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História Lendas - Os Equívocos do Tempo (Interativa) - Capítulo III


Escrita por: SrtaClarisse e Elfialtes

Notas do Autor


Eu sou muito cara de pau mesmo... Não sigam o meu exemplo, por favor.
Reconheço que estava evitando enviar esse capítulo, pois acho que não está tão legal quanto o capítulo que eu perdi, mas eu dei o meu melhor pra que ficasse bom. Tem mais palavras que o combinado? Pois é. Não precisam ler com pressa. Além disso, o capítulo pode parecer meio confuso, mas tudo será explicado no próximo.



Sou grata pela paciência e espero que gostem!

Desculpem-me por quaisquer erros.

Capítulo 4 - Capítulo III


Boas Festas & Boa Leitura!

 

| Capítulo 3 |

“Agora que incendiou os palhaços, veja o circo pegar fogo”

 

 

     Na primeira noite daquele outono estranho, os aventureiros que já tinham entregado suas fichas se recolhiam nos quartos das estalagens ou dormiam na floresta assim como os caçadores. Aqueles que não conseguiram se inscrever, teriam que esperar a segunda chamada do dia seguinte, além disso, como nenhum deles seria louco de abandonar sua posição naquela fila imensa, dormiram acampados no local em que estavam, a mercê dos ratos curiosos, da sujeira e dos ladrões audaciosos que se aproveitavam da falta de atenção dos guardas sonolentos e do sono de todos aqueles aventureiros.

     Tinham sorte aqueles que dormiam em locais cobertos, porque a chuva se tornava intensa com a ajuda dos ventos, feito o pesadelo dos mares em fúria. No entanto, muitas pessoas pouco se importavam com uma possível inundação que poderia acontecer ou com quem estava lá fora, pois dentro das estalagens em festa o temporal não os alcançava. 

     De vez em quando, alguém entrava totalmente ensopado pela porta. Além de ter que aguentar as zombarias de todos aqueles bêbados, a pessoa precisava ter a paciência de convencer os donos das estalagens de que aqueles papéis molhados e borrados de tinta eram o dinheiro para alugar um quarto. Nunca ninguém conseguira convencer tais pessoas, que mesmo tendo o raciocínio de uma porta, ficavam extremamente espertas quando a questão envolvia dinheiro. Logo, era só sentar, pedir uma bebida quente e esperar as notas secarem para poder pagar o quarto e aquela bebida.

     A porta foi aberta mais uma vez e fechada logo após impedindo que a chuva e o som dos trovões entrassem. As vozes e a música se encerraram de súbito quando a atenção de todos foi capturada pelo grupo que adentrou o local.  O antro que costumava estar sempre em festa agora estava em total silêncio. Todos aqueles dentro da taberna da estalagem pararam para observar a dúzia de soldados do império que seguiam seu superior enquanto este caminhava em direção a uma mesa. Alguns observavam desconfiados, outros com medo e também havia os que estavam tão bêbados que já não enxergavam mais nada.

     Os donos da estalagem estavam em choque e se perguntaram se o General havia finalmente descoberto sobre todos os impostos e taxas que eles não tinham pago. Alguns guerreiros já estavam com a mão nos punhais de suas espadas prontos para agir e apenas esperando algum sinal de ameaça que viesse daquele grupo. Os gatunos já procuravam algum lugar por onde pudessem fugir despercebidos ou qualquer buraco onde pudessem se enfiar, e as pessoas que estavam apostando em jogos de azar trataram de jogar no chão as cartas e todo o dinheiro que estava em cima das mesas a fim de escondê-los.

     Um garçom medroso foi empurrado para fora da cozinha da taberna incumbido de atender ao General e seus soldados. O jovem, tremendo, seguiu até a mesa, apenas seus passos podiam ser ouvidos no local. Encarou aqueles homens e perguntou com sua voz falha:

- O-o que o Alto Comandante e s-seus soldados gostariam de p-pedir?

     Os soldados encaravam o atendente e riam de sua situação, em tom baixo. Então, o General encarou o garçom e exclamou com sua voz grave e rouca a fim de que todos o ouvissem:

- Eu quero é prender cada um aqui que continuar a olhar para mim e meus soldados feito umas donzelas medrosas! Ou aqui não há nenhum bigode grosso?! – e bateu a mão na mesa.

     O estouro de gargalhadas foi imenso e a tensão na taberna se dissipou em um piscar de olhos. As expectativas no General não eram poucas e o som das risadas podia ser ouvido nas estalagens vizinhas. Toda a algazarra foi acompanhada pela música, que voltara a ser tocada, e pelos berros que todos os naturais do império deram enquanto levantavam suas canecas de cerveja. Todos retomaram o que estavam fazendo como se nada houvesse acontecido, mas aqueles que apostavam tiveram sérios problemas tentando achar o dinheiro e as cartas que haviam jogado no chão. As cartas estavam lá, mas... Cadê o dinheiro?

