Na manhã seguinte acordei com ele tirando fotos minhas, para minha sorte ele não estava tirando de mim nu, tapou minhas intimidades antes.
-Você está merecendo uma surra. Falei sorrindo e ele se deitou comigo e tirou foto de nos dois nos beijando.
Os dias seguiram muito bem, quatro meses de namoro se passaram e nesse tempo muita gente descobriu sobre nosso relacionamento, algumas pessoas ficaram chocadas e outras ficaram felizes, minha vida não podia estar melhor, eu estava muito feliz estando com ele e desejava a cada dia que nada estragasse aquilo, o problema era que havia uma coisa do qual poderia acabar com nossa relação, meus pais e o arranjo que fizeram para mim anos atrás.
Já aconteceu com vocês de estar em casa tranquilamente com seu namorado planejando uma viajem juntos e de repente uma visita inesperada faz tudo desmoronar!? Foi o que ouve comigo. Eu não tinha pensado que um dia poderia ter a visita de minha mãe. Foi um choque.
-Mãe? Quase tive um ataque cardíaco quando abri a porta e ela estava ali na minha frente. -Como descobriu onde moro? Se me lembrava bem não havia dado meu endereço a ela, dei apenas a cidade e rua.
-Não vai me chamar para entrar não? Seu tom foi seco, quase me fez gelar. Dei espaço para a mesma entrar e seus olhos pararam exatamente no Yuu que estava arrumando nossos pratos na mesa para almoçarmos. Notei a mesma fazer uma careta e depois reparar meu apartamento.
-O que veio fazer aqui? Perguntei temendo a resposta.
-Temos que conversar e vim ver como está. Dei uma risada.
-Como se a senhora se importasse como estou. Moro aqui a cinco anos e essa é a primeira vez que aparece. Sua careta foi a pior possível.
Caminhei para perto de Yuu meio tenso.
-É sua mãe? Perguntou surpreso num tom baixo.
-Sim. Ignore ela de qualquer forma.
-Mãe? A chamei, pois, a mesma estava distraída mexendo nos livros que tinha na sala. -Quero te apresentar o Yuu. Fomos até perto dela e ele estendeu a mão para mesma que foi recusada, seus olhos foram direcionados a ele com desprezo. -Mãe será que dá para cumprimentar ele?
-Não sou obrigada a cumprimentar uma pessoa que não gostei só de olhar. Como pode deixar um cara como esse entrar na sua casa? Só de olhar dá para ver que não é uma pessoa descente. E esses tipos de pessoas que contamina sua mente. Fiquei com uma raiva tão grande por ela falar daquela forma dele que minha vontade era de expulsa-la dali naquele exato momento. Eu ia falar umas merdas com ela mas ele me segurou e puxou para longe da mesma.
-Fique calmo Kou.
-Como quer que eu fique calmo, escutou o como ela falou? Ela não tem direito de dizer essas coisas. Fui empurrado para a cozinha onde ele me deu uns beijos.
-Não liga para isso, o importante é que você gosta de mim e não segue o que essa mulher quer. Naquele momento lembrei a provável razão dela ter aparecido por ali. Meus minutos com ele estava contado.
-Yuu eu te amo, você sabe disso, não é? Falei o abraçando.
-Claro que sim amor, mais porque está dizendo uma coisa dessas agora? Afagou meus cabelos.
-Se acontecer alguma coisa saiba que você é a pessoa que mais amo nessa vida, nada mudara isso. Seus olhos me fitaram preocupado.
-Está me assustando. Falou no instante que minha mãe apareceu na cozinha. Ele se afastou rapidamente e foi arrumar a comida para almoçarmos.
-Porque aquele cara estava tão perto de você? Questionou me olhando torto.
-Por nada. Vai comer com a gente? Perguntei desejando que a resposta fosse não.
-Aquele cara vai comer contigo na mesa? Questionou apontando para o mesmo.
-Claro que sim. Estava me controlando para não falar umas merdas com ela.
-Se ele for eu não como lá. Dei um suspiro e me virei para ela.
