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História Legião de Sangue - Seis


Escrita por: PequenaMaga

Notas do Autor


Então, estou postando o último capitulo dos proximos cinco dias, não estarei em casa até lá.
Boa leitura.
Atualizada em 26/07/2017

Capítulo 6 - Seis


SEIS

Estamos indo em direção a Harbor Bay, há dois sanguenovos e como sempre nunca me atento sobre nomes ou qualquer outra coisa, só que eu preciso encontra-los, mas a missão de convencê-los é de Mare, eu apenas faço com que eles cheguem até ela.

Depois de discutir como chegaríamos até os alvos, eu não me meti, Kilorn e Nix ficariam para trás, para garantir que Nix sobrevivesse para os próximos dias que seguiriam.

-Só tem uma coisa.  – Rompi o silencio.

-O que é? – Farley perguntou áspera.

-Vou ir para outro lugar.

-Não. – Shade negou assustado. –Não vai.

-Se muitas pessoas irem, será perigoso e vamos precisar de mais coisas. Estamos sem comida, pouca munição, e falta agasalhos. Eu posso ir para o centro, não é como se meu rosto estivesse no de procurados, acham que eu morri no incidente da Capital junto com meu irmão, eu posso ir sozinha, pegar algumas coisas e voltar, encontro vocês na central.

Farley assentiu, Cal e Shade estavam recusando a ideia e Mare apenas deixava que nós nos resolvêssemos. No fim, com Farley no comando, eu fui dispensada, não esperei nem ao menos perde-los de vista e adentrei o primeiro túnel sujo, que me levaria ao centro. Eu tinha minha bolsa, e meu manto escondia não só ela, mas minhas armas também, quase deixei todas no Abutre mas decidi leva-las comigo, sabe-se lá porquê.

No meio da multidão sempre é fácil roubar, passei a vida fazendo isso e por mais que os últimos meses eu tenha me desligado da função, me senti grata por meus dons não terem me abandonado, na quinta carteira que “bati” me dava dinheiro o suficiente para comprar alguns casacos e talvez um cobertor, coisas grandes eram difíceis de se roubar e se era roubado, se tornava difícil transportar sem ser vista. Roubei algumas frutas na frente de um guarda, o truque é simples, observe o alimento, finja que não gosta, incline o corpo para frente fingindo pegar outro item enquanto com a mão escondida você rouba a fruta. Pronto, parabéns você tem um novo item. Fiz isso diversas vezes, por fim, chegou a hora de comprar agasalhos, imaginando o tipo de pessoas que resgataríamos, desejei ter prestado mais atenção na lista, então peguei apenas cobertores, seriam uteis para qualquer um.

Coloquei tudo na sacola, teria que fazer duas viagens, faltariam coisas. Voltei rapidamente pelo caminho que havia usado para chegar ali, entreguei para os garotos tudo e garanti que se eles ousassem comer algo, eu apagaria a mente deles e os transformaria em seguidores fiéis de Maven.

Voltei com minha bolsa vazia, apanhei algumas carteiras, estava me dirigindo a uma barraca de remédios quando ouvi um tumulto. Havia um garoto no centro de um círculo, provavelmente uma gangue local. Tentei não dar ouvidos a eles, comprei os remédios e ainda estavam lá, mesmo não sabendo o porquê me senti atraída para a confusão, lugar onde uma ladra nunca deve se meter, e eu entendi o porquê... Shade.

Ele estava no meio, quase morto, me desesperei. O que faria? Não tenho tempo para pensar... Entrei na mente de todos do círculo que o envolvia, gritando coisas em suas mentes, assustei todos que olhavam para os lados sem saber de onde viria o ataque que deveria ser prateado, alguns começaram a correr e no momento de confusão, tirei Shade de lá. Eu estava quase chorando, o que teria acontecido com os outros? Não entraria na mente de Shade agora, além de fraco, não gostava da ideia de entrar na mente de qualquer amigo.

Entrei no primeiro beco que encontrei e me meti no lugar menos provável de nos encontrarmos, uma casa no meio da periferia, nunca tive tanta sorte, mas a casa estava vazia. Cuidei dos ferimentos de Shade e tentei acordá-lo, cada vez mais preocupada, não era médica, ele poderia estar tendo algum tipo de hemorragia interna e eu nem desconfiava.