     O General, satisfeito com o que via, completou:

- É assim que eu gosto de ver! Pode trazer uma rodada de sua bebida mais forte para todos aqui, moleque, que eu vou pagar dessa vez! 

     Um tempo depois de terminarem aquela primeira rodada, os soldados se levantaram da mesa para jogar dardos e disputar quedas de braço com alguns dos guerreiros estrangeiros que os desafiavam. A fim de convencer o General, disseram que deveriam ser hospitaleiros e agir amigavelmente feito bons anfitriões. Ele não caiu nessa, mas permitiu mesmo assim, então, eles se retiraram, deixando-o sozinho. 

     Cuidar de um bando de recrutas se assemelhava a tomar conta de um bando de crianças, mas Targan tinha uma grande paciência, diferente dos superiores e mestres que já tivera. Aqueles jovens haviam sido recrutados há poucos meses, mas significavam muito para o General, quase como se fossem seus... Filhos. Apegar-se àqueles que entregam suas vidas em prol de outras milhares é muito perigoso, e o velho Mestre em Armas ignorava suas próprias regras mais uma vez.

     Observou o local: A taberna estava quente e muito agitada, várias pessoas dançavam, cantavam ou jogavam papo fora. Targan deu mais um gole em sua caneca de cerveja, aquela ainda era sua primeira rodada. Não estava com vontade de beber e muito menos de festejar, pois ficava desanimado só em lembrar sobre o trabalho que o esperava em seu gabinete. Pilhas e mais pilhas de fichas e formulários que precisavam ser lidos e examinados um por um para o bem do Império. Ele devia ter contratado um assistente quando pôde igual à Grã-Feiticeira e ao Mestre de Caça, porém ele não podia confiar essa tarefa a mais ninguém além de já ser tarde para decidir isso.

     Fechou os olhos e massageou as têmporas, estava começando a ficar com uma séria enxaqueca. 

- Posso sentar aqui, amigo? Ou você quer ficar sozinho? – A concentração do General foi interrompida bruscamente por uma voz rouca.

     Ele abriu os olhos e fitou o homem de barba e cabelos ruivos que já se sentava à sua frente e depositava sua espada em cima da mesa sem esperar que sua pergunta fosse respondida. Era alto, tinha um corpo extremamente musculoso e trajava uma armadura e um manto vermelho que pareciam ser bem caros, peças dignas de um rei ou marechal. Targan pensou na possibilidade daquele homem fazer parte de algum dos grupos de assaltantes de reinos dos quais ficara sabendo, pois era aquele tipo de vestimenta e peças raras que eles costumavam roubar, mas era cedo demais para ter certeza de alguma coisa.

     O homem aparentava estar embriagado - o que era de se esperar já que estavam em uma taberna - e também muito ofegante, então o reconheceu como um dos que estavam cantando e dançando perto do palco. Targan não o olhou de maneira diferente por causa de seu atrevimento, aquele homem com certeza deveria ser um estrangeiro, pois ninguém nunca em sã consciência cometeria tal insolência se conhecesse o General Rukandor. Olhou para os lados e viu que nenhuma outra mesa estava disponível na taberna, então não havia motivos para ficar irritado. Apenas o observou esperando que dissesse algo.

     O homem pediu mais uma bebida a uma das garçonetes que passavam e depois olhou para Targan, que o examinava atentamente. Não passara pela sua cabeça o que poderia ter o deixado daquele jeito, então achou que ele estava esperando que se apresentasse, pois ainda era um desconhecido. Pigarreou para limpar a voz:

- Meu nome é Adrian e sou grato pela rodada que você pagou. Só é uma pena que aquela caneca tenha acabado tão depressa. – O guerreiro fez uma pausa ao receber sua caneca recém-cheia novamente. A garçonete entregou a caneca e Adrian piscou para a moça em resposta, mas foi ignorado por esta que apenas olhou para o General. Com um olhar e aceno de cabeça de Targan, a moça recolheu sua caneca pela metade para enchê-la novamente.

     O General voltou sua atenção para o homem ruivo e o observou dar um longo gole e continuar a falar.

– Sabe, quando vi você entrando, pensei que fosse problema. Fiquei um pouco confuso quando todos ficaram quietos repentinamente. Achei que tinha entendido quando pensei que os caras estavam com medo dos soldados, mas quando vi que estavam com pavor de você – apontou para o General com sua caneca - eu não pude deixar de achar engraçado, pois por que ficar com medo de um senhor de idade, não é? Haha!– deu uma gargalhada.

