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História Lei do Assalto - Teste de Drogas


Escrita por: Bradfork

Notas do Autor


Obrigada pelos comentários, boa leitura!

Capítulo 2 - Teste de Drogas


Lexa acordou no dia seguinte com uma forte dor de cabeça, deitada em sua cama apenas de roupas intimas e o quarto numa escuridão completa. Grunhiu quando sentou na cama e colocou a mão na testa, tentando aplacar a dor. Procurou pela quarto a procura de alguma forma estranha, mas se encontrava sozinha. No peito seu coração estava disparado e um gosto amargo em sua boca, não fazia ideia de como tinha chegado em seu apartamento. A ultima coisa que se lembrava era o nome da mulher: Clarke Griffin.

Os cabelos loiros e os olhos claros ainda estavam frescos em sua memória, mas era só isso que Lexa tinha: um rosto e um nome. Não era muito para encontrar alguém em uma cidade tão grande quando a Filadélfia. A aproximação ousada e o flerte da estranha tinham intrigado Lexa, conhecer alguém diferente do circulo que tinha formado em torno de si durante os 24 anos de sua vida era animador, mas isso tinha ido embora tão rápido quanto chegou.

Experimentar uma cerveja depois do trabalho, conversar com uma estranha em um bar, dançar até os pés se cansarem e doerem, eram pequenos prazeres da vida que desde pequena foram negados a Lexa. Uma vida cheia de regras e um treinamento pesado, limitando a imaginação, não era jeito de se criar uma pessoa. Mesmo assim Lexa conseguiu escapar, mesmo danificada psicologicamente, e o que a mais afetada era a saudade dos que deixou para trás, e daquela que não conseguiu salvar.

Tentou se lembrar do que tinha acontecido a noite passada, Clarke se apresentando, a conversa entre as duas, o drink. Mas isso era tudo, o restante da noite era como um borrão em sua mente. Acordar seminua em sua cama era uma dica, mas preferiu não pensar que tinha se deitado com uma completa estranha.

Abriu a janela do quarto deixando a luz do sol entrar, desviou de algumas caixas ainda intocadas de sua recente mudança e foi para a sala. O lugar era pequeno, a cozinha era separada da sala por um balcão de madeira, o quarto também era pequeno e cabia apenas a cama e um guarda-roupas. Andou até a cozinha e alcançou uma tigela no armário, despejou cereal e leite, pegou uma colher e começou a comer. Observou o apartamento e tudo parecia do mesmo jeito que tinha deixado: uma bagunça. Mas nenhum sinal de que outra pessoa além dela tinha transitado por ali.

Seu celular tocou no quarto, ela largou a tigela no balcão e correu para atender a chamada.

— Alo. – Respondeu ofegante.

— Lexa, traga a sua bunda para o departamento agora mesmo. – Olhou para o numero no visor e não o reconheceu.

— Quem é?

— Sou eu, idiota. Emma. – Finalmente reconheceu a voz da loira. – Venha logo, nós pegamos Jason Burkart. – E desligou.

 

x.x

 

Entrou no departamento quase correndo, o cabelo solto e encaracolado, tentando ajeitar a camiseta quando o elevador chegou. Olhou sua aparência no espelho, olheiras fundas tinham se formado por conta da noite mal dormida e um roxo foi identificado no canto de seu pescoço. Quando as portas se abriram as mãos de Emma a puxaram para fora e a guiaram pelo caminho.

— Venha, temos que interrogar esse cara. – Disse com um sorriso no rosto, empurrando a morena por um corredor nos fundos do departamento.

— Você parece uma maníaca sorrindo assim, Swan. – Soltou-se do agarro de sua parceira.

— Você não está muito melhor, a garota de ontem pelo menos valeu a pena? – As duas viraram à esquerda e pararam em frente a uma porta de ferro.

— O que? – Lexa a olhou assustada. – Como sabe disso?

— Dei uma passada rápida naquele bar aqui em frente e te vi dançando com uma loira. – Deu um tapinha no ombro da colega. – Mandou bem.

— Nem me lembro o que aconteceu. – Lexa murmurou.

— Como não?

— Ela me pagou uma bebida e conversamos um pouco, depois disso não me lembro de mais nada.

— Aqui. – Emma segurou o rosto de Lexa com uma mão e a outra apontou um dedo no meio de seus olhos, aproximando devagar. Lexa tentou acompanhar, mas quando o dedo de Emma chegou entre o meio de seus olhos ela recebeu um peteleco.