O desespero estava me consumindo, ele não acordava, estava respirando, mas isso não fazia meu coração desacelerar, parecia que estava correndo uma maratona e talvez, estivesse, só que contra o tempo. Quanto tempo levaria até que algum guarda decidisse olhar nas residências? Uma casa abandonada é suspeita, me pegariam, pegariam Shade. Eu não conseguiria limpar duas mentes ao mesmo tempo ou mais que isso.

Estava cogitando leva-lo de volta para o Abutre quando ele acordou, me perguntou algumas coisas que eu nem deveria responder, deveria manda-lo dormir, mas não queria que seus olhos se fechassem, saímos da casa após ele forçar uma bronca por ter me exposto ao perigo e que teria sorte se não postassem meu rosto por aí.

Shade não admitiu voltar quieto para a nave, ele me deixou saber pouco para que eu mandasse ele de volta para Cal e Mare.

-Volte a seu posto, eles logo precisaram de você, a infiltração já começou e os guardas vão cerca-los, mande meus cumprimentos e avise que logo, logo alcanço vocês.

-Seja rápida e não deixe que te vejam. – Ele saltou e voltou para minha surpresa. –Não precisa esvaziar o mercado, ladra.

E desapareceu.

Não sei ao certo se me ofendia ou ria. Voltei novamente ao mercado, a confusão havia acabado e eu voltei a abater carteiras. Comprei remédios e tudo o que fosse útil, mapas detalhados de cada cidade, bússola, novas cobertas e balas para nossas armas em um contrabandista da Guarda Escarlate.

Fiz o mesmo que antes, só que ao invés de voltar calmamente, eu corri, estava havendo uma confusão no Jardim da Batalha.

Confusão, quer dizer que Shade não conseguiu tira-los dali antes que as coisas piorassem. Estão em perigo. O que eu vou fazer sem um plano? Não tem como eu descobrir a situação daqui.

Vasculhava toda e qualquer mente, a ação estava me matando, eram tantos sentimentos ao mesmo tempo, eu corria, sem me importar com quem ou o que me olhava, desviava por becos, vielas, ruas sem movimento, mas não, não me importava com meus pulmões implorando por ar e minhas pernas pedindo para eu parar, eu não iria. Corri e cheguei ao ápice do problema, medo, confusão e esperança, era tudo o que eu sentia, a esperança teve que se manter firme depois que vi Shade desacordado, Mare estava em apuros com Maven ali, Cal e Farley estavam ocupados, meu objetivo era acordar Shade e não foi difícil, ninguém me percebeu, todos ocupados demais, deixei ele acordar sozinho, tinha que parar Maven, tinha, estava perto e pronta para tocar sua cabeça quando minha garganta ardeu, um batedor me acertou e me atordoou, eu não tinha o que fazer, me revelaria, mas eu não tinha escolha, Cal e Farley não estavam mais lá, Mare sumiu um segundo depois e todos os olhares iam em minha direção, empurrei a pessoa na minha frente e cheguei em Maven, toquei sua cabeça e suguei tudo o que pude, fui arremessada para longe e eu me rendi aos sentimentos amontoados dos últimos soldados e do Rei. Eu deixei meu próprio cérebro apagar e se render a escuridão, estaria morta quando a Rainha tentasse ler minha mente. Eu estaria morta.

Ou pelo menos, deveria.

Acordei com a cabeça latejando e um Shade chorão. Nunca passei tanto tempo abraçando alguém. Farley estava dormindo ao meu lado e de Mare, Kilorn estava com cara de preocupação, Cal estava abatido e Nix, não estava mais lá. Passara dois dias, e ao que parece eu convulsionei quando suguei tudo de Maven e não fui jogada para longe, eu deixei ele desmaiado, e não parei de sacolejar até que Mare, que estava soltando cargas elétricas, deixou uma bater em mim, eu, por milagre, estou viva e não queimada.