     O General não sabia se atribuía aquela atitude à embriaguez ou à simples natureza daquele guerreiro. No entanto, aquela era uma das raras vezes em que sua fama e história não intimidavam sua companhia, então, resolveu puxar assunto, pois sabia que todo o guerreiro tinha uma personalidade bruta. Além disso, ainda teria de esperar muito tempo por seus soldados, visto que eles disputavam pra ver quem era o macho que aguentava mais dor em um jogo de “chute entre as pernas”. Targan não sabia o que aqueles idiotas tinham de errado, mas ignorou-os e voltou a conversar com o seu novo amigo piadista:

- É, e quer saber? Eu também vi você ali querendo subir no palco dos músicos. Você canta muito mal, como se estivesse gritando pra um surdo ouvir ou como se estivesse com alguma coisa enfiada no rab... – Targan calou-se envergonhado assim que a atendente apareceu repentinamente em sua mesa. Ela devolveu sua caneca cheia e se retirou.

- O quê? Eu não canto mal. Aquele menestrel é que é muito ruim! Deveria ser crime tocar tão mal. – O General riu e os dois continuaram conversando.

     Após uma hora, o tempo necessário para cinco ou seis canecas de cervejas serem engolidas, os dois já conversavam como se fossem amigos de anos. Haviam conversado sobre batalhas, vitórias e agora conversavam e riam sobre amores passados com belas mulheres.

- ... Então no dia seguinte eu acordei com uma ressaca terrível! Ela havia colocado um sonífero em minha bebida! Quando acordei, minhas mãos estavam presas à cama, minhas roupas haviam sumido e aquela cortesã manca ainda havia fugido com todo o meu dinheiro. Então parei e pensei “nem tudo está perdido, pelo menos eu não sou um elfo!”. - Adrian contava sobre suas desventuras amorosas fazendo o General quase se engasgar com sua bebida. 

     Alguém que parecia não estar gostando muito daquilo era um elfo sentado na mesa ao lado dos dois. Já era a quarta piada com elfos que ele ouvia naquela conversa.

     Adrian percebeu que Targan não era o tipo mal humorado que ele imaginava. Apenas com aquelas conversas ele percebera que ele era sincero e possuía um coração puro e nobre, duas coisas que estavam em falta no mundo. Também era um ótimo parceiro para bebidas, mas não acompanharia Adrian quando estivesse cantando, pois, mesmo estando bêbado, cantar colocaria sua dignidade em jogo.

– Olha, sobre eu ter chamado você de velho... Não quis ser rude, só queria puxar assunto mesmo, visto que eu também não sou lá tão jovem. – e colocou seu braço em cima do encosto acolchoado da cadeira - É que fiquei impressionado com esse medo que você fez todos sentirem com apenas um olhar. Pela sua postura e atitude parece que já lutou em várias guerras e deve ter muita experiência. Na verdade, viver nesses tempos e ter a sua idade já é lendário, pra mim. – E deu o último gole esvaziando a caneca.

    O General observou o homem com certa curiosidade. Não eram comuns os jovens que se importavam com gerações passadas, muito menos um que as respeitasse. Há décadas o nome de Targan fora apagado como lenda. Sua fama reduziu-se ao império após resolver ter uma vida simples com sua esposa enquanto erguiam o nome de seu reino. A situação atual do Império fazia com que o General se arrependesse de ter aberto mão de seus títulos, suas honras, aventuras e sua liberdade.  No entanto, como homem, Targan permaneceria ali até o final se esforçando para que os dias de glória do Império voltassem, e ele viu naquele homem uma chama de determinação e coragem que, se fossem usadas do jeito certo, poderiam acabar com qualquer exército e por a baixo qualquer império.

- Bah! Já que não consegui amedrontar você, o que será que o deixaria temeroso, então? – O General perguntou testando o guerreiro. Precisou aumentar a voz para ser ouvido, pois toda a algazarra dificultava a conversa dos dois.

     Adrian pensou um pouco. Seu semblante fechou como se estivesse se lembrando de algo ruim que ficara perdido no passado, mas sua expressão mudou assim que fitou sua espada em cima da mesa. Olhou para o General e disse resoluto:

- Para mim nenhum desafio é problema, não fujo de nenhuma luta e também não vejo por quê. Não querendo me comparar a pessoas com mais experiência feito você, mas eu já passei por poucas e boas até agora. O que percebi é que enquanto eu estiver empunhando minha espada, nenhum desafio será grande o suficiente a ponto de me fazer desistir. Ela é o símbolo de minha vida e determinação, e sempre lutarei com ela e por ela. – Adrian tocou sua espada mostrando-a ao General – Calemagne, assim meu pai a batizou.

     Targan examinou a lâmina e a achou muito bem trabalhada como uma herança de família. Ele não possuía algum armamento de muito valor simbólico, pois mudava suas espadas e armaduras constantemente. 

