Yuu
Sabe aquele momento que você pensa nada mais irá dar certo na sua vida!? Pois é, eu estava assim quando tomei ciência do quanto amava Kou e que provavelmente jamais conseguiria ter outra coisa além da amizade dele, estava sendo demasiadamente doloroso sempre ter ele por perto e não demonstrar meus sentimentos de todas as formas que desejava. E foi nesse meio tempo que acabei por encontrar acidentalmente Himura na rua, ele foi meu namorado quando éramos adolescentes, para ser sincero naquela época aceitei namorar ele por que era bonito e sentia uma atração pelo mesmo, nada demais, o problema foi que após algum tempo comecei a gostar dele de verdade e ai descobri que era o tipo de cara que não conseguia se relacionar apenas com uma pessoa, não conseguia ser fiel, chegamos a discutir por causa disso e por muitas vezes ele disse que tentava de todas as formas ser fiel a mim mas não conseguia, após três meses de namoro ele veio e terminou comigo, antes havia pensado em fazer isso, mas no fim decidi deixar rolar. No dia que isso aconteceu ele confessou gostar muito de mim, mas que não era o tipo de pessoa a qual eu desejava para minha vida, e ele estava certo. Desde esse dia não nos encontramos novamente, passou bons anos até isso acontecer.
No dia que nos reencontramos conversamos muito e ele pediu uma segunda chance, disse que havia mudado muito e eu como estava quase desesperado por causa dos meus sentimentos em relação a Kou acabei aceitando, ali eu vi a chance de talvez conseguir esquecer quem amava, mesmo depois de um mês com ele nada mudou, foi então ele falou que logo precisaria voltar para o país onde morava, pois só havia voltado para passar férias, matar saudades do país dele, após muito pensar tomei a decisão de ir embora com ele, ao meu ver provavelmente seria minha única maneira de tocar minha vida para frente sem ficar pensando em Kou.
Um tempo depois tudo estava arrumado para ir embora com Himura, metade de mim queria ir e a outra não, ao pensar que ficar ali vendo Kou todo feliz com Suzy me deixaria pior decidi de uma vez por todas ir.
No dia da viajem não tive coragem de me despedir dele então apenas escrevi uma carta e pedi a Kai que o entregasse, seria melhor assim na minha opinião, e não correria o risco de desistir ao ver seu rosto.
Já no aeroporto me sentia inquieto e me bateu a incerteza, Himura notou meu nervosismo e tentou me acalmar e colocar na minha cabeça que era o certo a se fazer, e no final ele conseguiu, na hora de fazer o check’in fui ao banheiro e ele acabou embarcando antes de mim e quando retornei dei de cara com quem jamais imaginaria ver ali. Era Kou, não dava para descrever o que senti naquele momento, foi um misto de sentimentos estranhos, ruim, bom, confuso entre outras coisas.
Jamais imaginei ver ele ir atrás de mim e muito menos me beijar no meio de todo mundo daquela forma, foi como um sonho, do qual não queria acordar, para minha felicidade não era apenas sonho. Fiquei me questionando o que aconteceu com ele para ter ido atrás de mim. No fim não importava a razão, só queria ficar com ele para sempre se possível.
Mesmo depois daquilo tínhamos de conversar, eu queria saber de tudo que o fez chegar até ali.
Após um tempo esperando o táxi ele veio e fomos para minha casa. Chegando lá fui para meu quarto arrumar minhas roupas novamente no guarda-roupa enquanto Kou ficou na sala, um tempinho depois ele foi para o quarto e se sentou na cama me observando arrumar as roupas.
-Precisa arrumar agora? Ele perguntou me fitando.
-Na verdade não, é melhor porque depois posso ficar muito tempo contigo. Sorri e vi ele ficar envergonhado.
-Posso preparar alguma coisa para comermos? Perguntou se levantando da cama.
-A casa é sua também. Falei e ele sorriu saindo do quarto.