-Ei, ei, calma Shade. Estou bem, se preocupe com Mare. – Eu disse brincando, mexendo em seu cabelo. –Farley também não está lá bem, não é mesmo?

Os outros dois quase riam, mas eu deixei um aviso claro em suas mentes para nunca mencionar isso. Passou-se algum momento, os dois deixaram-nos sozinhos e eu continuava ali, mexendo nos cabelos pretos de Shade, quase deixando-o dormir, eu mesma poderia dormir a qualquer momento, a calma tentava me consumir, mas eu estava elétrica, exausta, com raiva, provavelmente os sentimentos de Maven ainda não haviam sido filtrados já que como todos estavam bem eu não tinha como ter raiva e me sentia triste.

Era quase como ser engolida por um buraco, mas talvez o sentimento estivesse até embaixo disso. Shade parou de chorar, me abraçava com toda força do mundo, eu retribuía, ele não estava assim por mim, nem pela irmã ou por Farley, alguma coisa, algo fez com que ele se abalasse demais e deixasse isso transparecer até nos poros.

-Não vamos vencer.

Eu estava chocada demais para dizer alguma coisa. Ele não desistiu mas sabia e ousou me dizer, me contar, e esperava resposta, mas tudo que fiz foi suspirar e concordar, não havia o que fazer.

-Talvez, Elara, mas Maven... Não sei. Vai ser duro e teremos muito chão para percorrer.

-Mare...

-Ela vai continuar, vai passar por cima de tudo para conseguir.

-E Cal?

-Ele tem um limite, não cresceu como nós, necessitados, mas perdeu tudo e isso é o suficiente, mas nunca faria coisas que Mare faria. Nem eu faria, nem Farley, nem ninguém, por isso Mare é a resposta e é por isso que eu a-sigo. Não porque eu não tenho para onde ir, isso eu não tenho desde a morte de Derik.

-Acho que isso tudo, é um grande triângulo. E estamos em uma das pontas.

-É, estamos. – Concordo e continuo ali imóvel, ele se deita ao meu lado e me abraça. Talvez esse tenha sido o gesto de maior caridade que ganhei na vida.

Acordo novamente com Shade, ele me chama para a janta dessa vez, explica a situação, três novos sanguenovos estão conosco e Crance, um cara que primeiro armou uma armadilha e depois ajudou Mare e os outros. Entre os sanguenovos, apenas Ada Wallace voltou de Harbor Bay e tudo o que passamos no final foi uma grande emboscada usando o corpo do outro sanguenovo que nem quero lembrar do nome. Ada, Harrick e Ferrah, uma inteligente, que decora e aprende tudo que ouve, vê ou lê, assim que chegou, lhe foi entregue livros de primeiros socorros, de navegação do Abutre, e estratégia. Harrick é um controlador de Imagem, ele cria ilusões sem mascarar o som e Ferrah manipula o som, mas não a imagem. Os mantimentos que eu consegui vieram em boa hora, o inferno se instalou na nossa nova base, chamada O Furo, é um lugar subterrâneo usado pela Guarda a um bom tempo, todos estão recebendo treinamento, seus poderes são coisas raras e difíceis, Ferrah controla muito melhor do que os outros, as vezes Ada tem de ler duas vezes para conseguir aprender algo, o que ainda é muito bom, e Harrick anda treinando muito a invisibilidade.

Shade também treina, está um pouco frustrado com o ultimo acontecimento e tenta saltar para cada vez mais longe, cada vez mais vezes. Cal treina o alcance de seu fogo e sua potência, Farley que já havia acordado, mas estava um pouco debilitada continua treinando a mira e sua luta, Nix, atravessa paredes e faz túneis e eu, treino com minhas espadas.

Três dias se passaram, eu acordei faz um, mas Mare ainda estava inconsciente, não falava nada, eu e Farley cuidamos de seus ferimentos frequentemente e tentamos dar sopa para ela não morrer de fome enquanto não acorda, os garotos sempre ficam tensos sobre isso, mas não discutem mais sobre o assunto, nunca a deixam sozinha, até entendo porque. Ela vem descarregando muitas cargas de energia desde que chegaram, sozinha, ela poderia eletrocutar todo o lugar.



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