- Caso eu já não tivesse visto de tudo eu o chamaria de louco suicida, mas cada um deve ter seus motivos, creio eu. – e olhando para a espada, continuou – Sua espada deve carregar diversas histórias. Por sua ousadia e falta de medo imagino que já teve várias oportunidades para morrer, certo? Eu sei como é dar um beijo no rosto da Morte e depois sair andando, mas você sabia que o pior inimigo do homem é a cerveja? Não acreditei quando me disseram! – Targan disse enquanto olhava surpreso para Adrian.

- Ah, a cerveja e outras bebidas são, com certeza, as piores inimigas do homem. Mas o homem que foge de seus inimigos é um covarde! – Adrian disse em voz alta levantando sua caneca. Aqueles que estavam em volta e ouviram o que ele havia dito riram levantando as canecas também.

- HA! Claro. E o que você planeja fazer caso ganhar essa competição? – Targan finalmente perguntou enquanto ouvia Adrian estralar os dedos. Estava com uma grande expectativa.

- Eu usaria minha influência para criar escolas para guerreiros e magos, assim criaria uma força de defesa que poderia auxiliar os mais pobres e protegê-los. – disse sério, gesticulando com as duas mãos -  Assim eu poria em prática meu plano principal que é manter o Império a salvo. – Adrian fez uma breve pausa - Eu aprendi a guerrear com a melhor escola de todas: a vida. Mas os seus métodos, por mais que sejam necessários, não estão totalmente certos. Ambos sabemos como é. Não é segredo a ninguém o quanto ela é difícil, mas eu gostaria de treinar bem e do jeito certo todos que estivessem interessados em servir à nação, guiando-os ao caminho certo! Eu tive todas as chances de me tornar uma pessoa ruim, mas escolhi meu caminho. Infelizmente isso não acontece com todos.

     Targan ficou impressionado. De todas as pessoas com as quais havia falado até aquele momento, nenhuma havia tido motivo tão nobre para querer vencer a competição. Não tinha total certeza se ele era a pessoa certa, mas já havia decidido: observaria aquele homem nos próximos dias, para ver se suas atitudes batiam com o que ele havia lhe dito. 

     A porta foi aberta violentamente chamando a atenção de todos. A chuva era de trovões e raios atrás do soldado exausto e ensopado. Parecia que tinha corrido até ali o mais rápido que podia, pois algo muito sério tinha acontecido. O soldado correu na direção do General assim que o avistou e, ainda ofegante, disse com sua voz alarmada:

- General Rukandor, um incêndio de grande proporção ocorre na região leste. Está se espalhando pelas casas e nem esse temporal conseguiu contê-lo. Há muitas vítimas fatais e muitos suspeitos! Eles ainda estão lutando e parece que há pessoas que ainda estão presas na estalagem de origem do incêndio!

     Aquela noite estava calma demais para ser verdade, o General reconheceu. Imaginava o que realmente devia ter ocorrido para dar início a um incêndio, além disso, muitas pessoas deviam estar feridas e os suspeitos precisavam ser detidos, logo, ele deveria ser rápido. Levantou-se num impulso e sua embriaguez o deixou em um instante, tornando-o lúcido e sério novamente. Caminhou até a porta enquanto todos o observavam. Virou e após seus soldados já estarem reunidos começou uma série de ordens:

- Você que correu até aqui – disse apontando para o soldado exausto - espero que ainda tenha fôlego para mais uma corrida, pois preciso que vá pedir reforços no Templo do Império. Peça para o Alto Sacerdote encaminhar curandeiros e clérigos direto ao local do incêndio o mais rápido que puder! – virou-se para seus soldados e separou o grupo - Seis de vocês irão comigo até lá e os outros seis estão encarregados de buscar mais soldados e os tanques de água no batalhão! Agora!

- Isso parece bem sério. Há algo em que eu possa ajudar? – Adrian disse esperando Targan respondesse.

- É perigoso demais e não posso arriscar a vida de mais civis!

- Você precisa de mais ajuda agora. Não conseguirá conter um incêndio até que seus soldados e os curandeiros cheguem.

     O General não tinha escolha. Ele realmente precisaria de reforços naquele momento, pois esperar mais poderia ser fatal.

- Certo, reúna o maior número de pessoas que conseguir e depois vá à região leste. Os tanques de água já terão chegado então teremos mais ajuda para apagar o incêndio e checar as casas por dentro. Seja rápido!

     Após os soldados partirem e os civis começarem a se organizar, o General saiu da taberna e parou uma das carruagens que passavam por ali se arriscando na chuva. Ele explicou a situação para o dono da carruagem e pediu a permissão dele para usar um dos cavalos que a puxavam, dizendo que o devolveria assim que possível. Então, com o consentimento do homem, tirou a rédeas que prendiam o cavalo àquela carruagem, montou-o, e começou a seguir o mais rápido que podia para a região Lest. Assim, iniciou-se a madrugada.

 

*            *            *

*            *

 

     Nunca antes um dia havia sido tão insuportável feito o primeiro dia da chamada para a efetuação das inscrições. A escassa paciência de certo jovem fora testada diversas vezes naquele dia, deixando-o a beira de uma explosão. 