Quando terminei de arrumar as coisas fui para a cozinha onde ele terminava de fazer uma comida leve, parecia estar pensativo quando fazia aquilo. Foi nesse momento que me lembrei de uma coisa, ele tinha uma namorada.
-Kou? Acabei o assustando sem querer. -Desculpa, não queria assusta-lo. Me aproximei o abraçando.
-Estava distraído. O que foi? Ele se recostou no meu peito.
-Você é só meu mesmo? Ele riu.
-Que pergunta. Se fui até o aeroporto atrás de você não é resposta?
-É sim, e muito. Só tem uma coisa, você tem namorada. Só em pensar naquilo me deixava com raiva.
-Não tenho, terminamos um tempo atrás. Falou naturalmente.
-Serio!? Não tinha imaginado. -Porque não me contou? Na hora ele se virou para mim e olhou como se estivesse perguntado “E como falaria? ” nos dois mal estávamos conversando, não tinha oportunidade para falar sobre aquilo. -Que bom, estou muito feliz. Selei o pescoço dele.
-Isso faz cócegas. Me empurrou e ficou de frente para mim.
-Me quer longe agora? Perguntei brincando porque eu sabia que não havia sido empurrado para se ver livre de mim.
-Não. Sorriu e agarrou minha blusa e me puxou para perto dele novamente e me abraçou. -É estranho o que estou sentindo agora, sinto como se fosse a primeira vez que fiz a coisa certa na minha vida. Se afastou e ficou me encarando.
-Algum problema?
-Não, só para ter certeza que eu gosto de estar contigo dessa forma. E me beijou. Era como um sonho ter ele ali para mim.
Aquele beijo me fez ter a certeza, meus sentimentos era correspondido.
E como ele havia dito nossas bocas se encaixavam perfeitamente, era como se tivessem sido feitas para estarem juntas.
Eu não sabia como seria dali para frente mas uma coisa tinha certeza ele seria meu para sempre, nada nos afastaria um do outro.
Após ficarmos um tempo dando uns amasso na cozinha fomos comer.
-Não é só biscoitos que você faz muito bem. Comentei enquanto degustava a comida preparada por ele. -Está ótimo.
-Que bom. Achei que não ia ficar, estava nervoso quando fazia. O olhei de cenho franzido.
-Só porque eu iria comer?
-Também. Depois disso ficou em silencio, pensei perguntar o que estava lhe preocupando pois estava na cara que algo não estava bem, mas ele parecia não querer falar então deixei quieto.
Ao terminar de comer lavei o que usei e avisei a ele que iria tomar banho pois estava me sentindo um porco de tanto suar, maior parte por puro nervosismo, enquanto ele ficou na sala mexendo em alguma coisa no celular.
Ao terminar o banho chequei minhas mensagens e havia uma de Himura a qual me agradecia pelos bons momentos que passamos juntos.
Retornando a sala Kou continuava a fazer a mesma coisa, me sentei um pouco afastado e não falei nada, não demorou muito e ele se levantou e se sentou ao meu lado. Sorri com aquilo e o abracei.
Sem querer acabei por ver com quem ele conversava, era minha irmã. Deste quando estavam conversando por mensagem? Me questionei.
-Está conversando com quem? Perguntei tentando parecer sem muito interesse.
-Minha cunhada. Confesso ter ficado surpreso por ele falar daquela forma e ainda rir depois, definitivamente ele parecia outra pessoa. Queria saber onde havia ido o cara que achava feio, que ficava envergonhado com tudo e que dizia não ter possibilidade de rolar algo a mais do que amizade entre nós.
-Você mudou. Falei o fitando.
-Não gostou de ter mudado?
-Claro que sim. Se não tivesse mudado provavelmente não estaria aqui comigo agora, mas me diga o que tanto conversa com minha irmã? Estava curioso.
-Ela já sabe que você não viajou e sou o culpado disso.
-Como soube? Parecia que todo mundo sabia de tudo a respeito de Kou, menos eu.