— AU! – Esfregou onde foi atingida. – Pra que isso?

— Seus sentidos estão meio lentos. – Virou o rosto da morena de um lado para o outro, avaliando se tinha alguma marca. – Ela te drogou?

— Merda! – Exclamou Lexa.

— Vamos fazer um teste só pra confirmar. Sumiu alguma coisa da sua casa?

— Eu não tenho nada que vale a pena roubar. De qualquer formar chequei meu apartamento, estava tudo em ordem quando acordei.

— Ainda é bom fazer um teste, e uma varredura na sua casa. – Soltou o rosto de Lexa e voltou a sorrir de forma estranha. – Agora vamos lá.

— Seu humor está muito melhor do que ontem.

— Temos um suspeito, Lexa. Esse é o motivo. – Empurrou a porta de ferro que dava para a sala de interrogatório e as duas entraram.

 

x.x

 

Clarke cruzou as portas da clinica de repouso no centro da Filadélfia. As roupas, calça jeans, uma camiseta de corte longo, botas e uma jaqueta azul indicavam que era jovem demais para frequentar tal lugar, mas ela ia religiosamente todas as quartas. Aproximou-se do balcão onde uma mulher de idade mexia entediada no computador.

— Marta, como vai? – A senhora abriu um sorriso ao avistar a jovem, levantou e deu um abraço apertado.

— Clarke! Estou bem, e você?

— Na medida do possível. – Clarke abriu sua bolsa de lado, tirou de lá um talão de cheques e uma caneta, rabiscou um valor e entregou a Marta. – Como ela está hoje?

— Calma, não tem mais se recusado a tomar a medicação. Às vezes sobre Jake, mas logo depois deixa o assunto de lado. – Pegou o cheque e voltou a digitar no computador. – Você deve trabalhar bastante, tão jovem e pagando por um lugar tão caro.

— Às vezes é exaustivo. – Escutou três bips e a impressora expeliu um papel, Marta o pegou e entregou para Clarke.

— Seu recibo. Quer vê-la? Ela está no quarto.

— Obrigada. – Clarke dobrou o papel e guardou na bolsa. – Eu preciso vir aqui mais vezes.

— Você vem bastante. Algumas dessas pessoas são largadas aqui e os familiares nunca voltam, só pagam a conta. – Marta deu um sorriso compreensivo para a loira. – Mas não você, Clarke. Você nunca a abandonou.

Despediu-se da mulher e passou pelo hall de entrada, seguiu por um longo corredor até uma escada em caracol. Subiu para o segundo andar da clinica onde tinha vários quartos, a maioria com pessoas já estavam em uma idade avançada, vagavam pelo local sem ter certeza de onde estavam, suas mentes já definhadas pregando truques. Parou em frente a um dos quartos e bateu na porta, abrindo devagar para não assustar a paciente.

— Mãe? – Chamou uma vez não obtendo resposta. – Abby? Está ai?

— Quem é você? – Uma mulher no máximo em seus quarenta anos estava sentada em uma poltrona perto da janela, os cabelos castanhos caiam desgrenhados emoldurando seu rosto com algumas rugas. – Jake está ai?

— Ele não pode vir hoje. – Clarke entrou no quarto e fechou a porta, puxou uma cadeira e se aproximou da mãe. – Posso me sentar com você?

Abby, ainda meio desconfiada, acenou positivamente com a cabeça e indicou o lugar ao seu lado.

— Meu Jake está lutando na guerra. – O hobby que ela usava cobria até seus tornozelos, e nos pés calçava pantufas. Ela cruzou os braços apertando o tecido e observou a vista pela janela, um jardim verde com diversas flores. – Eu disse para não ir, eu avisei. “Jake, você vai acabar se matando. Ou se perdendo por ai.” Mas ele me escutou? Não! Teimoso feito uma porta. Espero que nossa filha não puxe isso. Mas ele vai voltar um dia, sei que vai. Ele não iria perder Clarke crescendo.

Clarke comprimiu os lábios e piscou diversas vezes, refreando as lágrimas de caírem.

— Você tem uma filha. – Deu um pequeno sorriso. – Qual a idade?

— Acaba de completar oito meses. – Abby levantou, caminhou até a cama e pegou um cobertor dobrado, segurou no colo como se fosse um bebe e voltou a se sentar na poltrona. Sorriu como o objeto como se realmente tivesse uma pessoa ali. – Vê? Ela é linda, vai ser uma jovem incrível.