     James havia acabado de efetuar sua inscrição quando o sol se pôs completamente e por muito pouco – por muito pouco mesmo - não precisou esperar pelo dia seguinte para fazer sua inscrição. Fazia alguns minutos que o jovem saíra da sede do tal clã de ladinos e começado a caminhar pela rua em busca de alguma estalagem na qual ele pudesse passar a noite, mas até agora seu dia só ia de mau a pior. 

     Primeiro, no início do dia, o portão do império demorou a abrir, além do péssimo discurso daquele tal Imperador. Como um projeto de ser humano bufante e colorido, que usava uma escadinha a fim de aparentar ser mais alto, podia ser chamado de Imperador? Naquilo não havia sinal algum de bravura e/ou espírito de liderança, detalhes importantes que todo rei deveria possuir. 

     Além disso, só de olhar para a produção daquela "boneca de porcelana", era possível desconfiar do atual estado mental daquele homenzinho de nariz empinado. Qualquer estrangeiro poderia especular que ele ficara com a mente bagunçada por causa de todas as batalhas nas quais já lutou e todos os traumas pelos quais passou, mas estava mais do que óbvio que aquele duende nunca na vida havia empunhado uma espada, ou até mesmo atravessado os limites de seu Império. 

     Depois, foram as longas e demoradas filas no pátio daquele tal clã de ladinos. Não foi o tempo de espera em si que irritou o rapaz, mas sim a ousadia que aquele bando de ladrões tinha em furar as filas. Alguns usavam réplicas feitas de sombras para enganar os vigias, que observavam atentamente todas aquelas pessoas do alto dos muros que cercavam o pátio; outros ameaçavam alguns com facas nos pescoços, ou faziam uso de bombas de fumaça para bloquear a visão dos vigias e ultrapassar os outros nas filas. Muitos usavam fantasias, alguns agiam em dupla e outros até em bando. Filas falsas foram criadas e muitos tiveram os formulários surrupiados assim como seus pertences.

     O rapaz sabia que “ousados” não era a palavra correta para descrever aquelas pessoas e “Imbecis” seria mais apropriado, sem sombra de dúvida. 

     Duvidar dos vigias que estavam ali para manter a ordem era o pior erro que podiam cometer e assim que viram todas as atividades suspeitas, entraram em ação. Muitos ladinos foram presos, e/ou tiveram as fichas confiscadas pelo resto daquele dia. Mas isso não fez com que parassem de violar as regras do local, então, muitos foram revistados, atordoados e foram convidados a se retirar. Aqueles que não colaboravam eram colocados contra a parede e algemados tendo os seus itens confiscados até segunda ordem. “Isso ainda não é violência” foi o que disseram, mas o jovem pouco se importava, pois não era um dos que desafiavam o sistema na cara dura. 

     Devido a uma chuva inesperada, só havia o jovem a caminhar pela rua, sem contar um cocheiro apressado que passou por uma poça de lama bem ao seu lado, assim, sujando suas vestes com aquela água suja. 

     James parou, limpou seu rosto com a mão e abriu os olhos azuis. Seus cabelos brancos agora estavam cobertos de lama e de suas vestes a água suja gotejava. Aquela chuva só podia ter aparecido para esfriar sua cabeça com todos aqueles pingos gelados que escorriam por sua nuca, porém ele já não sentia, pois estava a ponto de perder a cabeça. 

     Continuou a caminhar. “Essas coisas acontecem”, repetia mentalmente enquanto tentava ler as placas penduradas nos postes na frente das casas. O vento e a chuva haviam apagado o fogo dos postes de iluminação e das tochas, tornando a visão ainda mais difícil naquela noite em que a nuvens cobriam a Lua. As únicas luzes vinham de dentro das estalagens e casas daquela rua que ainda assim tinham sua passagem dificultada pelo tamanho das janelas e a grossura dos vidros.

     O jovem parou à frente de um prédio e tentou ler a placa. “Casa do Aventureiro Perdido - Estalagens” era o que estava escrito e, sem pensar duas vezes, foi até a porta a fim de abri-la. Todavia, ela foi aberta antes que o garoto pudesse tocar na maçaneta e uma mulher de cabelos negros que carregava uma foice saiu apressadamente dando uma trombada forte no garoto. Ela não olhou para trás, porém, em compensação, os três olhos naquela foice miraram James e só o perderam de vista quando este adentrou a estalagem.

     O rapaz entrou. Parecia que uma pequena agitação acontecia atrás de si, mas ignorou-a, caminhou até uma mesa e deixou seu corpo cair, cansado, na cadeira. Fechou os olhos e tirou o cabelo molhado do rosto. Assim que os abriu novamente, foi atingido por um soco que o fez cair da cadeira.

