História Letters To a Stranger - The first "Hello"

O sol invadiu o quarto, sem nem ao menos pedir permissão, a acordando. Seus olhos se abriram lentamente tentando se acostumar com a claridade, ela não queria levantar, queria ficar embaixo das cobertas, porque afinal, estava nevando. Ter aulas em dias como esse deveria ser proibido, mas infelizmente não era. 

Ela se levantou colocando as suas quentes pantufas e entrou no banheiro, tirou o pijama e ligou o chuveiro, um banho relativamente longo, pois havia se perdido no meio de seus pensamentos.  

Pegou a toalha e secou seu corpo, e logo depois seus curtos cabelos, saiu do banheiro e abriu o guarda-roupa olhando atentamente cada peça de roupa que havia lá, estava tentando descobrir qual era a mais quente. Optou por ir com uma calça preta e seu suéter azul do Mickey Mouse. Então colocou suas meias e logo pegou seu velho tênis vermelho. Passou algo no rosto apenas para disfarçar as olheiras, e logo saiu do quarto. Andando em passos lentos para a cozinha olhou em volta e viu que sua mãe ainda não havia acordado, bom já era de se esperar, ela chegou tarde da noite em casa. 

Ela suspirou e foi fazer o café. 

Depois de alguns minutos se sentou colocando a xícara de café sobre a mesa, enquanto mordia mais um pedaço do pão, pegou seu celular e leu rapidamente as mensagens antes de desliga-lo de novo, eram 6:30 da manhã, ela já tinha que ir para a escola. 

Havia se mudado faz pouco tempo, não conhecia muita coisa, apenas decorou o caminho que a levava para casa e para a escola, então logo tratou de ir. 

Pegando sua mochila e colocando a mesma nas costas ela abriu a porta da casa e logo que saiu a fechou, estremeceu quando o vento frio tocou levemente seu rosto. Começou a andar, e enquanto andava avistou o mar, um pequeno sorriso se formou em seus lábios e ela não conseguia prestar atenção em outra coisa se não naquele grande e imenso oceano azul. Ela amava o mar, desde que tinha 3 anos de idade, as ondas a faziam lembrar de casa e o intenso azul a fazia viajar pelos mais distantes planetas que sua mente podia imaginar. Ela poderia sentar na areia da praia que agora estava coberta por neve e escrever algo bobo em seu caderno. 

Mas não podia. 

Tinha que ir para a escola, e ao se lembrar disso, voltou a caminhar em direção ao local, e depois de alguns minutos chegou. Ela entrou e quase ninguém notou sua presença, e ela não se importava com isso. Foi em direção a sua sala e logo se sentou no seu lugar de sempre. Faltava apenas alguns minutos para a aula começar, então ela decidiu aproveitar esse tempo e pegar o caderno. 

"Amo-te como a planta que não floriu e tem
dentro de si, escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.

Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te diretamente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,
a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono."

Então o sinal tocou e ela imediatamente fechou o caderno, ela gostava de escrever esse tipo de coisa mas não gostava que as pessoas vissem oque escrevia, em relação áquilo sua timidez falava alto. Seus sentimentos transformados em palavras eram muito importantes para qualquer um ver, ou melhor, para qualquer pessoa ver. 

O professor Alberto, aquele que ministrava a matéria de química, entrou na sala logo gritando e pedindo silêncio, cinco minutos foi o suficiente para a sala ficar quieta, então ele sem mais delongas começou a passar inúmeras coisas no quadro. Ela copiava o mais rápido que conseguia, queria terminar logo aquilo para que finalmente pudesse voltar a escrever.

Faltando apenas alguns minutos para a aula terminar ela levantou e levou seu caderno ao professor, o mesmo corrigiu e logo quando se virou para voltar para seu lugar seus olhos encontraram com os olhos dele, seu melhor amigo, o bad boy da escola, como o chamavam, Castiel. 

Um sorriso irônico surgiu nos lábios do rapaz e ela logo tratou de desviar o olhar e se sentar, em seguida a aula acabou. 

Arrumando o casaco e segurando seu caderno ela saiu da sala e em passos rápidos correu para o jardim, seu lugar favorito naquela enorme escola, ela podia relaxar ali, é como se tivesse encontrado a paz. 

Mas, ela logo teve que voltar para a sala, pois o intervalo havia acabado. Mas algo aconteceu que a fez ficar confusa, uma carta havia sido deixada em cima de seus cadernos, ela não sabia se aquilo era pegadinha ou algo do tipo, então apenas pegou o lindo envelope e tirou de dentro a folha com a escrita mais linda que já havia visto. 

"Olá minha querida Hani...