-Então não coma. Estava irritado e fui para perto de Yuu, vendo ela com uma cara descreve. -Cada segundo me irrita mais. Comentei. -Vamos comer antes que esfrie.
Eu e Yuu arrumamos nosso prato e fomos para a mesa e deixamos ela sozinha na cozinha.
-Não devia esperar pela sua mãe? Perguntou ele me vendo começar a comer.
-Não, ela só viria comer aqui se você não tivesse.
-Eu saio e deixo vocês comerem sozinho. Ele fez menção de se levantar, o impedi.
-Nada disso, se ela quiser comer aqui será contigo junto.
-É sua mãe Kou. Deveria dar um credito a ela, você nunca havia recebido ela aqui.
-Yuu entenda uma coisa, ela não se importa comigo, a única coisa que quer é me colocar na coleira como um cão para fazer tudo que ela acha certo. Então deixa ela para lá e vamos comer. Já estava ficando com raiva de tudo aquilo e juntando com meu nervosismo era capaz de dar um negócio.
Quando terminamos de comer Yuu fez questão de lavar o que eu havia usado e eu me sentei no sofá frente à minha mãe, ela me olhava de um jeito estranho e naquele momento sabia que o assunto que estava desejando jamais vir à tona seria comentado.
-Vai dizer o que veio fazer aqui não? Falei sem paciência.
-Você sabe muito bem por que estou aqui, já está na hora de cumprir seus deveres. Dei um longo suspiro vendo Yuu se aproximar.
-Que dever Kou? Perguntou se sentando ao meu lado.
-Não é da sua conta e aliás o que esse cara ainda faz na sua casa Kou? Já deveria ter mandado ele embora.
-Se eu tivesse que mandar alguém embora seria a senhora, pois essa pessoa aqui é muito mais de casa que você.
-Kou. Ele falou colocando a mão na minha perna. Dei um suspiro e me virei para ela.
-Eu não vou fazer isso.
-Claro que vai, olha aqui, você concordou com tudo naquela época e agora tem que cumprir, ela já acabou os estudos e não ver a hora de se casar. A mão de Yuu ainda se encontrava sobre minha perna e senti ele ficar tenso ao ouvir aquilo.
-Não me diga que você tem um casamento arranjado? Seu tom foi de surpreso, muito surpreso. -Em que século vocês vivem? A muito tempo não existe mais esse negócio de casamento arranjado. Dava para perceber o quanto ele estava puto com aquilo.
-Olha só foi um acordo que Kou fez com um amigo da família. E posso saber porque continua com a mão no meu filho e aqui também? Essa é uma conversa entre nós, não envolve outras pessoas. Yuu deu um longo suspiro retirou a mão da minha perna.
-Eu vou embora, me acompanha até a porta? Perguntou se levantando.
-Vou. Me levantei e fui com ele. -Yuu.
-Depois conversamos sobre isso.
-Você está bravo comigo por não ter contado sobre isso? Foi uma pergunta idiota pois dava para ver pela cara dele que sim.
-Sim, mas tenho certeza que tem motivos para isso, outra hora conversamos. Me deu um beijo no rosto e foi embora. Antes de voltar para a sala dei um longo suspiro.
-Aquele...
-Nem começa mãe. A cortei. -Olha eu não vou me casar.
-Não tem como fugir, foi um acordo e tem que ser cumprido.
-Isso não fará nem a mim e muito menos ela feliz. Não nos amamos.
-Ela gosta de você sim.
-Mesmo que goste, não é a mesma coisa que amar, e eu não gosto dela de forma alguma.
-Aprendera a gostar. Não se esqueça que devemos muito aquela família, foi graças a eles que você pode terminar seus estudos e não fomos morar na rua.
-Isso não significa que tenho obrigação de me casar.
-Tem sim. Gritou. -Se não fizer isso perderemos tudo que temos. Isso não pode acontecer.
-Não me importo. Não quero nada daquilo e não se esqueça que só aceitei a merda daquele acordo porque a senhora ficou me ameaçando, mas por um lado foi bom que consegui me livrar de vocês. Vocês são dois sangue suga. Falei apontando para cara dela e vi seus olhos se arregalarem.