     Sua vista estava turva e James agora estava no chão, mas uma mão forte agarrou seu pescoço e suspendeu seu corpo. Agora o rapaz podia ver, enquanto lutava para não perder o ar, quem estava querendo briga: um homem alto e musculoso de cabelo comprido sem sobrancelhas, vestindo um casaco pesado de peles de animais que usava uma cabeça de urso como touca; e um homem careca, mais baixo, mas também musculoso que vestia pedaços de armaduras diferentes feitas de placas pesadas com cor bronzeada. Ambos tinham faces perturbadoras, nas quais dentes estavam faltando, onde havia cicatrizes e marcas de queimaduras.  

- Então, foi você, um fracote repugnante, quem quis me desafiar?! – o homem que segurava seu pescoço gritou.

     Mais dois homens se levantaram e pareciam ser do mesmo grupo daqueles dois. James foi empurrado contra a parede e teve seus braços segurados fortemente por aqueles homens para que “O sem sobrancelha” não precisasse mais agarrá-lo pelo pescoço. Eles jogaram no chão a espada, que James carregava nas costas, e o revistaram para garantir que não havia mais armas.

     O rapaz mantinha cabeça baixa enquanto tentava retomar a concentração e focar a visão. Sua respiração estava ofegante e ele sequer sentia o ardor do corte rente ao seu olho esquerdo do primeiro soco que havia recebido, ou o sangue que pingava de seu nariz e escorria por sua boca.

- E agora? - um dos homens agarrou seus cabelos e levantou sua cabeça violentamente - Não vai fazer nada!? - o homem cuspia no rosto do jovem enquanto falava - Deve ser apenas mais um moleque de merda arranjando briga para tentar derrotar Kalil, O Bárbaro! - disse grunhindo, dando ênfase a "O Bárbaro" e sendo acompanhado por seus iguais nos gritos - Mas parece que eu não vou poder me divertir essa noite porque esse bostinha aqui deu pra trás! - e continuou falando a fim de humilhar o garoto.

     Mesmo de cabeça baixa e sem muita concentração, o rapaz podia ouvir ao seu redor: Muitos dos que estavam ali se levantaram de suas cadeiras gritando “Briga! Briga! Briga!”, “Acaba com a raça desse lixo!” e coisas do tipo. James viu que ninguém ali moveria um dedo para acabar com aquilo e aqueles que estavam incomodados com a cena apenas se levantavam e se retiravam do local. 

     Parecia que todos estavam extremamente bêbados e sedentos por algum motivo. Nenhum daqueles frouxos tinha coragem para dar fim àquilo, pois sabiam do que aquele homem era capaz de fazer e ninguém queria ficar no lugar do garoto.

- Você só é mais um fraco nojento!! - O Bárbaro disse segurando a cabeça do jovem e dando uma joelhada forte em seu rosto, fazendo com que muito sangue começasse a escorrer do nariz do rapaz.

     O rapaz recobrou os sentidos, porém manteve sua cabeça baixa. Ele estava com tanto ódio e raiva acumulados dentro de sí que era impressionante como havia mantido a calma até aquele momento. Podia não estar tão controlado, mas pelo menos não estava à ponto de enlouquecer. 

     Odiava brigas tanto quanto odiava as pessoas que se gabavam por serem mais fortes, humilhando e diminuindo os demais para se sentirem bem com a força bruta, que só não era maior que a incapacidade mental daqueles inúteis. Por que eles haviam resolvido atacá-lo repentinamente? Tão covardes que agiam em grupo ainda por cima.

     O suor já escorria pelo rosto e pelas mãos de James. Seu sangue estava quente e rápido por suas veias e equenos espasmos musculares apoderavam-se de seu corpo. Esperava por algo, o momento certo.

     O "Bárbaro" deu as costas ao garoto e começou a caminhar. O jovem percebeu que ele havia ido buscar algo. Mesmo que demorasse apenas alguns segundos, seria o suficiente. Na verdade, daria tempo de sobra. 

     Com um movimento simples de pulso e uma pressão, a lâmina escondida em seu bracelete atravessou as roupas e se cravou no estômago do homem que segurava seu braço esquerdo. O garoto se levantou enquanto aquele homem caia gritando de dor, surpreendendo a todos.

     Sua habilidade era visível feito a rapidez de seus atos e segurando o corpo do homem com o pé ele retirou a lâmina, agora ensanguentada, e puxou-a por completo liberando a pequena lâmina na outra extremidade. Puxou seu braço direito com força fazendo com que o homem que o segurava, ainda aturdido com a situação, se aproximasse o suficiente para que o garoto pudesse cravar sua lâmina naquela garganta desprotegida. Com a lâmina ainda no pescoço do homem, ele a girou para o lado, a fim de ter certeza que a artéria havia se rompido completamente. Por fim, retirou-a em seguida sentindo o aperto em seu braço sumir e vendo o homem cair no chão com o sangue jorrando de sua garganta e boca.

