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História Lendas da favela - Lendas da favela


Escrita por: Leafar777

Capítulo 1 - Lendas da favela


Na época atual muitos temem assaltos, sequestro e tantas outras coisas, mas tudo isso nunca me assustou.

Recentemente algo vinha me deixando com uma pulga atrás da orelha, dizia-se que por onde morava um ser andava a noite assassinando jovens bonitos sem motivo algum. Uns diziam ser um homem velho e feio, outro que era uma mulher jovem e bonita, a verdade, ou se era verdade, ninguém sabia.

Era uma sexta feira, nublada e fria e entre 02 e 03 horas, vinha de uma festa, estava muito animado ainda. Minha mãe tinha pedido que viesse acompanhado pois era perigoso andar só àquela hora da noite.

Como todo jovem de 17 anos faz, havia desconsiderado os “nobres conselhos de minha progenitora”. Estava no auge de minha juventude e nada poderia me parar, muito menos uma história besta de velho cachaceiro.

Viera com 2 amigos até um certo ponto, mas por morarem em outro bairro nos despedimos  e eles se foram. O hálito noturno  me encobria e gelava meus ossos, o fétido vapor das mazelas do lugar me sufocava. Tinha me acostumado com o cheiro de morte do pobre ambiente, mas hoje estava diferente, tudo estava diferente, nada era comum.

Fechei melhor a jaqueta e andei rápido.

Um homem de grande porte vinha em minha direção pela deserta rua, todos sempre diziam ser perigoso passar por alí pois era escuro e pouco movimentado, mas eu como um louco sempre procurei essas ruas para caminhar. De repente começou a falar alto ao telefone, me assustei. “Será que realmente tinha alguém na linha ou apenas disfarçava?”

Passou direto.

Talvez fosse apenas coisa da minha cabeça. Realmente tinha me deixado levar por conversas bestas.

Virei a esquina com um pouco de medo, recentemente um conhecido tinha presenciado um assalto alí. Fui andando uns 10 metros atrás de 2 homens de casaco que falavam baixo e olhavam para trás a todo instante. Fiz cara de sério e andei da forma que minha avó falava que era “andar de marginal”.

Viraram a esquina, eu prossegui.

Não sei se agora estava melhor ou não, eles eram suspeitos mas agora eu estava sozinho.

- Sozinho a essa hora da noite? – Disse uma voz muito sedutora.

- Desculpe estou com um pouco de pressa. – Respondi assustado olhando  para o chão.

- Não precisa ter tanta pressa assim amigo. Podemos fazer algo bem interessante se você permitir.

Olhei e vi quem falava comigo, era uma prostituta, não posso negar que era muito bela, mas o medo me consumia. Fiquei mais apavorado que nunca ao ver aquilo. Naquele momento tive total certeza.

Era uma garota que havia estudado comigo a alguns anos, vê-la naquela situação de depravação me entristeceu muito.

- Vá para casa, você não merece estar aqui. – Disse dando-lhe os 50 que tinha no bolso.

- Tem certeza que não quer aproveitar?

- Tenho e acho que você deve largar isso, agora vou indo.

Prossegui meu caminho sem olhar para trás, entrei em uma rua que normalmente era movimentada, mas nesse dia estava vazia, não havia uma alma viva passando por lá, exceto eu e um drogado que todo dia me pedia dinheiro dizendo ser para comer mas sempre soube que era para drogas, lá estava ele usando seus entorpecentes.

Prossegui, virei a esquina, estava quase chegando em minha rua. Peguei um atalho.

Nas paredes frases pixadas.

“Saudades eternas”

“Vai morrer menó”

“Último dia”

“Aqui nos é matador mesmo”

E coisas semelhantes diziam.

Quando de repente me deparo com uma movimentação vinda da ladeira, e ouço um barulho de rodas rapidamente se movimentando em minha direção, sobre a bicicleta alguém vinha coberto de preto portando algo na mão.

Coração vai a mil.

Minha hora chegou!

Ouço uma buzinada.

Entre o temor e o nervosismo olho e vejo que era o rapaz do pão.

Desde quando alguém compra pão essa hora? Esse moleque é retardado mesmo.

Cheguei em casa e passei o resto da noite em paz, de manhã o retardado não passou trazendo pão, quando já estava prestes a voltar ao meu repouso ouço no portão alguém batendo com vivacidade.

Quando abro vejo que era a mesma garota que na noite anterior tinha me convidado a desfrutar de seu trabalho.

- Graças a Deus você tá vivo!

- Ué o que aconteceu?

- Um jovem foi assassinado numa rua aqui perto logo depois que você passou.

 



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