-Como ousa, eu sou sua mãe e tudo que fiz e faço e para seu bem.
-Seria ótimo se fosse verdade. Vai embora, eu não quero ficar discutindo, minha vida está muito boa não quero ninguém para estragar isso. E diga para eles que não irei me casar em hipótese alguma.
-Olha aqui, eu vou, mas você vai se casar sim, nem que tenha de ser amarrado. Ela pegou a bolsa e rumou para a porta indo embora.
Quando a porta foi fechada me sentei no sofá e levei as mãos à cabeça, ia dar problema aquilo.
Se me lembrava bem o pai da garota que eu deveria casar era um cara perigoso e sempre fazia todas as vontades da filha e não me surpreenderia ele vir atrás de mim e me ameaçar caso insista em não me casar com ela.
Umas horas mais tarde liguei para Yuu só que ele não atendeu, e aquilo me deixou agoniado. Se tinha uma coisa que descobri dele era que quando ficava chateado ou irritado me ignorava de todas formas.
Depois de muito pensar resolvi ir até a casa dele, precisávamos conversar.
Chegando lá logo toquei a campainha, uma, duas, três e nada de ser atendido, mas sabia que ele estava em casa pelo fato do carro estar na garagem e ter luz acessa na casa.
-Yuu eu sei que está em casa, será que dá para abrir essa porta. Não vou embora enquanto não conversarmos. Falei e me sentei na porta. Uns vinte minutos depois a porta foi aberta.
-Entra, vai acabar congelando aí fora. Agradeci porque estava muito frio. Graças ao aquecedor da casa dele o lugar estava quentinho.
-Me desculpa. Falei o vendo recostado na porta de braços cruzados me encarando. -Eu fiquei com medo de você não querer ficar comigo mais depois disso, me achar um idiota por ter feito tal coisa. Fui covarde.
-Foi sua família que o obrigou a aceitar o acordo? Balancei a cabeça positivamente. -E porque aceitou?
-Porque eu poderia sair da casa deles e estudar para um dia ter um trabalho bom e vir para cá morar sozinho. Era minha única saída naquela época. E também se não tivesse aceitado algo ruim teria acontecido comigo. Meus pais me ameaçaram, pois envolvia muito dinheiro para eles. Me aproximei dele lhe tocando. -Me desculpa.
-Porque está pedindo desculpa agora?
-Talvez eu não consiga me livrar desse casamento. E se me casar irei embora do país, isso fazia parte do acordo. Yuu travou os pulsos.
-Eles não podem te obrigar a se casar com uma pessoa que não ama.
-Eu sei, só que envolve muita coisa no meio disso.
-Tipo? Não respondi e o abracei.
-O pai da garota é um homem perigoso e fara qualquer coisa para que me case com ela nem que tenha de ferir alguém que eu ame, e a única pessoa que amo é você. Senti as mãos dele rodearem minhas costas.
-Eles não sabem da minha existência.
-Mas vão procurar saber, e cedo ou tarde vai descobrir nossa relação. Não quero correr o risco de te perder.
-Então pretende aceitar isso!? Sua voz saiu pesarosa.
-Ainda não sei. Preciso pensar antes de qualquer decisão.
-Vou te ajudar, de alguma forma irei. Você vai ficar aqui não vai?
-Posso? Por um momento achei que ele fosse me mandar sumir.
-Claro, uma coisa é eu estar chateado por não ter me contado sobre isso, outra é eu deixar sozinho quando mais precisa de mim. Isso nunca vai acontecer. Você sabe porquê?
-Porque me ama?
-Exatamente. Ele abriu um sorriso e nos beijamos.
Passamos a noite toda pensando no que eu poderia fazer para escapar daquele casamento e nenhuma das ideias que tivemos foi boa o suficiente, ou daria certo. Por fim decidi deixar as coisas seguirem, cedo ou tarde alguma boa ideia surgiria.
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