado, vasculhei de leve a mente de uma futura talvez amiga e de um futuro rei através de mentiras, naquela época não me importei em alerta-la, não sabia no que daria e ela não acreditaria, mas eu acreditei no que eu li em suas mentes, sanguenovos.

Há outros como eu, como Derek.

Pessoas com sangue vermelho e poderes de prateados.

Quando estive por meu, sem sequer desconfiar, último passei sendo livre, eu ouvi sem querer uma mente longe, ou pelo menos em um local no qual não encontrava. Essa foi minha sepultura.

Eu ouvi meu nome e fui dominada por uma escuridão.

Quem diria que correria perigo no lugar onde não há prateados, e quem diria que baixaria meus escudos mesmo sendo caçada por vermelhos, eu sabia que isso seria possível, depois de todo confusão, Maven assumindo o trono através de mentiras, a Princesa Vermelha traidora e o não mais futuro rei, Príncipe Caído sendo enganado e acusado injustamente de um crime que foi forçado a cometer por poderes da víbora que era nossa atual Rainha Elara, e a Guarda Escarlate se erguendo e caindo.  

EU havia visto tudo isso naquele breve passeio na capital, na mente suja que era a do ainda príncipe, Maven.

Estou pagando por não ter corrido e contado para Mare, com um sussurro em uma mente qualquer eu fui apagada e aprisionada em um dos lados que eu nunca quis estar.

Com apenas meu nome, eu fui sentenciada a outro tipo de escravidão.

Heliena Moovclaw.

Foi meu nome que me aprisionou. Foi meu sangue vermelho e prateado. Foi o castigo de Derek por eu ter relaxado.

Fui eu mesma que cavei minha cova.

Parabens, Heliena, parabéns.

 

Em dias fui estudada, desde meu cabelo cacheado e quase vermelho, minha pele morena, minhas roupas, até minha habilidade de ler e controlar mentes, de controlar o poder do nosso querido prateado, Cal, e até mesmo minhas habilidades de guerra herdadas de meus pais, uma eximia guerreira e um estrategista.

Esses dias me renderam também um novo apelido e alguns, se assim posso chama-los, amigos. Não sou alvo de confiança, sou uma garota que pode ler mentes e o pior, controla-las, mas, sim, eu arranjei alguns colegas que confiavam em mim. Eu nunca usei meus poderes contra ninguém da Guarda, exceto antes de ser parte dela, em geral me usam na inteligência, na coleta de informações e como “pessoa que controla o Cal e a Mare quando eles resolvem brigar” e também na garota que briga com Shade e os irmãos chatos deles. Graças a isso, ganhei um lar no coração dos pais deles. Eu trabalho com Farley, embora não faça parte do comitê de líderes, eles não confiam em mim e deixam isso claro, um pouco de burrice, mesmo não estando lá eu posso sabiamente e despercebidamente entrar na mente do comandante e ter todas as informações que necessito, mas para quê? Não é como se eu fosse conseguir tomar o poder.

E muito menos quero isso, tenho controle sobre os esquisitões, sou líder deles, e com esquisitões, quero dizer o sanguenovos e o Cal, meio que como somos amigos, só imponho ordens quando muito necessário. De resto, estou trabalhando com Farley na procura dos novos sanguenovos ou treinando minha mira no Shade.

Ele usa uma roupa especial para caso minhas flechas o acerte. Cortesia do Cal após a terceira vez que o acertei.

Essa é minha rotina de trabalho, achar novos sangues, conter as chamas de Cal (que só faz isso por supor que isso vai ajudar eu e Mare derrotar Maven qualquer dia desses) e atirar flechas no Shade, é divertido até. De vez em quando tenho alguma missão de campo, vou para a capital ou seja lá onde a Rainha Má esteja e tento ler sua mente, ela já sabe da minha existência, tentou diversas vezes ler minha mente e isso se tornou nosso jogo preferido, perigoso, porém, ao invés das pílulas de morte (aquelas que Farley dá para os subordinados comerem caso forem pegos pela rainha), eu impus em minha mente e de outros agentes importantes, um controle de mente (autorizado e exigido) que nos mata caso ela consiga acessar nossa mente, é instantâneo, isso me torna uma muralha contra a Rainha, quer dizer, ainda não estou morta ou seja, ainda posso com os poderes dela.

E hoje é um dia desses, estou com Shade, que vai me tirar daqui ao menor sinal de possível morte, mas nunca me tira, a Rainha nunca descobre onde estou antes que eu me sinta cansada e ordene que ele me tire do raio de leitura de mentes. É um jogo cansativo e em geral acabo desmaiando nos braços de Shade, antes de chegarmos ao nosso transporte de volta.

Estou começando a me acostumar com a escuridão me abraçando.



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