-O Kai falou.
-Estou me sentindo traído. Todo mundo sabia das coisas e eu não.
-Bobo. Por falar em saber, eu conheço o cara que mora com o Akira.
-Como?
-É o cara que me ajudou muito quando cheguei aqui, o Takanori, nós perdemos contato quando ele foi estudar fora e conhecer exatamente o Akira. Sabe foi eles de certa forma me fizeram perceber o que eu sentia por você não era só amizade.
-Me lembre de agradece-los depois. Deu uma gargalhada. -Que mundo pequeno.
-Pois é. O que mais me deixou surpreso foi o tempo deles estarem juntos. Nove anos, eu achava isso quase impossível para dois homens.
-Está me dizendo que seu medo de ter algo comigo era porque pensava que não poderia existir amor entre nós?
-Não exatamente, mas provavelmente tinha a ver também. Antes eu nunca tinha sentido qualquer tipo de atração por outro homem, nem mesmo ciúmes.
-Tem pessoas que demoram a notar. Mas chega de falar disso. O importante é que você percebeu e está comigo agora. Selei sua bochecha.
-Verdade. Sorriu.
Mesmo que tudo parecia mil maravilhas tinha alguma coisa deixando ele preocupado, se continuasse daquele jeito precisaria questiona-lo.
Como já era bem tarde logo deveríamos dormir, e eu não sabia se ele iria querer ficar ali ou ir para a casa dele.
-Você vai dormir aqui? Rapidamente se virou para mim com o rosto envergonhado.
-Melhor não. Respondeu.
-Não irei te atacar se é o que está imaginando.
-Não é por causa disso, sei que você vai esperar meu momento para qualquer coisa. Só acho não ser conveniente eu dormir aqui contigo no primeiro dia que começamos.
-Nosso primeiro dia de namoro. O corrigi. -Tudo bem, eu entendo. Quando quiser ir para casa é só falar, te levo.
-Você quer que eu vá?
-Não. Por mim pode ficar aqui para sempre. Falei sorrindo e ele soltou baixinho um “bobo”.
Passamos um tempo conversando sobre muitas coisas que havíamos parado de conversar por causa do nosso afastamento e ele falou também sobre Suzy e que precisava conversar com a mesma para não deixar nenhum mal-entendido pois os dois haviam dado um tempo para Kou chegar a uma conclusão dos sentimentos dele em relação a ela e a mim. E ele havia chegado a conclusão que gostava de mim. Para minha sorte.
Era bem tarde já quando pediu para leva-lo em casa, quase duas da manhã para ser exato.
-Boa noite. Falei ao chegarmos na entrada do prédio onde residia.
-Boa noite, ou madrugada. Amanhã eu vou lá na sua casa.
-Estarei te esperando. Me aproximei dele e o mesmo já sabia o que iria fazer e me beijou antes. Já disse que a boca dele é a melhor!? Pois se eu já disse estou relembrando. -Já estou viciado em seus lábios. Falei levando os dedos ao mesmo o acariciando.
-Não diga essas coisas, é vergonhoso. Sorriu envergonhado.
-Não tem mais ninguém aqui ouvindo. Só nós dois. Selei a bochecha dele. -Vou indo, se não daqui a pouco vou acabar querendo ficar aqui. Falei e sai quase correndo para o carro. Ele ficou me olhando parado na frente do prédio com aquele sorriso envergonhado dele que tanto amava. Já estava ansioso para o dia seguinte chegar e poder ficar com ele. Na real eu estava igual um adolescente apaixonado, provavelmente em algum momento agiria como um idiota mas não estava nem ai, era a primeira vez na vida que apaixonava e era correspondido, como não agir feito um adolescente bobo, era praticamente impossível, a única coisa que eu desejava que nunca acontecesse é de um dia ele notar estar enganado quanto aos sentimentos, esse era meu maior medo. Com sorte isso jamais irá acontecer.
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