     Os alvos eram os pontos vitais do corpo, os quais o garoto era obrigado a acertar, para acabar rapidamente com aquilo. Não fazia sentido algum tudo que estava se passando, mas fora obrigado a reagir e se defender. Agachado, James limpava o sangue de sua adaga na roupa de um dos homens no chão. Aquele que vestia a armadura de bronze sacou sua espada, grende e que parecia ser pesada, e levantou-a acima da cabeça indo rapidamente na direção do jovem, que rolou para o lado num reflexo, desviando da investida. A espada apenas atingiu a parede atrás do garoto, abrindo uma grande fenda na madeira que acabou por prendê-la ali.

     No tempo que o homem com armadura tentava retirar sua arma da parede, James viu que o Bárbaro já estava em sua frente e dessa vez com um machado grande e afiado em mãos. O jovem alcançou sua espada, que fora jogada no chão, e aparou o golpe acima de sua cabeça. Precisou fazer muita força, enquanto se levantava, para que seus braços não cedessem e aquele machado afundasse em sua cabeça. 

     O Bárbaro colocou o pé no tórax do rapaz e o empurrou, fazendo  com que caísse perto de seu parceiro. Ele já havia retirado sua espada da parede e agora investia novamente contra o jovem no chão. James levantou as pernas em um meio rolamento para trás e não se demorou em tomar impulso com as mãos no chão para acertar com os dois pés o rosto do homem, quebrando o nariz e alguns dentes daquele.

      O homem largou de sua espada e botou a mão no nariz, gritando de dor. Cuspiu dois dentes e um pouco de sangue, mas diferente da outra vez, ele não voltou a segurar recuperar sua espada, pois viu que seria perda de tempo. Estava lento demais, então começou a despir sua armadura para conseguir se movimentar melhor.

     Seu parceiro, com o machado, era muito mais veloz e ágil, não hesitando em desferir inúmeros golpes tentando acertar seu oponente. Porém, o garoto conseguia esquivar ou aparar todos, aumentando a fúria do bárbaro. Cada investida que não acertava o garoto destruía alguma mesa ou cadeira que estava em seu caminho, feito lenha.

     James caminhava de costas prestando atenção em cada movimento do homem à sua frente, mas, inesperadamente, a parte baixa de suas costas acertou a quina de alguma coisa. Ele parou para olhar e viu que estava na frente do balcão do bar. Rolou por cima da bancada até parar do outro lado, escapando de outra machadada, esta que fez um corte fundo na madeira. O rapaz olhou ao redor rapidamente no tempo em que estava abaixado e viu dezenas de garrafas e canecas ali que poderiam ser uma boa distração.

     Levantou-se com uma das garrafas em mãos e jogou-a na direção da cabeça do Bárbaro, mas ele desviou. Aquilo havia dado certo em sua cabeça, mas viu que teria que fazer do jeito difícil. Largou sua espada e segurou na mão direita uma garrafa pelo gargalo. Subiu no balcão rapidamente, pisou na mão que o Bárbaro segurava o cabo do machado e pressionou seus dedos tentando prendê-los. Seu outro pé se apoiou no ombro do homem e assim ele pode mirar e acertar perfeitamente a garrafa nos olhos de seu oponente.

     A garrafa se quebrou em inúmeros cacos. Alguns pedaços entraram nos olhos do Bárbaro perfurando-os, fazendo com que ele urrasse de dor e fechasse os olhos. James aproveitou aquela chance e pressionou o antebraço do homem contra a madeira da bancada. Precisou de muita força para retirar o machado da madeira e levantá-lo. Desceu-o com fúria, amputando, assim, o membro abaixo de seu pé e sujando a lâmina enferrujada de sangue. Aproveitou ainda para chutar o rosto de seu oponente, deixando-o desnorteado.

     O homem deu um grito muito mais alto, feito um urso sendo abatido cruelmente. Deu as costas ao garoto e caiu de joelhos. O rapaz o observava de pé sobre o balcão. Sua lâmina oculta estava totalmente exposta, sinal de que estava pronto para dar o golpe fatal em seu oponente. Porém, assim que ia descer seu braço com a lâmina na nuca do homem, foi empurrado para trás com um soco extremamente forte no estômago.

     Seu corpo atingiu a parte de cima do bar, derrubando prateleiras e, com elas, as canecas e garrafas de bebida que estavam ali. Todas estavam se quebrando, umas no chão, outras na cabeça do rapaz. Uma chuva de cacos caiu sobre ele fazendo inúmeros cortes e arranhões. Alguns pedaços de vidro ainda estavam na pele de James quando foi agarrado por suas roupas e suspenso no ar novamente, e dessa vez não pelo Bárbaro, mas pelo homem que usava armadura.