— Infelizmente não vai. Você teria tanta vergonha de mim, mãe. – Sussurrou tão baixo que Abby acabou não lhe dando atenção.

— Jake está com você? – Perguntou novamente. Seu olhar, apesar de mirar Clarke, parecia perdido.

— Ele morreu, mãe. – Abby pareceu não compreender as palavras, ao invés disso começou a ninar o cobertor.

— Você parece com a minha filha. – Olhou do cobertor para Clarke, cerrou os olhos como se tentasse entender algo. Por um segundo a mais nova pensou ver um brilho no olhar de sua mãe, mas não durou muito tempo. – Quem é você?

— Sua filha gosta de histórias? – Abriu a bolsa tirando de lá um livro de contos de fadas. – Posso ler algo para ela?

— Ela adora, leio toda a noite antes dela dormir. – Passou a mão pelo cobertor como se acarinhasse um bebe. – Sua história favorita é...

— A Rainha e a Salvadora. – Clarke sorriu e abriu o livro naquela história. – Minha mãe também costumava ler para mim, eu adorava essa.

 

x.x

 

— Jason! Estávamos procurando por você. – Emma exclamou assim que entrou na sala. Uma mesa e cadeira de ferro estavam postas no meio, Jason se sentava contido e olhava assustado para o vidro atrás das duas mulheres. – Sim, você está sendo gravado. Tudo aqui é oficial.

Jason era um homem grande e barbudo, as roupas surradas lembravam ao de um lenhador no meio de uma floresta, poderia facilmente ser confundido caso não estivesse em uma cidade grande. Mesmo com todo o seu tamanho, suas mãos tremiam quando as duas mulheres se aproximaram.

— Por-Por que estou sendo preso? – Gaguejou ao encontrar os olhos esmeraldas de Swan.

 — Quem disse que está sendo preso? – Emma encostou-se à mesa enquanto Lexa sentou na cadeira de frente para o homem. – Isso é apenas uma conversa informal, precisamos da sua ajuda para saber o que houve no banco Wells Fargo.

— Ficamos sabendo que você apareceu para o seu turno, mas no dia seguinte não estava lá. E, convenientemente, foi na exata noite em que o banco é assaltado. – A voz de Lexa saiu sutil, quase mortal, tentando assustar o homem. Ele olhou para as duas, a boca aberta e o suor escorrendo pela testa.

— Onde você estava, Jason?

— No hospital! – Respondeu de repente. – Eu sei que não devia ter saído no meio de um turno, Sr. Watchford provavelmente vai me mandar embora, mas eu me senti muito mal naquela noite e fui ao hospital.

— Como eu disse, conveniente. – Lexa repetiu.

— A que hospital você foi? – Emma levantou e caminhou até o vidro, sabia que sua chefe estava do outro lado assistindo o interrogatório e ninguém estava caindo naquela mentira.

— Jeanes Hospital.

— Vamos precisar entrar em contato com esse hospital para verificar se é verdade, Jason. Procedimento padrão. – Lexa se levantou e arrumou a cadeira no lugar. – Enquanto isso não saia do estado, se precisar fazer alguma viagem de emergência nos avise. Eu vou entregar o meu número para você na saída.

As mãos de Emma se fecharam quando ela escutou a cadeira se arrastar e Jason levantar para sair da sala, ela sabia que era uma mentira absurda e se ele saísse daria tempo de escapar. Mas qual prova tinha? Qual motivo para segurar o homem em detenção até que o laboratório terminasse de analisar a cena do crime? Nada. E ela era da policia, tinha que seguir conforme as regras.

Isso não cruzou a cabeça de Emma quando ela virou e pulou em cima do homem, prensando-o na parede pelo colarinho da camisa.

— Me diga onde você estava na noite do crime! – Gritou descontrolada e forçou seu antebraço no rosto do homem. – Me diga o que sabe sobre os Hood’s, sobre Ariel Stenner!

— Emma, pare! Esse não é o jeito de conseguir as coisas! – Lexa tentou intervir, mas foi empurrada para longe pela loira.

— Me diga o que sabe sobre Killian Jones! – Gritou mais uma vez, lágrimas escorreram quando ela precisou o rosto de Jason com ainda mais força.

Outros agentes entraram na sala junto de Zelena e tiraram Emma de cima do homem, ela foi contida e arrastada para o outro lado do local.

