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História Like a Dream - Capitulo 3


Escrita por: MCDS_Cristal

Capítulo 4 - Capitulo 3


Capítulo 3
Descende de Adão e Eva. É honra suficientemente grande para que o mendigo mais miserável possa andar de cabeça erguida, e também vergonha suficientemente grande para fazer vergar os ombros do maior imperador da Terra.

 

_ E então? – perguntei mais uma vez enquanto eles ainda me olhavam surpresos – Foi você quem me chamou também?

Anões. Centauros. Minotauros. Faunos. Humanos. Todos juntos em um mesmo lugar, era até difícil de acreditar.

Velos assim me faz perceber o quanto às coisas mudaram em Nárnia desde a ultima vez que estive aqui. As árvores parecem mortas. Os frutos não são tão doces. E os inimigos estão unidos. Tudo mudou.

Como se tivessem acabado de acordar de um transe, humanos e narnianos levantaram e apontaram suas armas em minha direção, e o loiro, Pedro, deu um passo à frente.

_ Quem é você? – perguntou-me ele.

Antes que eu pudesse responder, o texugo que estava ao lado de dois anões, se aproximou de mim com passos hesitantes e me encarava como se visse um fantasma em sua frente.

_ Pelas Jubas do Leão! Isso não é possível! – exclamou assustado e, ao que parecia, maravilhado, o pequeno texugo – É realmente você. Nas histórias está escrito que você lutou até o fim e que não sobreviveu. Mas isso mostra que é você. É o seu símbolo. – disse ele apontando para o meu cordão.

Olhado para baixo deixei-me também admirar a pedra branca cristalizada que repousava em meu pescoço desde a morte de minha mãe. Era algo que sempre mostrou quem eu era.

Quando rainha, não gostava muito de ficar apenas no castelo, então vivia interagindo e convivendo com os narnianos, e só usava roupas simples, nada que uma rainha usava. A única coisa que nunca tirei e deixei de usar foi meu cordão. Ele realmente se tornou o meu símbolo com o passar dos tempos.

_ Sim, sou eu mesma. – disse ao texugo que ia se inclinando para se ajoelhar aos meus pés – Por favor, não faça isso! Não é necessário. – pedi. Depois dele se endireitar, passei meus olhos pelos outros que nos olhavam de maneira estranha, mas com as armas ainda apontadas para mim – Olhem para mim. Estou desarmada. Não há motivo para apontarem suas armas, não sou uma ameaça.

Mesmo tendo sido uma rainha, nunca consegui me acostumar com os olhares, em ser o centro da atenção dos outros. O desconforto e a sensação de que algo estava fora do lugar sempre me deixou incomodada. E agora, depois de tano tempo, é como se a sensação se intensificasse. Fiz o possível para não demostrar o desconforto que sentia.

Aos poucos, um por um foram abaixando suas armas, menos o loiro, que permaneceu em guarda e me encarava de forma cautelosa.

_ Quem é você? – repetiu a pergunta.

_ Sou Samantha. – contei a ele – Rainha Samantha, a Sábia. 

Dizer que ele ficou surpreso seria eufemismo, e foi o suficiente para fazê-lo abaixar a espada. Foi o suficiente para calar qualquer burburinho que havia ali. 

_ Nunca li sobre você. - comentou o moreno, Caspian, distraidamente - Já li sobre todos, menos você. 

_ Nem poderia. - disse-lhe nervosamente o texugo - Ela reinou durante o período sombrio. O tempo em que não há história. O início do pesadelo. Nunca foi escrito sobre seu reinado, somente alguns narnianos ainda se lembram da lenda da Sábia.

_ O que é o período sombrio? - perguntou o outro filho de Adão, que parecia ser o mais novo, depois de um longo silêncio que se formou. 

_ Foram os anos em que a Feiticeira Branca estava ganhando poder. Antes do inverno congelante. - respondi e pude perceber o quão desconfortável ele ficou ao ouvir sobre Jades.

Cabelo negro, pele branca e olhos escuros. Dava para ver que o Rei mais novo carregava uma grande tristeza dentro de si. Uma tristeza que eu conhecia muito bem.

_ Não é algo bom de falar. – continuei – Não é como um conto de fadas que tem um final feliz.

_ Esteve aqui quando ela aprisionou Nárnia? – indagou surpreso.

_ Sim.

_ E não a deteve? – falou ele com a voz carregada de indignação.

_ O que você queria que eu fizesse? Não era o meu destino vencê-la, e sim o de vocês. – retruquei. Mas isso sempre acabou comigo. Saber o que aconteceria aquele lugar, de ter estado lá para ajudar e não ter podido defender Nárnia daquilo que realmente era preciso porque não era o meu destino.

Ficamos nos encarando durante um tempo, e só desviamos o olhar um do outro quando uma das filhas de Eva chamou nossa atenção. 

_ Depois falamos sobre isso. - interveio a menina mais velha, chamando a atenção para si. E virando-se para mim disse - Meu nome é Suzana. Esta é minha irmã Lúcia. Aqueles são Edmundo e Pedro, também meus irmãos. - apontou primeira para a pequena corajosa e depois para o moreno mais jovem e para o loiro. - Devemos ir agora. – continuou para o irmão.

Somente quando teve certeza de que eu não era apenas mais uma inimiga, Pedro virou-se para o moreno com quem lutou, Caspian, e falou - Podemos ir. – virando-se novamente para mim disse – Temos muito o que conversar ainda.

Virando-se para frente começou a andar ao lado dos seus irmãos, acompanhando os narnianos que seguiam mais adiante.

Soltando um suspiro cansado comecei a segui-los.

De tempos em tempos podia sentir o olhar deles pesando sobre mim, me analisando, tentando me desvendar através do olhar.

_ Não sei. – pronunciou-se de repente o moreno que havia aparecido ao meu lado.

_ O que você não sabe? – perguntei confusa.

_ Vossa Majestade havia perguntado se eu também a chamei. Eu não sei. – disse ele – Aproposito, eu sou o Príncipe Caspian. Mas pode me chamar apenas de Caspian.

_ Se não foi você, então logo saberemos quem foi, Caspian. E pode me chamar de Sam. – falei enquanto dirigia-lhe um sorriso amigável.

A cada passo que dava era como um lembrete de que muitas coisas ainda iriam acontecer. E tudo o que eu tinha que fazer era me preparar para o que quer que fosse.



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