- Você, seu bastardo! Você matou meus irmãos!! - o homem dizia com ira nos olhos e ódio na língua, no mesmo tempo que lançava o garoto para o outro lado da taberna.

     As costas do rapaz atingiram a parede com tanta força que as tochas nela caíram de seus apoios, iniciando um pequeno fogaréu. No entanto, o fogo se espalhou rápido pelo local e James, ainda caído, pôde perceber que, estranhamente, o fogo havia se alastrado rapidamente até a porta, formando um caminho de chamas, incinerando-a por inteiro e começando a subir pelas paredes. 

     Aquilo não era normal e o rapaz sentia isso, pois algo naquele fogo estava diferente e com uma cor um pouco mais escura. Estava o chamando, ou melhor, o "incitando". 

     O lugar começou a ficar extremamente quente, ocasionando mais suor que agora escorria pelo rosto do garoto. As chamas haviam chegado até o álcool derramado no chão e foi nesse momento que as chamas cresceram e se alastraram pelo teto. As pilastras começaram a cair, as paredes estavam cedendo e a estalagem podia vir a baixo a qualquer momento.

     Uma das vigas de madeira que sustentavam o teto caiu sobre as pernas do rapaz.  Ele não conseguia mais se levantar, estava cansado e ferido demais. Não tinha forças para retirar aquilo de cima de si. As chamas ao seu redor se aproximavam e aquela fumaça negra estava começando a tomar conta do ar, dificultando mais sua respiração.

     Caminhando entre as chamas e indo à sua direção, estava aquele homem, que agora apareceu com a parte de cima do corpo desnuda. Ele avançou no pescoço de James com vontade e começou a estrangulá-lo. 

- Seu maldito! - o homem dizia.

     James tentou aproximar sua mão do rosto do homem para tentar furar seus olhos com a lâmina em seu bracelete, mas ele as afastava com os braços. Os dentes dos dois estavam cerrados e o garoto estava prestes a perder a consciência. O fogo estava mais perto do que antes, apenas a dois palmos de ambos. Aquilo no fogo estava mais forte.

     Aproveitou que a lâmina de seu bracelete ainda estava exposta e cravou-a no tórax do homem, entre as costelas. Não conseguira fincá-la por inteiro, deixando apenas metade dentro do homem, porém, era o suficiente.

- O que acha que fará com essa faquinha? Você já está morto, só é teimoso demais! - o homem caçoou.

- Eu vou morrer, mas não será aqui e nem pra você. Sua corja precisa sumir da face desse mundo! - James disse com dificuldade.

     Sem pensar duas vezes o rapaz enfiou sua mão nas chamas, podia ser sua única chance. Sentiu uma energia inusitada subir por seu braço, não esperava por isso.  Queimava e formigava feito fogo, mas de um jeito muito pior. Sentiu aquilo penetrar em sua pele e era quase como se estivesse corroendo-o por dentro, querendo controlar seu corpo à medida que penetrava.

     Ele guiou a energia pelo seu corpo e canalizou-a em sua lâmina. A descarga energética fora tão violenta que uma explosão ocorreu assim que a energia penetrou no corpo de seu oponente. Em uma questão de instantes ela preencheu o corpo do homem e, visto que o recipiente não era grande o suficiente para contê-la, a energia abriu um enorme buraco em suas costas e continuou seu caminho até atingir o prédio, acarretando em uma grande explosão que o destruiu.

     Aquilo era tudo. Seu oponente fora desintegrado pela descarga energética. Tudo começara a desabar. Precisava fugir dali, mas canalizar aquela energia horrível e destrutiva havia acabado com ele. Não conseguiria canalizar algo assim novamente por um bom tempo.

     Com o teto do prédio desabando, James podia observar a noite com os olhos cerrados: estava vermelho. As chamas estavam tão altas que pareciam ter conseguido levar o caos ao céu, mas a chuva ainda não havia parado e agora escorria pelo seu rosto. Ele não sentia suas pernas, seus braços e nem a mão que havia posto no fogo.

     Durante a luta havia se esquecido da plateia que o assistia, mas naquele momento ele pôde ouvir vozes extremamente alarmadas e gritos do lado de fora. Vultos entre as chamas se aproximaram.

"O que se passou aqui?!"

"Por favor, mantenham a calma!"

"Contenham as chamas! Estão se alastrando pros prédios vizinhos!"

"São muitos corpos. Não vejo sobreviventes."

"Há um aqui! Ajudem!"

     E tudo ficou escuro.


Notas Finais


Minha intenção não era "forçar" nada, mas sim, testar algumas coisas. Todos terão os seus momentos na hora certa. Essa foi minha primeira vez escrevendo uma cena de ação, logo, eu gostaria que me falassem se ficou bom, ruim, o que pode ser melhorado e etc.
Aceito críticas e sugestões.



Tenham Boas Festas!


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