— Sr. Burkart, por favor, aceite as minhas desculpas, nossa agente Lexa ira escolta-lo até a saída. – Ela olhou para a garota que assentiu e acompanhou Jason para fora da sala, ainda tremendo pelo ocorrido. Zelena olhou para os outros agentes e eles soltaram Emma. – Deixem-nos a sós.

Emma arrumou a jaqueta no corpo. A raiva ainda estava latente, impulsionando-a a sair por aquela porta e surrar Jason Burkart até que ele contasse a verdade, até que conseguisse respostas e justiça por seu amigo.

— Perdeu a cabeça? – Zelena perguntou irritada. Emma se recusou a encara-la e ficou andando em círculos pela sala. – Mas que merda foi essa?

— Estava tentando conseguir respostas. – Murmurou baixinho.

— Esse não é o jeito que trabalhamos. – Encostou no ombro de Emma, fazendo-a parar de caminhar e encara-la. – Eu vou te dar uma advertência. Se isso acontecer de novo, você não vai voltar para o serviço burocrático. Eu vou querer o seu distintivo, vai ser demissão. Entendido?

— Não vai acontecer de novo. Posso ir agora, chefe?

— Se isso é muito pra você Emma, se for demais pra aguentar, não é fraqueza pedir ajuda. Todos aqui querem te ver melhorar. – Zelena apertou o ombro de Swan, tentando de certa forma conforta-la. Emma sacudiu a cabeça e saiu da sala sem dizer nenhuma palavra.

 

x.x

 

Já era tarde da noite, a maioria dos funcionários tinham ido embora do departamento, exceto por Emma e Lexa que novamente trabalharam até tarde. A luz do andar já tinha sido apagada, devido ter passado muito do horário de trabalho, e a única iluminação provinha das luminárias de ambas as mesas.

— É só uma picada. – Emma reclamou enquanto tentava manter o braço de Lexa parado.

— Então faça logo. – Lexa fechou a mão, a veia de seu braço soltou e Emma a picou com uma agulha. O sangue escorreu pela seringa enchendo o pequeno tubo, depois a loira tirou e o colocou dentro de uma ampola, lacrando a tampa.

— Eu vou levar isso até o laboratório, deve ficar pronto em 48 horas. – Guardou o pequeno frasco no bolso e descartou os materiais utilizados no lixo. – Conheço uma pessoa lá... Ela vai agilizar o teste e vamos saber se aquela garota te drogou ou não.

— Não acho que ela tenha mesmo me drogado, é só para ter certeza. Ela não parecia uma pessoa ruim. – Lexa deu de ombros e começou a reunir suas coisas para ir embora. Sua mesa agora estava mais vazia depois dos objetos pessoais de Killian terem sido retirados. – Você está bem? Zelena pegou pesado depois que sai?

— Te vejo amanhã. – Emma ignorou as perguntas, pegou sua bolsa e passou a alça pelo ombro.

Acenou para Lexa e foi em direção ao elevador, pressionou o botão para o subsolo e as portas se fecharam. Quando desceu no andar fechou a jaqueta de couro, lá era mais frio que o restante do prédio devido aos testes que eram realizados. O andar estava escuro, exceto por uma luz no fim do corredor. Viciada em trabalho igual a ela, por isso se davam tão bem.

Caminhou até o final e olhou a porta entreaberta da sala do laboratório, uma mulher de cabelos castanhos escuros estava debruçada sobre um microscópio analisando alguma coisa.

— Trabalhando até tarde de novo? – Emma encostou-se à porta. A mulher levou um susto e levou a mão ao peito, tentando acalmar o coração acelerado.

— Precisa chegar dessa forma? – Olhou para a loira e depois voltou a sua analise, Emma entrou e deixou a bolsa em cima da bancada.

— Vim te ver. – Passou a mão pela cintura da morena, provocando-a. – Senti sua falta.

— Você veio pedir um favor. Acha que sou boba? – A mulher se virou, deixando ser envolvida pelas mãos de Swan. – O que você quer?

Emma enfiou a mão no bolso da jaqueta e tirou de lá a ampola com sangue.

— Sabia. – Tirou a ampola da mão de Emma e deixou ao lado do microscópio. – Você é uma cafajeste, Emma.

— E você gosta. – Passou a boca pelo pescoço da mulher e mordeu e leve. – Eu vou te recompensar, Lily.


Notas Finais


Regina vai ser introduzida no próximo capítulo, prometo.
Beijos.


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